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GABRIELA CARVALHO ABREU 1 RESUMO FARMACOLOGIA INTRODUÇÃO DE ANTIBIÓTICOS CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ESTRUTURA QUÍMICA: Sulfonamidas e drogas relacionadas: sulfometazona e dapsona. Quilononas: norfloxacino e ciprofloxacino. Antibióticos β-lactâmicos: carpanenéns, penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos. Tetraciclina: doxiciclina. Derivados do nitrobenzeno: cloranfenicol. Aminoglicosídeos: gentamicina e neomicina. Macrolídeos: neomicina e azitromicina. Glicopeptídeos: vancomicina. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO ESPECTRO DE ATIVIDADE: Espectro estreito (poucas bactérias): o Penicilina G. o Estreptomicina. o Eritromicina. Espectro amplo (muitas bactérias): o Tetraciclina. o Cloranfenicol. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ATIVIDADE Bacteriostáticos: o Sulfonamidas. o Tetraciclinas. o Cloranfenicol. o Eritromicina. Utilizados em pacientes imunocompetentes. Bactericidas: o Pencilinas. o Cefalosporinas. o Vancomicina. o Aminoglicosídeos. o Quinolonas. MECANISMOS DE AÇÃO Inibem a síntese da parede: penicilina, cefalosporina e vancomicina (principalmente nas bactérias G+). Inibição da síntese de proteína (tradução): cloranfenicol, eritromicina e estreptomicina (grande maioria é bacteriostático). Inibição da replicação através da inibição da síntese de ácidos nucléicos: quilonolas. GABRIELA CARVALHO ABREU 2 RESUMO FARMACOLOGIA Inibição da síntese de metabólicos essenciais (ácido fólico): sulfonamidas (bacteriostáticos). Agem principalmente em infecções. Podem causar irritações gástricas, dor e formação de abcesso (IM), tromboflebite (IV), irritação local (eritromicina, cloranfenicol e certas cefalosporinas). Toxicidade sistêmica: o Concentração para causar toxicidade tem que ser alta: penicilina, algumas cefalosporinas e eritromicinas. o Causam dados próximos das faixas terapêuticas: aminoglicosídeos, tetraciclinas e cloranfenicol. o Muito tóxicos: vancomicina. Ototoxicidade: aminoglicosídeos (principalmente em idosos). Deposição da tetraciclina nos ossos e dentes: promove quelação do cálcio. Toxicidade em relação à função renal: vancomicinas e cefalosporinas (precisam ter as doses reduzidas mesmo na IR leve). o Fármacos muito nefrotóxicos: tetraciclina (evitados mesmo em pessoas com função renal intacta). Redução na insuficiência hepática: metronidazol, cloranfenicol e clidamicina. Durante a gravidez: evitar ao máximo. No caso do feto amiglicosídeos causam surdez e tetraciclinas afetam ossos e dentes. No caso da grávida tetraciclinas podem causar necrose gordurosa do fígado, pancreatite e lesão renal. USO COMBINADO Diminuir mecanismos de resistência. Ampliar o espectro de ação tratamento de infecções mistas. Tratamento inicial de infecções graves redução brusca da quantidade de bactérias. Tratamento tópico combinação eficaz para atingir o local de ação. GABRIELA CARVALHO ABREU 3 RESUMO FARMACOLOGIA Profiláticos febre reumática (penicilina G benzatina em pacientes de alto risco); prevenção de infecções em situações de alto risco. BETALACTÂMICOS Penicilinas. Monobactâmicos. Carbapenéns. Cefalosporinas. Química Um anel tiazolidínico fixado a um anel beta lactâmico. A hidrólise do anel beta lactâmico por beta-lactamase bacteriana produz o ácido peniciloico, que carece de atividade antibacteriana diminui a eficácia do antibiótico. PENICILINAS: Classificação: 1. Penicilinas Naturais: Penicilina G cristalina sódica ou potássica (IV ou IM). Penicilina G procaína (IM). Penicilina G benzatina (IM). Penicilina V sódica ou potássica: oral. Exibem maior atividade contra microorganismos G+, cocos G- e anaeróbios não produtores de beta-lactamases. Penicilina G e V: São eficazes contra cocos G+. Hidrolisáveis pela penicilinase. Ineficazes contra S. aureus que produzem penicilinases. Estreptococos são sensíveis. Os S. pneumoniae resistentes estão se tornando comuns, principalmente em crianças (creches). Mais de 90% dos estafilococos são resistentes. Meningococos são muito sensíveis a penicilina G. São também sensíveis, Treponema pallidum e Corynebacterium diphiteriae. As primeiras penicilinas eram sensíveis ao ácido. Não são ativas em G-. Produziam beta-lactamases quebram o anel beta lactâmico. Penicilina V resistentes ao ácido. A penicilina V, a forma oral da penicilina só está indicada para infecções menores, em virtude de sua biodisponibilidade relativamente baixa, necessidade de administração 4 vezes ao dia e espectro antibacteriano estreito. Em seu lugar, costuma-se usar a GABRIELA CARVALHO ABREU 4 RESUMO FARMACOLOGIA amoxicilina. A penicilina G benzatina e a penicilina G procaína para injeção IM produzem níveis baixos, porém prolongados do fármaco. Usar penicilina G: Infecções pneumocócicas: droga de primeira escolha no tratamento das cepas sensíveis do S. Pneumoniae. Infecções estreptocócicas: faringite estreptocócica. O uso de Penicilina G benzatina, via IM, trata a infecção, bem como diminui o risco de febre reumática se for usada preventivamente uma vez a cada 3 ou 4 semanas. E endocardite estreptocócica (S.pyogenes). Infecções por anaeróbicos: abscesso cerebral: Usar altas doses de penicilina G + metronidazol. Infecções meningocócicas: Usar altas doses de Penicilina G (IV). Sífilis primária ou secundária. Profilaticamente para: surtos de doença estreptocócica em populações fechadas e recidiva de febre reumática. Procedimentos cirúrgicos em cardiopatias valvares, extrações dentárias, tonsilectomia e procedimentos genitourinários. Não usar penicilinas: Em infecções estafilocócicas: A maioria é produtora de penicilinases. Infecções gonocócicas: o Uretrite: usar ceftriaxona (IM dose única). o Artrite ou disseminada: usar ceftriaxona. Infecções por salmonella: usar ceftriaxona ou quinolonas. 2. Penicilinas antiestafilocócicas: Oxacilina (IV). Nafcilina (IV). Cloxacilina (oral). Dicloxacilina (oral). Essas penicilinas mostram-se resistentes as beta-lactamases estafilocócicas. Exibem atividade contra estafilococos e estreptococos, porém são inativas contra enterococos, bactérias anaeróbicas e cocos e bastonetes G-. Nesses últimos anos, o uso empírico dessas penicilinas diminuiu substancialmente, em virtude de taxas crescentes de resistência a meticilina nos estafilococos (MRSA). Entretanto, para infecções causadas por cepas de estafilococos sensíveis a meticilina e resistentes a penicilina, as penicilinas semi-sintéticas são consideradas os fármacos de escolha. Para infecções sistêmicas graves por estafilococos são administradas a oxacilina ou nafcilina por infusão IV. São menos eficazes contra cocos G+. Primeira escolha contra estafilococos produtores de penicilinase, desde que não sejam estafilococos meticilino-resistentes (MRSA). GABRIELA CARVALHO ABREU 5 RESUMO FARMACOLOGIA 3. Penicilinas de espectro ampliado: Amoxicilina (oral)—Pode ser associada a um inibidor de beta-lactamase: Amoxicilina + Clavulanato de Potássio. Piperacilina (IV)—Pode ser associada a um inibidor de beta-lactamase: Piperacilina + Tazobactam. Ampicilina (oral)—Pode ser associada a um inibidor da beta-lactamase: Ampicilina + Sulbactam. Maior atividade do que a penicilina contra bactérias G-, em virtude de sua maior capacidade de penetrar na membrana externa dos microorganismos G-. A semelhança da penicilina G, essas penicilinas são inativadas por muitas beta- lactamases. Amoxicilina e Ampicilina têm espectro antimicrobiano ampliado penicilinas ácido-resistentes. Ativas contra cocos G+. Ativos contra G- como: Haemophilus influenzae, E.coli e Proteus mirabilis. Podem ser administrados junto com um inibidor de beta-lactamase. Piperacilina: Atividade contra Pseudomonas. Ampicilina e amoxicilina apresentam espectro de atividade quase idênticos, porém a amoxicilina exibe melhor absorção oral (absorção mais rápida e completa) o que acarreta menor incidência de diarréia e maiores concentrações plasmáticas (permite a administração 3 vezes ao dia, enquanto a ampicilina tem que ser administrada 4 vezes ao dia). A amoxicilina é administrada por via oral no tratamento das infecções do trato urinário, sinusite, otite e infecções das vias aéreas inferiores. Usar Penicilina de espectro ampliado: Amoxiclina a Ampicilina: Infecções de vias aéreas: o Ativas contra muitas cepas de S. pneumoniae e H. influenzae. o Se adicionadas a inibidores da beta-lactamase: aumento do espectro H.influenzae e enterobacteriaceas. Infecções do trato urinário por E.coli apesar do aumento da resistência. Tratamento da Shiguelose: usar ampicilina e não amoxicilina. Usar penicilina de espectro ampliado: Piperacilina Ativas contra a maioria das cepas de P. aeruginosa. Quando combinada com Tazobactam: maior espectro de ação das penicilinas. Usar em infecções hospitalares graves por G-: pacientes neutropênicos, bacteremia, queimaduras, pneumonias, infecções urinárias. Casos em que o uso de penicilina não é mais indicado por existirem outros fármacos, ou casos em que a penicilina não tem espectro de ação bom: Infecções por anaeróbicos: abscesso pulmonar e periodontal grave usar clindamicina. Infecções estafilocócicas por MRSA usar vancomicina. GABRIELA CARVALHO ABREU 6 RESUMO FARMACOLOGIA Infecções pneumocócicas: pneumonia pneumocócica: usar cefalosporina de 3ª geração. Meningite pneumocócica: Usar vancomicina e cefalosporina de 3ª geração. Mecanismo de ação geral dos beta-lactâmicos: As penicilinas a exemplo de todos os antibióticos beta-lactâmicos, inibem o crescimento das bactérias ao interferirem na reação de transpeptidação, interrompendo a síntese do peptideoglicano e consequentemente a formação da parede celular bacteriana. Os antibióticos beta-lactâmicos são bactericidas apenas quando as células bacterianas estão em crescimento ativo e sintetizando a sua parede celular. Resistência: Inativação do antibiótico por beta-lactamase bacteriana mecanismo mais comum de resistência. Modificação da proteína de ligação da penicilina (PBP) constitui a base da resistência a meticilina nos estafilococos e a penicilina nos pneumococos e enterococos. Esses microorganismos resistentes produzem PBP que exibem baixa afinidade de ligação aos antibióticos beta-lactâmicos, de modo que não são inibidos, exceto na presença de altas concentrações do fármaco, as quais com frequência não podem ser alcançadas clinicamente. Penetração reduzida do fármaco até a PBP alvo só é observada nas espécies G-, devido a sua membrana externa da parede celular impermeável. Efluxo também presente nas bactérias G-. Farmacocinética: Absorção oral do fármaco difere muito entre as diversas penicilinas, dependendo em parte de sua estabilidade em ácido e da ligação ás proteínas. A absorção gastrointestinal da nafcilina é errática, de modo que esse fármaco não é apropriado para administração oral. A dicloxacilina, a ampicilina e a amoxicilina são estáveis em ácido e relativamente bem absorvidas após uma dose oral. A absorção da maioria das penicilinas por via oral (á exceção da amoxicilina) é afetada pelos alimentos, de modo que esses fármacos devem ser administrados pelo menos 1 a 2 horas antes ou depois das refeições. A administração IV da penicilina G é preferida á via IM, devido a irritação e dor local produzidas pela injeção IM de grandes doses. As penicilinas bastante ligadas às proteínas (ex: nafcilina) geralmente alcançam concentrações mais baixas do fármaco livre no soro, do que as penicilinas ligadas com menos força as proteínas (ex: penicilina G ou ampicilina). o A ligação as proteínas torna-se clinicamente relevante quando a fração ligada atinge cerca de 95% ou mais. As penicilinas distribuem-se nos líquidos (liquido articular, liquido pleural, liquido pericárdico e bile) e tecidos corporais, com poucas exceções. Trata-se de moléculas polares, de modo que as concentrações intracelulares estão bem abaixo daquelas encontradas nos líquidos extracelulares. GABRIELA CARVALHO ABREU 7 RESUMO FARMACOLOGIA As penicilinas benzatina e procaína são formuladas para retardar a absorção, resultando em concentrações prolongadas no sangue e nos tecidos. Concentrações de penicilina são iguais no soro e na maioria dos tecidos. São excretadas no leite e escarro A penetração do fármaco no olho, próstata e SNC é precária concentrações no liquido cefalorraquidiano inferiores a 1% ás plasmáticas com meninges normais. Todavia na presença de meningite bacteriana, concentrações de penicilina de 1 a 5 mcg por ml podem ser alcançadas com uma dose parenteral diária de 18 a 24 milhões de unidades. Essas concentrações são suficientes para matar as cepas sensíveis de pneumococos e meningococos. Penicilina é rapidamente excretada pelos rins No caso da depuração do fármaco ser renal, a dose precisa ser ajustada de acordo com a função renal do paciente. A ampicilina e outras penicilinas de amplo espectro são secretadas mais lentamente do que a penicilina G e apresentam, portanto meia vida maior. Mas mesmo assim, no geral, apresentam meia vida curta. A nafcilina é depurada, sobretudo por excreção biliar. A doxacilina, a dicloxacilina e a cloxacilina são eliminadas por excreção tanto renal quanto biliar, não havendo necessidade de ajustar a dose desses fármacos. OBS: As penicilinas semi-sintéticas são prescritas por peso mais do que por unidades. OBS2: Em sua forma cristalina seca, os sais de penicilina são estáveis durante anos a 4°C. Já as soluções perdem rapidamente a sua atividade (p. ex., 24 h a 20°C), devendo ser preparadas pouco antes de sua administração. Os níveis sanguíneos de todas as penicilinas podem ser aumentados com a administração simultânea de probenecida reduz a secreção tubular renal dos ácidos fracos, como os compostos beta-lactâmicos. Reações adversas: São em geral bem toleradas. Os efeitos colaterais devem-se em sua maioria a ocorrência de hipersensibilidade. Todas as penicilinas apresentam sensibilização e reatividade cruzadas. A obtenção de historia de reação a penicilina não é confiável (cerca de 5 a 8% dos indivíduos fornecem esse tipo de historia, porém apenas um pequeno número irá apresentar uma reação alérgica ao receber penicilina). As reações podem ocorrer com qualquer forma posológica e sem que haja exposição prévia ao fármaco. A eliminação do antibiótico resulta em rápido desaparecimento das reações alérgicas. Podem-se detectar anticorpos antipenicilina em praticamente todos os pacientes que receberam o fármaco, sendo que seus níveis são mais elevados se a administração foi recente. As reações alérgicas consistem em: Exantema maculopapular administrar anti-histamínicos. Erupção urticariforme. GABRIELA CARVALHO ABREU 8 RESUMO FARMACOLOGIA Febre pode ser o único sinal da reação de hipersensibilidade, desaparece de 24 a 36 horas após a interrupção. Broncoespasmo. Vasculite. Doença do soro. Dermatite esfoliativa. Síndrome de Stevens Johnson. Anafilaxia—mais frequente após injeção(hipotensão grave e morte rápida). Angioedema. Ampicilina: gera erupções em quase todos os pacientes com mononucleose infecciosa. Na maioria dos casos, os pacientes alérgicos a penicilinas podem ser tratados com fármacos alternativos. Entretanto, se houver necessidade (tratamento da endocardite enterococica ou da neurossifilis em um paciente com grave alergia a penicilina) é possível proceder a dessensibilização com doses gradualmente crescentes de penicilina. CEFALOSPORINAS: As cefalosporinas se assemelham muito as penicilinas, porém são mais estáveis em relação a muitas beta-lactamases bacterianas e, portanto, exibem um espectro de atividade mais amplo. Todavia, cepas de E.coli e Klebsiella sp, que expressam beta- lactamase de espectro ampliado, capazes de hidrolisar a maioria das cefalosporinas, representam um problema clínico crescente. As cefalosporinas não são ativas contra enterococos. As cefalosporinas são classificadas por gerações: baseiam-se nas características gerais de atividade antimicrobiana. 1. Cefalosporinas de primeira geração: Cefazolina, Cefalotina, Cefalexina. São muito ativos contra cocos G+, como pneumococos, estreptococos e estafilococos. As cefalosporinas tradicionais não são ativas contra as cepas MRSA. Com frequência, E.coli, K pneumoniae e Proteus mirabilis são sensíveis, enquanto se verifica pouca atividade contra P. aeruginosa. Raramente são fármacos de primeira escolha. Os fármacos orais podem ser usados para o tratamento das infecções do sistema urinário e infecções causadas por estafilococos ou estreptococos, inclusive celulite ou abscesso de tecidos moles. Entretanto, não se deve confiar nas cefalosporinas orais para o tratamento das infecções sistêmicas graves. Cefalozina: fármaco de escolha na profilaxia cirúrgica. Trata-se também em um fármaco de escolha em infecções para as quais ela seja o fármaco menos tóxico (por ex: E.coli ou K.pneumoniae produtoras de penicilinase), bem como no caso de indivíduos com infecções estafilococicas ou estreptocócicas com história de alergia a penicilina distinta da hipernsensibilidade imediata. Por não penetrar no SNC não pode ser usada no tratamento de meningite. Constitui uma GABRIELA CARVALHO ABREU 9 RESUMO FARMACOLOGIA alternativa as penicilinas antiestafilococicas para pacientes alérgicos a penicilina. Única cefalosporina parenteral de primeira geração. Também pode ser administrada por via IM. 2. Cefalosporinas de segunda geração: Cefoxitina, Cefaclor, Cefuroxima. Mostram-se ativas contra microorganismos inibidos por fármacos de primeira geração. Todavia, além disso, proporcionam uma cobertura ampliada contra microorganismos G- (Klebisiella sp. , inclusive espécies resistentes a cefalotina) são habitualmente sensíveis. Nenhuma cefalosporina de segunda geração é ativa contra enterococos ou contra P. aeruginosa. Atividade contra anaeróbios da cavidade bucal (B.fragilis). São utilizadas, sobretudo no tratamento de sinusite, otite e infecções das vias aéreas inferiores. Em virtude de sua atividade contra anaeróbicos podem ser utilizados no tratamento de infecções anaeróbicas mistas, como a peritonite, a diverticulite e a doença inflamatória pélvica. 3. Cefalosporinas de terceira geração: Cefotaxima, Ceftriaxona, Ceftazidima. Em comparação com os agentes de segunda geração, esses fármacos proporcionam uma cobertura ampliada contra microorganismos G- e alguns deles têm a capacidade de atravessar a BHE. Menos ativas que a primeira geração contra cocos G+. Muito mais ativas contra enterobacteriáceas produtoras de beta- lactamases. Ceftazidima e cefoperazona possuem atividade útil contra P. aeruginosa. Não apresentam atividade contra enterobacter. Ceftriaxona e cefotaxima foram aprovadas para tratamento da meningite. Tais fármacos são também mais ativos contra cepas de pneumococos não sensíveis a penicilina e seu uso é recomendado para a terapia empírica de infecções graves causadas por essas cepas. A meningite provocada por cepas de pneumococos CIMs > 1 mcg por ml para a penicilina podem não responder até mesmo a esses fármacos, e recomenda-se a adição de vancomicina. Outras indicações potenciais incluem a terapia empírica da sepse de causa desconhecida em pacientes imunodeprimidos e imunocompetentes. Em pacientes imunodeprimidos com neutropenia e febre, a ceftazidima com frequência é usada em associação com outros antibióticos. A cefixima pode ser administrada por via oral para o tratamento das infecções do trato urinário, na uretrite gonocócica e cervicite não complicadas. GABRIELA CARVALHO ABREU 10 RESUMO FARMACOLOGIA 4. Cefalosporinas de quarta geração: Cefepima. Espectro ampliado em comparação com os de terceira geração. Mostra-se útil no tratamento de infecções causadas por enterobacter. Úteis para o tratamento de infecções graves em pacientes hospitalizados para G+, enterobacteriaceas e pseudomonas. Efeitos colaterais gerais: Produzem sensibilização e podem causar uma variedade de reações de hipersensibilidade idênticas aquelas observadas com as penicilinas, incluindo anafilaxia, febre e exantemas cutâneos. Alguns indivíduos com história de alergia a penicilina toleram as cefalosporinas. Embora incerta, a frequência de alergenicidade cruzada entre os dos grupos de fármacos provavelmente é de cerca de 5 a 10%. A alergenicidade cruzada parece mais comum com as penicilinas e cefalosporinas de geração inicial, em comparação com as de geração mais avançada. Entretanto, pacientes com história de anafilaxia as penicilinas não devem receber cefalosporinas. CARBAPENÉNS: Tem um espectro de atividade mais amplo. Imipeném: Primeiro fármaco dessa classe exibe amplo espectro, com boa atividade contra numerosos bastonetes G-, inclusive P.aeruginosa, microorganismos G+ e anaeróbios. O imipiném é inativado por desidrogenases nos túbulos renais, resultando em baixas concentrações urinárias. Por conseguinte é administrado em associação com um inibidor da desidropeptidase renal, a cilastatina, para uso clínico. Utilizado em infecções graves em pacientes hospitalizados com bactérias resistentes as cefalosporinas. Doripeném e o meropeném: assemelham-se ao imipeném, porém exibem atividade um pouco maior contra aeróbios G- e um pouco menor contra microorganismos G+. Não sofrem degradação significativa pela desidropeptidase renal e não necessitam de um inibidor. Ertapeném: é menos ativo que os ouros carbapenéns conta P. aeruginosa. Também não é degradado por desidropeptidases. Tratamento de infecções intraabdominais e pélvicas. Aztreonam: só ativo contra bactérias G-: Pseudomonas. Indica-se o uso de um carbapeném para o tratamento de infecções causadas por microorganismos sensíveis resistentes a outros fármacos disponíveis, como por exemplo, P. aeruginosa, e de infecções aeróbias e anaeróbias mistas. Os carbapenéns são ativos contra numerosas cepas de pneumococcos não sensíveis a penicilina. São ainda, altamente ativos no tratamento de infecções por Enterobacter. A experiência clinica sugere que os carbapenéns constituem o tratamento de escolha GABRIELA CARVALHO ABREU 11 RESUMO FARMACOLOGIA para as infecções causadas por bactérias G-, produtoras de beta lactamase de espectro ampliado. Os efeitos adversos mais comuns dos carbapenéns, que tendem a ser mais frequentes com o imipeném consistem em náuseas, vômitos, diarréia, exantemas cutâneos e reações no local da infusão. A ocorrência de níveis excessivos de imipeném em pacientes com IR pode provocar crises convulsivas. Os pacientes alérgicos a penicilinas também podem ser alérgicosaos carbapenéns. INIBIDORES DA BETA LACTAMASE: Trata-se de potentes inibidores de muitas beta-lactamases bacterianas, mas não de todas, podendo proteger as penicilinas hidrolisáveis contra a inativação por essas enzimas. Os três inibidores (ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam) diferem ligeiramente quanto a sua farmacologia, estabilidade, potência e atividade; todavia, essas diferenças têm pouca importância terapêutica. Os inibidores da beta-lactamase estão apenas disponíveis em concentrações fixas com penicilinas específicas. As indicações para as associações de penicilina-inibidor da beta-lactamase consistem em terapia empírica para as infecções causadas por uma ampla variedade de patógenos, potenciais em pacientes tanto imunocomprometidos quanto imunocompetentes, bem como no tratamento de infecções aeróbias e anaeróbias mistas, como as infecções intraabdominais. As doses são iguais aquelas usadas para cada fármaco, com exceção da dose recomendada de piperacilina-tazobactam, que é de 3 a 4 g a cada 6 horas. Acido clavulânico: Pouca atividade antimicrobiana Ligação irreversível as beta-lactamases Associado a amoxicilina: efetivo: estafilococos, H.influenzae, gonococos e E. coli. Associado a ciprofloxacino: efetivo em neutropenicos febris de baixo risco, otite media, sinusite, feridas por mordidas, celulites. Sulbactam: Associação com a ampicilina Boa atividade contra cocos G+, aeróbios G- não pseudomonas e anaeróbicos. Tratamento de infecções intraabdominais e pélvicas. OUTROS AGENTES VANCOMICINA: Só é ativa contra G+. As principais indicações da vancomicina parenteral consistem em infecções da corrente sanguínea e endocardite causada por MRSA. Todavia, a vancomicina não é tão efetiva quanto penicilina contra os estafilococos para o tratamento de infecções graves como endocardite causada por cepas sensíveis a meticilina. A vancomicina em associação com a gentamicina constitui um esquema alternativo para o tratamento da endocardite enterocócica em pacientes com alergia grave a penicilina. A vancomicina em associação a ceftriaxona também é recomendada para o tratamento de meningite causada por uma cepa de pneumococo resistente a penicilina. GABRIELA CARVALHO ABREU 12 RESUMO FARMACOLOGIA TETRACICLINAS, MACROLÍDEOS, CLINDAMICINA, CLORANFENICOL Inibição da síntese protéica bacteriana ao se ligarem e interferirem nos ribossomas. A maioria é bacteriostática porém alguns são bactericidas contra determinados organismos. TETRACICLINAS: São antibióticos bacteriostáticos de largo espectro que inibem a síntese protéica. Uma vez dentro da célula (penetram nos microorganismos em parte por difusão passiva e em parte por um processo de transporte ativo dependente de energia), as tetraciclinas se ligam de maneira irreversível a subunidade 30s do ribossoma bacteriano bloqueando a ligação do RNAt ao complexo RNAm-ribossomo, o que impede a adição de aminoácidos ao peptídeo em crescimento. As tetraciclinas são ativas contra muitas bactérias G+ e G-, inclusive determinados anaeróbios, riquetsias, clamídias, micoplasmas e Legionellas. São, no entanto mais ativas contra G+. Úteis no tratamento de cancroide. Não recomendada para o tratamento de infecções gonocócicas. A resistência de uma cepa bacteriana a um membro resulta em resistência cruzada a todas as tetracicinas. São altamente eficazes contra as Riquettsias que causam febre maculosa. São ativas contra o Treponema Pallidum. Alteram a flora entérica e podem causar colite pseudomembranosa. Resistência: Três mecanismos de resistência a análogos da tetraciclina foram descritos: 1. Influxo comprometido ou efluxo aumentado por meio de uma bomba protéica transportadora ativa. 2. Proteção do ribossoma devido à produção de proteínas que interferem na ligação da tetraciclina ao ribossoma. 3. Inativação enzimática. Classificação: Ação curta (clortetraciclina, tetraciclina, oxitetraciclina). Ação intermediária (demeclociclina e metaciclina). Ação longa (doxiciclina e minociclina). o A absorção quase completa e a excreção lenta da doxiciclina e da minociclina permitem dose única diária em determinadas indicações, mas por convenção os dois fármacos são administrados 2x ao dia. Absorção: A absorção acontece principalmente na parte superior do intestino delgado e é prejudicada por alimentos (exceto no caso da doxiciclina e minociclina). São amplamente distribuídas para os tecidos e líquidos corporais, exceto para o liquor. GABRIELA CARVALHO ABREU 13 RESUMO FARMACOLOGIA A minociclina atinge concentrações muito altas na lágrima e na saliva, o que a torna útil na erradicação do estado de portador meningocócico. Mas em virtude dos efeitos colaterais e resistência de muitas cepas meningocócicas, dá-se preferência a rifampicina. As tetraciclinas atravessam a placenta para alcançar o feto e também são excretadas no leite. Em consequência da quelação do cálcio se ligam e lesionam dentes e ossos em crescimento. Carbamazepina, fenitoína, barbituricos e ingestão crônica de álcool podem encurtar a meia vida da doxiciclina em 50% pela indução das enzimas hepáticas que metabolizam o fármaco. As tetraciclinas são excretadas principalmente na bile e urina. Parte do fármaco excretado na bile é reabsorvido a partir do intestino (circulação entero-hepática) e pode contribuir para a manutenção dos níveis séricos. A doxiciclina e a tigeciclina em contraste com as outras tetraciclinas são eliminadas por mecanismos não renais (não precisam ajustar as doses na IR). Demeclocicina inibe ADH tratamento da secreção inadequada desse hormônio por determinados tumores. Usos terapêuticos: Riquetsioses: Usar doxiciclina. Infecções por micoplasma pneumoniae: diminuição da febre, tosse, mal estar e fadiga. Infecções por Clamidias: terapia de primeira linha para linfogranuloma venéreo (usar doxiciclina por 21 dias). Indicação ainda para infecções por clamidia pneumoniae e infecções sexualmente transmitidas causadas também por clamidia. Antraz, brucelose e cólera. Acne: usar tetraciclina. Pneumonia da comunidade—85% cepas são sensíveis. Infecções por protozoários—E. histolytica e Plasmodium falciparum. Doença inflamatória pélvica. Não se deve usar tetraciclinas em: Infecções do trato urinário, infecções por shiguella, salmonella, estafilococos, estreptococos e meningococos (desenvolvimento crescente de resistência) e infecções gonocócicas. Efeitos adversos: Efeitos colaterais gastrointestinais: náuseas, anorexia, vômitos, diarréia, queimação e desconforto. Podem ser controlados com a administração do fármaco junto a alimentos. A tetraciclinas alteram a flora intestinal normal, com supressão dos organismos coliformes sensíveis e crescimento excessivo de pseudomonas, proteus, estafilococos, coliformes resistentes, clostridium e cândida, pode resultar em distúrbios funcionais intestinais, prurido anal, candidiase vaginal ou oral, ou colite associada ao C. difficile diarréia intensa, febre, fezes contendo fragmentos da mucosa, ulcerações superficiais observadas na sigmoidoscopia. Nesse caso, deve-se interromper o fármaco e tratar com metronidazol. As tetraciclinas ligam-se de imediato ao cálcio depositado no osso ou dente recentemente formado em crianças pequenas. Quando administrada durante a gravidez, a tetraciclina pode se depositar nos dentes fetais causando fluorescência, GABRIELA CARVALHO ABREU 14 RESUMO FARMACOLOGIA coloração e displasia do esmalte; também pode se depositar no osso, no qual provoca deformidade ou inibição do crescimento. Por esse motivo as tetraciclinas devem ser evitadas na gravidez. Quando o fármaco é fornecidopor longos períodos a crianças com menos de 8 anos, alterações similares podem sobrevir. Observa-se pigmentação castanha permanente sobre os dentes nessas crianças pequenas. Pode causar ainda comprometimento da função hepática especialmente durante a gravidez, em pacientes com insuficiência hepática preexistente e quando altas doses são fornecidas por via intravenosa. A Injeção IM deve ser evitada por produzir irritação local dolorosa. MACROLÍDEOS: Eritromicina, Claritromicina e Azitromicina. A ação antibactericida da eritromicina e de outros macrolídeos pode ser inibitória ou bactericida, principalmente em concentrações mais elevadas, para os organismos sensíveis. A inibição da síntese protéica acontece por meio da ligação ao RNA ribossomal 50S. A transpeptidação é impedida pelo bloqueio do túnel de saída do polipeptideo. Em consequência, o RNAt é dissociado do ribossoma. A eritromicina também inibe a formação da subunidade ribossomal 50S. Atividade: cocos G+ e bacilos; inativa contra a maioria dos bacilos G- entéricos anaeróbicos. Distribuição: Rápida nos líquidos intracelulares, exceto no cérebro e LCR. Eliminação: Eritromicina: hepática. Claritromicina: renal e hepática. Azitromicina: hepática. A eritromicina base é destruída pelo acido gástrico e deve ser administrada com revestimento entérico. Uso clínico: A eritromicina é o fármaco de escolha nas infecções por Corynebacterium difteria, sepse corinecateriana e eritrasma. Indicada em infecções respiratórias, neonatais, oculares ou genitais por clamidia e no tratamento da pneumonia adquirida na comunidade. Útil como substituta da penicilina nos indivíduos alérgicos a esta com infecções provocadas por estafilococos, estreptococos ou pneumococos. Reações adversas: Anorexia, náuseas, vômitos e diarréia são comuns. A intolerância gastrointestinal, que se deve a estimulação direta da motilidade intestinal, é o motivo mais comum para a interrupção da eritromicina e substituição por outro antibiótico. As eritromicinas podem produzir hepatite colestática aguda provavelmente como reação de GABRIELA CARVALHO ABREU 15 RESUMO FARMACOLOGIA hipersensibilidade. Muitos pacientes se recuperam, mas a hepatite reincide quando o fármaco é novamente administrado. Claritromicina: Melhor estabilidade ácida e absorção oral em comparação a eritromicina. A eritromicina e a claritromicina assemelham-se em relação à atividade antibacteriana, exceto pelo fato de que a claritromicina é mais ativa contra complexo Mycobacterium avium. As vantagens da claritromicina na comparação com a eritromicina consistem na maior incidência de intolerância gastrointestinal e doses menos frequentes. A escolha entre os dois fármacos se dará pelo custo e tolerância basicamente. Azitromicina: Espectro de atividade e usos clínicos: idênticos da claritromicina. Ativa contra o complexo M. avium e o T. gondii. Discretamente menos ativa contra os estafilococos e os estreptococos. Discretamente mais ativa contra o H. influenzae. Altamente ativa contra as clamídias. Se difere da eritromicina e da claritromicina principalmente nas propriedades farmacocinéticas: concentrações no tecido excedem as do soro em 10 a 100 vezes (o fármaco penetra muito bem nos tecidos, por mais que suas concentrações séricas sejam relativamente baixas). O fármaco é lentamente liberado nos tecidos (meia vida tecidual de 2 a 4 dias), para produzir meia vida de eliminação de 3 dias. Essas propriedades peculiares permitem a dosagem única diária e o encurtamento da duração do tratamento em muitos casos. Além disso, a azitromicina não inativa enzimas do citocromo P450 e, portanto, está livre de interações medicamentosas que acontecem com os outros dois fármacos. Deve ser administrada 1 hora antes ou 2 horas depois das refeições. Usos terapêuticos: Mycoplasma pneumoniae: são os fármacos de escolha. Doença dos legionários: azitromicina é o fármaco de escolha na pneumonia causada por Legionella. Infecções por clamídia. Difteria. Coqueluche: eritromicina: fármaco de escolha para tratamento e profilaxia. Infecções por Campylobacter: gastrenterite causada por C. jejuni. Infecção por Helicobacter pylori. Infecções por micobactérias: claritromicina ou azitromicina: primeira linha na profilaxia e tratamento da infecção por M. avium-intracellulare na AIDS. CLORANFENICOL: Potente inibidor da síntese protéica bacteriana. Liga-se de forma reversível a subunidade 50S do ribossoma bacteriano e inibe a formação da ligação peptídica. O cloranfenicol é um antibiótico bacteriostático de largo espectro ativo contra organismos G+ e G- aeróbios e anaeróbios. Também é ativo contra Riquétsias, mas não contra clamidias. GABRIELA CARVALHO ABREU 16 RESUMO FARMACOLOGIA Por causa da toxicidade potencial, da resistência bacteriana e da disponibilidade de muitas outras alternativas efetivas, o cloranfenicol é reservado para infecções graves: riquetsias, tifo e febre maculosa das montanhas rochosas. É uma alternativa no tratamento da meningite bacteriana em pacientes que apresentam reações de hipersensibilidade graves a penicilina. O cloranfenicol é usado topicamente no tratamento de infecções oculares por causa de seu amplo espectro e de sua penetração nos tecidos oculares e humor aquoso. Boa absorção oral. Distribuição ampla pelos tecidos corporais. Rápidas concentrações terapêuticas no LCR. Encontrado na bile, no leite e no líquido placentário. Principal via de eliminação: metabolismo hepático (ajustar a dose na cirrose hepática). Usos terapêuticos: Limitado: Só com benefício superior ao risco. Febre tifoide: cefalosporinas de terceira geração e quinolonas também são usadas. Infecções por anaeróbios. Meningite bacteriana: cefalosporinas de terceira geração também são usadas. Riquetsioses: tetraciclinas (não pode grávidas e crianças com até 8 anos). Efeitos adversos: Toxicidade hematológica: afeta o sistema hematopoiético Efeito tóxico relacionado à dose: anemia, leucopenia e trombocitopenia (é reversível; pode progredir para aplasia fatal se o tratamento for mantido). Resposta idiossincrásica: anemia aplásica; pancitopenia fatal. Não contra-indica o uso em situações nas quais ele pode salvar a vida. CLINDAMICINA: Derivado da lincomicina. Penetra bem na maioria dos tecidos (cérebro e o liquor são exceções). Penetra bem nos abscessos e é ativamente captada e concentrada pelas células fagocitárias. Metabolizada pelo fígado. Nenhum ajuste de dosagem é necessário para a insuficiência renal. Ativa contra anaeróbios. Indicada para o tratamento da infecção anaeróbica. Associada a aminoglicosídeo: feridas penetrantes do abdome e do intestino; aborto séptico e abscesso pélvico; pneumonia por aspiração. Efeitos adversos: Colite pseudomembranosa (causada por toxinas do microrganismo C. difficile). Dor, diarreia, febre, muco e sangue nas fezes. GABRIELA CARVALHO ABREU 17 RESUMO FARMACOLOGIA Pode ser fatal. Interromper o fármaco e administrar metronidazol. Erupções cutâneas (mais comum no HIV). TEICOPLAMINA: Assemelha-se à vancomicina quanto à: estrutura química, mecanismo de ação, espectro de atividade e via de eliminação (renal). Possui atividade contra estafilococos resistentes à meticilina. Pode ser administrada por injeção intramuscular. Possui meia-vida longa: é possível administrar dose única diária Uso clínico: Infecções causadas por estafilococos resistentes à meticilina. Eficácia melhorada pela adição de um aminoglicosídeo (gentamicina).AMINOGLICOSÍDEOS São bactericidas: inibidores da síntese proteica. Podem ter resistência cruzada entre membros da classe. Não são bem absorvidos via oral, e seu uso é exclusivamente parenteral. Não penetram no SNC, não sendo utilizados no tratamento de meningites. Ultrapassa a barreira placentária, e por isso deve ser usado com muito cuidado na gravidez. Sofrem distribuição mínima no tecido adiposo, e por isso devemos utilizar o peso esperado e não o peso real, visto que há risco de superdose. A destruição bacteriana depende da concentração: quanto maior a concentração maior a taxa de destruição bacteriana. Eliminação: Excretados quase totalmente por filtração glomerular. Podem ser removidos por hemodiálise. Sua atividade é reduzida em ambientes anaeróbicos e na urina ácida hiperosmolar. Efeito pós-antibiótico: A atividade antibacteriana desse fármaco persiste após várias horas após sua administração (atividade bactericida residual). Sendo assim, podemos administrar uma dose única diária, em uma única injeção, sem prejuízos para o paciente no que diz respeito ao efeito antibiótico e com menores efeitos adversos. A concentração no sangue é baixa e alta na bactéria. Uso clínico: Uso exclusivo para bactérias G- (principalmente aeróbios). Não é um tratamento usual, para consultório. Abortos sépticos, infecções abdominais pós-cirúrgicas, pacientes com infecções urinárias graves, endocardite infecciosa, tuberculose, bacteremias e septicemias. Muito utilizado para o tratamento de Escherichia coli. GABRIELA CARVALHO ABREU 18 RESUMO FARMACOLOGIA Não são utilizadas em abscessos causadores de G- anaeróbicas porque o ambiente é ácido. Endocardite infecciosa: usadas com a vancomicina, criando um sinergismo. Efeitos adversos: A toxicidade geralmente é encontrada quando o tratamento é mantido por mais de cinco dias, em doses elevadas, em idosos e na presença de insuficiência renal. Seus principais problemas são a nefrotoxicidade e a ototoxicidade (tanto na função auditiva quanto vestibular), que são potencializadas pelo uso de diuréticos de alça, vancomicina e anfotericina. Uma vez atingida a concentração necessária para a toxicidade, o tempo acima do limiar se torna crítico. O tempo acima deste limiar é maior com múltiplas pequenas doses do que com uma única grande dose. Ototoxicidade: causada pelo acúmulo progressivo no ouvido interno com concentrações plasmáticas elevadas. Geralmente está associado a uma exposição contínua do fármaco. É irreversível, pois ocorre destruição das células sensoriais vestibulares e cocleares. A estreptomicina e a gentamicina possuem efeitos vestibulares, e a amicacina e a neomicina mexem com a função auditiva. Em caso desses sintomas, suspende-se na hora o tratamento e buscam-se outras alternativas: a interrupção precoce pode permitir a recuperação. Sintomas de toxicidade coclear: zumbido alto, comprometimento auditivo depois de alguns dias, comprometimento inicial de sons de alta frequência: nem sempre será detectada; progressão da perda: sons de frequência mais baixa; conversação mais difícil. Sintomas de toxicidade vestibular: cefaleia de um a dois dias; náuseas, vômitos e dificuldade de equilíbrio; vertigem ortostática; Romberg positivo; labirintite crônica: assintomático no leito; dificuldade ao tentar caminhar; fase crônica: adaptação; sintomas com os olhos fechados. Nefrotoxicidade: chega a um terço dos pacientes. Devemos ter muita cautela no tratamento de idosos (é muito comum a infecção urinária por hiperplasia prostática, retenção de urina na bexiga) e também em pacientes com hepatopatia, diabetes mellitus e choque séptico (hipoperfusão geral e inclusive renal). Geralmente, essa nefrotoxicidade gera 8 a 26% de comprometimento renal leve, e é reversível. Temos: acúmulo e retenção do aminiglicosídeo nas células tubulares proximais; proteinúria leve e aparecem cilindros hialinos e granulosos; achado significativo mais comum: discreta elevação da creatinina plasmática. Doses muito elevadas podem produzir um efeito similar ao curare: paralisia respiratória. Estreptomicina: quase exclusivamente no tratamento da tuberculose, mas não é primeira escolha (ordem de escolha: R, T, P, E, estreptomicina e micacina). Utilizada em associação com outros agentes antimicrobianos. Pode gerar febre, exantema, alergias, dor intensa no local da injeção, vertigem, surdez no recém- GABRIELA CARVALHO ABREU 19 RESUMO FARMACOLOGIA nascido se for dado em grávidas. Pode ser usada também no tratamento da gonorreia persistente. Gentamicina: um dos únicos casos em que é utilizado isoladamente, em infecções do trato urinário em paciente séptico e grave. Possui baixo custo e é confiável. Pode ser diluído no liquido da diálise para prevenir peritonite Também é usado para bacilos G- aeróbios, como Serratia sp, Proteus sp, Pseudomonas sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp e Escherichia coli. Escolha quando as taxas de resistência de G- são baixas, mas associada à penicilina ou vancomicina nos casos de endocardite por Enterococcus sp ou por Streptococcus viridans; associada à vancomicina e à rifampicina : endocardite por Staphylococcus coagulase; penicilina em endocardite por Corynebacterium sp. Infecção urinária se for complicada. Pneumonia se associada. Infecções G- resistentes aos outros. Nefrotoxicidade leve e reversível. Amicacina: derivado semi-sintético da canamicina. Menos tóxica do que a molécula-mãe. Usada nas cepas de Mycobacterium tuberculosis multirresistentes. Neomicina: uso tópico e oral, pois é muito tóxica para uso parenteral. Uso oral no preparo cirúrgico ou no tratamento do paciente com encefalopatia hepática, mas ele cursa com redução da flora aeróbica do intestino. Uso tópico em superfícies infectadas. Pode ser injetada nas articulações, cavidade pleural e cavidade dos abscessos. SULFONAMIDAS Possui distribuição ampla pelos tecidos e líquidos corporais e sua maior parte é excretada na urina. São análogos estruturais do PABA,enzima responsável pela incorporação do PABA (ácido diidropteroico, precursor do ácido fólico). Sendo assim, impedem a síntese do ácido fólico. Essa via é essencial para a produção de purinas e ácidos nucléicos das bactérias. Bacteriostáticos: mecanismos de defesa do hospedeiro são essenciais para a erradicação da infecção. Trimetropina é um inibidor da diidrofolato redutase, e exerce efeito sinérgico com uma sulfonamida na inibição da síntese de ácido fólico. O espectro da trimetropina se assemelha ao do sultametoxazol, porém é de 20 a 100 vezes menos potente. A combinação sulfametoxazol-trimetoprima (famoso Bactrin ou Cotrimoxazol) aumentou o uso das sulfonamidas. É uma boa associação bactericida, uma vez que temos dois fármacos que atuam em etapas sequenciais de uma reação enzimática, na mesma via. Uso clínico: Possui atividade G+ e G-, mas existem muitas cepas resistentes. Atualmente ocupam um lugar pequeno no arsenal terapêutico do médico. Atividade precária contra anaeróbios. GABRIELA CARVALHO ABREU 20 RESUMO FARMACOLOGIA Pneumonia: escolha no caso de Pneumocystis jiroveci (anteriormente P. carinii), usamos sulfametoxazol + trimetropima; é uma infecção muito comum na AIDS. Também toxoplasmose e nocardiose (infecção hospitalar). Agentes utilizados para a aplicação tópica: Sulfadiazina de prata. Primeira escolha no tratamento de queimados, antes que uma infecção grave se instale. Não deve ser utilizada em infecção grave estabelecida, mas como precaução. Agentes de ação longa: Sulfadoxina. Infecção urinária: sulfametoxazol + trimetropima já foi a primeira escolha, mas hoje em dia não usamos mais porque há muitas cepas resistentes,mas podemos usar no caso de infecções de vias inferiores não complicadas. Recidivas de febre reumática em pacientes alérgicos a penicilina. Diarreia do viajante: E. coli enteropatogênica. Infecções bacterianas do trato respiratório: exacerbações agudas da bronquite crônica, sinusite, otite, eficaz na otite média aguda e sinusite maxilar aguda, não deve ser utilizada na faringite estreptocócica. Infecções gastrintestinais: fármaco de segunda linha para shigelose e febre tifoide. Espécies anteriormente sensíveis: meningococos, pneumococos, estreptococos, estafilococos e gonococos, são resistentes. Pseudomonas e enterococos são resistentes. Reações adversas: Cristalúria. Anemia hemolítica. Agranulocitose. Anemia aplásica. O paciente com AIDS, por tomar doses muito mais altas, tem muito mais efeitos colaterais. Deficiência de folato pode precipitar megaloblastose. Efeitos adversos sobre a pele são frequentes: dermatite esfoliativa, Síndrome de Stevens-Johnson (cursa com exantema com descamação, reação idiossincrásica, individual, absurda, não faz parte dos efeitos dos medicamentos, alta mortalidade) e necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell): raras. Efeitos adversos gastrintestinais também podem ocorrer, como náuseas, vômitos, glossite, estomatite. QUINOLONAS Bloqueiam a síntese do DNA bacteriano inibindo duas enzimas: inibição da topoisomerase II (DNA girasse): impede o relaxamento do DNA superespiralado positivo; necessário para a transcrição e a replicação normais. Inibição da topoisomerase IV: interfere na separação do DNA cromossômico replicado nas células-filhas respectivas durante a divisão celular. São bem absorvidas após administração oral, A eliminação é renal, e deve-se ajustar a dose em pacientes com IR. GABRIELA CARVALHO ABREU 21 RESUMO FARMACOLOGIA Efeitos adversos: são até bem tolerados, mas podemos ter náuseas leves, vômitos, desconforto abdominal, diarreia, cefaleia leve, tonteira e lesão da cartilagem em crescimento (não sendo recomendado para menores de 18 anos nem para grávidas). A primeira quinolona foi o ácido nalidíxico, há muitos anos disponível para o tratamento de infecções urinárias. Não alcança níveis antibacterianos sistêmicos, então é útil apenas no tratamento de infecções do trato urinário inferior. São ativas contra G+ e G-. Mas os agentes modernos são mais para cocos G+. Norfloxacino: é o menos ativo contra G+ e G-. Uso restrito infecções urinárias baixas. Possui níveis séricos baixos: limitado a tratamento de infecções do trato urinário. Quinolonas Fluoradas Representam avanço terapêutico importante. São eficazes após administração oral, possuem lento desenvolvimento de resistência bacteriana e número pequeno de efeitos colaterais. Ampla atividade antimicrobiana: tanto G+ quanto G-, então cobrem uma grande variedade de doenças infecciosas. Ciprofloxacino: o mais ativo contra G-, atividade moderada contra G+. Reservado para infecção urinária. Ofloxacino e Levofloxacino: excelente atividade contra G-, atividade moderada contra G+. Moxfloxacino, Gatifloxacino: ativos contra G-, mas a principal atividade é contra G+. São bem importantes na pneumonia da comunidade (causada por S. pneumoniae), como droga única. Usos terapêuticos: Infecções do trato urinário. Prostite. Doenças sexualmente transmissíveis: N. gonorrhoeae (resistência crescente), C. trachomatis, H. ducreyi (cancroide). Porém não tem atividade contra Treponema pallidum. Contraindicados na gravidez. Doença inflamatória pélvica. Tuberculose multirresistente: quinolona como parte de esquema com múltiplos fármacos. Boa atividade para bactérias intracelulares. Sendo assim, podem ser usadas nas pneumonias adiquiridas nas comunidades como agente isolado. Uretrite e cervicite por clamídia (ofloxacino, doxiciclina ou azitromicina) e no Complexo M. avium na AIDS. Para infecções no trato respiratório. GABRIELA CARVALHO ABREU 22 RESUMO FARMACOLOGIA Relembrando pneumonia: usamos amoxilina, clavunalato e com macrolídeos para intracelulares. Ou usamos cefalosporina de 3ª geração com macrolídeo, QUINOLONA SUBSTITUI TODOS TERCEIRA ESCOLHA. Exacerbações por P. Aeruginosa: como na fibrose cística. Infecções gastrintestinais e abdominais: diarreia do viajante. Infecções ósseas, articulares e tecidos moles. ANTISÉPTICOS São bem utilizados no tratamento de infecções no trato urinário, inibindo o crescimento de muitas espécies de bactérias. Não alcançam concentrações eficazes no plasma, mas possuem concentrações relevantes e efetivas na pelve e bexiga. Metanamina (Sepurin): decompõe-se na água produzindo formaldeído substância a qual as bactérias são sensíveis. Ocorre também uma acidificação na urina que promove ação antibacteriana (através dos ácidos mandélico e hipúrico). É bem absorvido via oral. Nitrofurantoina: também utilizada com esse fim, mas é uma segunda escolha. É ativa contra E. coli e enterococos, com absorção rápida e completa no TGI. Confere à urina uma cor castanha e pode gerar náuseas, vômitos, diarreia e pneumonite aguda em idosos. Usamos apenas se temos germes sensíveis. Fenazopiridina (Pyridium): analgésico utilizado no tratamento da dor das infecções urinárias. Alivia os sintomas: disúria, polaciúria, queimação e urgência. Confere à urina cor alaranjada ou vermelha e pode gerar desconforto gastrintestinal. HIPERCOLESTEROLEMIA Mobilização e degradação do quilomicron feita a partir de lipoproteínas (lipoproteína hormônio sensível favorece a retirada desses quilomicrons do tecido adiposo, enquanto a lipoproteína lípase favorece a sua deposição). Nos pacientes com resistência insulínica ou síndrome metabólica, tem-se um aumento da lipoproteína hormônio sensível e redução da lípase lipoprotéica ambas ao final, aumentando a quantidade de lipídeos circulantes. Célula hepática tem receptores de LDLc. Se há muito LDLc circulante, há muita captação hepática deste por esses receptores, o que reduz produção hepática de colesterol e vice versa. Fisiopatologia da hipercolesterolemia familiar ou do tipo II: redução da expressão do receptor de membrana de LDLc, mesmo com muito colesterol LDL circulante, a produção endógena é ainda alta. LDLc Maior produto lipídico circulante de colesterol, além de fazer o caminho fígado-periferia maior atividade aterogênica. GABRIELA CARVALHO ABREU 23 RESUMO FARMACOLOGIA HDLc Faz o caminho inverso da periferia para o fígado compõe um fator protetor. TG pode ser obtido a partir do VLDL e vice versa. TG dividido por 5 = VLDL. Essa conta não vale se TG > 400. Se TG > 1000, há um risco muito grande do paciente vir a ter pancreatite quando muito grave, em que o script da doença independe da intervenção médica. CONSENSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA Estratégia de estratificação de risco cardiovascular com base no valor do LDLc . De acordo com a política de metas e estratificação do risco cardiovascular: é considerado pacientes com muito alto risco cardiovascular, aquele paciente que já teve um evento cardiovascular anteriormente, é diabético ou apresenta 3 dos seguintes fatores de risco: Glicose > 110. HDL < 50 nas mulheres e < 40 nos homens. PA > 130X85 ou em uso de medicação. CA > 88 nas mulheres e > 102 nos homens. TG > 150. Tais pacientes tem que manter LDLc < 70 ESTATINAS: Lovastatina, sinvastatina e pravastatina são pró-farmacos. São análogos estruturais da enzima HMG-Coa redutase e, portanto, competem com esta. Induzem aumento dos receptores de LDLc, reduzindoprodução hepática de colesterol, maior excreção do colesterol na forma de ácidos biliares. Não há necessidade de alter doses a partir do momento que a circulação entero-hepática do colesterol se definiu. Não podem ser usados em grávidas ou lactentes, mas são seguras em crianças. Em geral, a absorção é aumentada com alimentos. Sofrem elevado metabolismo de primeira passagem hepático. Excreção renal baixa. Meia vida curta exceto da atorvastatina e rosuvastatina (14 e 19 horas respectivamente). Maior GABRIELA CARVALHO ABREU 24 RESUMO FARMACOLOGIA produção hepática de colesterol é noturna Por esse motivo, se indica dose única noturna. Toxicidade: Elevação das transaminases Necessidade de se medir TGO e TGP do paciente. Aumento de CPK: evento adverso mais temido é a lesão muscular e a rabidomiólise evento raro de ocorrer quando não associado a outras drogas metabolizadas pelo CYP P450 e respeitadas as doses. Interagem com muitas medicações dentre elas, antibióticos, anticoagulantes e anticonvulsivantes. Podem causar mialgia. Além disso, as estatinas aumentam a glicemia do pacientes não sendo, no entanto esse aumento capaz de descontrolá-lo, além de reduzir significativamente mortalidade por acidentes cardiovasculares e complicações microvasculares no diabético. ÁCIDO NICOTÍNICO: Reduz LDLc e aumenta HDLc. Inibe secreção de VLDL e consequentemente reduz a produção de LDLc. Inibe catabolismo do HDLc. Leva o LDLc a níveis normais quando associados a estatinas ou resinas. Efeito colateral mais comum: flush facial (sensação de queimação e rubor na face), que inviabiliza o seu uso em até 30% dos pacientes. Por se mediado por PG, pode-se tentar reduzir tal efeito com a administração de AS pouco antes da administração do acido nicotínico. Pode levar também a elevação de transaminases e quando associado a estatina aumenta o risco de rabidomiolise, lesão muscular e hepática. Pode causar alterações no metabolismo de carboidratos e hiperuricemia. Só deve ser utilizado quando o paciente não tolera de forma alguma a estatina. Se o paciente não consegue atingir metas com o uso da estatina somente porque não tolera altas dosagens da mesma, por exemplo, pode-se associá-lo a um inibidor da reabsorção intestinal de esterol. INIBIDOR DA ABSORÇÃO INTESTINAL DE ESTEROL: Ezetimiba. Vitorin e Zetsin já são associados a estatinas. Atingem níveis sanguíneos máximos em 12 dias. 80% excretados nas fezes. Aumenta níveis circulantes se associados com fibratos e diminuem se associados com colestiramina (enzima quelante de colesterol e outros ácidos biliares). Ezetimiba reduz a absorção do colesterol intestinal tanto colesterol exógeno- dietético, quanto o colesterol liberado através dos ácidos biliares. Não age, no entanto nem sobre captação periférica de LDLc e nem sobre produção hepática do mesmo. Por esse motivo, seu uso isolado não surte muito efeito. Mas seu efeito é bastante potencializado com o uso associado de estatina A sinvastatina 20mg + ezetimiba 10mg equivale a atorvastatina de 80mg. No entanto, a estatina é mais benéfica, pois em um estudo demonstrou-se sua ação na regressão da espessura da túnica média dos vasos, o que não se observou com a associação. Toxicidade hepática: aumenta com o GABRIELA CARVALHO ABREU 25 RESUMO FARMACOLOGIA uso associado de estatinas. Utilizá-lo quando não podem-se altas doses de estatinas e não está sendo possível atingir a meta. OMEGA 3: Não deve ser prescrito a não ser em situações em que o paciente esteja em risco de vida, como TG>1000 mesmo com o uso de fármacos hipolipemiantes. Ou seja, em situações em que não se tem mais recursos disponíveis. Apesar de reduzir LDLc, aumentar HDLc e reduzir TG, nenhum estudo comprovou redução do risco cardiovascular com seu uso. Além disso, ele inibe depressão pós-parto , mas aumenta em homens o risco de ter câncer de próstata. RESINAS DE LIGAÇÃO DE ÁCIDOS BILIARES: A principal indicação é no tratamento do prurido provocado pelo icterícia sequestro de ácidos biliares—menos Bb e menos efeitos da bilirrubinemia. Somente indicados em casos de aumento isolado do LDLc. Não são absorvidos. Se ligam aos ácidos biliares na luz intestinal e impedem a sua reabsorção. Aumenta a excreção de ácidos biliares em até 10x. Aumentam captação de LDLc e IDLc por suprarregulação do receptor. Reduz cerca de 20% dos níveis de LDLc. Pode ser usado em pacientes com prurido intenso por colestase ou na intoxicação digitálica (bloqueia a absorção e aumenta excreção). Efeitos colaterais: constipação, distensão abdominal, redução da absorção de vitamina K e outros. FIBRATOS: Fenofibrato tempo de meia vida de 20 horas, 60% de excreção renal e 25% pelas fezes. Ciprofibrato tempo de meia vida de 80 horas, concentração plasmática máxima em 1 hora e excreção inalterada pela urina ou associada ao ácido glicurônico. Sofre metabolismo hepático. Se ligam ao PPAR alfa, um receptor nuclear aumentando a produção e ativação da lípase lipoprotéica. Esse mecanismo aumenta a hidrolise do TG dos quilomicrons e dos VLDL, além disso reduz a síntese de VLDL e consequentemente de TG por aumento da beta oxidação de ácidos graxos no fígado. Aumenta a excreção biliar de colesterol hepático e reduz o fluxo de ácidos graxos para o fígado. Não podem ser utilizados em pacientes com IR e insuficiência hepática. Aumenta o risco de cálculo biliar, risco de miopatia aumentada com uso associado de estatinas. Não tratar pacientes com fibrato se estes tiverem alvo de LDLc atingido e tiverem TG< 400. DOENÇAS DA TIREÓIDE Na membrana basal tem o receptor de TSH. O TSH se liga e aumenta a formação e a atividade do hormônio tireoidiano. A bomba de troca NIS faz a incorporação celular do iodeto. A TPO (tireoperoxidase) é uma enzima muito importante que é um alvo comum de doenças auto-imunes (alta quantidade de ac anti TPO). GABRIELA CARVALHO ABREU 26 RESUMO FARMACOLOGIA Diferentemente da insulina o hormônio tireoidiano não pode ser estocado dentro da célula, porque ele tem livre passagem pela membrana lipídica. Uma vez que caia na circulação ele se liga a uma proteína ligadora de hormônio tireoidiano fazendo com que ele circule livremente sem se depositar muito próximo da tireóide, o que impediria que ele chegasse a lugares distantes. Isso confere também ao hormônio tireoidiano uma meia vida plasmática de 7 dias. As deiodinases convertem T4 (produzido em maiores quantidades) em T3 (produzido em menores quantidades), porém é o hormônio ativo. Isso ocorre no tecido periférico. Hipotireoidismo: Pode ser tratado com LEVO-TIROXINA. Com apenas 1 comprimido ao dia se tem a reposição hormonal adequada para o tratamento do paciente. É a reposição hormonal mais fisiológica que existe. Os resíduos de tiroxina têm que ser iodados para terem seu efeito. No Brasil a deficiência de iodo na alimentação foi corrigida com a adição do mesmo ao sal de cozinha. A Anvisa reduziu a quantidade de iodo no sal visto que o brasileiro consome muito sal e o iodo em excesso aumenta a incidência de doenças autoimunes na tireóide. Algumas medicações como a amiodarona têm elevadas quantidades de iodo, o que levará 20% dos pacientes a terem hipotireoidismo e 3% dos pacientes a terem hipertireoidismo. Hipotireoidismo Subclínico: alteração leve do TSH sem alteração significativa do T4 dúvida sobre a necessidade de tratamento ou não. Sonolência, redução da memória, ganho de peso leve, alteração da sensibilidade ao calor, aumento do LDLc são sintomas do hipotireoidismo, o que dificulta muito o seu diagnostico clínico diagnostico essencialmente laboratorial. Tireoidite Subaguda: Doença viral que leva ao aumento da liberação de hormôniotireoidiano, mas sem aumento da sua produção. Ocorre por rompimento dos folículos glandulares. Nesse caso, o tratamento é sintomático com propranolol. Alimentos e medicamentos, principalmente ferro e cálcio podem interferir na absorção do iodo. Não se deve administrar junto com esses alimentos e dar um intervalo de no mínimo 30 minutos. Não se vê beneficio maior na reposição hormonal mais fisiológica e complexa (80% de T4 e 20% T3) em relação à reposição mais simples, com somente T4. Agentes antitireoidianos: usados para tratar tireotoxicose: Reduzem a atividade da tireóide, bem como os efeitos de seus hormônios por meio da redução da produção hormonal, modificação da resposta tecidual e destruição da glândula. TIONAMIDAS: Utilizadas no tratamento da doença de Graves e no tratamento do bócio multinodular e uninodular tóxico. Tapazol e propiltiouracila Meia vida do tapazol maior do que da propiltiouracila (tapazol pode se administrado em dose única enquanto a propiltiouracila deve ser administrado a cada 6-8 horas). GABRIELA CARVALHO ABREU 27 RESUMO FARMACOLOGIA Geralmente se inicia o tratamento do hipertireoidismo com doses mais altas e vai se reduzindo a dose com o passar do tempo se difere das outras lógicas farmacológicas. Justifica-se usar uma dose alta para se manter uma alta concentração do fármaco quando a atividade glandular estiver alta. Tapazol: relaciona-se na gestação a aplasia cútis e de coanas, não devendo por esse motivo ser administrado no primeiro trimestre da gestação. Já a propiltiouracila é segura durante a gestação, mas há um risco aumentado de toxicidade hepática. Hoje em dia, recomenda-se que no primeiro trimestre de gestação se use a propiltipuracila e a partir do segundo trimestre se inicie o tapazol. Em estados emergenciais se usa a propiltiouracila inibe a conversão periférica do T4 em T3. Toxicidade: propiltiouracila (hepatite) e tapazol (icterícia colestásica). Agranulocitose efeito raro (acontece em 0,5 % dos casos), estado de maior predisposição a infecções bacterianas. Febre e dor de garganta com o início do fármaco ou com a retomada de seu uso. RADIOIODO: Emite radiação na glândula e a queima. Utilizado tanto no tratamento do hipertireoidismo (doses menores) quanto no tratamento do câncer de tireoide (doses maiores). Mais de metade dos pacientes com hipertieoidismo evoluem para o hipotireoidismo, em torno de 15% mantém o hipertireoidismo e cerca de 25% alcançam o estado de eutireoidismo. Tais pacientes que fazem tratamento com radioiodo devem ficam longe de gestantes e crianças menores de 6 anos de idade por uma semana. DIABETES Diabetes—síndrome clínica com etiologias múltiplas e que tem como característica principal a hiperglicemia. O diabetes pode ser devido a perda da capacidade de secreção de insulina, resistência insulínica, ou em alguns pacientes, associação de ambos. A hiperglicemia crônica leva a complicações: cegueira (retinopatia), nefropatia, insuficiência renal, neuropatias, e amputações. Fisiopatologia: DM tipo 1: Deficiência absoluta de insulina Destruição das células Beta pancreáticas na maiorias das vezes por processos auto-imunes (presença de auto-anticorpos). Sintomas: Polidipsia (muita sede), polifagia (fome excessiva), poliúria (grande volume de urina), acentuada perda de peso e cetoacidose diagnostico de diabetes. O paciente faz uso de insulina para o seu tratamento. DM tipo 2: Produz insulina mas de alguma maneira ela não pode ser utilizada. GABRIELA CARVALHO ABREU 28 RESUMO FARMACOLOGIA Passo 1 da hiperglicemia: Por algum motivo a secreção de insulina plena passa a ocorrer em um nível plasmático de glicose maior do que o normal, por exemplo entre 120 e 150. GLP1: Quando o alimento chega ao intestino ele é responsável por retardar o esvaziamento gástrico, o que aumenta a sensação de saciedade. Melhora a produção de insulina pelas células beta pancreáticas e reduz a síntese de glucagon pelas células alfa pancreática. Ou seja, com as duas últimas ações, pode-se dizer que ele é responsável por modular as células da ilhota pancreática. Obesidade, sedentarismo e má alimentação vão levando ao aumento da resistência insulínica e consequentemente a um aumento da produção de insulina para manter os níveis de glicose normais. O paciente pré-DM tipo 2 pode, portanto estar com níveis de glicose normais e hiperinsulinemia. Pré-diabetes glicemia de jejum alterada e tolerância reduzida à glicose. Há grandes chances de evoluir para diabetes. A resistência insulínica está relacionada com o receptor de insulina. Cérebro e retina não necessitam da insulina para captar glicose captam via GLUT 2. Para que o GLUT 4 seja expresso na membrana de células de órgãos como músculo esquelético é necessário que haja a ativação externa do receptor de insulina. A insulina se liga ao receptor de insulina, que é uma tirosino-quinase, que por sua vez se autofosforila e fosforila então uma série de outras proteínas intracelulares que permite que como resultado o GLUT 4 seja expresso na membrana da célula permitindo, a entrada da glicose. A resistência a insulina, pode ser porque: A célula tem receptores de insulina funcionantes, mas também defeituosos. A célula não produz receptores ou ainda há um problema na cascata de sinalização. FÁRMACOS PROPRIAMENTE DITOS: METFORMINA: BIGUANIDA A metformina não é um agente hipoglicemiante, pois não abaixa a glicemia em não diabéticos. Principal mecanismo de ação normoglicemiante: redução da produção hepática da glicose (90% dos efeitos). Redução gliconeogênese e da glicogenólise. No diabetes tipo 2 tem-se um aumento da liberação de glicose e glucagon no período de jejum, mas também no período pós-prandial. A metformina controla essa disfunção. Quando usada concomitantemente com insulina, aumenta-se a chance de hipoglicemia, mas quando tomada isoladamente o risco desse efeito é baixo. Tem uma grande eficácia: Reduz até 2 pontos percentuais na hemoglobina glicada e 30% da glicose em jejum. Efeito médio populacional sobre o peso: neutro ou perda. GABRIELA CARVALHO ABREU 29 RESUMO FARMACOLOGIA O importante é que ela não faz ganhar peso. O uso da metformina em pacientes não diabéticos que querem emagrecer é má prática. OBS: O paciente diabético magro com baixa resistência a insulina provavelmente não terá boa resposta com a metformina. Efeitos colaterais: Não deve ser usado se o paciente tiver algum tipo de insuficiência. Por conta dos efeitos GI, 15 a 30% dos pacientes não toleram o uso de metformina, ou em sua dose plena ou em dose alguma. A acidose lática é o maior efeito adverso, mas que não ocorre se forem respeitadas as indicações e modo de usar. Grávidas: chance de teratogenicidade baixa ou nula, mas faltam estudos No primeiro trimestre não se recomendar. Na diabetes gestacional (segundo e terceiro trimestre de gestação) foi observada eficácia clinica relevante, mas houve nos fetos provenientes dessas mães uma redução dos coxins subcutâneos. Diabetes gestacional: fisiologicamente se tem um aumento da resistência insulínica. Cerca de 7 a 15% das mulheres vão desenvolver diabetes gestacional, muito parecida com a DM tipo 2. Baixo custo, obtido de graça na farmácia popular. Droga de escolha para tratamento da diabetes nos indivíduos com sobrepeso. Aparentemente reduz eventos cardiovasculares em pacientes diabéticos a longo prazo (aumenta síntese de óxido nítrico via AMPK , reduz a produção de moléculas de adesão e apoptose endotelial e consequentemente leva a melhora da função vascular endotelial) e reduz a incidência de cânceres em geral. Inibe a lipólise tendo eficácia na modificação doperfil lípidico do paciente: reduz LDLc e TG. INIBIDORES DA DPP4: GLIPTINAS Diabéticos tipo 2 Baixa produção de incretinas ou as incretinas são largamente quebradas pela DPP4. Exemplos de incretinas: GLP1 e GIP Regulam a glicemia. A DPP4 inativa essas incretinas. As incretinas reduzem a produção de glicose pelo fígado, aumentam a saciedade por meio do retardamento do esvaziamento gástrico. Inibição da DPP4 resulta em altos níveis de incretinas: maior produção de insulina e menor produção de glucagon. Reduzem a hemoglobina glicada em até 80% dos pacientes. Em 20% dos pacientes não tem efeito. A média percentual de redução da hemoglobina glicada é de 1. Não geram nem perda de peso nem ganho; não estão associadas com hipoglicemia quando usadas isoladamente. Tratamento oneroso. GLP1 exógeno: os análogos de GLP1 aumentaram a proliferação de células beta e inibiram a sua apoptose in vitro. Em estudo em ratos, no entanto, houve um aumento do aparecimento de câncer medular de tireóide (ratos expressam receptores para GLP1 na tireóide, o humano não). Mas existem relatos de aumento da incidência de câncer no pâncreas tanto com análogos de GLP1 quanto com inibidores da DPP4 em humanos. GABRIELA CARVALHO ABREU 30 RESUMO FARMACOLOGIA O receptor de GLP1 é muito susceptível a taquifilaxia. Ás vezes é difícil saber se o paciente está criando tolerância ao fármaco ou se esta havendo um agravamento da doença. ANÁLOGOS DO GLP1: Aumento da saciedade por 2 formas: redução da velocidade de esvaziamento gástrico e ação direta no centro da saciedade. Mudança estrutural do GLP1 aumentando o tempo de meia vida e a resistência a degradação pela DPP4. Não tem efeito hipoglicemiante. É a única medicação que induz a perda de peso fundamental que o paciente diabético perca peso. Uso injetável. SULFONILUREIAS: GLIBENCLAMIDA, GLIMEPIRIDA Estimulam a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, mas não agem na sua produção. Fazem isso por meio do bloqueio dos canais de K+ Despolarização das células beta ativação canais de Ca2+ estimula a secreção insulínica. Inibem a insulinase hepática: desacelera a destruição da insulina. Aumento do número e ou sensibilidade dos receptores de insulina. Redução da gliconeogênese hepática. Grande taquifilaxia: liberação maior do que a produção hepática de insulina, o que exaure as células beta pancreáticas. Sulfonilureias aumentam desfechos cardiovasculares em relação à metformina. Clorpropramida: Única medicação que pode tratar diabetes insipidus e diabetes mellitus. Geram hipoglicemia (cuidado dobrado\ com idosos): aumento da secreção de insulina independente da glicose, diferentemente dos análogos de GLP1 e inibidores da DPP4. As sulfonilureias de primeira geração são as que mais causam esse efeito. Redução de 1,5% glicohemoglobina. Custo igual ao da metformina. Leva ao ganho de peso. GLINIDAS: Estimulam o pâncreas a secretar insulina. Mesmo mecanismo de ação das sulfonilureias. A diferença entre eles é o receptor diferente e mais curta duração (menor risco de hipoglicemia). Tomado sempre depois das refeições. Ganho de peso discreto (menor que o das sulfoniluréias). Efeito neutro sobre o risco cardiovascular. Capacidade de redução da glicohemoglobina: 0,5 a 1,0%. Por não ter sulfa (presença de enxofre) pode ser usado em pacientes com alergia as sulfonilureias. Pode gerar hipoglicemia. GLITAZONAS: Foi retirada do mercado por causar necrose hepática. GABRIELA CARVALHO ABREU 31 RESUMO FARMACOLOGIA Agonistas PPAR gama (receptor expresso nos adipócitos e secundariamente nos tecidos musculares). Aumenta a expressão do GLUT 4, aumentando a sensibilidade a insulina primariamente. Provavelmente devido a maior secreção de adiponectina, aumenta a captação de glicose nos tecidos periféricos. Causa aumento da deposição de gordura subcutânea e redução de gordura visceral: leva ao aumento de peso. Controvérsia em relação a eventos cardiovasculares: A incidência de IC descompensada é de 8% nos pacientes que fazem uso dessa medicação. O PPAR gama é um receptor nuclear com expressão em vários tecidos. GLIFOZINAS: Bloqueia SGLT2 – Inibe que a glicose seja reabsorvida nos rins, levando a uma glicosúria. Inibe também a reabsorção de sódio, sendo também benéfico para o tratamento da HAS. Pode ser utilizada no tratamento do DM tipo 1 e tipo 2. Perda de peso significativa por causa da glicosúria (inicialmente, pois depois, essa perda de peso é sustentada). Não causa hipoglicemia, mas pode causar hipotensão (pouco significante a não ser que o paciente faça uso de diuréticos de alça). Pode gerar infecção urinária bacteriana e fúngica (por aumento da glicose na região vaginal). Os inibidores não seletivos de SGLT estão no intestino e ao serem bloqueados reduzem a absorção de glicose, gerando diarréia osmótica. INIBIDORES DA ALFA GLICOSIDASE: Inibidor competitivo reversível da amilase pancreática e da alfa glicosidase. Reduz a disponibilidade de glicose para o organismo. Ingerido sempre antes das refeições. Usado muito associado com as sulfoniluréias, potencializando a ação dessa última, além de reduzir o ganho de peso causado por elas. Muito utilizado em países asiáticos. Não provoca hipoglicemia e estudos revelam redução do risco cardiovascular. Carboidrato não é absorvido e sofre fermentação, podendo gerar flatulência, meteorismo. Não gera redução de peso porque a inibição das enzimas é somente parcial. AMILINOMIMÉTICOS: A amilina é secretada junto com a insulina e ajuda a insulina a regular a glicemia pós-prandial. A injeção subcutânea antes das refeições: reduz o tempo de esvaziamento gástrico por aumento da atividade vagal, além disso, reduz a secreção de glucagon e agem centralmente aumentando a saciedade. Não pode ser administrada na mesma seringa que a insulina, mas deve ser com ela associada. GABRIELA CARVALHO ABREU 32 RESUMO FARMACOLOGIA BROMOCRIPTINA: Agonista do receptor de dopamina D2. Coloca o organismo em um estado insulino-sensível (aumento da tolerância a glicose, aumento da sensibilidade insulínica, redução de ácidos graxos e TG), redução de risco cardiovascular. Não deve ser usada em mulheres que estejam amamentando. ACARBOSE: Inibe a enzima da borda em escova do intestino, reduzindo a absorção intestinal de amido e dissacarídeos. Podem gerar também meteorismo e flatulência. Ganho de peso: sulfonilureias (+++) > glinidas > glitazonas Perda de peso: real: análogos de GLP1, metformina, talvez: glifozina. TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 1: INSULINA HUMANA: De ação rápida: REGULAR Início de ação ao redor de 30 minutos, pico de ação de 2 a 4 horas e tempo de ação variando de 4 a 6 horas. Seu uso geralmente é associado à insulina NPH. Tem aspecto incolor, não necessitando que misture. É o tipo usado também em situações de emergência, como crises de cetoacidose, coma ou cirurgias. Insulina de ação intermediária: NPH Com início de ação entre 1 e 2 horas, pico de 4 a 10 horas e nadir entre 14 e 20 horas, o que faz com que nos esquemas de múltiplas doses diárias, utilizados no controle estrito da glicemia, esse tipo de insulina possa ser usado entre 2 e 4 vezes por dia. Sua aparência é leitosa, necessitando que se misture (lentamente) antes de ser aplicada. Insulina de ação ultra-rápida: Lispro e aspart Costumam ser combinadas a outras insulinas de ação lenta, ampliando assim seu espectro de ação no controle rotineiro do diabetes. São indicadas para a cobertura das refeições.
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