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Unidade 7. Contratos Administrativos

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Código : JUR 3211 
Período : 5º 
Turma : C02 
Professor : Leonardo Batista 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO I 
 
Resumo aula 
 
7. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
7.1. Conceito 
 
Contrato administrativo, na lição de Hely Lopes Meirelles, 
“é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma 
com particular ou outra entidade administrativa para a consecução de 
objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria 
Administração”. 
 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que contrato 
administrativo “é o ajuste que a Administração, nessa qualidade, celebra 
com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução 
de fins públicos, segundo regime de direito público”. 
 
7.2- Contrato da Administração e contrato administrativo; 
 
Observando os conceitos de contratos administrativos, 
podemos constatar que nem todo contrato firmado pela Administração é 
considerado contrato administrativo. 
 
A doutrina majoritária tem o entendimento de que, de forma 
ampla, a Administração firma diversas espécies de contratos, denominados 
contratos da administração, sendo espécie destes os contratos regidos 
pelo direito privado (contratos administrativos atípicos), e os regidos pelo 
direito público (contratos administrativos típicos). 
 
Os contratos administrativos são regidos 
predominantemente pelo Direito Público, estando a Administração em 
posição de supremacia. Todavia, é preciso salientar que, em que pese serem 
regidos pelo direito público, aos contratos administrativos se aplicam, de 
forma supletiva, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições 
de direito privado, conforme art. 54 da Lei nº 8.666/93. 
 
De outro lado, nos contratos submetidos ao Direito Privado, 
atua a Administração em posição de igualdade com o particular. Porém, 
ainda que se diga regido pelo direito privado, os contratos privados da 
administração, qualquer que seja ele, poderão ter a influência das normas 
de direito público, conforme expressa o art. 62, da Lei nº 8.666/93. 
 
Assim, nem todo contrato em que a Administração Pública 
seja parte é considerado contrato administrativo (ex: locação, compra e 
venda etc). 
 
7.3- Características 
 
Os contratos administrativos têm as seguintes 
características: 
 
a) é consensual, ou seja, dependem da manifestação de 
vontade das partes para se aperfeiçoar; 
 
b) em regra, é formal, devendo observar os requisitos legais 
conforme arts. 60 a 62 da Lei nº 8.666/93, ou seja, observa o procedimento 
legal. 
E, importante destacar que devem ser escrito no vernáculo, 
ou seja, na nossa língua, de modo que os feitos no exterior deverão ser 
traduzidos, conforme entendimento do TCU (É necessária a tradução 
para o vernáculo de contratos redigidos em língua estrangeira, 
celebrados ou não no Brasil, cujo cumprimento e execução devam se 
dar dentro do território brasileiro). 
 
É nulo contrato verbal firmando com a Administração, eis 
que é de se observar o formalismo, devendo, em princípio, todos os 
contratos serem formalizados pelo instrumento contratual ou outro 
instrumento que o substitua, nos casos em que aquele for facultativo, 
conforme permissivo legal. 
 
É verdade, no entanto, que há exceção, ou seja, poderá 
haver contrato verbal nos casos de pequenas compras de pronta entrega ou 
pronto pagamento, que não ultrapassar 5% do valor do convite, ou seja, R$ 
4.000,00 (quatro mil reais), feitas em regime de adiantamento, conforme 
dispõe o art. 60, par. único, Lei nº 8.666/93. 
 
c) é oneroso, ou seja, não é gratuito, há contraprestação 
pecuniária; 
 
d) é comutativo, isto é, há equivalência de obrigações, 
previamente ajustadas e conhecidas; 
 
e) é personalíssimo (intuitu personae), ou seja, o contrato é 
sempre firmado em razão das condições pessoais do contratado. Por isso, 
como regra é vedada a subcontratação, salvo se expressamente prevista no 
edital e autorizada pela Administração; 
 
f) tem natureza de contrato de adesão, na medida em que 
todas as cláusulas são firmadas unilateralmente pela Administração. Deve–
se observar, inclusive, que a minuta do contrato é parte integrante do edital 
de licitação, como anexo. Porém, mesmo nos casos de contratação direta, 
as cláusulas são elaboradas pela Administração. 
 
g) é mutável, isso porque dentre as cláusulas exorbitantes 
há a possibilidade de alteração unilateral do contrato por motivo de 
interesse público, havendo, ainda, a possibilidade de alteração amigável. 
 
Cláusulas exorbitantes são aquelas que estabelecem 
prerrogativas para a Administração Pública, tais como: alteração unilateral 
do contrato, rescisão unilateral, fiscalização da execução do contrato, 
aplicação de sanções, ocupação provisória de bens, pessoal e serviços 
vinculados ao objeto do ajuste. 
 
Importante destacar que não se admite, como regra, a 
celebração de contrato por prazo indeterminado na medida em que é 
característica do contrato ter vigência certa. 
 
No caso dos contratos administrativos a regra é a vigência 
adstrita aos recursos orçamentários, ou seja, devem vigorar dentro da 
vigência do orçamento, conforme estabelece o artigo 57, Lei nº 8.666/93. 
 
Exceções: 
 
a) projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se 
houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no 
ato convocatório; 
 
b) Prestação de serviços a serem executados de forma 
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos 
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para 
a administração, limitada a sessenta meses; 
 
c) Aluguel de equipamentos e à utilização de programas de 
informática, podendo a duração estender–se pelo prazo de até 48 (quarenta 
e oito) meses após o início da vigência do contrato. 
 
Admite–se, ainda, em caráter excepcional, devidamente 
justificado e mediante autorização da autoridade superior, que o prazo dos 
contratos de prestação de serviço seja prorrogado, além do prazo 
citado, por até doze meses. 
 
 
7.4- Legislação pertinente 
 
7.4.1. Disciplina Constitucional 
 
Reza o artigo 22, XXVII, da Constituição Federal, competir 
privativamente à União legislar sobre “normas gerais de licitação e 
contratação, em todas as modalidades, para as Administrações públicas 
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, obedecendo o disposto no artigo 37, XXI, e para as empresas 
públicas e sociedades de economia mista, nos termos do artigo 173, §1º, 
III.” 
 
7.4.2. Disciplina Legal 
 
Os contratos administrativos são regulados basicamente pela 
Lei n. 8666/93. 
 
Foi editada a Lei Complementar n. 123/2006, na qual foram 
criadas algumas regras especiais para as microempresas e empresas de 
pequeno porte. 
 
É bom frisar que, subsidiariamente, aplica-se aos contratos 
administrativos as normas gerais sobre contratos, contempladas no Código 
Civil. 
 
 
 
7.5- Modalidades/Espécies de contratos (obra pública, prestação de 
serviços, fornecimento, concessão e permissão) 
 
7.5.1. Contratos de obras 
 
São aqueles em que o objeto pactuado consiste em 
construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de determinado 
bem público, sejam bens de utilização administrativa ou de uso coletivo. 
Exemplos: construção de edifício para instalar uma Assembléia 
Legislativa; construção de uma escola municipal; construção de viadutos, 
represas, etc. 
 
Construção resulta de atividadese materiais destinados à 
criação de determinado bem. 
 
Reforma é a alteração que esse bem pode sofrer, sem que 
seja ampliado. 
 
Ampliação pressupõe que o bem já exista e irá receber 
acréscimo em sua dimensão. 
 
Fabricação indica o sentido de criação do bem. 
 
Na recuperação contrata-se para o fim especial de 
restauração do bem. 
 
Condições específicas de contratação: 
 
Uma das condições específicas para a contratação é o 
projeto básico. Projeto básico é a definição prévia da obra a ser contratada. 
Antes da contratação, a Administração deve delinear o projeto da obra, 
indicando os motivos da contratação, a extensão, o tempo que deve durar, a 
previsão dos gastos, etc. Antes mesmo da licitação o projeto básico deve 
estar devidamente aprovado pela autoridade competente. 
 
A lei n. 8666/93, em seu artigo 6º, X, prevê, também, o 
projeto executivo que indicado os elementos necessários à execução 
completa da obra. 
 
Outra condição é a programação da integralidade da obra. 
Com efeito, havendo previsão orçamentária para a execução da obra, deve 
ser programada em sua totalidade, considerando-se os custos e os prazos de 
execução (artigo 8º). 
 
Regimes de execução: 
 
A execução de obras pode ser direta ou indireta. Direta 
quando realizada pelos próprios órgãos administrativos, e a indireta 
quando a execução resulta da contratação de terceiros. 
 
As obras poderão ser realizadas sob quatro regimes diversos 
de execução indireta, vejamos: 
 
1º. Regime da empreitada por preço global. Tal regime se 
dá quando o preço ajustado leva em consideração a obra como um todo, 
seja apenas com o trabalho do empreiteiro ou com o fornecimento dos 
materiais. 
2º. Regime da empreitada por preço unitário, no qual o 
preço leva em conta unidades determinadas da obra a ser realizada, nos 
termos do artigo 6º, VIII, “b” e artigo 10, II, “b”, da Lei n. 8666/93. 
 
3º. Regime da empreitada integral (artigo 6º, VIII, “e”, da 
lei n. 8666/93), em que a Administração contrata um empreendimento em 
sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e 
instalações. Esse regime é caracterizado pelo fato de serem contratados 
simultaneamente serviços e obras. 
 
4º. Regime de tarefa “quando se ajusta mão-de-obra para 
pequenos trabalhos, por preço certo, com ou sem fornecimento de 
materiais” (artigo 6º, VIII, “d”, da Lei n. 8666/93). É destinada a pequenas 
obras e serviços, cuja contratação independe de prévia licitação. 
 
7.5.2. Contratos de prestação de serviços 
 
São aqueles que visam a atividade destinada a obter 
determinada utilidade concreta de interesse para a Administração, 
realçando a atividade material do contratado, em que a obrigação se traduz 
num facere. Exemplos: atividades de conservação, reparação, conserto, 
transporte, operação, manutenção, demolição, seguro, locação de bens, e 
outras, consubstanciadas em obrigações de fazer. 
 
Acerca da distinção entre obras e serviços, pode entender-se 
que na obra há sempre um acréscimo ou modificação significativa no bem 
imóvel, enquanto que nos serviços gerais predomina a atividade, a 
execução, o facere. 
 
As condições básicas de contratação são as mesmas dos 
contratos de obras, havendo necessidade de prévia programação através do 
projeto básico e do projeto executivo, devidamente chancelados pela 
autoridade competente. Acontece que esses projetos para os serviços 
podem ser apresentados de forma bem singela ou até mesmo ser 
dispensados em grande parte dos casos. 
 
Sobre os regimes de execução, pode-se dizer o mesmo do 
que foi dito nos contratos de obras. 
 
Acerca dos serviços, estes se dividem em comum e 
técnicos-profissionais. Os serviços comuns são aqueles para os quais não 
há necessidade de específica habilitação. Ex.: serviços de conservação e 
limpeza, pintura e vigilância. Os serviços técnicos-profissionais são 
aqueles que reclamam habilitação legal, seja com formação em curso 
superior específico ou registro nos órgãos legalmente determinados. Ex.: 
pareceres, perícias e avaliações (artigo 13, da Lei n.º 8666/93). 
 
Acerca dos contratos de serviços, importante esclarecer 
sobre a terceirização de atividades pela Administração. É inteiramente 
legítimo que o Estado delegue a terceiros algumas de suas atividades-
meio, jamais atividades-fim, contratando diretamente com a empresa 
terceirizada para que os empregados desta prestem os serviços à 
Administração. 
 
7.5.3. Contratos de fornecimento (ou Compras) 
 
São aqueles que se destinam à aquisição de bens móveis 
necessários à consecução dos serviços administrativos. Exemplo: 
medicamentos, instrumentos cirúrgicos, se o objetivo é a assistência 
médica; material escolar, se o objetivo visa a educação; etc. 
 
Antes de celebrar tais contratos, deve o administrador 
caracterizar o objeto das compras e especificar os recursos financeiros para 
o pagamento dos fornecedores (artigo 14, da Lei n. 8666/93). 
 
As compras devem atender algumas diretrizes. Uma delas 
reside no princípio da padronização (artigo 15, I, da Lei n. 8666/93), 
significa que se torna necessário que determinados bens tenhas as mesmas 
características técnicas, ou seja, não se trata de diretriz aleatória, mas se 
exige que a Administração justifique sua adoção, inclusive como 
instrumento da economicidade que deve reger sua atuação. 
 
Outra diretriz é o registro de preços (artigo 15, II, da Lei n. 
8666/93), necessário para a obtenção de certa uniformidade e regularidade 
na aquisição dos bens, por isso é importante que haja atualização periódica 
no sistema de registro de preços, bem como ampla pesquisa de mercado 
(artigo 15, §1º, da Lei n. 8666/93). Assim, o vencedor da licitação firma ata 
de registro de preços, pela qual se compromete a fornecer, em determinado 
prazo, não superior a um ano, o objeto licitado conforme as necessidades 
da Administração. 
 
7.5.3. Contratos de concessão 
 
Concessão no direito administrativo traz a ideia de que o 
Estado é o titular de seus bens, transferindo ao particular algumas dessas 
faculdades. Assim, quando esses interessados pactuam a transferência 
dessas faculdades, configura-se o contrato de concessão. 
 
No sistema atual, pode-se catalogar os contratos de 
concessão em dois grupos: 1º) concessões de serviços públicos; 2º 
concessões de uso de bem público. 
 
As concessões de serviços públicos tem por objeto a 
delegação da execução de serviço público a pessoa privada (como vimos na 
unidade 3, trata-se de processo de descentralização). 
 
As concessões de uso de bem público visam somente a 
consentir que pessoa privada se utilize de bem pertencente a pessoa de 
direito público. 
 
7.6- Formalização do contrato administrativo 
 
7.6.1. Instrumento 
 
Os contratos administrativos devem ser formalizados 
através de instrumento escrito, salvo o de pequenas compras para pronto 
pagamento até o limite de R$ 4.000,00, como já dito. 
 
A formalização dos contratos administrativos se constitui 
em dois grupos. 
 
Quando o contrato for precedido por concorrência ou por 
tomada de preços, ou envolver valores correspondentes a essas 
modalidades no caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação, deve 
rotular-se como termo de contrato. 
 
Quando o valor contratual for mais baixo, pode o termo de 
contrato ser substituído por instrumentos de menor formalismo, como a 
carta-contrato, a nota de empenho de despesa, a autorização de compra ou a 
ordem de execução do serviço (artigo 62, da Lei n. 8666/93). 
 
7.6.2. Solenidades 
 
A primeira solenidade quecerca o contrato administrativo é 
o seu arquivamento em ordem cronológica e o registro de seus extratos 
(artigo 60, da Lei n. 8666/93), com a ressalva dos contratos relativos a 
direitos reais sobre imóveis, formalizados por instrumento público. 
 
Depois de celebrados, os contratos devem ser publicados, 
resumidamente, no órgão oficial de imprensa da entidade pública 
contratante, como condição de eficácia, sendo, então, registrados e 
arquivados. 
 
Devem constar nos contratos o preâmbulo, os nomes das 
partes e seus representantes, o objeto do ajuste, o ato autorizativo do 
contrato, o número do processo da licitação, ou, se for o caso, da dispensa 
ou inexigibilidade, e a menção de que seu regime jurídico é o da Lei n. 
8666/93. 
 
7.6.3. Cláusulas essenciais 
 
São aquelas cláusulas indispensáveis à validade do negócio 
jurídico, elencadas no artigo 55, da Lei n. 8666/93, vejamos: 
 
“Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as 
que estabeleçam: 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, 
data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os 
critérios de atualização monetária entre a data do 
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de 
conclusão, de entrega, de observação e de recebimento 
definitivo, conforme o caso; 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação 
da classificação funcional programática e da categoria 
econômica; 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena 
execução, quando exigidas; 
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as 
penalidades cabíveis e os valores das multas; 
VIII - os casos de rescisão; 
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em 
caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta 
Lei; 
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio 
para conversão, quando for o caso; 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a 
dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante 
vencedor; 
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e 
especialmente aos casos omissos; 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a 
execução do contrato, em compatibilidade com as 
obrigações por ele assumidas, todas as condições de 
habilitação e qualificação exigidas na licitação 
§ 1º (Vetado). 
§ 2
o
 Nos contratos celebrados pela Administração Pública 
com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas 
domiciliadas no estrangeiro, deverá constar 
necessariamente cláusula que declare competente o foro da 
sede da Administração para dirimir qualquer questão 
contratual, salvo o disposto no § 6
o
 do art. 32 desta Lei. 
§ 3
o
 No ato da liquidação da despesa, os serviços de 
contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da 
arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou 
Município, as características e os valores pagos, segundo o 
disposto no art. 63 da Lei n
o
 4.320, de 17 de março de 
1964.” 
 
7.6.4. Garantias 
 
Para assegurar o cumprimento do contrato, e desde que haja 
previsão anteriormente, no instrumento convocatório, pode a 
Administração exigir da parte contratada determinada garantia, não 
podendo exceder a 5% (cinco por cento) do valor do contrato, como 
regra geral. Exceção: quando o objeto do contrato encerrar grande 
complexidade técnica e riscos significativos, a garantia poderá alcançar o 
percentual de 10% (dez por cento) do valor do contrato. Tão logo 
executado o contrato, porém, deve a garantia ser restituída ao contratado 
(artigo 56, §4º, da Lei n. 8666/93). 
 
São previstas as garantias de caução em dinheiro ou em 
títulos da dívida pública, a fiança bancária e o seguro-garantia (artigo 56, § 
1º, da Lei n. 8666/93). 
 
A caução é modalidade de garantia que se formaliza por 
uma reserva em dinheiro ou em título da dívida pública. 
 
A fiança bancária é garantia que acarreta a responsabilidade 
comercial e onerosa de algum banco, decerto do qual seja cliente o 
contrato. 
 
O seguro-garantia é ajustado entre o contratado e empresa 
seguradora, que se compromete a cobrir os custos de eventual prejuízo à 
Administração. 
 
 
7.7- Execução e controle 
 
O poder de fiscalizar o contrato e controlar sua execução é 
inerente à própria Administração, sendo, inclusive, poder implícito, ou seja, 
que independe de cláusula expressa no contrato. 
 
De qualquer sorte, a Lei de Licitações e Contratos inseriu 
referido poder dentre aqueles denominados exorbitantes, conforme prevê o 
art. 58, que assim dispõe: 
 
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos 
instituído por esta Lei confere à Administração, em relação 
a eles, a prerrogativa de: 
I – modificá–los, unilateralmente, para melhor adequação 
às finalidades de interesse público, respeitados os direitos 
do contratado; 
II – rescindi–los, unilateralmente, nos casos especificados 
no inciso I do art. 79 desta Lei; 
III – fiscalizar–lhes a execução; 
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou 
parcial do ajuste; 
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar 
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços 
vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da 
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas 
contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de 
rescisão do contrato administrativo. 
 
Dessa forma, o contrato deverá ser executado fielmente 
pelas partes, de meios e a acordo com as cláusulas avençadas e as normas 
da Lei de Contratos Administrativos, respondendo cada uma pelas 
consequências de sua inexecução total ou parcial. 
 
Entretanto, a execução do contrato deverá ser acompanhada 
e fiscalizada por um representante da Administração especialmente 
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti–lo e subsidiá–lo 
de informações pertinentes a essa atribuição, conforme estabelece o art. 67 
da Lei nº 8.666/93. 
 
Assim, não poderá o representante da Administração ser 
substituído por terceiros, ele poderá ter terceiro contratado para assisti–lo 
ou subsidiá–lo. 
 
7.8- Alteração e extinção do contrato administrativo 
 
Os contratos administrativos poderão ser alterados 
unilateralmente ou por acordo entre as partes. 
 
Como efeito, a possibilidade de alteração unilateral se insere 
dentre as cláusulas chamadas exorbitantes, pois dá poderes apenas para 
uma das partes, no caso para a Administração Pública. 
 
Assim, poderá a Administração, devidamente justificado, 
empreender alteração qualitativa (quando houver modificação do projeto 
ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos), 
ou alteração quantitativa (quando necessária a modificação do valor 
contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu 
objeto, nos limites permitidos pela Lei nº 8.666/93). 
 
Poderá, ademais, por acordo das partes, ser alterado o 
contrato, nos seguintes casos: 
 
a) quando conveniente a substituição da garantia de 
execução; 
 
b) quando necessária a modificação do regime de execução 
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de 
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, 
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial 
atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao 
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação defornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; 
 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram 
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da 
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, 
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico–financeiro inicial do 
contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, 
porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da 
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou 
fato do príncipe, configurando área econômica extraordinária e 
extracontratual. 
 
É importante destacar que o contratado é obrigado a aceitar, 
nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se 
fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por 
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de 
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta 
por cento) para os seus acréscimos. 
 
Em caso de supressão, poderá haver acordo entre os 
contratantes, para reduzir além do limite legal. Todavia, nenhum acréscimo 
poderá exceder tais limites. 
 
Conforme artigo 65, § 8º da Lei de Licitações e Contratos, 
não se enquadram como alteração contratual: 
 
a) Variação ou atualização do valor contratual em razão de 
reajuste de preços previsto no próprio contrato; 
 
b) Compensações ou penalizações financeiras decorrentes 
das condições de pagamento nele previstas; 
 
c) Empenho de dotações orçamentárias suplementares até o 
limite do seu valor corrigido. 
 
Tais casos podem ser registrados por simples apostila
1
, 
dispensando a celebração de aditamento. 
 
Observamos que podem os contratos regidos pela Lei nº 
8.666/93 serem alterados unilateralmente pela Administração ou por acordo 
entre as partes. 
 
Dentre as situações que possibilitam a alteração do contrato 
por acordo entre as partes, temos as que surgem em razão do que se 
denomina reequilíbrio econômico–financeiro inicial, ou seja, restabelecer a 
equivalência inicial entre os encargos do contratado e a retribuição da 
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento. 
 
É que há uma equação financeira que fora estabelecida 
originalmente (encargo x retribuição), ou seja, de um lado há os encargos 
da contratada e de outro sua retribuição, como se fosse uma balança, que 
deverá sempre se manter no equilíbrio inicial. 
 
Todavia, poderão surgir fatos imprevisíveis, ou previsíveis, 
porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da 
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou 
fato do príncipe, que modificam essa equação, esse equilíbrio, reclamando, 
por isso, a necessidade de readequação do ajuste (revisão). 
 
A teoria da imprevisão se desdobra em caso fortuito, força 
maior, fato do príncipe, fato da administração e interferências imprevistas. 
 
Com efeito, a teoria da imprevisão consiste no 
reconhecimento de que eventos novos, imprevistos e imprevisíveis pelas 
partes e a elas não imputadas, refletindo sobre a economia ou na execução 
do contrato, autorizam a revisão do ajuste em consideração dos fatores 
supervenientes, conforme aplicação da cláusula rebus sic stantibus. 
 
Assim, força maior é evento externo, imprevisível e 
inevitável, que cria para o contratante óbice intransponível ou que eleva 
sobremaneira os encargos contratados, inviabilizando, nos termos firmados, 
a execução do contrato. (terremoto, guerra, revolta, rebelião etc). 
 
Caso fortuito é evento interno, inexplicável ou anômala da 
Administração ou do contratado, também imprevisível e inevitável, que 
gera encargos insuportáveis ou que eleva sobremaneira os encargos 
 
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 Apostilamento é simples registro administrativo que poderá ser realizado no verso do próprio termo de 
contrato. 
contratados, inviabilizando, nos termos firmados, a execução do contrato. 
(ex: incêndio, greve dos servidores ou dos funcionários etc). 
 
Fato do príncipe é determinação estatal, geral e 
superveniente, imprevisível ou imprevista, que onera ou desonera o 
contrato, repercutindo indiretamente sobre ele. (Ex: criação ou extinção de 
um tributo) 
 
Considera–se, ademais, fato da administração toda ação 
ou omissão do Poder Público que esteja diretamente relacionada com o 
contrato, impedindo ou retardando sua execução nas condições 
inicialmente estabelecidas. (Ex.: não liberação do local para realização de 
obra) 
 
É de se observar que tanto o fato do príncipe como o fato da 
administração provém de uma determinação estatal. A diferença é que o 
fato do príncipe incide sobre toda a sociedade (ex. imposto) e o fato da 
administração incide sobre o contrato especificamente (ex. não 
desapropriação de área destina a construção de viaduto) 
 
Ademais, cabe ainda falarmos sobre as denominadas 
interferências imprevistas (sujeições imprevistas) que são fatos materiais 
imprevistos, existentes ao tempo da celebração do contrato, mas só 
verificados ao tempo da sua execução. (ex. diversidade do terreno 
conhecida só na execução da obra) 
 
Por isso, não só os acontecimentos imprevisíveis, mas 
também os imprevistos, cujas consequências sejam incalculáveis, ensejam 
a aplicação da teoria da imprevisão.

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