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Respostas Celulares ao estresse e aos estímulos tóxicos: adaptação, lesão e 
morte 
Patologia geral: centrada nas reações das células e tecidos aos estímulos 
anormais e defeitos herdados, aos quais são as principais causas das doenças. 
Patologia sistêmica: examina as alterações em tecidos e órgãos especializados 
que são responsáveis por distúrbios que envolvem estes órgãos. 
Patogenia: refere-se à seqüência de eventos na resposta das células ou tecidos 
ao agente etiológico, desde o estímulo inicial è expressão final da doença. 
 A célula normal apresenta uma faixa de variações muito estreita devido a 
seu metabolismo, diferenciação e especialização, por limitações de células 
vizinhas e disponibilidade de substratos. Ela mantém um estado de homeostasia. 
As adaptações são respostas reversíveis capazes de manter a estrutura e função, 
permitindo que a célula sobreviva. A resposta adaptativa pode consistir em uma 
hipertrofia celular (aumento no tamanho), uma hiperplasia (aumento no número de 
células), atrofia (diminuição do tamanho e atividade celular) ou metaplasia 
(mudança no fenótipo celular). Quando o estresse é eliminado, a célula pode voltar 
a seu estado normal. 
 Se os limites das adaptações forem excedidos, ocorre uma seqüência de 
eventos, a lesão celular. Essa lesão é reversível até certo ponto, mas se o estímulo 
persistir, a célula sofre lesão irreversível e morte celular. A morte celular é um dos 
eventos mais cruciais na evolução da doença, é resultante de várias causas, como 
isquemia, infecção e toxinas. Mas também constitui um processo normal na 
embriogênese, no desenvolvimento de órgãos e manutenção da homeostasia. 
Existem duas vias de morte celular: a necrose e a apoptose. A privação de 
nutrientes induz a autofagia, que pode culminar em morte celular. 
 As desordens metabólicas nas células e lesão crônica subletal podem estar 
associadas com acúmulos intracelulares de substâncias como lipídios, proteínas e 
carboidratos. O cálcio é depositado em locais de morte celular, resultando em 
calcificação patológica. 
 Adaptações – alterações reversíveis 
 Hipertrofia: aumento no tamanho das células que resulta em aumento no 
tamanho do órgão. A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica e é causada por 
aumento da demanda funcional ou por estimulação de hormônios e fatores de 
crescimento. O estímulo mais comum para a hipertrofia do músculo é o aumento 
da carga de trabalho. 
 Músculos de fisiculturistas e músculo cardíaco hipertrofiado resultam do 
aumento da demanda. 
 Crescimento do útero durante a gravidez resulta da indução por hormônio. 
 Mecanismos de hipertrofia: hipertrofia é o resultado do aumento de 
produção das proteínas celulares. Questão 1 do blog – hipertrofia do coração. 
 Hiperplasia: aumento do número de células em um órgão ou tecido, 
resultando em um aumento da massa de um órgão ou tecido. Ocorre se uma 
população celular é capaz de se dividir, aumentando o número de células, pode ser 
fisiológica ou patológica. 
 Hiperplasia fisiológica: 
 - hiperplasia hormonal: aumenta a capacidade funcional de um tecido 
quando necessário. Exemplo é a proliferação do epitélio glandular da mama 
feminina na puberdade e na gravidez. 
 - hiperplasia compensatória: aumenta a massa de tecido após lesão ou 
ressecção parcial. Exemplo: fígado. 
 Hiperplasia patológica: causada por excessos de hormônios ou fatores de 
crescimento atuando em células alvo. Exemplo: hiperplasia endometrial e 
hiperplasia protática benigna. 
 A hiperplasia é diferente do câncer, porém a hiperplasia patológica é um solo 
fértil no qual a proliferação cancerosa pode surgir. 
 Mecanismos de hiperplasia: é resultado da proliferação de células 
maduras induzida por fatores de crescimento e pelo surgimento elevado de novas 
células a partir de células-tronco teciduais. 
 
 Atrofia: redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da 
diminuição do tamanho e do número de células. 
 Atrofia fisiológica: comum no desenvolvimento normal, estruturas 
embrionárias como notocorda sofrem atrofia fisiológica. Diminuição do útero após o 
parto. 
 Atrofia patológica: depende da causa básica e pode ser local ou 
generalizada. Causas comuns de atrofia: redução da carga de trabalho, perda da 
inervação, diminuição do suprimento sanguíneo, nutrição inadequada, perda de 
estimulação endócrina e pressão. 
 No início do processo atrófico, as células têm sua função diminuída, mas 
não estão mortas. 
 Mecanismos da atrofia: resulta da diminuição da síntese proteica e do 
aumento da degradação de proteínas nas células. Em muitas situações, a atrofia é 
acompanhada pela autofagia, processo pelo qual a célula morre por estar privada 
de nutrientes e digerindo seus próprios componentes. 
 Metaplasia: alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado é 
substituído por outro tipo celular. Representa uma subtituição adaptativa de células 
sensíveis ao estresse por tipos capazes de suportar o ambiente hostil. 
 Exemplo: metaplasia epitelial colunar para escamosa no trato respiratório em 
resposta à irritação crônica, uso de cigarros. 
 As influências que predispõem à metaplasia, se persistirem, podem iniciar a 
tranformação maligna no epitélio metaplásico. 
 Metaplasia do tipo escamoso para o colunar ocorre no esôfago de Barret. 
Metaplasia do tecido conjuntivo é a formação de cartilagem, osso ou tecido 
adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Exemplo: 
formação de osso no músculo – miosite ossificante. 
 Mecanismos de metaplasia: resultado de uma reprogramação de células-
tronco que sabidamente existem em tecidos normais ou de células mesenquimais 
indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. 
 Lesão celular e morte celular 
 A lesão celular pode progredir de um estágio reversível para morte celular. 
 Lesão celular reversível: ocorre devido à redução da fosforilação oxidativa, 
depleção no armazenamento de ATP e tumefação celular. 
 Morte celular: com persistência do dano, a célula pode não se recuperar e 
morre. Existem dois tipos de morte celular: necrose e apoptose. 
 - necrose: o dano às membranas é acentuado, as enzimas lisossômicas 
extravasam para o citoplasma e digerem a célula, o conteúdo celular escapa. 
 - apoptose: o DNA ou as proteínas celulares são lesados de modo 
irreparável e a célula se suicida. Ocorre dissolução nuclear, fragmentação da 
célula sem a perda da integridade da membrana e rápida remoção dos restos. 
 Causas de lesão 
 - privação de oxigênio: hipóxia é causada por redução do fluxo sanguíneo, 
oxigenação inadequada do sangue devido insuficiência cardiorrespiratória. As 
células podem se adaptar, sofrer lesão ou morrer. 
 - agentes físicos: traumatismos mecânicos, estremos de temperatura, 
alterações de pressão, radiação e choque elétrico. 
 - agentes químicos e drogas 
 - agentes infecciosos 
 - reações imunológicas: doenças autoimunes 
 - defeitos genéticos 
 - desequilíbrios nutricionais 
 Alterações morfológicas na lesão 
 A sequência de alterações morfológicas de lesão que progridem até morte 
celular: a lesão reversível é caracterizada por tumefação generalizada da célula e 
suas organelas, formação de bolhas na membrana plasmática, destacamento dos 
ribossomos do RE e aglomeração da cromatina nuclear. Ocorre decréscimo do 
ATP, perda da integridade da membrana, defeitos na síntese de proteínas, danos 
ao citoesqueleto e danos ao DNA. 
 Lesão celular reversível: duas características: tumefação celular e de 
degeneração gordurosa. 
 - tumefação celular: as células se tornem incapazes de manter a 
homeostasia iônica e líquida, falha a bomba de íons dependente de energia na 
membrana plasmática. 
 - degeneração gordurosa: ocorre na lesão hipóxica e em lesões metabólica 
ou tóxica, surgem vacúolos lipídicos grandes no citoplasma. 
 Necrose 
 É a desnaturação de proteínas intracelulares e da digestão
enzimática das 
células lesadas letalmente. Essas células necróticas são incapazes de manter a 
integridade da membrana e seus conteúdos sempre extravasam e iniciam a 
inflamação do tecido. 
 Necrose de coagulação: a arquitetura básica dos tecidos mortos é 
preservada,por pelo menos alguns dias. Os tecidos apresentam textura firme. 
Conhecida como infarto. 
 Necrose liquefativa: digestão das células mortas, resultando na 
transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. Ocorre formação de pus. 
 Necrose gangrenosa: aplicada a um membro que tenha perdido seu 
suprimento sanguíneo e que sofreu necrose. 
 Necrose caseosa: encontrada em infecções tuberculosas, de aparência 
friável esbranquiçada, da área da necrose. Inflamação conhecida como granuloma. 
 Necrose gordurosa: áreas focais de destruição de gordura decorrente de 
liberação de lipases pancreáticas ativadas na substância do pâncreas e na 
cavidade peritoneal. 
 Necrose fibrinoide: observada nas reações imunes que envolvem os vasos 
sanguíneos. Complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes 
das artérias. 
 Mecanismos de lesão celular: 
 - depleção de ATP 
 - danos mitocondriais 
 - influxo de cálcio e perda da homeostasia de cálcio NECROSE 
 - acúmulo de radicais livres derivados do oxigênio 
 - defeitos na permeabilidade da membrana 
 - danos ao DNA e às proteínas APOPTOSE 
 Correlações clínico-patológicas: 
 Lesão isquêmica e hipóxica 
 Hipoxia é a redução do oxigênio disponível. Na isquemia, o suprimento de 
oxigênio e de nutrientes é diminuído como consequência de obstrução mecânica 
no sistema arterial ou por redução da drenagem venosa. A isquemia tende a 
causar lesão celular e tecidual mais rápida e intensa que a hipóxia na ausência de 
isquemia. 
 Lesão de isquemia-reperfusão 
 Quando o fluxo é restaurado para as células que estavam isquêmicas, mas 
não mortas, a lesão é exacerbada e prossegue em ritmo acelerado. Os tecidos 
reperfundidos continuam a perder células, além daquelas que foram lesadas 
irreversivelmente no fim da isquemia. 
 Lesão química (tóxica) 
 Ocorre principalmente no fígado, que é alvo frequente de toxicidade. 
 Apoptose 
 É uma via de morte celular induzida por um programa de suicídio 
estritamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que 
degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Elas se 
quebram em fragmentos, chamados corpos apoptóticos, que contêm porções de 
citoplasma e núcleo. As membranas plasmáticas das células apoptóticas e seus 
corpos apoptóticos permanecem intactos, mas sua estrutura é alterada e tornam-
se alvos de fagócitos. Elas são rapidamente devoradas, antes que seus conteúdos 
extravasem. 
 Causas da apoptose 
 Ocorre normalmente durante o desenvolvimento e por toda a vida, é 
destinada a eliminar células envelhecidas ou perigosas e indesejáveis. É um 
evento patológico quando células doentes são lesadas de modo irreparável e são 
eliminadas. 
 Situações fisiológicas: para eliminar as células que não são mais 
necessárias e para manter, nos tecidos, um número constante de várias 
populações celulares. 
 - destruição programada de células durante embriogênese 
 - involução de tecidos hormônios-dependentes sob privação de hormônio 
(célula endometrial se desprende durante ciclo menstrual) 
 - perda celular em populações celulares proliferativas (linfócitos imaturos na 
medula óssea e no timo que não expressam os receptores antigênicos utilizáveis) 
 - eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos (impedir 
reações autoimunes) 
 - morte de células que já tenham cumprido seu papel (neutrófilos na resposta 
inflamatória aguda e linfócitos ao término da resposta imune) 
 Situações patológicas: eliminar células que foram lesadas de modo 
irreparável, sem produzir reação ao hospedeiro, limitando lesão tecidual paralela. 
 - lesão do DNA 
 - acúmulo de proteínas anormalmente dobradas 
 - morte celular em certas infecções 
 - atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto 
 Autofagia 
 A célula digere seu próprio conteúdo. Mecanismo de sobreviência em 
período de privação de nutrientes e a célula sobrevive canibalizando a si mesma e 
reciclando os conteúdos digeridos. Formam-se vacúlos autofágicos que se fundem 
aos lisossomas gerando um autofagolisossoma. A autofagia é regulada por “genes 
autofágicos” em organismos unicelulares e células mamíferas. 
 Acúmulos intracelulares 
 As substâncias armazenadas enquadram-se em duas categorias: 
constituinte celular normal (água, lipídios, proteínas e carboidratos) e substância 
anormal (exógena – mineral ou agentes infecciosos – ou endógena – síntese ou 
metabolismo anormal). Elas podem se acumular de modo transitório ou 
permanente e podem ser inofensivas ou tóxicas. Podem se localizar no citoplasma 
ou no núcleo. 
 A maioria dos acúmulos é atribuída a quatro tipos de anormalidades: 
 - uma substância normal endógena é produzida em excesso e a taxa de 
metabolismo não é suficiente para removê-la. 
 - uma substância endógena anormal (gene mutado) se acumula devido a 
defeitos no dobramento e transporte da proteína e uma inabilidade de degradar 
eficientemente uma proteína anormal. 
 - uma substância endógena normal acumula-se devido a defeitos herdados 
em enzimas que são necessárias para o metabolismo de substâncias. 
 - uma substância exógena anormal é depositada e se acumula porque a 
célula não possui maquinaria enzimática para degradar a substância e nem para 
transportá-la. 
 Lipídios 
 Esteatose (degeneração gordurosa): acúmulos de triglicerídeos dentro das 
células parenquimatosas. Frequentemente vista no fígado porque ele é o 
responsável pelo metabolismo lipídico, mas também ocorre no coração, rins e 
músculo. 
 Causas de esteatose: toxinas, desnutrição proteica, diabetes melito, 
obesidade e anoxia. Em alguns países, as causas mais comuns são o abuso de 
álcool e doença hepática gordurosa não alcoolica, que está associada à obesidade 
e diabetes. 
 O acúmulo de triglicerídeos dentro do fígado pode resultar de entrada 
excessiva ou de defeitos de metabolismo e exportação dos lipídios. 
 Colesterol e ésteres de colesterol: 
 - aterosclerose: acúmulo de colesterol dentro da luz vascular. Células 
exibem aparência espumosas e podem se romper, liberando lipídios no espaço 
extracelular. 
 - xantomas: acúmulo intracelular de colesterol dentro dos macrófagos. 
Aglomerados de células espumosas são encontrados no tecido conjuntivo 
subepitelial da pele e tendões. 
 - colesterolose: acúmulos focais de macrófagos cheio de colesterol na 
vesícula biliar. 
 - doença de Niemann-Pick tipo C: depósito lisossômico é causado por 
mutações que afetam a enzima envolvida no transporte do colesterol. 
 Proteínas 
 Aparecem como gotículas eosinofílicas arredondadas, vacúolos ou 
agregados no citoplasma. 
 - amiloidose: proteínas anormais se depositam nos espaços extracelulares. 
 - gotículas citoplasmáticas: nos túbulos renais proximais, observadas em 
doenças renais com perda de proteína na urina. 
 - transporte intracelular e secreção defeituosos de proteínas 
fundamentais 
 - acúmulo de proteínas do citoesqueleto 
 - agregação de proteínas anormais 
 Degeração hialina 
 Alteração dentro das células ou no espaço extracelular que dá uma cor 
rósea, vítrea e homogênea. 
 Glicogênio 
 Encontrados em pacientes com anormalidades no metabolismo da glicose. 
As massas de glicogênio aparecem como vacúolos claros dentro do citoplasma. O 
diabetes melito é o maior exemplo de distúrbio no metabolismo de glicose. 
 Pigmentos 
 Pigmentos exógenos: mais comum é o carbono. Quando inalado, é 
assimilado pelos macrófagos dentro dos alvéolos e transportado para os 
linfonodos. O acúmulo de carbono escurece os pulmões (antracose) e os 
linfonodos
envolvidos. A tatuagem é outro exemplo, os pigmentos são fagocitados 
pelos macrófagos. 
 Pigmentos endógenos: 
 - lipofuccina: sinal de alarme de lesão por radicais livres e peroxidação 
lipídica. Ocorre em células que estão sofrendo alterações regressivas lentas e é 
proeminente no fígado e no coração de pacientes que estão envelhecendo ou com 
desnutrição grave . 
 - melanina: pigmentação depositada na pele, tecido conjuntivo e cartilagens. 
 - hemossiderina: forma de armazenamento de ferro. Quando há excesso 
local ou sistêmico de ferro, a ferritina forma grânulos de hemossiderina. Quando há 
sobrecarga sistêmica de ferro, chama-se hemossiderose. Causas de 
hemossiderose: absorção aumentada de ferro alimentar, anemias hemolíticas que 
liberam quantidades anormais de ferro dos eritrócitos, transfusões repetidas. 
 Calcificação patológica 
 É a deposição tecidual anormal de sais de cálcio, com quantidades menores 
de ferro. Megnésio e outro minerais. 
 Calcificação distrófica 
 O depósito ocorre localmente em tecidos que estão morrendo, ocorre a 
despeito dos níveis séricos normais de cálcio e na ausência de perturbações no 
metabolismo de cálcio. 
 É encontrada em áreas de necrose, sejam estas do tipo coagulativa, 
caseosa ou liquefativa, e em focos de necrose enzimática da gordura. Quase 
sempre está presente nos ateromas de aterosclerose avançada. Desenvolve-se 
nas valvas cardíacas envelhecidas ou danificadas 
 Patogenia: a via comum é a formação de mineral fosfato de cálcio cristalino 
na forma de uma apatita. Nas células, o cálcio está concentrado em vesículas 
ligadas à membrana por um processo que é iniciado pela lesão na membrana e 
possui várias etapas: o íon cálcio liga-se aos fosfolipídios presentes na membrana 
da vesícula, fosfatases associadas à membrana geram grupos de fosfato , que se 
ligam ao cálcio; o ciclo de ligação do cálcio e fosfato é repetido, elevando as 
concentrações locais e produzindo um depósito perto da membrana e ocorre uma 
alteração estrutural no arranjo dos grupos de cálcio e fosfato, gerando um 
microcristal que pode propagar-se e çevar a mais depósito de cálcio. 
 Calcificação metatástica 
 É o depósito de sais de cálcio em tecidos normais e quase sempre resulta de 
hipercalcemia secundária a algum distúrbio do metabolismo do cálcio. 
 Pode ocorrer em tecidos normais sempre que há hipercalcemia. Há quatro 
causas principais para hipercalcemia: 
 - aumento na secreção de paratormonio com subsequante reabsorção 
óssea; 
 - destruição do tecido ósseo; 
 - distúrbios relacionados à vitamina D; 
 - insuficiência renal. 
 Pode ocorrer amplamente no corpo, mas afeta principalmente tecidos 
intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmõs, artérias sistêmicas e veias 
pulmonares. 
 Envelhecimento celular 
 É o resultado do declínio progressivo da função e viabilidade celulares 
causado por anomalias genéticas e acúmulo de danos moleculares e celulares 
devido aos efeitos da exposição a influências exógenas. É um processo regulado 
que é influênciado por um número limitado de genes, e que anomalias são a base 
de síndromes que lembram o envelhecimento prematuro também em humanos. 
 Alterações que contribuem para o envelhecimento: 
- diminuição da replicação celular: a maioria das células apresenta 
capacidade limitada de replicação. Após um número fixo de divisões, todas 
as células somáticas se tornam estagnadas em um estado terminal de não 
divisão, conhecido como senescência. 
- acúmulo de lesões genéticas e metabólicas: a duração da vida celular é 
determinada pelo equilíbrio entre lesão resultante de eventos metabólicos 
que ocorrem dentro da célula e as respostas moleculares neutralizantes que 
podem reparar a lesão. Um grupo de produtos tóxicos do metabolismo 
normal são as espécies reativas de oxigênio. 
 Telômeros são sequências repetidas curtas de DNA presentes nas 
extremidades lineares dos cromossomos, importantes para garantir a replicação 
completa das extremidades cromossômicas e para proteger as pontas dos 
cromossomos de fusão e degradação. Quando as células somáticas se dividem, 
seus telômeros tornam-se mais curtos e elas saem do ciclo celular, resultando em 
inabilidade de gerar novas células para substituir as células lesadas. Então, o 
acúmulo de células senescentes e a depleção de células-tronco via senescência 
contribuem para o envelhecimento. 
 As células germinativas e as células-tronco contêm a a telomerase ativa, 
mas somente as células germinativas possuem níveis suficientes da enzima para 
estabilizar o comprimento do telômero completamente. Nas células somáticas 
normais não há atividade da telomerase e os telômeros se encurtam 
progressivamente com as divisões celulares sucessivas, até que ocorra uma 
parada de crescimento ou senescência. A ativação da telomerase nas células 
cancerosas age contra o encurtamento do telômero que limita a capacidade 
proliferativa das células somáticas normais. 
 Muitas respostas protetoras equilibram as lesões progressivas nas células e 
uma resposta importante é o reconhecimento e reparo do DNA lesado. A maioria 
das lesões de DNA são reparadas pro enzimas endógenas de reparo de DNA, 
porém algumas persistem e se acumulam à medida que a célula envelhece. 
Pacientes com síndrome de Werner exibem envelhecimento precoce e o produto 
do gene defeituoso é um DNA helicase, que causa rápido acúmulo de lesões 
cromossômicas que mimetizam a lesão que normalmente se acumula durante o 
envelhecimento celular. O equilíbrio entre a lesão metabólica cumulativa e a 
resposta à lesão determina a taxa na qual envelhecemos. O que indica que o 
envelhecimento pode ser retardado pelo decréscimo de acúmulo de lesões ou pelo 
aumento de respostas às lesões. 
 A restrição calórica têm se mostrado com o modo mais efetivo de prolongar o 
tempo de vida. O efeito da restrição calórica na longevidade parece ser mediado 
por uma famílias de proteínas denominadas sirtuínas, que possuem uma atividade 
diacetilase de histona e acredita-se que promovam a expressão de vários genes 
cujos produtos aumentam a longevidade. Esses produtos incluem proteínas que 
aumentam a atividade metabólica, reduzem a apoptose, estimulam o dobramento 
de proteínas e inibem efeitos nocivos dos radicais livres de oxigênio. 
Reações Sistêmicas da Inflamação 
A inflamação, mesmo quando localizada, é associada a reações sistêmicas 
induzidas por citocinas que, em conjunto, são chamadas de resposta de fase 
aguda. 
Alterações clínicas e patológicas: 
a) febre; 
b) proteínas de fase aguda; 
c) leucocitose; 
d) outras manifestações; 
e) sepse. 
As inflamações podem ser locais, protetivas e patológicas sistêmicas. - TNF (fator 
de necrose tumoral), IL-1, IL-6 (interleucinas atuam no cérebro e no fígado). 
Inflamação: apesar de parecer uma reação nociva, trata-se de uma resposta 
protetora essencial à sobrevivência. 
Bastões: formas granulocíticas quase maduras. Entende-se que a medula óssea 
está fazendo um esforço de produzir células de defesa. 
A inflamalção é uma reação complexa a vários agentes nocivos. Consiste em 
respostas VASCULARES, MIGRAÇÃO E ATIVAÇÃO DE LEUCÓCITOS e 
REAÇÕES SISTÊMICAS. 
A principal característica dos processos inflamatórios é a reação dos vasos 
sanguíneos, que leva ao acúmulo de fluidos e leucócitos aos tecidos 
vascularizados. Ou seja, a reação inflamatória só apresenta suas características 
básicas por causa da reação dos vasos. 
Sinais da inflamação: 

CALOR, DOR, RUBOR, TUMOR E PERDA DE FUNÇÃO. 
Sinais de inflamação em fase aguda: 
 ➔ 4 sinais cardeais ou locais (Celsus): 
– Calor: Perceptível nas superfícies corporais. Decorre da hiperemia e do aumento 
do metabolismo local. 
– Rubor: Hiperemia /Reflexo axônico/ vermelhidão – sangue correndo em maior 
quantidade e mais lentamente (estase) devido a dilatação do vaso. 
–
"Tumor”/ Inchaço: Decorre do aumento da permeabilidade vascular (edema). 
Pode determinar aumento do volume hídrico local em até 5 ou 7 vezes. 
– Dor: Causada pela irritação química nas terminações nervosas e pela 
compressão mecânica (edema). Feixes nervosos irritados por agentes químicos. 
➔ Um último item foi adicionado por Virchow: Perda da função . 
Febre é um reflexo sistêmico do 
processo inflamatório. Liberação de 
pirógenos endógenos (TNF e 
interleucina) que estimulam a 
síntese de prostaglandinas no 
hipotálamo que, por sua vez, libera 
neurotransmissores simpáticos que 
provocam a vasoconstrição e 
consequentemente retenção de 
calor. 
OBJETIVOS DA INFLAMAÇÃO: 
➔ Dominar, minimizar, enclausurar, neutralizar, destruir e eliminar a causa da 
agressão 
➔ Induzir a reparação

o Reposição de células e tecidos mortos por células sadias, sejam elas as 
mesmas células, ou células diferentes 
✓ Processos inflamatórios costumam ser benéficos ao organismo O reparo 
começa nas fases iniciais, mas só é finalizado depois que a influência nociva foi 
neutralizada. 
✓ Deixa de ser benéfico quando pode interferir seriamente na função do órgão 
acometido, podendo até mesmo levar a uma condição mais ameaçadora que a 
agressão inicial que o determinou. Nesses casos, pode ocorrer a perda do controle 
homeostático na resposta, assumindo a inflamação um papel destrutivo, não 
desejado, ao organismo. Casos em que não é benéfica: 
– Cirrose hepática 
– Glomerulonefrites auto-imunes 
– Artrites reumatóides 
– Choque anafilático (hipersensibilidade à penicilina, picadas de insetos). 
– O reparo pela fibrose pode causar cicatrizes deformadoras ou faixas fibrosas que 
causam 
obstrução intestinal ou limitam a mobilidade das articulações. 
CAUSAS QUE GERAM INFLAMAÇÃO: 
➔ Tudo que possa agredir o organismo pode ser considerado como eventual 
agente etiológico da inflamação. 
Existem causas do tipo: 
➔ Endógenas: derivadas de degenerações ou necroses teciduais e as derivadas 
de alterações na resposta imunológica. 
➔ Exógenas:

o Agentes Físicos: Calor e frio; eletricidade; radiações; sons e ultra-sons; 
magnetismo; gravidade; traumas mecânicos e atritos; 
o Agentes Químicos:

– Inorgânicos: Cáusticos, metais pesados, ácidos e álcalis fortes, etc..

– Orgânicos: Exo e endotoxinas bacterianas, micotoxinas, venenos vegetais e 
animais. 
o Agentes Biológicos:

– Infecciosos: Vírus, bactérias, micoplasmas, fungos e protozoários. – Parasitários: 
Helmintos e artrópodes 
Inflamação aguda e crônica 
 A inflamação é a habilidade do organismo de ficar livre dos tecidos 
danificados ou necróticos e invasores estranhos, tais como os microorganismos. 
Esta é uma resposta fundamentalmente protetora, destinada a livrar os organismos 
tanto da causa inicial da injúria celular quanto das consequências dessa injúria. 
 A inflamação é uma reação complexa em tecidos que consiste 
principalmente nas respostas dos vasos sanguíneos e leucócitos. As proteínas de 
defesa do organismo são as proteínas plasmáticas e os leucócitos circulantes, 
assim como fagócitos teciduais que são derivados das células circulantes. 
 As reações vasculares e celulares da inflamação são disparadas por fatores 
solúveis que são produzidos por várias células ou derivadas de proteínas do 
plasma e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios. 
Microorganismo, células necróticas e mesmo a hipoxia podem disparar a produção 
de mediadores inflamatórios e então provocar a inflamação. Tais mediadores 
iniciam e amplificam a resposta inflamatória e determinam seu padrão, severidade 
e manifestações clínicas e patológicas. 
 A inflamação pode ser aguda ou crônica, dependendo da natureza do 
estímulo e da efetividade da reação inicial em eliminar o estímulo ou os tecidos 
danificados. 
 - inflamação aguda: é rápida no início (minutos) e de curta duração, 
persistindo por horas ou poucos dias. Características: exsudação do fluído e 
proteínas do plasma (edema) e a migração de leucócitos (neutrófilos). Quando a 
inflamação agura é bem sucedida na eliminação dos agentes invasores, a reação 
reduz, mas se for mal sucedida, ela pode progredir para a fase crônica. 
 - inflamação crônica: pode ser incidência da fase aguda ou ser insidiosa no 
início. Ela é de longa duração e está associada à presença dos linfócitos e 
macrófagos, proliferação dos vasos sanguíneos, fibrose e destruição tecidual. 
 A inflamação termina quando a agente agressor é eliminado. A resposta 
inflamatória é intimamente entrelaçada com o processo de reparo. Ao mesmo 
tempo que a inflamação destrói ela põe em movimento uma série de eventos que 
tentam curar o tecido danificado. No processo de reparo, o tecido lesado é 
substituído por regeneração das células parenquimatosas nativas, pelo 
preenchimento do defeito com tecido fibroso ou pela combinação dos dois 
processos. 
 A inflamação pode ser prejudicial. Quando a inflamação é inapropriadamente 
direcionada contra os tecidos próprios ou não adequadamente controlada, ela se 
torna a causa de injúria e doença. As reações inflamatórias são subjacentes às 
doenças crônicas comuns, tais como artrite reumatóide, aterosclerose, fibrose 
pulmonar e reações de hipersensibilidade. A inflamação pode contribuir para uma 
Crônica: 

1) Infiltrado de células mononucleares (macrófagos, monócitos, linfócitos) 

2) Dano tecidual (conteúdo necrótico) 

3) Reparo tecidual (fibrose e angiogênese) 
Aguda: 

1) vasodilatação 

2) acumulo de leucócitos no interstício 

3) acumulo de liquido no interstício 
variedade de doenças que não são primariamente devidas a respostas anormais 
do hospedeiro, como aterosclerose, diabetes tipo 2, desordens degenerativas e 
câncer. 
 Inflamação aguda 
 É uma rápida resposta do hospedeiro que serve para levar leucócitos e 
proteínas do plasma (anticorpos), para os locais de inefecção. Tem três 
componentes: 
 - alterações no calibre vascular que levam a um aumento no fluxo 
sanguíneo; 
 - mudanças estruturais na microvasculatura que permitem que as proteínas 
do plasma e os leucócitos saiam da circulação; 
 - emigração de leucócitos na microcirculação, seu acúmulo no foco da 
unjúria e sua ativação para eliminar a agente agressor. 
 Estímulos para a inflamação aguda: 
 - infecções (bacteriana, viral, fúngica, parasítica) e toxinas microbianas 
 - necrose tecidual de qualquer causa, incluindo isquemia, trauma e injúria 
física e química 
 - corpos estranhos 
 - reações imunes 
 
 Reações dos vasos sanguíneos 
 Os vasos sanguíneos passam por uma série de mudanças destinadas a 
maximizar o movimento de proteínas plasmáticas e células circulantes para fora da 
circulação e para dentro do local da infecção ou injúria. 
 Exsudação: é o escape de fluidos para dentro do tecido intersticial ou 
cavidades corporais. O exsudato é o fluido extravascular que tem uma alta 
concentração proteica, contém restos celulares e tem uma alta gravidade 
específica. Sua presença indica um aumento na permeabilidade normal os 
pequenos vasos sanguíneos em uma área de injúria e uma reação inflamatória. 
 Transudato: fluido com baixo conteúdo proteico, pouco ou nenhum material 
celular e baixa gravidade específica. É um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que 
resulta do desbalanço osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem 
um aumento na permeabilidade vascular. 
 Edema: excesso de fuido no tecido intersticial ou cavidades serosas, pode 
ser um exsudato ou um transudato. 
 Pus: é um exsudato purulento, um exsudato inflamatório rico em leucócitos 
(neutrófilos) , restos de células mortas e micróbios. 
 
 Mudanças no fluxo e no calibre vascular se iniciam logo após a injúria e 
consistem no seguinte: 
 - a vasodilatação primeiro envolve as arteríolas e então leva à abertura de 
novos leitos
capilares na área. O fluxo sanguíneo é aumentado, que é a causa do 
calor e vermelhidão (eritema) no local da inflamação. A vasodilatação é induzida 
pela ação de vários mediadores, a histamina e óxido nítrico, no músculo liso 
vascular. 
 - vasodilatação é seguida pela permeabilidade aumentada da 
microvasculatura, com extravasamento de fuido. 
 - a perda de fluido e o diâmetro aumentado do vaso levam à lentificação no 
fluxo sanguíneo. Isso resulta na dilatação dos pequenos vasos que são cheio de 
hemácias se movimentando lentamente (estase). 
 - a estase se desenvolve e os neutrófilos se acumulam ao longo do endotélio 
vascular. As células endoteliais são ativadas pro mediadores produzidos nos locais 
de infecção e tecidos danificados e expressam níveis aumentados de moléculas de 
adesão. 
 A permeabilidade vascular aumentada leva ao escape de exsudato rico em 
proteínas para dentro do tecido extravascular causando edema. Mecanismos 
responsáveis pela permeabilidade vascular aumentada: 
 - contração das células endoteliais resultando em espaços interendoteliais 
aumentados. Ocorre principalmente nas vênulas, induzida pro histamina, óxido 
nítrico e outros mediadores, rápida e de vida curta (min). 
 - injúria endotelial, resultando em necrose da célula endotelial e 
despreendimento. Ocorre nas arteríolas, capilares e veias, causada por 
quaimaduras, algumas toxinas microbianas, rápida, pode ser de vida longa (horas 
a dias) 
 - injúria vascular mediada por leucócito: ocorre nas vênulas, capilares 
pulmonares, associada com estágios tardios da inflamação, longa duração (horas). 
 - transporte aumentado de fluidos e proteínas, chamado de transcitose, 
através da célula endotelial: ocorre nas vênulas e é induzida por VEGF. 
 Reações dos leucócitos na inflamação 
 Os leucócitos ingerem e destroem as bactérias e ouro micróbios e eliminam 
o tecido necrótico e substâncias estranhas. Também produzem fatores de 
crescimento que ajudam no reparo. 
 A ida dos leucócitos da luz dos vasos para o tecido intersticial, chamada 
extravasamento. 
1. Na luz: marginação, rolamento e adesão ao endotélio. Na inflamação, o 
endotélio é ativado e pode se ligar aos leucócitos, como um prelúdio de 
sua saída dos vasos sanguíneos. 
2. Migração através do endotélio e parede do vaso. 
3. Migração nos tecidos em direção aos estímulos quimiotáticos. 
 Adesão do leucócito ao endotélio: devido ao fluxo sanguíneo se lentificar no 
princípio da inflamação, as condições hemodinâmicas mudam e mais leucócitos 
assumem uma posição periférica ao longo da superfície endotelial. Esse processo 
de redistribuição dos leucócitos é chamado de marginação. Depois, leucócitos 
individuais e filas de leucócitos aderem transitoriamente ao endotélio, desligam-se 
e se ligam novamente, rolando na parede do vaso. As células chegam ao repouso 
em algum lugar onde elas aderem firmemente. 
 A adesão dos leucócitos às células endoteliais é mediada por moléculas de 
adesão complementares nos dois tipos celulares cuja expressão está aumentada 
pelas proteínas secretadas, chamadas citocinas. As citocinas são secretadas pelas 
células nos tecidos em resposta aos micróbios, garantindo que os leucócitos sejam 
recrutados para os tecidos onde estes estímulos estão presentes. As interações 
iniciais de rolamento são mediadas por uma familia de proteínas chamadas 
selectinas. A expressão das selectinas e seus ligantes é regulada pelas citocinas 
produzidas em resposta à infecção e injúria. 
 Essas interações de rolamento reduzem a velocidade dos leucócitos e dão a 
eles a oportunidade de se ligar mais firmemente ao endotélio. A firme adesão é 
mediada por uma família de proteínas chamadas integrinas. 
 
 Migração do leucócito através do endotélio: chamada de transmigração ou 
diapedese. Ocorre principalmente nas vênulas pós-capilares. As quimiocinas agem 
nos leucócitos adrentes e estimulam as células a migrarem através dos espaços 
interendoteliais em direção ao gradiente de concentração químico, que é em 
direção ao local da injúria ou infecção onde as quimiocinas estão sendo 
produzidas. Após atravessar o endotélio, os leucócitos penetram na membrana 
basal e entram no tecido extravascular. As células migram então em direção ao 
gradiente quimiotático criado pelas quimiocinas e se acumulam no local 
extravascular. No tecido conjuntivo, os leucócitos são capazes de aderir à matriz 
extracelular devido às integrinas. Então os leucócitos são retidos nos locais onde 
são necessários. 
 
 Quimiotaxia dos leucócitos: após sair da circulação, os leucócitos emigram 
para os tecidos em direção ao local da injúria por um processo chamado 
quimiotaxia (locomoção originada ao longo de um gradiente químico). Os agentes 
exógenos mais comuns são os produtos bacterianos. Os quimioatraentes 
endógenos incluem citocinas, componentes do sistema complemento e metabólitos 
do ácido araquidônico. 
 Na maioria das formas de inflamação aguda, os neutrófilo predominam no 
infiltrado inflamatório durante as primeiras 6 a 24 horas e são substituídos pelos 
monócitos em 24 a 48 horas. 
 Após serem recrutados para o local de infecção, os leucócitos tem que ser 
ativados. As respostas dos leucócitos consistem em dois passos sequenciais: 
reconhecimento dos agentes agressores, os quais liberam sinais que ativam os 
leucócitos para ingerir e destruir os agentes agressores e amplificar a reação 
inflamatória. 
 Os leucócitos expressam receptores que reconhecem o estímulo externo e 
liberam os sinais ativadores: receptores para produtos microbianos (receptores do 
tipo Toll), receptores acoplados a proteínas G, receptores para opsoninas e 
receptores para citocinas. 
 Para a remoção dos agentes agresores são utilizados processos como 
fagocitose, englobamento, morte e degradação. 
 Mediadores da inflamação 
 Mediadores são gerados a partir de células ou de proteínas plasmáticas. Os 
mediadores derivados das células são seuqestrados em grânulos intracelulares e 
podem ser rapidamente secretados por exocitose de grânulo ou são sintetizados 
de novo em resposta à estimulos. Os principais tipos celulares que produzem os 
mediadores da inflamação aguda são as plaquetas, neutrófilos, monócitos/
macrófagos e mastócitos. 
 Mediadores ativos são produzidos em resposta a vários estímulos, como 
produtos microbianos, substâncias liberadas de células necróticas e as proteínas 
do complemento, cininas e sistemas da coagulação, que são ativados por 
micróbios e tecidos danificados. 
 Um mediador pode estimular a liberação de outros mediadores. Os 
mediadores variam em seus alcances de alvos celulares. Uma vez ativados e 
liberados da célula, a maioria deles tem curta meia-vida. 
 
 Mediadores derivados de células 
 Aminas vasoativas: histamina e serotonina 
 São armazenadas como grânulos pré-formados nas células e estão entre os 
primeiros mediadores a serem liberados durante a inflamação. 
 Histamina: as fontes mais ricas são os mastócitos, mas também estão nos 
basófilos e plaquetas. Está presente nos grânulos dos mastócitos e é liberada pela 
sua desgranulação, em resposta à estímulos como trauma, frio ou calor, ligação de 
anticorpos aos mastócitos (reação alérgica), fatores do complemento, proteínas 
liberadoras de histamina derivadas de leucócitos, neuropeptídeos e citocinas. Ela 
causa dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade das vênulas. É o 
principal mediador da fase transitória imediata do aumento na permeabilidade 
vascular. 
 Serotonina: mediador vasoativo pré-formado com ações similares àquelas da 
histamina, presente nas plaquetas e certas células neuendócrinas. A liberação da 
serotonina (e da histamina) das plaquetas é estimulada quando as plaquetas se 
agregam após o contato com colágeno, trombina, ADP e complexos antígeno-
anticorpo. 
 Metabólitos do ácido araquidônico (AA): protaglandinas, leucotrienos e 
lipoxinas 
 Quando
as células são ativadas, o AA da membrana é rapidamente 
convertido pelas ações de enzimas para produzir as prostaglandinas e os 
leucotrienos. Esses mediadores servem como sinais intra ou extracelulares para 
afetar uma variedade de processos biológicos, incluindo inflamação e hemostasia. 
 Os mediadores derivados dos AA, também chamados eicosanoides, são 
sintetizados por duas vias principais de enzimas: ciclo oxigenases (geram 
prostaglandinas) e lipoxigenases (produzem leucotrienos e lipoxinas). 
 As prostaglandinas são produzidas pelso mastócitos, macrófagos, células 
endoteliais e outros tipos celulares e estão envolvidas em reações vasculares e 
sistêmicas da inflamação. 
 As enzimas lipoxigenases são responsáveis pela produção de leucotrienos, 
que são secretados pelos leucócitos, são quimiatraentes para os leucócitos e tem 
efeitos vasculares. 
 As lipoxinas também são geradas a partir do AA pela via da lipoxigenase e 
atuam como inibidores da inflamação. As principais ações das lipoxinas são as de 
inibir o recrutamento dos leucócitos e os componentes celulares da inflamação. 
 Muitos fármacos anti-inflamatórios agem inibindo a síntese de eicosanóides: 
 - inibidores da ciclo-oxigenase incluem aspirina e outros AINES. Eles inibem 
tanto a cox-1 quanto a cox-2 e inibem a síntese de prostaglandina. 
 - inibidores de lipoxigenase inibem a produção de leucotrienos ou bloqueiam 
os receptores de leucotrienos, utilizados no tratamento da asma. 
 - inibidores de amplo espectro incluem os corticoesteroides, que podem agir 
pela redução de transcrição de genes que codificam COX-2, fosfolipase A, 
citocinas pró-inflamtórias e iNOS. 
 
 Fator ativador de plaquetas (PAF) 
 O PAF é um mediador derivado de fosfolipídio. Causa agregação plaquetária 
e tem múltiplos efeitos inflamatórios. Plaquetas, basófilos, mastócitos, neutrófilos, 
macrófagos e células endoteliais podem elaborar PAF, secretada e ligada à célula. 
Causa vasoconstrição e broncoconstrição e, em concentrações baixas, induz 
vasodilatação e aumento da permeabilidade. Também causa o aumento na adesão 
dos leucócitos ao endotélio, quimiotaxia, desgranulação e a explosão oxidativa. 
Pode provocar a maioria das reações vasculares e celulares da inflamação. Auxilia 
na síntese de outros mediadores. 
 Espécies reativas de oxigênio 
 Os radicais livres derivados de oxigênio podem ser liberados após a 
exposição a micróbios, quimiocinas e imunocomplexos ou em seguida ao estímulo 
fagocítico. A liberação de baixos níveis desses potentes mediadores pode 
aumentar a expressão de quimiocinas, citocinas e moléculas de adesão, 
amplificando a resposta inflamatória. Eles têm função de destruir os micróbios 
fagocitados, mas sua liberação pode ser danosa ao hospedeiro. Eles agem nas 
seguintes respostas: 
 - dano celular endotelial, com aumento na permeabilidade vascular 
 - injúria a outros tipos celulares 
 - inativação de antiproteases 
 Soro, fluidos teciduais e células do hospedeiro possuem mecanismos 
antioxidantes que protegem contra esses radicais: enzima superoxido dismutase, 
enzima catalase, glutationa peroxidase, ceruloplasmina e transferrina. 
 Óxido nítrico 
 Causa vasodilatação, por isso é conhecido como fator de relaxamento 
derivado do endotélio. É produzido por células endoteliais, macrófagos e alguns 
neurônios cerebrais. Age de maneira parácrina em células alvo levando ao 
relaxamento das células musculares lisas vasculares. 
 Tem ações duplas na inflamação: relaxa o músculo liso vascular e promove 
vasodilatação, contribuindo para reação vascular, mas pode ser inibidor do 
componente celular das respostas inflamatórias. Reduz a agregação e adesão 
plaquetárias, inibe várias características da inflamação induzida pelos mastócitos e 
inibe o recrutamento de leucócitos. 
 Citocinas e quimiocinas 
 CITOCINAS: Estão envolvidos nas respostas imunes celulares, têm efeitos 
adicionais nas inflamações aguda e crônica. 
 Fator de necrose tumoral e interleucina-1: são citocinas que medeiam a 
inflamação. São produzidos principalmente por macrófagos ativados. Suas 
secreções podem ser ativadas por endotoxinas, produtos microbianos, 
imunocomplementos, injúria física e estímulos inflamatórios. Tem efeitos no 
endotélio, leucócitos e fibroblastos, e indução de reações sistêmicas de fase 
aguda. No endotélio, induzem a ativação endotelial. Induzem a expressão de 
moléculas de adesão endotelial, síntese de mediadores químicos como citocinas, 
quimiocinas, fatores de cresciment, eicosanoides e NO, produção de enzimas que 
remodelem a matriz e aumento da trombogenicidade. Aumenta as respostas dos 
neutrófilos. 
 Induzem respostas de fase aguda sistêmicas associadas com infecção ou 
injúria. O TNF também regula o balanço de energia. 
 QUIMIOCINAS: são uma família de pequenas proteínas que agem como 
quimioatraentes para tipos específicos de leucócitos. Medeiam suas atividades 
pela ligação de receptores acoplados a sete transmembrana proteína G. 
Estimulam o recrutamento dos leucócitos na inflamação e controlam a migração 
normal das células através dos tecidos. 
 Constituintes lisossômicos dos leucócitos 
 Neutrófilos e monócitos contêm grânulos lisossômicos que contribuem para 
a resposta inflamatória. As proteases ácidas degradam bactérias e restos dentro 
do fagolisossoma. Proteases neutras degradam vários componentes 
extracelulares. Os monócitos e macrófagos são ativos nas reações inflamatórias 
crônicas. 
 
 Neuropeptídeos 
 São secretados por nervos sensoriais e leucócitos. Tem participação na 
iniciação e propagação de resposta inflamatória. 
 
Mediadores derivados de proteínas plasmáticas 
 Sistema complemento 
 Consiste em mais de 20 proteínas e algumas são numerdas de C1 até C9. 
Funciona tanto na imunidade inata como na adquirida para defesa contra 
patógenos microbianos. Vários produtos de quebra das proteínas do complemento 
são elaboradas e causam permeabilidade vascular aumentada, quimiotaxia e 
opsonização. 
 Funções biológicas: inflamação, fagocitose e lise celular. 
 Sistemas da coagulação e das cininas 
 A inflamação e a coagulação sanguínea frequentemente são interlaçadas, 
com cada uma promovendo a outra. Elas culminam na ativação da trombina e na 
formação de fibrina. 
 Resultados da inflamação aguda 
 Todas as inflamações agudas podem ter um dos três resultados: 
 - resolução completa: remoção dos restos celulares e micróbios pelos 
macrófagos e reabsorção do fluido de edema pelos linfáticos. 
 - cura pela substituição do tecido conjuntivo (fibrose): tecido conjuntivo 
cresce para dentro das áreas de dano ou exsudato, convertendo-se em uma 
massa de tecido fibroso – processo também chamado de organização. 
 - progressão da resposta inflamatória crônica: a resposta inflamatória aguda 
pode não ser resolvida, como resultado da persistência do agente injuriante ou de 
alguma interferência com o processo normal de cura. 
Padrões morfológicos da inflamação aguda 
 Inflamação serosa 
 Derramamento de um fluido fino que pode ser derivado do plasma ou de 
secreções das células mesoteliais revestindo a cavidade peritoneal, pleural e 
pericárdica, chamado de efusão. Exemplo: a bolha na pele resultante de uma 
queimadura ou infecção viral. 
 Inflamação fibrinosa 
 Com maior aumento na permeabilidade vascular, grandes moléculas, como 
fibrinogênio, passam pela barreira vascular é formada e depositada no espaço 
extracelular. Exemplo: meningite, percadite. 
 Inflamação supurativa ou purulenta: abscessos 
 Produção de grandes quantidades de pus ou exsudato purulento consistindo 
em neutrófilos, necrose liquefativa e fluido de edema. Abscessos são coleções 
localizadas de tecido inflamatório purulento, têm uma região central de que se 
parece com uma massa de leucócitos necróticos e células teciduais. Exemplo: 
apendicite aguda. 
 Úlceras
É um defeito local, ou escavação, da superfície de um órgão ou tecido, que é 
produzida por perda de tecido necrótico inflamado. No estágio agudo, existe 
intensa inflitração polimorfonuclear e dilatação vascular nas margens do defeito. 
No estágio crônico, as margens e as bases da úlcera desenvolvem proliferação 
fibroblástica, cicatrização, e acúmulo de linfócitos, macrófagos e células do 
plasma. 
 Inflamação crônica 
 É uma inflamação de duração prolongada (semana a meses) em que a 
inflamação, injúria tecidual e tentativas de reparo coexistem. Pode se seguir à 
inflamação aguda ou se iniciar insidiosamente. 
 
 Causas da inflamação crônica 
 Surge nas seguintes situações: infecções persistentes, doenças 
inflamatórias imunomediadas (doenças autoimunes e alérgicas) e exposição 
prolongada a agentes potencialmente tóxicos, exógenos ou endógenos (silicose e 
aterosclerose). 
 
 Características morfológicas 
 - infiltração com células mononucleares, macrófagos, linfócitos e células do 
plasma. 
 - destruição tecidual induzida pelo agente agressor persistente ou pelas 
células inflamatórias. 
 - tentativas de cura pela substituição do tecido danificado por tecido 
conjuntivo, com proliferação de pequenos vasos sanguíneos e fibrose. 
 Macrógagos na inflamação crônica 
 Os produtos dos macrófagos ativados servem para eliminar a agente 
injuriante tal como micróbios e para iniciar o processo de reparo, são responsáveis 
por grande parte da injúria tecidual nesse tipo de inflamação. A ativação dos 
macrófagos resulta em níveis aumentados de enzimas lisossômicas e espécies 
reativas de oxigênio e nitrogênio e na produção de citocinas, fatores de 
crescimento e mediadores de inflamação. 
 Na inflamação crônica, o acúmulo de macrófagos persiste como resultado de 
recrutamento contínuo a partir da circulação e proliferação local até o sítio de 
inflamação. 
 
 Outras células na inflamação crônica 
 - linfócitos: células T e B estimuladas por antígeno usam moléculas de 
adesão e quimiocinas para migrar até os locais de inflamação. As citocinas dos 
macrófagos recrutam os leucócitos, mantendo o estágio para a persistência da 
resposta inflamatória. Linfócitos e macrófagos interagem na inflamação crônica. 
 - plasmócitos: produzem anticorpos direcionados ou contra antígenos 
persistentes estranhos ou próprios no local inflamatório ou contra componentes 
teciduais alterados. 
 - eosinófilos: reações imunes mediadas por IgE e em infecções parasitárias. 
 - mastócitos: participam dos dois tipos de inflamação. 
 Inflamação granulomatosa 
 Encontrado em um número limitado de condições infecciosas e algumas não 
infecciosas. Um granuloma é um esforço celular para conter um agente agressor 
que é difícil de erradicar. Existe uma forte ativação de linfócitos T que ativam 
macrófagos. A tuberculose e sarcoidose são exemplos. Um granuloma é um foco 
de inflamação crônica consistindo em uma agregação microscópica de macrófagos 
que são transformados em células epitelióides, rodeadas por um colar de 
leucócitos mononucleares (linfócitos e plasmócitos). 
 Frequentemente as células epitelióides se fundem para formar as células 
gigantes. Essas células têm pequenos núcleos arranjados ou perifericamente 
(célula gigante de Langhans) ou irregularmente (célula gigante do tipo corpo 
estranho). 
 Os granulomas de corpo estranho são incitados por corpos estranhos 
inertes, como talco, suturas ou outras fibras que sejam grandes a ponto de impedir 
fagocitose ou resposta inflamatória. 
 Os granulomas imunes induzem resposta imune mediada por células. 
Produz granulomas quando o agente agressor é fracamente degradável ou 
particulado. Seu protótipo é a tuberculose, frequentemente caracterizado pela 
presença de necrose caseosa. 
 Inflamação defeituosa 
 Aumento na susceptibilidade a infecções porque a resposta inflamatória é 
um componente central dos mecanismos iniciais de defesa, imunidade inata. 
 Inflamação excessiva 
 Base de muitos tipos de doenças, como alergias, doenças autoimunes, 
aterosclerose, doenças cardíaca isquêmica e Alzheimer.

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