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Gestão econômica e financeira 104Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) U N ID A D E 13 Olá, Bem-vindo à unidade 13. Vamos ver uma breve introdução? Na unidade de aprendizagem anterior o aluno pode ver como a maior parte do risco de uma carteira pode ser eliminada se houver a aplicação dos recursos da empresa em um grande número de ações. O desvio-padrão dos retornos dos ativos é minimizado com essa pratica. Entretanto, o risco sistemático – aquele risco que não pode ser minimizado pelo acréscimo de mais ações – não pode ser eliminado pela diversificação. Vamos começar nossos estudos? Boa aula! Gestão econômica e financeira 105Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) U N ID A D E 13 Objetivo Tópicos Abordados Ao final desta aula, você será capaz de saber sobre: ● Entender o que é uma carteira de ativos e como é composta; ● Verificar as ferramentas utilizadas para a mensuração do retorno de uma carteira; ● Analisar a correlação existente entre retornos de diferentes ativos para a composição de uma carteira. ● Composição de uma Carteira ● Retorno Esperado de uma Carteira ● Correlação do Retorno em Carteiras Gestão econômica e financeira 106Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) U N ID A D E 13 13.1 Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) Existem eventos que afetam boa parte das ações no mercado financeiro, esses eventos provocam variabilidades que inviabilizam a diversificação como maneira de minimizar o risco. Mudanças nas políticas macroeconômicas, por exemplo, contribuem para as incertezas do chamado risco sistêmico. O CAPM (do inglês, Capital Asset Pricing Model) foi desenvolvido considerando somente o grau de risco sistemático que um ativo possui, a partir da percepção de que a maioria das ações cai quando as taxas de juros sobem e que algumas caem muito mais. Logo, se o risco sistemático pode ser mensurado, o modelo avalia os ativos utilizando apenas esse tipo de risco. O risco não sistemático é o risco que é específico da empresa. Esse risco pode ser considerado irrelevante, pois como já é sabido, é facilmente eliminado com a montagem de uma carteira diversificada. 13.2 O Coeficiente Beta No desenvolvimento do CAPM foi estimada uma regressão dos retornos da carteira de mercado, formada por todos os ativos, contra os retornos de um ativo individual. A inclinação da linha dessa regressão é o beta, o termo que mensura o risco sistemático, o risco não diversificável de um ativo. O coeficiente beta pode variar bastante, em detrimento do segmento de atuação de cada empresa. Empresas de atividade cíclica apresentam betas altos, enquanto que empresas mais estáveis, como as empresas públicas, apresentam betas baixos. A figura abaixo mostra a relação entre os retornos de dois ativos, R e S e o retorno de mercado. O eixo horizontal mensura os retornos históricos do mercado e o eixo vertical mensura os retornos históricos do ativo individual. Fonte: GITMAN, 2004. Gestão econômica e financeira 107Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) U N ID A D E 13 Fonte: GITMAN, 2004. O retorno exigido, para todos os ativos, é formado por duas partes: a taxa livre de risco e um prêmio por risco. O prêmio por risco depende das condições do mercado e do próprio ativo. A taxa livre de risco (RF) geralmente é estimada a partir do retorno de Letras do Tesouro Nacional, indexados pela taxa básica de juros (já vista anteriormente), a Selic. O prêmio por risco de uma ação também tem duas partes, o prêmio por risco do mercado, ou seja, o retorno exigido ao se aplicar em qualquer ativo com risco, em lugar de aplicar à taxa livre de risco; e o Beta, um coeficiente de risco que mede a sensibilidade do retorno da ação específica a variações das condições do mercado. Após se estimar o beta, obtêm-se as estimativas das outras variáveis do modelo para calcular o retorno exigido do ativo ou da carteira. ki = RF + [bi x (km – RF)] onde, ki = retorno esperado ou exigido de um ativo RF = taxa de retorno livre de risco bi = beta de um ativo ou carteira km = retorno esperado da carteira de mercado Exemplo Calcular o retorno exigido da UNI Company, supondo que tenha beta igual a 1,25, a taxa de Letras do Tesouro Nacional seja de 5% e o retorno esperado do índice Bovespa seja igual a 15%. Gestão econômica e financeira 108Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) U N ID A D E 13 ki = 5% + 1,25 [15% – 5%] ki = 17,5% Exemplo de proporções e Betas das Carteiras V e W Fonte: GITMAN, 2004. O CAPM considera bases de dados históricos, ou seja, os betas podem refletir ou não a variabilidade futura dos retornos. Logo, os retornos exigidos indicados pelo modelo devem ser usados somente como aproximações. Além disso, o modelo também supõe que os mercados são eficientes. Apesar de os mercados, na realidade, não serem tão eficientes, existem evidências favoráveis à existência da relação entre expectativas descritas pelo CAPM em mercados ativos. Gestão econômica e financeira 109Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) U N ID A D E 13 Bibliografia Recomendada Síntese O risco sistemático, o risco que não pode ser minimizado pelo acréscimo de mais ações, não é eliminado pela diversificação. Existem eventos que afetam boa parte das ações no mercado financeiro, esses eventos provocam variabilidades que inviabilizam a diversificação como maneira de minimizar o risco. O risco não sistemático é o risco que é específico da empresa. Esse risco pode ser considerado irrelevante, pois é facilmente eliminado com a montagem de uma carteira diversificada. O coeficiente beta é a inclinação da linha da regressão dos retornos, o termo que mensura o risco sistemático, o risco não diversificável de um ativo. O coeficiente beta pode variar bastante, dependendo do segmento de atuação de cada empresa. ASSAF NETO, Alexandre e LIMA, Fabiano G. Fundamentos de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2010. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009. BRIGHAM, Eugene F. e EHRHARDT, Michael, C. Administração Financeira: teoria e prática. 13ª Edição. São Paulo: Cengage Learning, 2012. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Tradução Allan Vidigal Hastings. 12ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Princípios de Administração Financeira. Tradução Allan Vidigal Hastings. 10ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. LEMES JÚNIOR, Antonio B.; RIGO, Claudio M. e CHEROBIM. Ana Paula M. S. Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 3ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W. e JORDAN, Bradford, D. Princípios de Administração Financeira. Tradução Andrea Maria Accioly Fonseca Minardi. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2010. Administração Financeira. Tradução Katia Aparecida Roque. 8ª edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2008
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