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Contratos Administrativos

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DESCRIÇÃO
Teoria Geral dos Contratos Administrativos, em face às particularidades dos contratos de obras, bens e
serviços envolvendo o Poder Público.
PROPÓSITO
Compreender os fundamentos dos contratos administrativos, a partir do regime jurídico administrativo a
que se sujeitam tais contratos, as normas da Lei 14.133/2021, em comparativo à Lei 8.666/93, e a
presença das chamadas cláusulas exorbitantes na contratação de obras, bens e/ou serviços.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos a Lei 8.666/93 e a Lei nº 14.133/2021, para que haja a
devida compreensão do tema.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os fundamentos dos contratos administrativos
MÓDULO 2
Descrever conceitos próprios à contratação de obras, bens e serviços
INTRODUÇÃO
Os contratos administrativos, como o próprio nome indica, são aqueles firmados pela Administração
Pública. Estes se submetem a regras específicas, baseadas no regime jurídico administrativo, as quais
geram prerrogativas e restrições para o Poder Público. Para sua melhor compreensão, neste conteúdo,
estudaremos o regime previsto na Lei nº 14.133/2021 para tais contratos.
MÓDULO 1
 Identificar os fundamentos dos contratos administrativos
LIGANDO OS PONTOS
Uma das questões muito importantes que a Lei nº 8.666/93 trata é das possibilidades de punição para
empresas enquadradas em alguns atos lesivos à licitação e ao contrato administrativo. Na nova
legislação, esses crimes foram tipificados no Código Penal e deixaram de figurar na Lei nº 14.133/2021.
Para compreendermos melhor esse tema das punições, vamos estudar o caso da empresa ABC:
A ABC é uma empresa fictícia que atua no ramo de obras como construtora. Essa empresa oferece seus
serviços tanto para particulares como para o setor público, concorrendo em licitações destinadas à
execução de obras e serviços de reformas em geral.
Nos últimos anos, ela firmou contratos com grandes empresas públicas, além de contratos feitos
diretamente com entes públicos, como municípios, estados e a própria União.
A organização começou como uma pequena empresa familiar; no entanto, nos últimos 15 anos, cresceu
e se tornou uma das mais respeitadas empreiteiras que fazem obras públicas. Ela construiu uma grande
reputação como empresa séria e comprometida com a qualidade de suas obras, sempre aprovadas sem
ressalvas pelos fiscais de obra indicados pelo Poder Público contratante.
No entanto, no último ano, o Tribunal de Contas da União (TCU), em uma auditoria de rotina, desconfiou
da entrega de uma obra específica da ABC. Isso aconteceu justamente pelo fato de os relatórios do
fiscal de obras estarem muito “redondinhos”, como se tudo estivesse 100% correto e sem nenhuma
intercorrência durante a execução da obra.
Partindo dessa suspeita, o auditor do TCU começou uma investigação que culminou com a descoberta
de que, mesmo esse fiscal atestando que a obra estava finalizada em seus relatórios, ela tinha diversos
defeitos e ainda estava em finalização. Por conta dessa auditoria, a Polícia Federal (PF) foi acionada.
Em uma investigação minuciosa, a PF identificou que a ABC tinha pagado propina para que esse fiscal
atestasse a conclusão da obra. Isso provocou o pagamento dos valores finais da obra e o encerramento
do contrato com a empresa ABC, que simplesmente abandonou a obra sem sua conclusão.
APÓS A LEITURA DO CASE, É HORA DE APLICAR
SEUS CONHECIMENTOS! VAMOS LIGAR ESSES
PONTOS?
1. ALGUMAS CONTRATAÇÕES DA GESTÃO PÚBLICA NÃO SE SUBORDINAM
AOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, MESMO SENDO CONTRATAÇÕES
TIPICAMENTE PÚBLICAS, COMO INDICA O ARTIGO 3º DA LEI Nº 14.133/2021,
QUE REGE OS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. NA OBRA QUE ENTREGOU E
QUE O TCU LEVANTOU SUSPEITAS, A EMPRESA ABC, TENDO COMO BASE
ESSA EXCEÇÃO, NÃO PODERIA TER SIDO CONTRATADA. 
 
QUAIS SÃO AS EXCEÇÕES CONSTANTES NESSE ARTIGO?
A) Os contratos de operação de crédito, gestão de dívida pública e contratações sujeitas a normas
gerais previstas para casos particulares; a possibilidade de se estabelecerem condições específicas em
caso de licitações e contratos que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação de
agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro dos quais o Brasil seja parte; e os
contratos firmados pelo terceiro setor, inclusive aos serviços sociais autônomos.
B) Os contratos de operação de crédito, gestão de dívida pública e contratações sujeitas a normas
previstas em legislação própria; a possibilidade de se estabelecerem condições específicas em caso de
licitações e contratos que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação de agência oficial
de cooperação estrangeira ou organismo financeiro dos quais o Brasil seja parte.
C) Os contratos de operação de crédito; gestão de dívida pública; a possibilidade de se estabelecerem
condições específicas em caso de licitações e contratos que envolvam recursos provenientes de
empréstimo ou doação de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro dos quais
o Brasil seja parte; e os contratos firmados pelo terceiro setor, inclusive aos serviços sociais autônomos.
D) Os contratos de operação de crédito e contratações sujeitas a normas previstas em legislação
própria; a possibilidade de se estabelecerem condições específicas em caso de licitações e contratos
que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação de agência oficial de cooperação
estrangeira ou organismo financeiro dos quais o Brasil seja parte; e os contratos firmados pelo terceiro
setor.
E) Os contratos de operação de crédito, gestão de dívida pública e contratações sujeitas a normas
previstas em legislação própria; a possibilidade de se estabelecerem condições específicas em caso de
licitações e contratos que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação de agência oficial
de cooperação estrangeira ou organismo financeiro dos quais o Brasil seja parte; e os contratos
firmados pelo terceiro setor, inclusive aos serviços sociais autônomos.
2. AS CLÁUSULAS EXORBITANTES NOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS SÃO
A SUA PRINCIPAL DIFERENÇA EM RELAÇÃO AOS PRIVADOS. COMO UM
CONTRATO DE DIRETO PÚBLICO, ELES PROCURAM RESGUARDAR O
INTERESSE PÚBLICO ACIMA DO PARTICULAR. ALÉM DAS CLÁUSULAS
EXORBITANTES, AS CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
TORNAM REAIS AS VANTAGENS DO PODER PÚBLICO SOBRE O PODER
PARTICULAR. 
 
DENTRO DO CASO ESTUDADO, CASO O CONTRATO TIVESSE SIDO
SUBCONTRATADO PARA OUTRA EMPRESA, QUAIS CARACTERÍSTICAS DO
CONTRATO ADMINISTRATIVO SERIAM DESCUMPRIDAS? ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE AS APRESENTA.
A) Consensuais
B) Bilaterais
C) Comutativos
D) Personalíssimos
E) Onerosos
GABARITO
1. Algumas contratações da gestão pública não se subordinam aos contratos administrativos,
mesmo sendo contratações tipicamente públicas, como indica o artigo 3º da Lei nº 14.133/2021,
que rege os contratos administrativos. Na obra que entregou e que o TCU levantou suspeitas, a
empresa ABC, tendo como base essa exceção, não poderia ter sido contratada. 
 
Quais são as exceções constantes nesse artigo?
A alternativa "E " está correta.
 
A nova Lei de Licitações que entrou em vigor em 2021 já prevê alguns casos nos quais é possível
contratar sem que haja a necessidade de adjudicação de um contrato administrativo, podendo ser
realizado um contrato privado para tais contratações. Essa decisão facilita e desburocratiza algumas
contratações que acabavam encarecendo devido às prerrogativas dos contratos administrativos.
2. As cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos são a sua principal diferença em
relação aos privados. Como um contrato de direto público, eles procuram resguardar o interesse
público acima do particular. Além das cláusulas exorbitantes, as características dos contratos
administrativos tornam reais as vantagens do Poder Público sobre o poder particular. 
 
Dentro do caso estudado, caso o contrato tivesse sido subcontratado para outra empresa, quais
características do contrato administrativo seriam descumpridas?Assinale a alternativa que as
apresenta.
A alternativa "D " está correta.
 
Os contratos administrativos têm uma gama de características, as quais, por serem regidas pela direito
público, são espécies diferentes dos contratos privados. Elas estão muito ligadas à prerrogativa do
Estado de defender o interesse público, que, aliás, se sobrepõe ao interesse particular. Essa também é
a justificativa para as cláusulas exorbitantes que desequilibram o contrato em favor da Administração
Pública. No caso apresentado, a característica descumprida seria o fato de o contrato ser
personalíssimo, não podendo ser subcontratado no todo ou mesmo em parte sem a aprovação do
contratante.
3. O CASO APRESENTADO COLOCA UMA QUESTÃO MUITO
IMPORTANTE EM NOSSOS DIAS: A CORRUPÇÃO NA
GESTÃO PÚBLICA. IMAGINE-SE OCUPANDO A POSIÇÃO DE
ORDENADOR DE DESPESAS DESSA OBRA.
QUAL PUNIÇÃO VOCÊ DEVERIA IMPOR À EMPRESA CASO
FOSSE ACIONADO PELO JUDICIÁRIO OU, EM VIAS
ADMINISTRATIVAS, PELO TCU?
RESPOSTA
Espelho de resposta
Como responsável pela obra em que houve a fraude, mesmo que não tivesse ocorrido a investigação da
Polícia Federal e você identificasse o problema, seria necessário punir a empresa. A punição para esse tipo
de crime pode ser uma pena de reclusão de quatro a oito anos. Para as empresas que fraudam a
concorrência ou o contrato administrativo, as punições podem ser multa, impedimento de licitar por até três
anos e declaração de inidoneidade de três até seis anos.
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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A LEI Nº
14.133/2021
A Lei n. 14.133/21 estabelece normas gerais sobre licitação e contratos administrativos aplicáveis aos
Três Poderes, a toda Administração Pública direta, autárquica e fundacional de todos os entes da
Federação, incluindo os Fundos Especiais e as Entidades Controladas.
Porém as empresas públicas e sociedades de economia mista continuarão organizando suas licitações
pela Lei nº 13.303/2016, uma vez que adotam o regime híbrido. Serão aplicáveis às estatais apenas as
disposições penais trazidas pelo novo marco legal. Podemos inferir, ainda, que os novos princípios
também serão aplicáveis às estatais, uma vez que estes não interferem no regime híbrido.
 
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O art. 3º estabelece que não se subordinam ao regime da lei os contratos de operação de crédito,
gestão de dívida pública e contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria.
 
Imagem: Shutterstock.com
Ainda, a possibilidade de se estabelecerem condições específicas em caso de licitações e contratos que
envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação de agência oficial de cooperação estrangeira
ou organismo financeiro dos quais o Brasil seja parte.
 
Imagem: Shutterstock.com
Na mesma linha, a nova lei de licitações não se aplica ao terceiro setor, inclusive aos Serviços Sociais
Autônomos.
A Lei nº 14.133/2021 não tem vacatio legis, e entrou em vigor na data de sua publicação (art. 194). Ela
substitui não só a Lei nº 8.666/93, mas também a Lei do Pregão (Lei 10.520/2002) e a do Regime
Diferenciado de Contratações (Lei 12.462/2011) ― todos esses institutos estão agora reunidos no
novo diploma legal.
 ATENÇÃO
Contudo, haverá um período de adaptação: apenas os tipos penais e correlatos da Lei nº 8.666/93 já
estão imediatamente revogados (os arts. 89 a 108). Os demais artigos, tanto da Lei nº 8.666/93 quanto
do Pregão e do RDC, valerão ainda por dois anos após a publicação da nova lei.
Durante esse prazo, o novo regime conviverá com o antigo; somente após deixarão de valer totalmente.
O art. 191 deixa claro que:
 
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Durante esse período, a Administração estará livre para optar se licita de acordo com a nova lei ou de
acordo com as leis nº 8.666/93, 10.520/2002 e 12.462/2011.
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Imagem: Shutterstock.com
A opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital e regerá o contrato administrativo
posteriormente assinado até o seu encerramento (art. 191, parágrafo único).
 
Imagem: Shutterstock.com
Seguindo o mesmo raciocínio, o contrato assinado antes da entrada em vigor da Lei nº 14.133/2021
continua sendo regido pelas regras das leis revogadas (art. 190).
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CONTRATOS PRIVADOS DA ADMINISTRAÇÃO
VERSUS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
(CLÁUSULAS EXORBITANTES)
NEM TODO CONTRATO FIRMADO PELO PODER
PÚBLICO POSSUI, NECESSARIAMENTE,
PRERROGATIVAS.
Os contratos em que o Estado figura como parte constituem um gênero, chamados pela doutrina de
Contratos da Administração, englobam dois tipos:
CONTRATOS PRIVADOS DA ADMINISTRAÇÃO
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CONTRATOS PRIVADOS DA ADMINISTRAÇÃO
Há aqui uma relação de igualdade e equilíbrio entre as partes (Administração e particular), sem a
estipulação automática de cláusulas exorbitantes. Adotam o regime predominantemente privado,
especialmente o direito civil e empresarial. Por exemplo, quando ocorrem na locação, compra de imóvel,
abertura de conta bancária, não há incidência automática de cláusulas exorbitantes/prerrogativas
para a Administração.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
São os contratos administrativos stricto sensu. São regidos pelo Direito Público, e a própria lei garante
vantagens especiais para a Administração, as chamadas cláusulas exorbitantes. Maria João Estorninho
(2013), autora portuguesa de referência no tema, esclarece que os Contratos da Administração são
regidos por três princípios característicos: consensualismo, prossecução do interesse público e equilíbrio
econômico-financeiro.
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO DOS
CONTRATOS CELEBRADOS PELO PODER
PÚBLICO
É importante ter em mente que todos os contratos celebrados pelo Poder Público se mostram submissos
ao regime jurídico administrativo, em maior ou menor intensidade. Alguns pontos, via de regra, estarão
presentes, tais como:
Existência de condições e formalidades para estipulação e aprovação
Necessidade de autorização para contratar
Prévia licitação
Possibilidade de controle pelos Tribunais de Contas
O que diferencia os contratos privados da administração dos Contratos Administrativos é a existência,
ou não, de uma relação desigual entre as partes, com vantagens dadas pela lei ao Estado.
CONTRATOS PRIVADOS DA ADMINISTRAÇÃO
Se a relação é equilibrada, estaremos diante dos contratos privados da Administração. Aplica-se o
regime jurídico administrativo de forma não preponderante, sendo regidos pelo direito privado. As
cláusulas exorbitantes só serão permitidas se estiverem expressas no contrato, caso contrário, não
serão aplicadas.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Já os contratos administrativos (stricto sensu ou propriamente ditos) são caracterizados por uma relação
verticalizada, onde o Poder Público ocupa a posição privilegiada. Não há paralelo destes no direito
privado, logo são regidos predominantemente pelo Direito Administrativo. São os contratos públicos por
excelência, regidos pelo art. 54 da Lei nº 8.666/93 e art. 89 da Lei 14.133/2021. A possibilidade de
adoção de cláusulas exorbitantes deriva, então, da lei.
AS CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
Os contratos administrativos propriamente ditos apresentam algumas características.
Resumiremos agora e detalharemos os desdobramentos de alguns em seguida:
Consensuais tornam-se perfeitos e acabados com a manifestação de vontade
Bilaterais
as obrigações são predefinidas, não são contratos aleatórios e ambas as
partes assumem obrigações.
Comutativos há equivalência de prestações previamente conhecidas.
Onerosos as prestações são avaliáveis economicamente.
Formais
assumem, via de regra, a forma escrita, e há requisitos que devem ser
obedecidos (art. 60 Lei 8.666/93 e art. 91 Lei 14.133/2021).
Personalíssimos
as partes não podem ser alteradas sem consentimento do Poder Público,
existindo também limites à subcontratação.
Quadro: Características dos contratos administrativos.
Elaborado por: Fernanda Morgan.
 Atenção!Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A Administração Pública tem o monopólio da situação. Entre as disposições voltadas a assegurar o
cumprimento do contrato pelo setor privado, a Lei admite que:
 
Foto: Shutterstock.com
Em contratos de obras e serviços de engenharia de grande vulto, possa a exigir-se do contratado uma
garantia de fiel cumprimento do contrato no montante de até 30% do valor da contratação.
 
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A nova lei confere também às seguradoras que tenham emitido essa garantia o direito de acompanhar o
contrato e, quando necessário, intervir nele para assegurar seu cumprimento. É uma importante
inovação, pois a Lei nº 8.666/93 contemplava como garantia máxima o valor de 10% do contrato, o que
não estimulava as seguradoras a atuar mais proativamente no monitoramento do contrato.
Ademais, a lei permite que a Administração exija do licitante, como requisito de pré-habilitação, o
pagamento de até 1% do valor estimado para a contratação, a título de garantia de proposta.

 
Foto: Shutterstock.com
O licitante, por sua vez, poderá prestar a referida garantia nas modalidades caução em dinheiro ou em
títulos da dívida pública, seguro-garantia e fiança bancária. Contudo, há situações em que a lei
expressamente define qual a modalidade de garantia que deve ser prestada. Uma delas é na
contratação de obras e serviços de engenharia, hipótese em que deve ser a modalidade seguro-
garantia, conforme previsto no art. 102.
O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo
contratado perante à Administração, inclusive as multas, os prejuízos e as indenizações decorrentes de
inadimplemento. Trata-se da literalidade do caput do art. 97.
 
Foto: Shutterstock.com
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
 
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Havendo a suspensão do contrato por ordem ou por inadimplemento da Administração, o contratado fica
desobrigado de renovar a garantia ou de endossar a apólice do seguro até a ordem de reinício da
execução ou o adimplemento pela Administração. Trata-se da literalidade do §2º, do art. 96.
ANÁLISE PORMENORIZADA DAS
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
FORMALISMO MODERADO
Os contratos administrativos devem ser escritos.
Vale destacar a regra geral que estabelece que os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e
serão juntados ao processo que tiver dado origem à contratação, divulgados e mantidos à disposição do
público em sítio eletrônico oficial, ou, ainda, a disposição que admite a celebração eletrônica de
contratos (art. 91, §3º). Não é exatamente uma inovação, embora a formalização eletrônica não
constasse expressamente de leis específicas de licitações e contratos administrativos, mas essas
medidas consistem, sem dúvida, em passos relevantes para romper a nossa cultura cartorial
burocrática.
 
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Não basta o consenso de vontade, há requisitos que devem ser observados.
A Lei 14.133/2021 traz algumas regras, ao dispor que todo contrato deverá mencionar:
 Os nomes das partes e os de seus representantes
 A finalidade
 O ato que autorizou sua lavratura
 O número do processo da licitação ou da contratação direta e a sujeição dos contratantes às
normas da Lei e às cláusulas contratuais
Os contratos também deverão estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução,
expressas em cláusulas que definam os direitos, as obrigações e as responsabilidades das partes, em
conformidade com os termos do edital de licitação e os da proposta vencedora ou com os termos do ato
que autorizou a contratação direta e os da respectiva proposta (art. 89 parágrafos 1º e 2º).
Contudo, a Lei 14.133/2021, adotando o formalismo moderado, dispôs que o desatendimento de
exigências meramente formais que não comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a
compreensão do conteúdo de sua proposta não importará seu afastamento da licitação ou a invalidação
do processo (art. 12, III).
BILATERALIDADE
Ninguém pode ser obrigado a contratar com o Estado. Logo, a manifestação de vontade de todas as
partes contratantes é necessária. Assim, são fixadas obrigações recíprocas. Há liberdade para
manifestação de vontade do particular, ainda que reduzida (preço, reajuste).
 
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 VOCÊ SABIA
Alguns contratos administrativos específicos, como os de petróleo e gás, permitem uma maior
negociação, como de prazos para a execução do objeto.
COMUTATIVIDADE
As obrigações devem ser equivalentes e previamente estabelecidas. Isto se traduz, especialmente, no
fato de que os termos da proposta vencedora na licitação deverão ser mantidos até o final do contrato. A
comutatividade se reflete especialmente na fixação das obrigações das partes e na necessidade de
preservação do equilíbrio econômico-financeiro, que será visto a seguir. A comutatividade está presente,
ainda, no art. 115 da Lei nº 14.133/2021.
 
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A publicação resumida do instrumento contratual é uma condição de eficácia do contrato. A publicação
na imprensa oficial não é só dos contratos, mas também de seus aditamentos (art. 61, parágrafo único
Lei 8.666/93). A Lei 14.133/2021 traz dispositivo semelhante, porém privilegiando a publicação por meio
eletrônico (art. 91).
PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES
PÚBLICAS
A regra para todos os procedimentos de contratação passa a ser a contratação eletrônica, possível em
todas as modalidades de licitação. Nos termos do § 2º do art. 17, “as licitações serão realizadas
preferencialmente sob a forma eletrônica”.
 SAIBA MAIS
O uso da forma presencial será possível quando o Poder Público apresenta essa opção de forma
motivada e desde que registre a sessão pública em ata e grave o referido ato com a utilização de
recursos tecnológicos de áudio e vídeo (art. 17 § 2º e § 5º).
O Portal Nacional de Contratações Públicas busca assegurar transparência nas contratações em toda a
Administração, de todos os entes da Federação. Ele concentrará todas as licitações dos órgãos e
entidades da Administração direta, autárquica e fundacional da União, dos estados, do Distrito Federal e
dos Municípios. O PL (Poder Legislativo ) pretende que o Portal seja uma plataforma para os
procedimentos licitatórios e realização das licitações, cuja adesão será facultativa (art. 174).
A DIVULGAÇÃO NO PORTAL NACIONAL DE
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP) É CONDIÇÃO
INDISPENSÁVEL PARA A EFICÁCIA DO CONTRATO E
DE SEUS ADITAMENTOS, NOS TERMOS DO §2º, DO
ART. 94.
Os contratos e seus aditamentos devem ser divulgados no PNCP, a contar da data da assinatura, nos
seguintes prazos:
NO CASO DE LICITAÇÃO
Em 20 dias úteis.
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NO CASO DE CONTRATAÇÃO DIRETA
Em 10 dias úteis.
Vejamos a redação do referido dispositivo legal:
Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição indispensável
para a eficácia do contrato e de seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da
data de sua assinatura:
I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
§ 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir de sua assinatura e deverão
ser publicados nos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade.
§ 2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando referente à contratação de profissional
do setor artístico por inexigibilidade, deverá identificar os custos do cachê do artista, dos
músicos ou da banda, quando houver, do transporte, da hospedagem, da infraestrutura, da
logística do evento e das demais despesas específicas.
§ 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial, em até 25 (vinte e cinco)
dias úteis após a assinatura do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que contratar e,
em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativosexecutados e os
preços praticados.
PERSONALÍSSIMO (INTUITO PERSONAE)
O contrato deve ser executado pelo escolhido na licitação, sob pena de violação aos princípios da
impessoalidade e moralidade. Como a escolha na licitação deve ser respeitada, cabe a execução ao
próprio contratado, não cabendo a sua substituição.
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Foto: Shutterstock.com
Esse conceito é mantido pelo art. 90 da Lei nº 14.133/2021.
O caráter personalíssimo não é absoluto. A lei autoriza subcontratação parcial (se prevista no edital e no
contrato administrativo), a cessão de posição e a mudança no controle acionário (art. 72 e 78, VI Lei nº
8.666/93).

Na mesma linha, a Lei 14.133/2021 veda a subcontratação apenas em caso de inexigibilidade por se
tratar de serviço especializado (art. 74, §4°).
MUTABILIDADE / INSTABILIDADE
Trata-se da possibilidade de alteração do contrato administrativo. O contrato administrativo também
pode ser modificado, inclusive de forma unilateral pela Administração Pública. Como o interesse público
é mutável a Administração possui a prerrogativa de rescindir o contrato ou de alterar unilateralmente as
cláusulas regulamentares (art. 104, I Lei nº14.133/2021).
 
Foto: Shutterstock.com
DESEQUILÍBRIO
 
Imagem: Shutterstock.com
O regime jurídico dos contratos administrativos confere prerrogativas ao Poder Público. Há uma
desigualdade entre as partes, onde a posição superior é da Administração Pública, em razão do
princípio da supremacia do interesse público. O desequilíbrio e a instabilidade resguardam o interesse
público que motivou a contratação e garantem que o serviço a ser prestado seja regular e contínuo, e
por isso extrapolam o padrão comum dos contratos em geral.
O art. 104 da Lei nº 14.133/2021 traz exemplos de cláusulas exorbitantes, também conhecidas como
cláusulas de privilégio:
Modificação unilateral do contrato para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado.
Rescisão unilateral do contrato.
Fiscalização da execução.
Aplicação de sanções pela inexecução total ou parcial do ajuste.
Ocupação provisória dos bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na
hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado,
bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo, nos casos de serviços essenciais.
Com a edição da Lei 13.303/16, pacificou-se que os contratos das empresas públicas e sociedades de
economia mista seguirão preceitos de direito privado (art. 68). Porém, estas também estão submetidas,
parcialmente, pelo regime de direito público. Então, alguns pontos deverão ser observados: necessidade
de caução; proibição de contrato por tempo indeterminado e alterações contratuais somente por acordo
entre as partes (art.72 e art. 81).
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Vamos definir os contratos administrativos e tratar das suas principais características no vídeo a seguir.
ADITIVO E APOSTILA
As alterações contratuais, em regra, exigirão a formalização de um aditivo, tal como prevê o art. 132 da
Lei nº 14.133/2021, impondo inclusive o prazo de um mês. Por sua vez, a apostila é a anotação ou
registro administrativo que é realizado no contrato, podendo ser realizado na última página do contrato
ou da juntada de um termo ao contrato. A previsão de uso de apostila na Lei nº 14.133/2021 está no art.
136, para as seguintes hipóteses:
Variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactuação de preços previstos no próprio
contrato.
Atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento
previstas no contrato.
Alterações na razão ou na denominação social do contratado.
Empenho de dotações orçamentárias.
PAGAMENTO DAS CONTRATAÇÕES PÚBLICAS
– ORDEM CRONOLÓGICA
A lei institui o dever da Administração Pública de observar estritamente a ordem cronológica na
realização de pagamentos por ela devidos nos seus contratos administrativos.
Tal ordem será verificada por categoria de contratos:
A ORDEM CRONOLÓGICA PODERÁ SER ALTERADA
QUANDO SE TRATAR DE MICROEMPRESA,
EMPRESA DE PEQUENO PORTE, AGRICULTOR
FAMILIAR, PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA,
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL E SOCIEDADE
COOPERATIVA, DESDE QUE DEMONSTRADO O
RISCO DE DESCONTINUIDADE DO CUMPRIMENTO
DO OBJETO DO CONTRATO (ART. 141 §1º, II).
Vale notar que o agente encarregado da aprovação dos pagamentos poderá ser pessoalmente
responsável em caso de inobservância dessa ordem cronológica.
 VOCÊ SABIA
Microempresas e empresas de pequeno porte gozam de benefícios, aplicando-se às licitações e
contratos o previsto na LC 123/2006. Porém estes podem ser afastados previstos no de licitação para
aquisição de bens ou contratação de serviços em geral, ao item cujo valor estimado for superior à
receita bruta máxima admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte (R$
4.800.000,00). Na mesma linha não valerão no caso de contratação de obras e serviços de engenharia,
às licitações cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima admitida para fins de
enquadramento como empresa de pequeno porte. Por fim a obtenção de benefícios fica limitada às
microempresas e às empresas de pequeno porte que, no ano calendário de realização da licitação,
ainda não tenham celebrado contratos com a Administração Pública cujos valores somados extrapolem
a receita bruta máxima admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte, devendo
o órgão ou entidade exigir do licitante declaração de observância desse limite na licitação (R$
4.800.000,00). Há também previsão de valor diferenciado do comumente exigido para o consórcio
licitante, para a habilitação econômico-financeira, caso este seja integralmente composto por
microempresas e pequenas empresas (Art. 15 § 2º).
CRIMES E PUNIÇÕES ADMINISTRATIVAS (ARTS.
155 E 178)
A lei revoga imediatamente os crimes previstos na Lei nº 8.666/93, acrescentando, em substituição, um
novo capítulo ao Código Penal. A maioria dos dispositivos mantém a redação dos tipos penais previstos
atualmente, com a majoração de várias das penas.
Por exemplo:
 
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O crime de fraude à licitação ou contratos terá pena de reclusão de quatro a oito anos.
 
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Na esfera administrativa, as empresas que fraudarem a concorrência poderão sofrer três punições:
multa, impedimento de licitar por até três anos e declaração de inidoneidade de três anos até seis anos.
A empresa poderá ter a punição retirada se reparar o dano.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, CONSTITUI PRERROGATIVA DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
A) Fiscalizar a execução do contrato e impor sanções motivadas, desde que previstas no instrumento
contratual, pela inexecução total ou parcial do ajuste.
B) Obrigar o contratado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, todo acréscimo que se fizer
necessário em obras, serviços ou compras, do valor inicial atualizado do contrato.
C) Exigir o cumprimento do contrato administrativo pelos preços inicialmente contratados, ainda que a
posterior criação ou aumento de tributos venha a repercutir no equilíbrio econômico-financeiro do
pactuado.
D) Modificar, unilateralmente, por imposição de circunstâncias supervenientes, a forma de pagamento ou
a garantia de execução contratual.
E) Rescindir, unilateralmente, o contrato, por razões de interesse público de alta relevância e amplo
conhecimento, hipótese na qual será o contratado reparado de prejuízos regularmente comprovados.
2. OS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS APRESENTAM ALGUMAS
CARACTERÍSTICAS DENOTATIVAS DA PRESENÇA DE CLÁUSULAS
EXORBITANTES. ACERCA DESSA TEMÁTICA, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA:
A) Assumem, via de regra, a forma escrita, e não basta o consenso de vontade.
B) São contratos aleatórios e apenas uma das partes assume obrigações.
C) As partes podem ser alteradas sem consentimento do Poder Público, inexistindo também limites àsubcontratação.
D) Os contratos administrativos não se tornam perfeitos e acabados com a manifestação de vontade.
E) Não há equivalência de prestações, sendo estas impassíveis de avaliação econômica.
GABARITO
1. Nos contratos administrativos, constitui prerrogativa da Administração Pública:
A alternativa "E " está correta.
 
Para que seja realizada a fiscalização da execução contratual, bem como que sejam impostas sanções
motivas, não há necessidade de que a Administração Pública faça constar de forma expressa em
documento contratual. Por isso, a primeira alternativa está errada. A segunda alternativa, por sua vez, é
generalista, desconsiderando que não há regra geral que permita acréscimos e supressões do valor
inicial do contrato. Há limites estabelecidos no art. 125 da Lei 14.133/21. Por sua vez, a terceira
alternativa desconsidera que a prerrogativa conferida à Administração Pública sobre alteração unilateral
alcança apenas cláusulas regulamentares ou de serviço. A quarta alternativa erra ao afirmar que
constitui prerrogativa da Administração Pública exigir o cumprimento do contrato administrativo pelos
preços inicialmente contratados. Em verdade, quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados
ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão na revisão
destes para mais ou para menos, conforme o caso. Por fim, faz-se possível verificar que o acerto da
última alternativa, porque, de fato, constitui prerrogativa da Administração Pública rescindir,
unilateralmente, o contrato, por razões de interesse público de alta relevância e amplo conhecimento,
hipótese na qual será o contratado reparado de prejuízos regularmente comprovados (arts. 137, inciso
VIII e 138, inciso I, da Lei nº 14.133/2021).
2. Os contratos administrativos apresentam algumas características denotativas da presença de
cláusulas exorbitantes. Acerca dessa temática, assinale a alternativa correta:
A alternativa "A " está correta.
 
Os contratos administrativos são bilaterais ― as obrigações são predefinidas, não são contratos
aleatórios e ambas as partes assumem obrigações; além disso, tais contratos se tornam perfeitos e
acabados com a manifestação de vontade; e são comutativos ― o que significa dizer que há
equivalência de prestações, avaliáveis economicamente. No mais, resta dizer que os contratos
administrativos são formais ― assumem, via de regra, a forma escrita, e devem seguir os requisitos
presentes no art. 60 Lei 8.666/93 e no art. 91 Lei 14.133/2021. Dessa feita, verifica-se o acerto, apenas,
da primeira alternativa da questão.
MÓDULO 2
 Descrever conceitos próprios à contratação de obras, bens e serviços
LIGANDO OS PONTOS
A nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) aborda diversos aspectos dentro do contrato
administrativo. Dentro dessa questão, ela trata de um aspecto, a inexigibilidade de licitação, ampliando o
rol de possibilidades existentes.
Para entendermos um pouco mais sobre essa questão, vamos estudar o caso da Universidade São
Caetano do Sul (USCS), localizada no município de São Caetano do Sul/SP:
São Caetano do Sul é um município localizado na Grande São Paulo. Um dos municípios com um dos
maiores IDH do país, ele é um local onde todos gostariam de morar. A cidade alcançou essa posição
investindo muito em educação, lazer e demais aspectos ligados à formação da cidadania tanto dos seus
moradores quanto daqueles que vivem em seu entorno.
São Caetano possui uma série de autarquias em sua estrutura. Uma delas é a USCS. Subsidiada pelo
orçamento da prefeitura e pelas mensalidades pagas pelos alunos, a universidade oferece desde
educação desde o ensino médio até os níveis mais elevados do ensino superior: mestrado e o
doutorado.
Como uma autarquia municipal, a USCS precisa seguir a Lei de Licitações e de Contratos
Administrativos (Lei nº 14.133/2021). Por isso, ela utiliza todas as modalidades existentes na legislação
para desenvolver a sua missão institucional: prestar o serviço de ensino e pesquisa para o
desenvolvimento da sociedade e das Ciências.
No último ano, a USCS precisou contratar o serviço técnico especializado de um profissional técnico que
se encaixa na modalidade de inexigibilidade de licitação. Para essa contratação, a autarquia realizou o
estudo e a construção de uma matriz de risco.
Essa matriz assegura que o Poder Público e o próprio contratado sabem exatamente quais riscos que
cada parte do contrato está assumindo. Tal procedimento garante que o preço será dimensionado com
mais precisão. Após esse processo de inexigibilidade, o objeto da licitação é adjudicado e o contrato
administrativo, por fim, assinado.
APÓS A LEITURA DO CASE, É HORA DE APLICAR
SEUS CONHECIMENTOS! VAMOS LIGAR ESSES
PONTOS?
1. IMPLÍCITA EM TODOS OS CONTRATOS DE PRESTAÇÃO SUCESSIVA, A
TEORIA DA IMPREVISÃO COLOCA QUE O CONTRATO DEVERÁ SER CUMPRIDO
DESDE QUE ESTEJAM PRESENTES AS CONDIÇÕES NO MOMENTO EM QUE
ELE FOI PACTUADO. CASO ELAS SE ALTEREM SUBSTANCIALMENTE,
OCORRERÁ O ROMPIMENTO DO EQUILÍBRIO CONTRATUAL, QUE PRECISA
SER READEQUADO ÀS NOVAS CONDIÇÕES. PARTINDO DESSA TEORIA, A LEI
ESTABELECE UMA SÉRIE DE SITUAÇÕES NAS QUAIS PODE HAVER
ALTERAÇÕES BILATERAIS NOS CONTRATOS. 
 
ESSAS SITUAÇÕES SÃO:
A) Constituição da garantia do contrato; necessidade de modificação do regime de execução da obra ou
serviço, ou modelo de fornecimento, em razão de verificação técnica da incapacidade do termo original;
necessidade de modificação da forma de pagamento; e alteração do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato.
B) Substituição da garantia do contrato; necessidade de modificação do regime de execução da obra ou
serviço, ou modelo de fornecimento, em razão de verificação técnica da incapacidade do termo original;
necessidade de modificação da forma de pagamento; e alteração do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato.
C) Substituição da garantia do contrato; necessidade de modificação do regime de contratação da obra
ou serviço, ou modelo de fornecimento, em razão de verificação técnica da incapacidade do termo
original; necessidade de modificação da data de pagamento; e alteração do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato.
D) Constituição da garantia da obra; necessidade de adequação do regime de contratação da obra ou
serviço, ou modelo de fornecimento, em razão de verificação técnica de erro formal no termo original;
necessidade de modificação da forma de pagamento; e alteração do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato.
E) Substituição da garantia do contrato; necessidade de modificação do regime de execução da obra ou
serviço, ou modelo de fornecimento, em razão de verificação técnica da incapacidade do termo original;
necessidade de adequação da data e da forma de pagamento; e alteração de desequilíbrio econômico-
financeiro da licitação.
2. A LEI Nº 14.133/2021 POSSIBILITOU À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONTRATAR POR PERÍODOS SUPERIORES A CINCO ANOS COMO ERA
PREVISTO NA LEGISLAÇÃO ANTERIOR. ESSA LEI PREVIU UMA SÉRIE DE
HIPÓTESES EM QUE ESSA CONTRATAÇÃO PODERIA OCORRER POR UM
PERÍODO DE ATÉ 10 ANOS. 
 
INDIQUE A ALTERNATIVA QUE INCLUI UMA DESSAS HIPÓTESES COLOCADAS
PELA NOVA LEI DE LICITAÇÕES.
A) Contratos que tenham como objeto bens ou serviços produzidos ou prestados no exterior que
envolvam cumulativamente alta complexidade tecnológica e defesa nacional.
B) Projetos de cooperação envolvendo empresas, instituição científica, tecnológica e de inovação (ICT)
e entidades privadas voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento que objetivem a geração
de produtos, processos e serviços inovadores, assim como a transferência e difusão de tecnologia,
dentro do país.
C) Contratação em que haja uma transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
Único de Saúde (SUS) e para a educação por meio do Ministério da Educação (MEC).
D) Aquisição por pessoa jurídica de direitopúblico interno de insumos estratégicos para a saúde ou em
parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS (art. 108).
E) Projetos de cooperação envolvendo empresas e entidades privadas sem fins lucrativos voltados para
atividades de produção e desenvolvimento que objetivem a geração de produtos, processos e serviços
inovadores, assim como a transferência e difusão de tecnologia, para universidades públicas.
GABARITO
1. Implícita em todos os contratos de prestação sucessiva, a teoria da imprevisão coloca que o
contrato deverá ser cumprido desde que estejam presentes as condições no momento em que
ele foi pactuado. Caso elas se alterem substancialmente, ocorrerá o rompimento do equilíbrio
contratual, que precisa ser readequado às novas condições. Partindo dessa teoria, a lei
estabelece uma série de situações nas quais pode haver alterações bilaterais nos contratos. 
 
Essas situações são:
A alternativa "B " está correta.
 
Para que possam ocorrer, as alterações bilaterais precisam ser justificadas por questões que não foram
causadas por nenhuma das partes. Essas alterações procuram adequar o contrato a questões
imponderáveis que venham a acontecer após a contratação.
2. A Lei nº 14.133/2021 possibilitou à Administração Pública contratar por períodos superiores a
cinco anos como era previsto na legislação anterior. Essa lei previu uma série de hipóteses em
que essa contratação poderia ocorrer por um período de até 10 anos. 
 
Indique a alternativa que inclui uma dessas hipóteses colocadas pela nova Lei de Licitações.
A alternativa "D " está correta.
 
A Lei nº 14.133/2021 criou algumas possibilidades de que contratos possam vigorar com um prazo
maior que cinco anos (como era o regramento anterior). Esses contratos estão limitados a quatro
possibilidades: contratos que tenham como objeto bens ou serviços produzidos ou prestados no país
que envolvam cumulativamente alta complexidade tecnológica e defesa nacional; projetos de
cooperação envolvendo empresas, ICT e entidades privadas sem fins lucrativos voltados para atividades
de pesquisa e desenvolvimento que objetivem a geração de produtos, processos e serviços inovadores,
assim como a transferência e difusão de tecnologia; contratação em que haja transferência de
tecnologia de produtos estratégicos para o SUS; e aquisição por pessoa jurídica de direito público
interno de insumos estratégicos para a saúde ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia
de produtos estratégicos para o SUS (art. 108).
3. APROVADO EM CONCURSO PÚBLICO, VOCÊ É
CHAMADO PELA USCS COMO O SERVIDOR RESPONSÁVEL
PELAS LICITAÇÕES DA AUTARQUIA. DIANTE DESSA NOVA
RESPONSABILIDADE, CABE A VOCÊ ADJUDICAR O
OBJETO DA LICITAÇÃO POR INEXIGIBILIDADE E
CONSTRUIR O CONTRATO ADMINISTRATIVO PARA QUE O
ORDENADOR DE DESPESAS O ASSINE AO LADO DO
CONTRATADO. PARA ISSO, VOCÊ PRECISA VERIFICAR SE
A LICITAÇÃO REALMENTE PODE SER FEITA NA
MODALIDADE DE INEXIGIBILIDADE.
APONTE QUAIS SÃO AS POSSIBILIDADES DE
INEXIGIBILIDADE CONSTANTES NA LEI Nº 14.133/2021 E
RESPONDA SE A LICITAÇÃO DA USCS PODERIA SER
REALIZADA NESSA MODALIDADE.
RESPOSTA
Espelho de resposta
Segundo a Lei nº 14.133/2021, as possibilidades de contratação por inexigibilidade de licitação são:
contratação por exclusividade de fornecedor, contratação de serviço técnico e contratação de profissional do
setor artístico, além das duas novas modalidade apresentadas nessa lei: credenciamento, em que o Poder
Público faz o cadastro prévio, e aquisição ou locação de imóveis cujas características de instalações e de
localização tornem necessária sua escolha. Em relação à licitação promovida pela USCS por inexigibilidade
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de licitação, ela está correta, pois se encaixa na modalidade descrita na lei como “contratação de serviço
técnico”.
CONTRATOS DE SERVIÇOS, DE OBRAS DE
ENGENHARIA E DE COMPRAS
Os contratos administrativos podem ter diferentes objetos. Dentre eles, destacam-se os de serviços, de
obras de engenharia e de compras. Passaremos à análise dos principais aspectos contratuais que
podem incidir sobre tais contratos.
ALTERAÇÕES CONTRATUAIS
Os contratos administrativos podem ser alterados bilateralmente ou unilateralmente, como cláusula
exorbitante. Vamos detalhar essa diferença nos próximos tópicos.
ALTERAÇÕES BILATERAIS
Ocorrem quando a Administração e o particular concordam em alterar o contrato, e não configuram
cláusula exorbitante. Por exemplo:
Substituição da garantia do contrato.
Necessidade de modificação do regime de execução da obra e do serviço, ou modo de fornecimento,
em razão de verificação técnica da inaplicabilidade do termo original.
Necessidade de modificação da forma de pagamento.
Alteração do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
A Lei nº 14.133 trata das alterações bilaterais no art. 124, II, para as seguintes situações:
Quando for conveniente a substituição da garantia de execução.
Necessidade de modificação do regime de execução da obra ou do serviço, bem como do modo de
fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários.
Necessidade de modificação da forma de pagamento por imposição de circunstâncias supervenientes,
mantido o valor inicial atualizado e vedada a antecipação do pagamento em relação ao cronograma
financeiro fixado sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra
ou serviço.
Para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências
incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em qualquer caso,
a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.
Essas hipóteses são tratadas dentro do tema da “Teoria da Imprevisão”.
 SAIBA MAIS
A Teoria da Imprevisão se baseia na chamada cláusula rebus sic standibus (“enquanto as coisas estão
assim”), implícita em todos os contratos de prestação sucessiva. Segundo ela o contrato deve ser
cumprido desde que presentes as condições de quando foi pactuado. Caso elas se alterem
substancialmente rompe-se o equilíbrio contratual: se é possível reestabelecer a equação financeira
inicial se recompõe / revisa; caso não seja possível o contrato será rescindido (Art. 78 XVII c/c art. 65, II
“d” Lei nº 8.666/93). A teoria da imprevisão não se aplica na ocorrência de simples elevação suportável
de preço. Isso é risco do contrato / risco empresarial. Por exemplo, não enseja a aplicação da teoria da
imprevisão: a majoração da folha de pagamento por acordo/convenção coletiva (já que esta é
previsível); a concessão de benefício de participação nos lucros ou resultados (uma vez que essa é uma
negociação entre particular e seus empregados e não envolve a Administração Pública).
ALOCAÇÃO OBJETIVA DE RISCOS
Por fim, destacam-se as previsões da nova lei no sentido de prestigiar a alocação objetiva de riscos,
inclusive mediante a elaboração de matriz de riscos nos contratos, aproximando a lei, nesse aspecto, de
outros diplomas mais modernos, como a legislação de Parcerias Público-Privadas ( PPP ) . Novamente,
embora o instrumento já estivesse disponível legalmente para as empresas estatais, havia dúvidas se
ele poderia ser utilizado pela administração direta, autárquica ou fundacional.
Além de oferecer maior clareza aos contratos, quanto à distribuição de responsabilidades entre as
partes, a alocação objetiva de riscos parece também viabilizar soluções mais flexíveis a serem
desenhadas de acordo com as especificidades de cada contrato. Com efeito, a Lei nº 8.666/93 parecia,
a esse respeito, bem mais rígida, na medida em que certos riscos deveriam, segundo sua interpretação
predominante, ser necessariamente alocados a uma ou a outra parte, sem grande espaço para
compartilhamentos ou excepcionalizações.
 ATENÇÃO
É importante, contudo, que tal repartiçãodos riscos seja feita de forma eficiente em cada caso,
alocando-se os riscos à parte que tenha maior capacidade de geri-los e mitigá-los.
ALTERAÇÃO UNILATERAL
A Lei nº 14.133/2021 prevê a alteração unilateral para as hipóteses (art. 124, I):
 
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De modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica a seus objetivos.
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Necessidade a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa
de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei. A alteração unilateral do contrato impõe a revisão das
suas cláusulas econômico-financeiras, para que se mantenha o equilíbrio contratual (art. 104 §1º Lei nº
14.133/2021). Contudo, consoante o §1º, do art. 104, as cláusulas econômico-financeiras e
monetárias não poderão ser alteradas sem a concordância do contratado.
Note que as alterações unilaterais qualitativas não poderão transfigurar o objeto da contratação. A nova
lei de licitações também impõe limites para a alteração quantitativa, de modo que o contratado será
obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais (art. 125):
25% para acréscimos ou supressões do valor inicial atualizado do contrato para alterações nas obras,
nos serviços ou nas compras
50% no caso de reforma de edifício ou de equipamento.
O contrato poderá identificar os riscos contratuais previstos e presumíveis e prever, consequentemente,
a matriz de alocação de riscos, especificando-os entre contratante e contratado, indicando quais serão
assumidos pelo setor público, pelo setor privado, e quais serão compartilhados. Poderão ser adotados
métodos e padrões usualmente utilizados por entidades públicas ou privadas.
Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos de obras e serviços de engenharia
ensejarão apuração de responsabilidade do responsável técnico e adoção das providências necessárias
para o ressarcimento dos danos causados à Administração. Será aplicada essa regra às contratações
de obras e serviços de engenharia, quando a execução for obstada pelo atraso na conclusão de
procedimentos de desapropriação, desocupação, servidão administrativa ou licenciamento ambiental,
por circunstâncias alheias ao contratado.
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VIGÊNCIA DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Pela Lei nº 14.133/2021, em regra, a duração dos contratos será a prevista em edital, e deverão ser
observadas, no momento da contratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de créditos
orçamentários, bem como a previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro
– ou seja podem ultrapassar de um ano, até o máximo de quatro, a validade do plano plurianual.
Excepcionalmente, a Administração poderá contratar por até cinco anos, quando (art. 106):
I
A autoridade competente do órgão ou entidade contratante atestar a maior vantagem econômica trazida
pela contratação plurianual.
II
A Administração atestar, no início da contratação e de cada exercício financeiro, a existência de créditos
orçamentários vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção.
Nos dois casos, a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser
de créditos orçamentários para sua continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe
oferece vantagem.
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A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 10 (dez) anos nas hipóteses de:
I
II
III
IV
Serem contratos que tenham como objeto bens ou serviços produzidos ou prestados no país que
envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional.
Projetos de cooperação envolvendo empresas, ICT (instituição científica, tecnológica e de inovação) e
entidades privadas sem fins lucrativos voltados para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que
objetivem a geração de produtos, processos e serviços inovadores, e a transferência e difusão de
tecnologia.
Contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único
de Saúde (SUS).
Aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de insumos estratégicos para a saúde ou em
parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS (art. 108).
Em razão da não violação ao princípio da livre concorrência, a Administração poderá estabelecer a
vigência por prazo indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviço público oferecido em
regime de monopólio, desde que comprovada, a cada exercício financeiro, a existência de créditos
orçamentários vinculados à contratação (art. 109).
Outros prazos especiais de duração do contrato estão previstos nos artigos 110 a 114:
I
II
III
IV
V
Na contratação que gere receita e no contrato de eficiência que gere economia para a Administração, os
prazos serão de até 10 anos, nos contratos sem investimento e de até 35 anos, nos contratos com
investimento, (os com benfeitorias permanentes, realizadas a expensas do contratado, e revertidas ao
patrimônio da Administração Pública ao término do contrato).
O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação de serviço associado terá sua vigência
máxima definida pela soma do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra com o prazo
relativo ao serviço de operação e manutenção, este limitado a cinco anos contados da data de
recebimento do objeto inicial, autorizada a prorrogação. Noutras palavras: no caso de serviços e
fornecimentos contínuos, a Administração poderá celebrar contratos com prazo de até cinco anos.
Para tanto (art. 106), deve ser atestada maior vantagem econômica na contratação plurianual.
No início da contratação e de cada exercício, a Administração deverá atestar a existência de créditos
orçamentários vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção.
A Administração pode extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários
para continuidade ou quando entender que o contrato não é mais vantajoso.
Até 15 anos para o contrato que previr a operação continuada de sistemas estruturantes de tecnologia.
PRORROGAÇÃO E INDETERMINA BILIDADE
CONTRATUAL
A prorrogação contratual consiste na prolongação do prazo contratual com o mesmo contratado e nas
mesmas condições.
Só é possível prorrogar contratos ainda em andamento. Um contrato já extinto jamais poderá ser
prorrogado.

Essa prorrogação é feita por meio de um termo aditivo firmado entre as partes.
Note que, na Lei nº 8.666/93, a prorrogação segue a regra da excepcionalidade (art. 57 §4º). Já a Lei
14.133/2021 estabelece a regra de prorrogação em razão do tipo de contrato. Na lei nova, os contratos
de serviços e fornecimentos contínuos (aqueles cuja interrupção possa comprometer a continuidade das
atividades da Administração), poderão ser prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência máxima
decenal, desde que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as condições e
os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o contratado ou a
extinção contratual sem ônus para qualquer das partes (art. 107).
 
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 ATENÇÃO
A Administração poderá celebrar contratos por prazo indeterminado nos casos em que seja usuária de
serviço público oferecido em regime de monopólio (art. 108). Também há a hipótese de que o prazo de
vigência contratual será automaticamente prorrogado quando a contratação estabelecer a conclusão de
um escopo predefinido e o seu objeto não houver sido concluído no período firmado no contrato (art.
110).
A Lei nº 14.133 trata especificamente dos contratos de escopo em seu art. 111, dispondo que neles
o prazo de vigência será automaticamente prorrogado quando seu objeto não for concluído no período
firmado no contrato. De acordo com o art. 111, no contrato que tem um objeto específico (por exemplo, a
construção de uma ponte), a sua vigência é prorrogada automaticamentequando o objeto ainda não
está finalizado.
Contudo, se a não conclusão for por culpa do contratado, teremos as seguintes consequências:
 
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O contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas sanções administrativas.
 
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A Administração pode optar pela extinção do contrato, adotando, neste caso, as medidas admitidas em
lei para a continuidade da execução contratual.
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VIGÊNCIA DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Trataremos mais profundamente agora sobre a vigência dos contratos, sua prorrogação e
indeterminabilidade.
CLÁUSULA SOBRE REAJUSTAMENTO DE
PREÇO
São necessárias em todo contrato cláusulas que estabeleçam o índice de reajustamento de preço (§
3º do art.92).
A cláusula que estabelece o índice de reajustamento de preço deve estar presente independentemente
do prazo de duração do contrato, conforme dispõe o §3º do art. 92.
Tome nota: poderá (e não deverá) ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, de acordo
com a realidade de mercado dos respectivos insumos. De acordo com o §4º, do art. 92, nos contratos
de serviços contínuos, observado o intervalo mínimo de um ano, o critério de reajustamento de
preço será por:
REAJUSTAMENTO EM SENTIDO ESTRITO, MEDIANTE
PREVISÃO DE ÍNDICES ESPECÍFICOS OU
SETORIAIS:
Quando não houver regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra
REPACTUAÇÃO, MEDIANTE A DEMONSTRAÇÃO
ANALÍTICA DA VARIAÇÃO DOS CUSTOS:
Quando houver regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra.
 
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A CONTRATAÇÃO DIRETA: INEXIGIBILIDADE
(ART. 73) E DISPENSA DE LICITAÇÃO (ART. 74)
As hipóteses clássicas de inexigibilidade continuam existindo:
Contratação por exclusividade de fornecedor
Contratação de serviço técnico
Contratação de profissional do setor artístico
O serviço técnico especializado passa a ser o com natureza predominantemente intelectual, prestado
por um profissional de notória especialização. Os shows de artistas consagrados poderão ser
contratados sem concorrência, mas os valores pagos pelo cachê devem ser especificados, assim como
o custo por transporte, da banda, entre outros.
A nova Lei prevê ainda duas novas hipóteses para a contratação direta por inexigibilidade:
CREDENCIAMENTO
Onde o Poder Público fará o cadastro prévio, que será explicado a seguir.
AQUISIÇÃO OU LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
Cujas características de instalações e de localização tornem necessária sua escolha.
Quanto à licitação dispensável, o valor máximo para a dispensa de licitação por baixo valor passa a ser
R$100 mil para obras e serviços de engenharia e para serviços de manutenção de veículos automotores
(nova hipótese). Já para compras e outros serviços será de R$50 mil. A contratação direta nos casos de
emergência poderá ter prazo máximo de um ano.
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OBRIGATORIEDADE DO INSTRUMENTO
CONTRATUAL
NOTE QUE A LEI 14.133/2021 ESTABELECE A REGRA
GERAL DE QUE O INSTRUMENTO DE CONTRATO É
OBRIGATÓRIO. E SE ESTIVERMOS DIANTE DE
DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE, EM CUJO VALOR
DO CONTRATO SE INSIRA NO VALOR EM QUE
GERALMENTE SE EXIGE CONCORRÊNCIA OU
TOMADA DE PREÇOS, O INSTRUMENTO
CONTRATUAL TAMBÉM SERÁ OBRIGATÓRIO.
A exceção em que se admite o contrato verbal ocorre quando há compras de pronto pagamento com
valor não superior a 5% da modalidade convite (regime de adiantamento). Ademais, a Administração
poderá substituir o contrato propriamente dito por outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço nas hipóteses de
dispensa de licitação em razão de valor e compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos
e dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto à assistência técnica, independentemente
de seu valor (art. 95).
A Lei nº 8.666/93 (art. 62) trazia previsão similar, permitindo que o contrato fosse substituído, nos casos
de compra de entrega imediata e integral dos bens adquiridos, por outros instrumentos, como a carta-
contrato, nota de empenho de despesas, autorização de compras e ordem de autorização de serviços,
que são instrumentos mais simples. Nesses casos, a permissibilidade de uso de documentos mais
simples teria embasamento no fato de a entrega dos bens adquiridos ser imediata e integral.
 COMENTÁRIO
É de notar que, em quaisquer desses casos, uma mudança instituída pela Lei 14.133/2021 em relação à
Lei nº 8.666/93 é que o agente da contratação ou o pregoeiro deverão ser designados entre servidores
efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública (art. 6º, LV).
Ademais, é importante destacar que, em nome dos princípios da boa fé, da vedação enriquecimento
sem causa e da confiança legítima, o STJ vem entendendo que mesmo que o contrato verbal em
compras de pronto pagamento ultrapasse um pouco o limite legal, o pagamento será feito, desde que os
valores das mercadorias e serviços sejam compatíveis com o praticado no mercado (STJ, REsp
1.111.083/GO). Trata-se de denotativo do princípio do “formalismo moderado”, adotado pela Lei
14.133/2021.
 
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Inclusive, com base nesse princípio, a nova lei de licitações destaca que não serão nulos os contratos
verbais com a Administração, se forem de pequenas compras ou o de prestação de serviços de pronto
pagamento, assim entendidos aqueles de valor não superior a R$10.000,00 (dez mil reais) (art. 92 §2º).
MODALIDADES DE LICITAÇÃO A SEREM
PREVISTAS EM MINUTA CONTRATUAL E NO
EDITAL LICITATÓRIO
A lei n. 14.133 extingue as modalidades convite e tomada de preço. Permanecem a concorrência,
pregão, concurso e leilão. Mas surge uma nova modalidade: o diálogo competitivo, que, de certa forma,
substitui o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) , que também deixa de existir.
 COMENTÁRIO
Uma mudança significativa: se hoje o que define a modalidade da licitação é o valor do contrato ou a
natureza do objeto, usaremos apenas a natureza do objeto (art. 28).
 ATENÇÃO
É proibida a criação de outras modalidades além daquelas previstas na lei, assim como a combinação
das modalidades existentes (art. 28, § 2º).
Veja quais são as modalidades no quadro a seguir:
Pregão (art.
6º, XLI, c/c
art. 29):
torna-se obrigatório para bens e serviços comuns (com padrões de
desempenho e qualidade objetivamente definidos por especificações usuais
do mercado). Não poderá ser utilizado para licitar obras e serviços de
engenharia. Usa os critérios de menor preço e maior desconto.
Concorrência
(art. 6º,
XXXVIII c/c
art. 29):
contratação de serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual e obras e serviços de engenharia e
arquitetura; e de bens e demais serviços considerados especiais. Pode
utilizar todos os critérios de julgamento, exceto maior lance.
Concurso
(art. 6º,
XXXIX c/c art.
30):
tal como na Lei nº 8.666/93, será utilizado para a escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico. Usa o critério de melhor técnica ou conteúdo artístico
(art. 5º, XXXIX).
Leilão (art.
5º, XL c/c art.
31):
também sem grandes diferenças. Pode ser utilizado para a alienação de
qualquer bem móvel e imóvel, independentemente do valor. Não há mais o
limite máximo de valor para a realização do leilão, nem restrição sobre quais
bens móveis e imóveis são sujeitos ao leilão. Agora, qualquer bem da
Administração, móvel ou imóvel, poderá ser leiloado. Usa o critério de maior
lance.
Diálogo
Competitivo
(art. 6º, XLII,
c/c art. 32):
esta é a nova modalidade trazida pela Lei, para a contratação de obras,
serviços e compras, com escopo complexo. Os diálogos visam permitir que o
mercado colabore com o Poder Público para que juntos elaborem alternativas
capazes de atender à necessidade pública, bem como definirem as regras do
contrato.
Quadro: Modalidades de licitação.Elaborado por: Fernanda Morgan.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
VAMOS NOS APROFUNDAR UM POUCO MAIS NA
MODALIDADE DIÁLOGO COMPETITIVO?
A Administração Pública realizará diálogos com licitantes, previamente selecionados mediante critérios
objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas
necessidades, devendo os licitantes apresentar suas propostas finais após o encerramento dos
diálogos. Assim, só deverão ser utilizados objetos com alta para complexidade técnica, jurídica ou
financeira.
 EXEMPLO
A necessidade de desenvolvimento de um software ou de um aplicativo.
Flávio Amaral Garcia e Egon Bockmann Moreira (2019, p. 26) esclarecem que “o diálogo competitivo foi
concebido para conferir maior flexibilidade nas licitações públicas, nomeadamente naqueles contratos
complexos que não comportam, a priori, soluções herméticas. A essência do diálogo competitivo é
viabilizar, no curso do próprio procedimento licitatório, a construção da solução mais satisfatória para
objetos demasiadamente complexos, seja pelas características técnicas, financeiras ou mesmo jurídicas.
Como notório, existem determinados objetos que se notabilizam pelo elevado desnível informacional
entre a Administração Pública e os operadores econômicos”.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A NOVA LEI DE LICITAÇÕES (Nº 14.133/2021) DISPÕE SOBRE O TEMA DAS
COMPRAS PÚBLICAS, INSTITUINDO ALGUMAS MUDANÇAS EM RELAÇÃO À LEI
Nº 8.666/93. EM RELAÇÃO A ESSA TEMÁTICA, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA DENTRE AS OPÇÕES A SEGUIR:
A) O agente de contratação/pregoeiro deverá ser designado entre servidores efetivos ou empregados
públicos dos quadros permanentes da Administração Pública.
B) O agente de contratação/pregoeiro deverá ser designado entre funcionários comissionados.
C) Não se admite o uso da carta-contrato nos casos de compra de entrega imediata e integral dos bens
adquiridos.
D) Admite-se o contrato verbal quando há compras de pronto pagamento com valor não superior a 15%
da modalidade convite (regime de adiantamento).
E) Admite-se o contrato verbal quando há compras de pronto pagamento com valor não superior a 10%
da modalidade convite (regime de adiantamento).
2. A NOVA LEI DE LICITAÇÕES IMPÕE LIMITES PARA A ALTERAÇÃO
QUANTITATIVA DOS CONTRATOS DE OBRAS, SERVIÇOS E COMPRAS, NOS
SEGUINTES TERMOS:
A) Quando a execução do contrato de obras e serviços de engenharia for obstada pelo atraso na
conclusão de procedimentos de desapropriação, desocupação, servidão administrativa ou licenciamento
ambiental, por circunstâncias alheias ao contratado, as alterações poderão exceder o percentual de
45%.
B) O contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, 50% para acréscimos ou
supressões do valor inicial atualizado do contrato para alterações nas obras, serviços ou compras, e
25% no caso de reforma de edifício ou equipamento.
C) Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos de obras e serviços de
engenharia poderão exceder o percentual de 50%.
D) Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos de obras e serviços de
engenharia poderão exceder o percentual de 60%.
E) O contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, 25% para acréscimos ou
supressões do valor inicial atualizado do contrato para alterações nas obras, serviços ou compras, e
50% no caso de reforma de edifício ou equipamento.
GABARITO
1. A nova Lei de Licitações (nº 14.133/2021) dispõe sobre o tema das compras públicas,
instituindo algumas mudanças em relação à Lei nº 8.666/93. Em relação a essa temática, assinale
a alternativa correta dentre as opções a seguir:
A alternativa "A " está correta.
 
Note que a Lei 14.133/2021 estabelece a regra geral de que o instrumento de contrato é obrigatório.
Porém, a Administração poderá substituí-lo por outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço nas hipóteses de
dispensa de licitação em razão de valor e compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos
e dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a assistência técnica, independentemente
de seu valor (art. 95). Ademais, admite o contrato verbal quando há compras de pronto pagamento com
valor não superior a 5% da modalidade convite (regime de adiantamento). Em todos os casos, o agente
de contratação/pregoeiro deverá ser designado entre servidores efetivos ou empregados públicos dos
quadros permanentes da Administração Pública (art. 6º, LV). Por esse motivo, a alternativa correta é a
letra A.
2. A nova lei de licitações impõe limites para a alteração quantitativa dos contratos de obras,
serviços e compras, nos seguintes termos:
A alternativa "E " está correta.
 
A nova lei de licitações impõe limites para a alteração quantitativa, de modo que o contratado será
obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais (art. 125): 25% para acréscimos ou supressões
do valor inicial atualizado do contrato para alterações nas obras, serviços ou compras, e 50% no caso de
reforma de edifício ou equipamento.
Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos de obras e serviços de engenharia
ensejarão apuração de responsabilidade do responsável técnico e adoção das providências necessárias
para o ressarcimento dos danos causados à Administração. Será aplicada essa mesma regra às
contratações de obras e serviços de engenharia, quando a execução for obstada pelo atraso na
conclusão de procedimentos de desapropriação, desocupação, servidão administrativa ou licenciamento
ambiental, por circunstâncias alheias ao contratado. De todo modo, aplicam-se, quanto aos limites de
alteração dos contratos, os percentuais do Art. 125 (25% para acréscimos ou supressões do valor inicial
atualizado do contrato para alterações nas obras, serviços ou compras, e 50% no caso de reforma de
edifício ou equipamento), independentemente de decorrência de atraso de obra por falha de projeto ou
por demora na conclusão de procedimentos de desapropriação.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordamos o tema dos contratos administrativos, com alusão pontual à Lei nº 8.666/93, dando enfoque
ao regime previsto na nova Lei de Licitações e Contratos – Lei nº 14.133/2021. Com esse escopo,
buscamos analisar a Teoria Geral dos contratos administrativos, explicitando as suas características
denotativas, tal como a presença de cláusulas exorbitantes, e as peculiaridades da contratação de
obras, bens e serviços.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ESTORNINHO, M. J. Curso de Direito dos Contratos Públicos: por uma contratação pública
sustentável. Coimbra: Almedina, 2013.
GARCIA, F. A.; MOREIRA, E. B. O projeto da nova lei de licitações brasileira e alguns de seus
desafios. In: Revista de Contratos Públicos nº 21, setembro de 2019. Coimbra: Almedina, 2019.
NOHARA, I. P. D. Nova lei de licitações e contratos comparada. São Paulo: Editora RT. 2021.
OLIVEIRA, R. C. . Nova lei de licitações e contratos administrativos. Rezende: Forense. 2021.
EXPLORE+
Para aprofundar os tópicos aprendidos neste conteúdo, leia o seguinte livro:
TORRES, R. C. L. de. Leis de licitações públicas comentadas. Salvador: Juspodivm, 2021.
CONTEUDISTA
Fernanda Morgan
Ettore de Carvalho Oriol

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