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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER LEI MARIA DA PENHA (11.340/06) Desembargadora Kárin Emmerich Aula Magna Direito UNA Aimorés Por que a Lei tem nome de “A violência atinge todas as classes sociais. A filha de um juiz, de um industrial ou de qualquer pessoa pode ser vítima da violência” MARIA DA PENHA? Maria da Penha Fernandes OBJETIVO DA LEI MARIA DA PENHA Art. 1º. Esta Lei CRIA MECANISMOS PARA COIBIR E PREVENIR A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER, nos termos do §8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. DESTINATÁRIOS MULHER: Sexo feminino enquanto GÊNERO Considerada a partir das CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS E CULTURAIS que marcam a DIFERENÇA entre homens e mulheres, bem como as RELAÇÕES SOCIAIS ENTRE AMBOS Relação de DOMINAÇÃO DO HOMEM e SUBMISSÃO DA MULHER em relação aos PAPÉIS IMPOSTOS a cada um, reforçados pela ideologia machista e patriarcal PAPÉIS masculino e feminino e seus COMPORTAMENTOS SOCIAIS distintos Expressão mulher FORA DO ÂMBITO DA LEI MARIA DA PENHA se refere apenas ao ASPECTO BIOLÓGICO VIOLÊNCIA DE GÊNERO “Toda violência de gênero é uma violência contra a mulher, mas o inverso não é verdadeiro” Delimitação do objeto da Lei Violência doméstica Violência contra a mulher Violência de gênero Lei Maria da Penha (Alice Bianchini) ÂMBITO DE INCIDÊNCIA UNIDADE DOMÉSTICA RELAÇÕES ÍNTIMAS DE AFETO FAMÍLIA Unidos por laços naturais ou afinidade ou vontade expressa Parentes ou aparentados Independe de coabitação Convivência Espaço de convívio com ou sem vínculo familiar ALCANCE DA VIOLÊNCIA doméstica “Quando você está em uma família destruída e seu modelo é um homem violento, os meninos crescem acreditando que essa é a maneira que eles devem agir e meninas acham que simboliza uma maneira aceita de tratamento”. (mulher vítima de violência). Transexual ? Homossexual? Irmã ? Ex-namorada ? Cunhada ? Empregada doméstica ? Garota de Programa ? QUEM PODE FIGURAR COMO VÍTIMA NOS TERMOS DA LEI MARIA DA PENHA? 8 Lei Maria da Penha: ampliação do conceito de violência VIOLÊNCIA Tipos de FÍSICA PSICOLÓGICA SEXUAL MORAL PATRIMONIAL Violência FÍSICA Infrações mais recorrentes: lesão corporal qualificada (art.129, §9º, do CP) e contravenção de vias de fato (art.21 LCP) Ofensa à INTEGRIDADE ou à SAÚDE CORPORAL Violência PSICOLÓGICA DANO EMOCIONAL e DIMINUIÇÃO DA AUTOESTIMA PREJUÍZO à SAÚDE PSICOLÓGICA e à AUTODETERMINAÇÃO PREJUÍZO e PERTURBAÇÃO ao pleno desenvolvimento DEGRADAR ou CONTROLAR crenças e decisões ações, comportamentos, Violência SEXUAL Formas de concretizar a violência sexual ameaças, intimidações, coação e uso da força ato sexual NÃO DESEJADO atos para TRAFICAR a sexualidade condutas que atentem contra os DIREITOS SEXUAIS e REPRODUTIVOS atentado à SAÚDE CORPORAL Violência PATRIMONIAL DESTRUIÇÃO parcial ou total dos OBJETOS RETENÇÃO, SUBTRAÇÃO , EMPODERAMENTO da CONSCIÊNCIA COLETIVA EMANCIPAÇÃO INDIVIDUAL e AQUISIÇÃO da DEPENDÊNCIA SOCIAL e SUPERAÇÃO da da DOMINAÇÃO POLÍTICA Violência MORAL condutas que atentem contra a HONRA da mulher subjetiva objetiva autoestima e reputação atributos morais, físicos e intelectuais, que conferem HONRA Feminicídio Ameaça Estupro Agressão física Violência Psicológica Humilhação Manipulação Exploração Ridicularização Controle Cultura machista Micromachismos FORMAS EXPLÍCITAS VISÍVEL FORMAS SUTIS Anulação Intimidação INVISÍVEL MITOS E PRECONCEITOS Mito 1 Violência conjugal afeta pequena porcentagem da população Mito 2 Mulheres vítimas de violência doméstica são masoquistas gostam de apanhar ou provocam o parceiro O homem que bate em mulher é louco Mito 4 Violência conjugal só acontece com pessoas de baixa renda Mito 5 O álcool é a maior causa da violência entre os casais Mito 6 “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher” Mito 3 Mecanismos contra a violência doméstica Um dos maiores avanços no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher no País. Finalidade: preservar a integridade física e mental da mulher nas situações de violência. Concessão das medidas: mecanismo de defesa à opressão sofrida pela vítima, como condição para a salvaguarda de sua integridade física e psíquica. Interpretar a Lei 11.340/06 em favor da vítima: basta a demonstração da situação de risco vivenciada. Art.22 – Medidas que obrigam o agressor e Artigos 23 e 24 – Medidas concedidas em prol da vítima PREVISÃO LEGAL – Lei 11.340/2006 CAPÍTULO II MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA NATUREZA JURÍDICA TUTELA INIBITÓRIA autônoma satisfativa MEDIDA CAUTELAR acessória não satisfativa MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA Aplicação nos casos de violência doméstica Novo modelo voltado para as relações prejudicadas por situações de violência Finalidade: promover a pacificação do conflito Não objetiva a substituição da prestação jurisdicional nem promover o perdão ou reconciliação da vítima e do agressor Necessidade de anuência da vítima as partes envolvidas espontaneamente assumem suas responsabilidades perante os acontecimentos e manifestam a sua concordância em participar do círculo Restaurativo Desenvolvimento de cursos com enfoque nas técnicas e práticas restaurativas: CNJ em parceria com a Escola Nacional de Formação de Magistrados JUSTIÇA RESTAURATIVA Desafios na aplicação da justiça restaurativa Desafios que envolvem a violência doméstica NÃO PODEMOS REPRODUZIR OU REFORÇAR: . Naturalização da violência de gênero . Vulnerabilização da mulher . Culpabilização da vítima . Estruturas patriarcais . Estereótipos de gênero Empoderamento feminino “Quero agradecer a PMMG, através do SD Andrade e sua equipe no trabalho realizado aqui na minha casa. Pela paz que estou vivendo, graças a Deus! É muito bom ter paz. Já Posso ser certificada nos estudos, fui informada pela direção da escola Municipal Prof. Alcida Torres. E agora em julho vou iniciar aula de legislação de trânsito. Muito obrigado! Que Deus os ilumine e os protejam”. Agradecimento de pessoa assistida pelo programa PVD do 22º BPM 66% VERGONHA MOTIVOS PELOS QUAIS AS MULHERES NÃO ROMPEM O CICLO DE VIOLÊNCIA Dados: Pesquisa do Instituto Patrícia Galvão e Data Popular, encomendada pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres do governo federal 58% MEDO DE SER ASSASSINADA 49% FILHOS 47% DEPENDÊNCIA FINANCEIRA 40% ACREDITA QUE O COMPANHEIRO VAI MUDAR 25% ACREDITA QUE SEU AMOR VAI MUDAR O COMPANHEIRO Slide cedido pelo Professor Felippe Lattanzio Importância do tratamento do agressor A TRABALHOSA MANUTENÇÃO DA MASCULINIDADE: UMA NECESSIDADE IMPERATIVA “Os homens, até mais que as mulheres, estão acorrentados a papéis de gênero.” Glória Anzaldúa, no livro Borderlands/La frontera CASOS CONCRETOS Nulidade por AUSÊNCIA DE DESIGNAÇÃO DA AUDIÊNCIA PREVISTA NO ART.16 DA LEI 11.343/06 Extinção da punibilidade pela DECADÊNCIA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO nos crimes de lesão corporal leve e na contravenção penal de vias de fato Aplicação dos INSTITUTOS DESPENALIZADORES DA LEI 9.099/95 Absolvição – RECONCILIAÇÃO da vítima e do acusado ou PERDÃO da vítima SUBSTITUIÇÃO DA PENA privativa de liberdade por restritiva de direitos APLICAÇÃO da Lei Maria da Penha aos HOMENS Conflito de Competência: JECRIM X JUSTIÇA COMUM MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA MUDANÇAS DE BASE EDUCAÇÃO CONSCIENTIZAÇÃO de crianças e adolescentes PROJETOS / INICIATIVAS O que podemos FAZER? Iniciativas COMSIV – Projetos, parcerias e ações Projetos: “Justiça Vai à Escola - chega de violência doméstica” “Jovens Transformadores” “Polos de Cidadania” – UFMG- Peça teatral “A mala” Campanha “Justiça pela Paz em Casa” Tornozeleira Eletrônica Parcerias : Rede Estadual De Enfrentamento À Violência Doméstica Instituto ALBAM Projeto DIALOGAR – Polícia Civil de MG CERNA – Centro Risoleta Neves de Atendimento de Minas Gerais ESTADO DE MINAS GERAIS Resolução 824/TJMG – Especialização das Segundas Varas do interior do Estado SERVIÇO DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (PVD) Grupo especial da Polícia Militar – Cia Especializada criada em 6/9/2017 Projeto Interinstitucional de Racionalização e Regularização da Tramitação de Inquéritos Policiais – Violência Doméstica Resolução Conjunta 67/2017-TJMG – Esforço concentrado da Corregedoria Geral de Justiça, Corregedoria Geral do Ministério Público e Corregedoria da Polícia Civil para dar andamento aos mais de 25 mil inquéritos que se encontram represados na delegacias especializadas no atendimento à mulher (DEAM) por falta de estrutura “A violência ou a paz não param na porta de casa. Uma criança que nasce e cresce em um lar violento tende fortemente a levar isso para a rua, para sua vida adulta. A Justiça vai aplicar a lei, mas não vai instalar a paz no sentido concreto e real. A atuação prática deve se dar para igualar homens e mulheres na sociedade, indo muito além da teoria. Não nos esqueçamos de que o homem que agride a mulher é um ser infeliz” Ministra Cármen Lúcia Fique Alerta Tenha em Mãos os Telefones para Pedir Ajuda 190 – Polícia Militar: Ocorrências (casos de perigo iminente) LIGUE 180 – Central de Atendimento à Mulher ( 24 Horas Por Dia - ligação é gratuita). 0800 031 1119 – Fala Mulher (serviço para recebimento de denúncias – gratuito e sigiloso) 197 – Polícia Civil 192 – SAMU (31) 3270-3202 – NUDEM – Núcleos de Defesa da Mulher em Situação de Violência de Gênero (31) 3337-4899 – DEAM - Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (31) 3295-6913 – DEPAM - Delegacia de Plantão de Atendimento à Mulher (31) 3337-6996 – Promotoria da Mulher (31) 3237-8232/8233 – COMSIV (31) 3257-7302 – Projeto Dialogar (Polícia Civil) (31) 3270-3235 – CERNA – Centro Risoleta Neves de Atendimento de Minas Gerais http://www.humanizaredes.gov.br/disque100/ – Denúncia de crimes contra os Direitos Humanos na Internet (Violência ou Discriminação em razão do gênero compartilhadas/incitadas pela internet) Serviços de atendimento à mulher no Estado de Minas Gerais Desembargadora KÁRIN EMMERICH Contato: gab.karinemmerich@tjmg.jus.br Tel. (31) 3306 3845 / 3875
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