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Posse e Propriedade

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Direito das Coisas: posse 
e propriedade em geral
Posse: noção geral
Posse é o exercício de fato de algum dos poderes do proprietário, e quem exerce 
tais poderes é considerado possuidor (CC, art. 1.196).
Ao longo do tempo, surgiram duas teorias sobre a posse: a subjetiva e a objetiva. 
A primeira considera que a posse é caracterizada quando se tem poder sobre a coisa 
e mais a intenção de ser dono. A segunda, que foi a adotada pelo nosso Código Civil 
(CC), leva apenas em conta o fato de o possuidor se comportar em relação à coisa como 
se fosse o dono, e por isso é chamada de objetiva, pois não considera a intenção, mas 
apenas o fato.
Não confunda a posse com a detenção. Detentor, também chamado de fâmulo da 
posse, é aquele que se acha em relação de dependência para com outro e conserva a pos-
se em nome deste, em cumprimento de suas ordens. É o caso típico do caseiro, ou do 
empregado em geral, que detém consigo a coisa do empregador, em nome e cumprindo 
as ordens deste.
Composse é a posse simultânea da mesma coisa por duas ou mais pessoas. É 
o caso, por exemplo, de marido e mulher em relação aos bens indivisos que são 
 possuídos por ambos em comum. Cada compossuidor é possuidor, e por isso pode 
praticar livremente todos os atos possessórios, desde que não exclua os demais compos-
suidores (CC, art. 1.199).
Classificação da posse
Direta e indireta: ■ quando uma pessoa é dona, mas a outra tem a coisa con-
sigo e sobre ela exerce poder de proprietário, a posse se desdobra em direta 
e indireta. Trata-se, sempre, de situação temporária (CC, art. 1.197). O dono, 
nesta situação, é o possuidor indireto, enquanto o outro, que de modo tempo-
rário detém a coisa consigo, é o possuidor direto. Mas veja-se que ambos são 
possuidores, e por isso ambos podem ajuizar possessória, inclusive um contra 
o outro (art. 1.197). Assim, por exemplo, no comodato e na locação, o como-
dante e o locador têm a posse indireta, enquanto o comodatário e o locatário 
têm a posse direta.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
DIREITO CIVIL
Justa e injusta: ■ é justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária 
(CC, art. 1.200). Logo, será injusta a posse que for violenta, clandestina ou 
precária. A violência e a clandestinidade podem ser sanadas, tornando-se justa 
a posse, mas a posse precária nunca convalesce do vício (art. 1.208).
Boa-fé e má-fé: ■ será de boa-fé a posse na qual o possuidor ignore o vício que 
o impede de adquirir a coisa (CC, art. 1.201). Logo, será de má-fé quando não 
ignorar tal vício. Se o possuidor tiver justo título, disso decorrerá a presunção 
relativa de boa-fé (art. 1.201, parágrafo único). Mas é importante destacar que 
a boa-fé desaparece no momento em que o possuidor toma conhecimento do 
vício (art. 1.202). A citação do possuidor, feita pelo reivindicante da coisa, afas-
ta a boa-fé, caso o possuidor venha a ser vencido na ação (art. 1.826).
Posse nova e posse velha: ■ posse nova é a que tem menos de um ano e um 
dia, e posse velha é aquela que já se consolidou há mais tempo do que isso. 
A diferença entre ambas se verifica nas ações possessórias, pois a posse nova 
habilita o possuidor turbado ou esbulhado a obter a ordem liminar de manu-
tenção ou reintegração da posse (CPC, art. 924 c/c art. 928).
Aquisição e perda da posse
Adquire-se a posse quando se começa a exercer sobre a coisa, em nome próprio, 
os poderes inerentes à propriedade (CC, art. 1.204). Mas não se adquire a posse se os 
atos forem de mera permissão ou tolerância ou se forem violentos ou clandestinos (CC, 
art. 1.208). Quanto aos atos violentos ou clandestinos, como já vimos acima, adquire-se a 
posse um ano e um dia depois de terem cessado os atos de violência ou a clandestinidade.
Esse exercício de algum dos poderes inerentes à propriedade, que assinala a aqui-
sição da posse, pode ser pelo próprio possuidor, por seu representante, ou por terceiro 
sem mandato, mas neste último caso dependendo de ratificação (CC, art. 1.205).
A aquisição da posse pode ser originária ou derivada. Será originária quando não 
houve transmissão da posse pelo antigo possuidor, e em tal caso o novo possuidor 
começa uma posse “do zero”, ou seja, não é a continuação da posse anterior. É o que 
ocorre, por exemplo, quando se toma a posse por meio violento, expulsando-se o antigo 
 possuidor, ou quando alguém se apossa de coisa abandonada. Será derivada a aquisição 
quando a posse tiver sido transferida ao sucessor pelo antigo possuidor, e neste caso a 
nova posse é continuação da posse anterior, e tem as mesmas características desta.
Na sucessão causa mortis, a aquisição da posse pelos sucessores é derivada, ou 
seja, os herdeiros e legatários do de cujus recebem a posse com as mesmas características 
que marcavam a posse do falecido (CC, art. 1.206).
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Na sucessão inter vivos, no entanto, o CC separa conforme se dê a sucessão a títu-
lo universal ou a título singular. Na sucessão universal, a aquisição da posse será sempre 
derivada, pois o sucessor continua a posse do antecessor (art. 1.207, primeira parte). 
Na sucessão a título singular, no entanto, é facultado ao novo possuidor escolher se sua 
aquisição foi originária ou derivada, ou seja, poderá escolher se quer unir sua posse à do 
anterior ou se prefere começar uma nova posse (art. 1.207, segunda parte), e é claro que 
o fará conforme lhe seja mais conveniente em cada situação concreta.
Ocorre a perda da posse quando cessa o poder da pessoa sobre a coisa, ainda que 
isso tenha ocorrido contra a vontade do possuidor (CC, art. 1.223).
Efeitos da posse
A posse gera efeitos em relação à proteção possessória, que é deferida ao 
 possuidor, e em relação a outros aspectos, como por exemplo em relação aos frutos, às 
benfeitorias, às deteriorações da coisa, à usucapião etc.
A proteção possessória
A proteção que a lei defere ao possuidor se dá por meio da admissão do desforço 
possessório e das ações possessórias.
Quanto ao desforço possessório, trata-se da legítima defesa da posse, feita pelo 
próprio possuidor turbado ou esbulhado, com seus próprios meios, mas desde que o 
faça logo e não vá além dos atos indispensáveis à manutenção ou reintegração da posse 
(CC, art. 1.210, §1.º).
E quanto às ações possessórias, têm previsão legal as ações de manutenção da posse, 
reintegração da posse e interdito proibitório (CC, art. 1.210 e CPC, arts. 920 a 933).
A ação de manutenção da posse é cabível em caso de turbação, ou seja, quando o 
possuidor está sendo turbado em sua posse. A de reintegração da posse, por sua vez, é 
admitida quando o possuidor já sofreu o esbulho. Mas é importante que se observe para 
a fungibilidade entre as ações de manutenção e de reintegração, ou seja, se o possuidor 
estava sendo turbado e ajuizou a ação de manutenção, mas antes de o juiz despachar 
veio a ocorrer o esbulho, o juiz deverá receber o pedido de manutenção como se fosse o 
de reintegração (CPC, art. 920).
A ação de esbulho pode ser ajuizada contra o próprio esbulhador ou contra ter-
ceiro, se este recebeu a coisa sabendo que era esbulhada (CC, art. 1.212).
O interdito proibitório, por sua vez, é ação preventiva contra a violência que se 
mostra iminente, ou seja, quando o possuidor direto ou indireto tem justo receio de 
ser molestado na sua posse, podendo requerer ao juiz que expeça mandato proibitório, 
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DIREITO CIVIL
cominando ao réu pena pecuniária, caso transgrida a ordem (CC, art. 932). Não cabe 
o pedido de liminar: o interdito já é medida preventiva em si mesmo, pois ainda não 
aconteceu nada, apenas havendo o justo receio deque aconteça.
A alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa, feita pelo réu, não 
impede a manutenção ou a reintegração na posse, pois no juízo possessório só se dis-
cute posse, e não a propriedade. Logo, se o autor provar que tem (ou tinha) a posse, 
mas que está sendo turbado ou que foi esbulhado, deverá o juiz deferir-lhe o pedido de 
manutenção ou de reintegração, pouco importando que o réu alegue ser o proprietário 
da coisa disputada.
Efeitos quanto aos frutos, às benfeitorias e à perda
Os efeitos da posse, em relação aos frutos que a coisa produziu, às benfeitorias 
feitas nela, ou à deterioração ou à perda da coisa, dependerão sempre da boa ou má-fé 
do possuidor, dentre outros fatores, e podem ser resumidos conforme abaixo (CC, arts. 
1.214 a 1.220):
Possuidor Frutos Benfeitorias
Perda/ 
deterioração
Boa-fé
Direito aos frutos per-
cebidos. Devolve os 
pendentes e os colhi-
dos por antecipação. 
Direito ao ressarci-
mento das despesas 
de custeio.
Ressarcimento pelas 
necessárias e pelas 
úteis, com direito de 
retenção. Pode levan-
tar as voluntárias, se 
não danificar a coisa.
Não responde se não 
der causa: só respon-
derá se agiu com dolo 
ou culpa.
Má-fé
Devolve os percebi-
dos, os pendentes e 
os que por culpa sua 
deixou de perceber. 
Será ressarcido pelas 
despesas de custeio.
Ressarcimento só pe-
las necessárias, sem 
direito de retenção. 
Perde as úteis e as 
voluptuárias.
Responde ainda que 
acidental – perpetuario 
obligationis –, pois 
na verdade está em 
mora.
Efeitos em relação às servidões
A posse também pode recair sobre as servidões, desde que sejam aparentes ou 
quando, estando previstas em títulos, estes provierem do possuidor do prédio serviente 
ou da pessoa de quem este possuidor recebeu o prédio serviente (CC, art. 1.213).
Logo, se as servidões podem ser objeto da posse, é evidente que também podem 
ser usucapidas, o que aliás se encontra expresso no artigo 1.379, que prevê a aquisição 
da servidão por usucapião em dez anos, se o possuidor tiver título, e em 20 anos, caso 
não o tenha.
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Direitos reais em geral
Os direitos reais sujeitam-se à tipificação, ou seja, só existem os direitos reais que 
a lei indica. Em relação às enfiteuses, que não foram mencionadas pelo atual CC, as que 
já existiam, criadas na vigência do CC anterior, continuam a existir, mas não podem 
ser criadas novas, assim como também não podem mais ser criadas subenfiteuses (art. 
2.038).
A aquisição dos direitos reais varia conforme se trate de direito incidente sobre 
coisa móvel ou sobre coisa imóvel.
Se for coisa móvel, quanto aos direitos reais constituídos ou transmitidos por ■
ato inter vivos, só se adquirem com a tradição (CC, art. 1.226). Não é demais 
lembrar o que já vimos várias vezes: os contratos, em nosso direito, não trans-
ferem a propriedade, pois esta só é transferida com a tradição.
Em se tratando de coisa imóvel, a constituição ou a transmissão de direitos ■
reais por ato inter vivos só se dá com o registro no cartório do registro de imó-
veis, exceto os casos expressos no CC (usucapião, acessão etc., art. 1.227).
Propriedade em geral
O conteúdo do direito de propriedade abrange os poderes de usar, gozar e dispor, 
além do direito de perseguir a coisa em poder de quem quer que a detenha (sequela, CC, 
art. 1.228). A sequela, ou seja, a possibilidade de buscar o bem do poder de quem quer 
que injustamente o detenha, tem a finalidade de dar efetividade à eficácia contra todos 
(erga omnes) do direito.
Mas veja-se que a lei proibiu, expressamente, os atos de emulação, ou seja, aqueles 
atos que não trazem qualquer benefício ou comodidade ao proprietário, sendo pratica-
dos apenas com a intenção de prejudicar outrem (CC, art. 1.228, §2.º).
A propriedade é um direito perpétuo, ou seja, só é perdida nos casos que a lei 
prevê, expressamente, como sendo hipóteses de perda. A propriedade não se perde pela 
falta de uso, ou seja, não prescreve o direito pela falta do seu exercício. Além disso, a 
 propriedade se presume plena e exclusiva, até prova em contrário (CC, art. 1.231). Plena 
porque todos os poderes inerentes à propriedade são presumidos como sendo do proprie-
tário, e exclusiva porque o proprietário pode impedir que qualquer outra pessoa venha a 
exercer sobre a coisa qualquer dos poderes que compõem o direito de propriedade.
Toda propriedade tem uma função econômica e social a cumprir (CC, art. 1.228, 
§1.º): preservar a fauna, a flora, o meio ambiente, não poluir ar e águas etc.
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DIREITO CIVIL
Desapropriação judicial
Inovou o CC de 2002 ao prever a desapropriação judicial, ou seja, a possibilidade 
de o proprietário ser privado de sua propriedade em virtude de sentença judicial, 
sendo que nela deverá ser fixada a justa indenização a ser paga ao proprietário (CC, 
art. 1.228, §§ 4.º e 5.º). A desapropriação judicial depende dos seguintes requisitos: 
que se trate de área extensa; ■
o imóvel deve estar em posse ininterrupta e de boa-fé por mais de cinco anos; ■
os possuidores devem ser um número considerável de pessoas; ■
os possuidores devem ter feito obras e serviços de interesse social e econômico ■
relevante.
É importante realçar que essa desapropriação judicial não se confunde com a 
usucapião, tanto assim que o juiz deverá fixar indenização em favor do proprietário.
A propriedade do solo
A propriedade do solo abrange a do subsolo e a do espaço aéreo, até a profundidade 
ou a altura úteis ao seu exercício pelo proprietário, não podendo este opor-se às ativida-
des de terceiros que sejam realizadas a uma altura ou profundidade em que não tenha 
interesse legítimo em impedi-las (CC, art. 1.229). Trata-se do critério da utilidade.
Mas a propriedade do solo não abrange a propriedade das jazidas, minas e demais 
recursos minerais, dos potenciais de energia hidráulica e dos monumentos arqueológi-
cos (CC, art. 1.230), pois a propriedade de tais bens pertence à União. No entanto, o 
proprietário poderá explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção 
civil, desde que não dependam de transformação industrial (parágrafo único). Assim, o 
proprietário do solo poderá explorar a areia e o seixo existentes em seu terreno, mas não 
poderá explorar o calcário, pois este requer transformação industrial para se converter 
em cimento.
Estudar os efeitos da posse, especialmente o que se refere à proteção possessória 
e aos efeitos quanto aos frutos, às benfeitorias e à deterioração da coisa.
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