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Livro Eletrônico Aula 04 Finanças Privadas p/ BACEN 2017 (Analista - Área 4) Com videoaulas Professor: Paulo Portinho 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 51 AULA 04 – DIVERSIFICAÇÃO E GESTÃO DE CARTEIRAS CÁLCULO DE RISCOS E RETORNOS EM CARTEIRAS DE INVESTIMENTOS, MARKOWITZ E A DIVERSIFICAÇÃO DE CARTEIRAS, MINIMIZAÇÃO DE RISCOS, MAXIMIZAÇÃO DE RETORNOS, FRONTEIRA EFICIENTE, EFICIÊNCIA DE MERCADO, INTRODUÇÃO AO CAPM. SUMÁRIO RESUMIDO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 1 2. RISCOS E RETORNOS EM CARTEIRAS DE INVESTIMENTO ....................... 2 3. INTRODUÇÃO AO CAPM – CAPITAL ASSET PRICING MODEL ................... 20 4. QUESTÕES RELACIONADAS AOS TEMAS ............................................. 30 6. GABARITO DAS QUESTÕES COM COMENTÁRIOS .................................. 39 1. INTRODUÇÃO Essa parte do curso é basicamente teoria. Há poucos exercícios diretamente sobre diversificação de carteiras, mas muitos sobre suas consequências, que veremos na próxima aula. Dessa forma, não haverá muitos exercícios nesta aula. Na próxima, haverá concentração de exercícios de avaliação de projetos de investimento, valuation etc. Mãos à obra! 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 51 2. RISCOS E RETORNOS EM CARTEIRAS DE INVESTIMENTO Dando continuidade ao que aprendemos na aula 03, iniciaremos a avaliação de retornos de carteiras diversificadas de ativos. Eficiência de mercado A hipótese dos mercados eficientes A hipótese dos mercados eficientes (HME) nos diz que os mercados de capitais organizados são eficientes pelo menos no que diz respeito a questões práticas e objetivas. Quem defende a eficiência dos mercados costuma argumentar que, ainda que haja imperfeições, o mercado muito rapidamente se ajusta para corrigir eventuais distorções de preços. Se um mercado é eficiente, há uma implicação muito importante para seus participantes: • Todos os investimentos têm valor presente líquido igual a zero. Em outras palavras, não há espaço para arbitragem (ganhos excessivos sem risco), os investimentos estariam avaliados a seus preços justos. Na prática imagine o seguinte. Todos os participantes têm o mesmo software de cálculo do preço justo dos títulos. Imagine que um título só seja sensível às taxas de juros do governo (taxa SELIC, por exemplo). Ao término da reunião do COPOM, o governo resolve baixar as taxas em 1%, bem mais do que a expectativa do mercado. O que farão os investidores? Colocarão esse novo parâmetro em seus softwares de precificação e verão que o título, que ontem fechou valendo R$ 1.400,00, deveria valer, com as novas taxas de juros, R$ 1.500,00. Esse é o resultado “racional” para o título e é o resultado que todos os players do mercado, após a decisão do COPOM, teriam. O título abriria a quanto, no dia seguinte? Se alguém quisesse comprar por R$ 1.400,00, conseguiria? Se alguém quisesse vender a R$ 1.550 conseguiria? 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 51 Não é assim que funciona REALMENTE o mercado. Há milhares de cálculos diferentes que farão o preço se ajustar dentro do que é considerado mais razoável. Mas num mercado EFICIENTE, em tese não haveria espaço para valores diferentes que R$ 1.500,00, pois todos os players iriam agir no sentido de pagar, ou receber, apenas o que é justo por aquele título. O que faria, na prática, um mercado ser EFICIENTE é a concorrência livre e acirrada entre os investidores. O acesso a ferramentas cada vez mais rápidas, inclusive com robôs (softwares) comprando e vendendo, dando muita liquidez aos papéis, fará com que as ações, na média, não fujam demais ou por muito tempo de seus valores justos (teóricos ou intrínsecos). É importante colocar que estamos falando de uma HIPÓTESE. Ainda que não seja possível provar que o mercado seja 100% eficiente, nesse sentido de não permitir arbitragem, é possível utilizar a hipótese de eficiência para derivar muitas teorias relevantes para o mundo das finanças. As formas de eficiência do mercado É comum dividir a eficiência do mercado em três formas. Dependendo do grau de eficiência, dizemos que os mercados são eficientes na forma fraca, forma semi-forte ou forma forte. Essas variações referem-se, eminentemente, à forma como a informação se reflete nos preços dos ativos. Na forma forte, as cotações dos ativos devem refletir TODA a informação, pública ou privada, de forma que ninguém deverá conseguir obter retornos excessivos (condições para arbitragem). Como toda a informação está disponível, pressupõe-se que não há informação privilegiada de posse de participantes do mercado (inside information). Na forma semiforte, as cotações se ajustariam muita rapidamente à nova informação PÚBLICA disponível, de forma que, com base NESSAS informações, não há espaço para ganhos excessivos. A forma semiforte significaria que nem a análise fundamentalista (dados da empresa) nem a análise técnica (gráficos de preços) conseguirão produzir retornos excessivos. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 51 Para “bater o mercado”, seria necessário atuar com informações não públicas (questões éticas e legais à parte). Na forma fraca entende-se que, pelo menos, os preços atuais das ações refletirão as informações dos preços passados. A análise técnica (que busca padrões gráficos nos preços) não deverá ser capaz de produzir retornos excessivos, embora algumas formas de análise fundamentalista ainda possam oferecer retornos excessivos (melhor leitura das informações de balanço, melhor capacidade de projeção, por exemplo) Apesar de serem formulações teóricas, o que se verifica no mercado? Primeiro, parece bastante óbvio que os preços se ajustam rapidamente a novas informações. Ainda que TODOS não saibam ao mesmo tempo, muitos, com acesso a excelentes ferramentas, terão acesso, o que será suficiente para “fechar” o gap que permitiria a arbitragem (possibilidade de ganhos excessivos). As práticas de compra e venda com robôs (high frequency trading), parecem tentar ganhar “no tempo”. Mas, como há robôs competindo com robôs, o mercado continuará se ajustando rápido. Talvez ainda mais rápido. Segundo, os preços futuros de mercado, principalmente no curto prazo, são extremamente difíceis de prever com base em informações públicas disponíveis. Terceiro, continua sendo extremamente difícil identificar ativos avaliados erroneamente, ou seja, não é fácil “bater o mercado”. O histórico mostra que, para um elevado número de fundos ativos (gestores ativos), pouquíssimos batem o mercado regularmente. E, os que batem, muitas vezes têm influência relevante no mercado que bateram. Retornos esperados e seus riscos Na aula anterior calculamos riscos e retornos para ativos isolados e para apenas umcenário. Agora vamos tratar dos retornos esperados para vários cenários possíveis e para uma carteira diversificada de ativos. Mas antes de tratarmos da carteira diversificada, calculemos o retorno esperado e o desvio-padrão para cada ativo em separado. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 51 Retornos Bom Médio Ruim R. Fixa -4,00% 6,00% 18,00% Ações 31,00% 12,00% -25,00% Probab. 25,00% 50,00% 25,00% Desempenho da Economia Em uma situação de boom econômico, os títulos de renda fixa (é comum isso) cairiam 4% de valor e as ações subiriam 31% (tudo expectativa, projeções). Já se a economia entrar em recessão, as ações cairiam 25% e os títulos de renda fixa subiriam 18% em seu valor. Qual o retorno esperado para os ativos? Retornos Prob R. Fixa Ações Bom 25,00% -4,00% 31,00% Médio 50,00% 6,00% 12,00% Ruim 25,00% 18,00% -25,00% Retorno esperado 6,50% 7,50% ������� � � = 25% ×−4% + 50% × 6% + 25% × 18% = 6,5% ���çõ�� = 25% × 31% + 50% × 12% + 25% × −25% = 7,5% Apesar de a amplitude de retornos ser bem maior para as ações (risco maior) seu retorno médio esperado compensaria o risco. E qual seria o desvio-padrão para cada ativo? Lembrando que há 3 possibilidades de retorno para cada um deles. Retornos Prob R. Fixa R-Ri (R-Ri)2 w*(R-Ri) 2 Bom 25,00% -4,00% (0,1050) 0,0110 0,0028 Médio 50,00% 6,00% (0,0050) 0,0000 0,0000 Ruim 25,00% 18,00% 0,1150 0,0132 0,0033 Retorno esperado 6,50% 0,0050 VAR 0,0061 σ 7,79% A regra de cálculo é igual à que fizemos na aula anterior, só que devemos, antes de calcular a Variância, ponderar pelos pesos de cada probabilidade dos cenários propostos. Na última coluna, temos os pesos (25%, 50% e 25%) multiplicados pelo quadrado dos desvios. É interessante notar que, na fórmula anterior de variância (aula 03), tínhamos uma divisão por (n-1), pois se tratava de uma amostra. Nesse caso, estamos dividindo por n. Não viram o motivo? Está oculto mesmo. Não é tão óbvio 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 51 É que os pesos (25%, 50%, 25%) significam: 25 observações em 100, 50 observações em 100 e 25 observações em 100. Como o “universo” está plenamente representado, pois estas são as únicas possibilidades teóricas de retorno, dividimos por n e não por n-1. O desvio padrão para a renda fixa é de 7,79%. Retornos Prob Ações R-Ri (R-Ri)2 w*(R-Ri) 2 Bom 25,00% 31,00% 0,2350 0,0552 0,0138 Médio 50,00% 12,00% 0,0450 0,0020 0,0010 Ruim 25,00% -25,00% (0,3250) 0,1056 0,0264 Retorno esperado 7,50% (0,0450) VAR 0,0412 σ 20,30% Fazendo o mesmo cálculo para as ações, vemos que o resultado é bem maior, 20,3%, o que mostra ser muito mais arriscado investir em ações. Compensa o retorno de 1% a mais, pelo risco maior? Vejamos depois. Considerações sobre o portfólio diversificado Imagine a seguinte combinação de ativos: Retornos Bom Médio Ruim Peso R. Fixa -4,00% 6,00% 18,00% 50,00% Ações 31,00% 12,00% -25,00% 50,00% Probab. 25,00% 50,00% 25,00% Desempenho da Economia Isso significa que os títulos de renda fixa e as ações correspondem, cada um, a 50% da carteira investida. Já sabemos os retornos e os riscos para cada ativo individualmente, como seriam esses retornos e esses riscos, para o caso da carteira diversificada? Comecemos calculando o retorno médio dessa carteira. Retornos Prob R. Fixa Ações Portfolio Bom 25,00% -4,00% 31,00% 13,50% Médio 50,00% 6,00% 12,00% 9,00% Ruim 25,00% 18,00% -25,00% -3,50% Retorno esperado 6,50% 7,50% 7,00% Se o cenário BOM se confirmar, o retorno esperado da carteira será de 0,5x-4% + 0,5x31% = 13,5%. Ele perderá 4% na renda fixa, que corresponde a 50% do portfólio e ganhará 31% na renda variável (ações), que corresponde a 50% do portfólio. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 51 O retorno esperado do portfólio será de 7,00%, que é a ponderação dos valores de retorno esperados do portfólio pelas probabilidades dos cenários. E qual o desvio-padrão do portfólio? Retornos Prob Portfolio R-Ri (R-Ri) 2 w*(R-Ri)2 Bom 25,00% 13,50% 0,0650 0,0042 0,0011 Médio 50,00% 9,00% 0,0200 0,0004 0,0002 Ruim 25,00% -3,50% (0,1050) 0,0110 0,0028 Retorno esperado 7,00% (0,0200) VAR 0,0040 σ 6,33% Percebemos que o portfólio tem um risco menor do que qualquer um dos investimentos em separado (ações e renda fixa) e um retorno maior do que o da renda fixa. Certamente seria irracional colocar todo o dinheiro na renda fixa, pois teríamos um risco maior (desvio padrão de 7,79% contra 6,33% do portfólio) com menos retorno esperado (R=6,5%, contra 7% do portfólio) do que o obtido com o portfólio. Vejamos os resultados para várias combinações de portfólios: RF-RV Retorno σ 100%-0% 6,50% 7,79% 90%-10% 6,60% 5,02% 80%-20% 6,70% 2,32% 72,5%-27,5 6,77% 0,90% 70%-30% 6,80% 1,12% 60%-40% 6,90% 3,58% 50%-50% 7,00% 6,33% 40%-60% 7,10% 9,12% 30%-70% 7,20% 11,91% 20%-80% 7,30% 14,71% 10%-90% 7,40% 17,50% 0%-100% 7,50% 20,30% Perceba que, ao adicionarmos renda variável (ações) na carteira, o retorno sobe, mas o risco diminui, pois estamos diversificando os riscos. Através de métodos numéricos calculamos que a carteira de menor risco seria composta por 72,5% investidos em renda fixa e 27,5% em renda variável. Atingiríamos 6,77% de retorno esperado, com risco (desvio padrão) de apenas 1,04%. Só para relembrar as regrinhas do desvio padrão, com os dados obtidos teríamos o seguinte comportamento esperado para o portfólio: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 51 Entre 7,81% e 5,73% de retorno teríamos 68% das observações, no portfólio ótimo (um desvio padrão para mais ou para menos, em relação à média). Entre 8,85% e 4,69% de retorno teríamos 95% das observações, no portfólio ótimo. É claramente um investimento de menor risco do que a renda fixa sozinha, ou as ações sozinhas. Covariância e Correlação É possível calcular diretamente o desvio-padrão do portfólio, a partir dos retornos esperados e dos desvios padrões de cada ativo. Para tanto, precisamos calcular a covariância entre os ativos e sua correlação. A covariância é uma medida do grau de inter-relação entre duas variáveis. Em tese, se as variáveis forem completamente aleatórias, ou seja, não guardarem qualquer relação entre si, a covariância deveria ser zero (ou muito próximo disso). O cálculo é bem simples. Relembremos as fórmulas para o desvio padrão e da variância (da população): ��� �! = ∀# = 1�∃ �% − ��!# & ∋ A fórmula GERAL da covariância seria: ()∗ , +! = ∃ % − ̅! & ∋ +% − +�!− , +! Seria o somatório das diferenças entre a observação xi e sua média, multiplicada pelas diferenças das observações yi e sua média, multiplicando, ao final, pela probabilidade de ocorrência do evento (xi,Yi). No nosso caso teríamos: A B C D E Retornos Prob RF (R-Ri)Aç (R-Ri) BxC AxD Bom 25,00% (0,1050) 0,2350 (0,0247) (0,0062) Médio 50,00% (0,0050) 0,0450 (0,0002) (0,0001) Ruim 25,00% 0,1150 (0,3250) (0,0374) (0,0093) Retorno esperado 6,50% 0,0750 COV (0,0156) 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 51 Isso significa algo interessante. Que quando a observação X está acima de sua média, a observação Y está abaixo de sua média, por isso a covariância negativa. Outra fórmula pode ser aplicada, quando não há probabilidades distintas para as observações individuais: ()∗ , +! = 1� .∃ %! & ∋ +%! − 1�∃ %! & ∋ ∃ +%! & ∋ / Uma notação comum para a covariância é a seguinte: ()∗ , +! = ∀01 A correlação é calculada pela fórmula a seguir: ()�� , +! = 201 = ()∗ ,+!∀0∀1 = ∀01∀0∀1 No caso em estudo teríamos: ()�� , +! = 201 = −0,0156257,79% × 20,3% = −0,987 A interpretação da correlação é simples. O intervalo vai sempre de -1 a 1. Correlação 1 seria a indicação de que as variáveis se movem praticamente juntas, sempre que uma sobe, outra sobe também (em magnitudes proporcionais). Correlação -1 seria a indicação do contrário, de que se movem no sentido contrário sempre. Correlação 0 (zero) significa que as variáveis não tem evidências de relação entre elas (aleatórias). Correlações acima de 0,7 e abaixo de -0,7 podem ser consideradas fortes. Vimos que a correlação negativa FORTE entre os retornos das ações e da renda fixa nos permitiu uma excelente diversificação, baixando substancialmente o risco do portfólio. Desvio Padrão do Portfólio Nós já calculamos diretamente esse desvio padrão, mas ele poderia ter sido calculado pelo uso da fórmula a seguir: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 51 ��� −)�4�ó6 )! = ∀789:;ó<%8# = =0#∀0# + =1#∀1# + 2=0=1∀01 Do nosso exemplo teríamos: ��� −)�4�ó6 )! = ∀789:;ó<%8# = 0,5# × 7,79%# + 0,5# × 20,30%# + 2 × 0,5 × 0,5 × −0,0156! ��� −)�4�ó6 )! = ∀789:;ó<%8# = 0,0040 ∀789:;ó<%8 = >0,0040 = 6,33% Qual seria a média ponderada dos desvios padrões de cada ativo? ∀789:;ó<%8 = =0∀0 + =1∀1 = 0,5 × 7,79% + 0,5 × 20,3% = 14,05% A diferença é significativa e é derivada da diversificação. Se a correlação fosse 1, não haveria possibilidade de diversificação. O que significa isso? Significa que o desvio-padrão do portfólio seria idêntico ao desvio padrão médio ponderado dos ativos. Vamos ver? Primeiro vamos reescrever a fórmula da variância do portfólio para utilizar a correlação em vez da covariância: ��� −)�4�ó6 )! = ∀789:;ó<%8# = =0#∀0# + =1#∀1# + 2=0=1()�� , +!∀0∀1 ��� −)�4�ó6 )! = ∀789:;ó<%8# = =0#∀0# + =1#∀1# + 2=0=1∀0∀1 Supondo correlação igual a 1. Perceba que o termo à direita da equação é um produto notável. + +!# = # + +# + 2 + Portanto temos, de forma simplificada, o que segue: ∀789:;ó<%8# = =0∀0 + =1∀1!# Logo: ∀789:;ó<%8 = =0∀0 + =1∀1 O conjunto eficiente de dois ativos Nós já calculamos os retornos e os desvios (riscos) para nosso portfólio de 2 ativos (renda fixa e ações, ou renda variável). Vejamos como ficaria graficamente. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 51 Nós já sabemos que a correlação entre os ativos é fortemente negativa, por isso quase temos duas linhas retas indo até o ponto de risco (desvio padrão) mínimo do portfólio (ponto de mínima variância). Mas essa curva vai mudar, de acordo com as correlações dos diferentes ativos do portfólio. Ilustramos isso na figura a seguir: Retorno 7,5% 7,4% 100% RV 7,3% 7,2% 7,1% 7,0% 6,9% 6,8% 6,7% 6,6% 6,5% 6,4% 100% RF 6,3% 6,2% 6,1% 6,0% Desvio Padrão 12%2% 4% 6% 8% 10% 14% 16% 18% 20% 22% 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 51 Num mundo onde só existem esses dois ativos, não seria possível encontrar portfólios fora das curvas. Não haveria, por exemplo, uma combinação de ativos que nos desse 7,5% de retorno e risco (desvio padrão) 4%, nem haveria portfólios terríveis que dessem retorno de 5% e risco de 20%. Mas há partes dessa curva de retornos e desvios em que nenhum investidor racional ficaria. Veja a figura a seguir: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 51 Perceba que há 2 combinações de pesos dos ativos no portfólio que nos trariam um risco de 4%. Uma mais próxima dos 100% da renda fixa, rendendo cerca de 6,65% e outra acima rendendo um pouco menos que 7%. Um investidor racional não deveria escolher a combinação que dá retorno menor para o mesmo risco. Dessa forma, a fronteira eficiente para esses dois ativos seria representada a seguir: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 51 O conjunto eficiente para vários ativos Com vários ativos é possível encontrar combinações que fujam daquela fronteira eficiente. De forma geral teríamos: As várias combinações de ativos ficariam DENTRO do espaço formado por todos os portfólios combinados e a fronteira eficiente. Não seria possível montar carteiras fora dessa área fechada do gráfico. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 51 Mais uma vez, a fronteira eficiente vai do ponto de mínima variância (MV) até o ativo puro de maior risco e maior retorno possível. Vamos generalizar aquela fórmula de cálculo do desvio padrão do portfólio para mais ativos. Será necessário representarmos em uma matriz, para conseguirmos visualizar melhor os termos. Ativos 1 2 3 ... N 1 =∋#∀∋# =∋=#?)∗ �∋, �#! =∋=≅?)∗ �∋, �≅! =∋=Α?)∗ �∋, �Α! 2 =#=∋?)∗ �#, �∋! =##∀## =#=≅?)∗ �#, �≅! =#=Α?)∗ �#, �Α! 3 =≅=∋?)∗ �≅, �∋! =≅=#?)∗ �≅, �#! =≅#∀≅# =≅=Α?)∗ �≅, �Α! ... N =Α=∋?)∗ �Α ,�∋! =Α=#?)∗ �Α , �#! =Α=≅?)∗ �Α , �≅! =Α#∀Α# Perceba que, para o caso de haver apenas 2 ativos, a fórmula é a mesma que enunciamos anteriormente. Atentando para o fato de que: =#=∋?)∗ �#, �∋! = =∋=#?)∗ �∋ , �#! Há algo bastante interessante nessa matriz. Quantos termos temos? Simples: NxN= N2. Quantos termos temos, que dependem exclusivamente do desvio- padrão dos ativos individuais? Simples, são os que estão na diagonal: N. Quantos termos temos, que dependem da covariância entre os ativos doportfólio? Também simples: N2-N Para um portfólio com 10 ativos, teríamos 10 termos dependentes do desvio padrão dos ativos individuais e 90 (102-10) que dependem das covariâncias entre os ativos. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 51 Isso nos dá uma indicação de que a variância do portfólio depende mais das covariâncias entre os ativos do que da variância dos ativos individuais. Peguemos um caso simples: Temos N ativos com a mesma variância e a mesma covariância entre eles. Todos tem o mesmo peso no portfólio (1/N). É fácil demonstrar que os termos na diagonal serão: =∋#∀∋# = 1Β#��� E os termos fora da diagonal serão: =∋=#?)∗ �∋,�#! = 1Β2?)∗ A variância do portfólio seria: ∀789:;ó<%8# = Β × 1Β#��� + Β Β − 1! × 1Β#?)∗ Simplificando, teríamos: ∀789:;ó<%8# = 1Β��� + Χ1 − 1ΒD?)∗ Se aumentarmos o número de ativos no portfólio, tendendo ao infinito por exemplo, o resultado seria o seguinte: ∀789:;ó<%8# = 1∞��� + Χ1 − 1∞D?)∗ = ?)∗ Esse resultado nos diz algo interessante sobre a diversificação. Conseguimos reduzir os riscos individuais dos ativos, mas não conseguimos reduzir os riscos derivados da covariância entre eles. Esse resultado será muito útil adiante. Em tese o que ele que dizer que é conseguimos diversificar os riscos específicos de cada ativo, mas não conseguimos diversificar o risco de mercado (a covariância do portfólio de mercado). Risco sistemático e não sistemático Agora vamos ver essa questão dos riscos diversificáveis (ou não), por outro prisma. Estamos tratando de retornos esperados, mas, é claro, há incertezas. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 51 Quando tratamos de riscos inesperados é algo que, em teoria, não poderia ser previsto com as ferramentas de análise disponíveis. Há várias formas de modelar os riscos inesperados, mas a mais utilizada é a que divide os riscos pela especialidade, ou seja, se impacta o mercado como um todo, ou apenas o ativo. O evento inesperado que atinge vários ativos é conhecido como risco sistemático. Não significa que o evento atingirá a todos os ativos de um mercado, nem que atingirá todos da mesma forma, mas que atingirá muitos, ainda que alguns sofram mais efeitos e outros menos. Como costumam ter efeitos em vários ativos, indiscriminadamente, costumam ser chamados de riscos de mercado. Exemplos de riscos que atingem grande número de ativos (das mais variadas formas) são os números de inflação, de crescimento do PIB, ações governamentais gerais, mudanças na tributação etc.. São esses eventos que formariam a “covariância” do portfólio. O evento inesperado que atinge somente um ativo ou um grupo pequeno de ativos é chamado de risco não sistemático. Exemplos são bem abundantes. O desastre do vazamento de óleo da British Petroleum no golfo do México (Deep Horizon) causou perdas multibilionárias para a empresa. Uma mudança na regulação de telecomunicações no Brasil, como, por exemplo, desobrigar as Companhias a manter orelhões em funcionamento, impactaria um grupo seleto de empresas. Uma forma de modelar o retorno da empresa, com base no retorno esperado (pela teoria, observação, técnicas de valuation etc.) e no riscos sistemáticos e não sistemáticos seria: � = Φ �! + Γ + Η Onde m é o risco sistemático (de mercado) e ε é o risco não sistemático, que atinge apenas a empresa (ou algumas empresas). Efeitos da diversificação Já vimos que o portfólio com 2 ativos gerou uma diversificação que permitiu investir com menos risco e com mais retorno do que o investimento em um só ativo. A adição de novos ativos ao portfólio tende a reduzir ainda mais o risco, porém há um limite como vimos na parte anterior. O risco que não pode ser 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 51 diversificado é o risco de mercado ou o risco sistemático (covariância da carteira de mercado). Mais uma vez recorremos aos dados norte-americanos para ilustrar este efeito: Perceba que a adição de ativos sempre reduz o risco do portfólio, mas essa redução fica cada vez menos relevante para um número grande de ativos, a partir de 20 ativos já parece não fazer muito sentido adicionar papéis. Essa impossibilidade de atingir uma diversificação que zere o risco é devida ao risco sistemático (de mercado). Em gráfico (baseado na mesma tabela do livro do Ross), temos: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 51 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano b Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 51 3. Introdução ao CAPM – Capital Asset Pricing Model Apesar de termos previsto falar do CAPM na aula 05, será necessário enunciar ao menos o cálculo dos betas nessa parte, para fazer sentido didático. Vale também mencionar que os estudos apresentados nessa aula são, em essência, a teoria moderna de portfólio de Markowitz. Nesse ponto vamos tentar responder a seguinte pergunta: o que determina o prêmio de risco de um ativo? Por que alguns ativos têm prêmio de risco (retorno acima da média do mercado) tão superior a outros? Nós já vimos os retornos históricos dos mercados, já vimos a relação entre risco e retorno e também os princípios básicos de diversificação. Nessa parte, vamos apresentar o modelo mais tradicional para cálculo de custo de capital próprio, e algumas derivações e considerações sobre alavancagem (financeira). O princípio do Risco Sistemático Sabemos que o investidor sempre exige um retorno maior, para tomar riscos maiores. Mas sabemos também que o risco não sistemático pode ser eliminado pela diversificação. Perguntamos: Se o risco não sistemático pode, na teoria, ser eliminado sem custos a partir da diversificação, por que deveria ser recompensado? Lembremos que estamos aqui sob os preceitos de mercados eficientes, investidores médios instruídos e ausência de oportunidades de arbitragem. O risco não sistemático, uma vez que pode ser eliminado, ou reduzido significativamente sem custos adicionais através da diversificação, NÃO deveria ser recompensado. É isso que diz o princípio do risco sistemático: O retorno esperado de um ativo depende apenas do risco sistemático desse ativo. O leitor deve estar achando estranho, pois riscos sistemáticos são aqueles que têm efeito em vários ativos, ou no mercado inteiro. Como poderia ser responsável pelo retorno esperado de um único ativo? O risco sistemático do ativo indica “como” aquele evento externo inesperado impacta, em particular, aquele ativo. Ou seja, uma queda inesperada nos juros impactará o mercado inteiro, porém algumas empresas podem ter altas expressivas e outras quedas sem 14675190731- Caroline Nunes Cipriano 9 Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 51 precedentes. O evento é o mesmo, mas cada empresa o sente de forma diferente. O risco não sistemático é aquele que impacta exclusivamente aquele ativo em particular. Se apenas o risco sistemático importa, somente ele terá relevância para determinarmos o retorno esperado do ativo, e seu prêmio de risco. Medindo o risco sistemático – o Coeficiente β O beta de um ativo é uma medida de quanto de “risco sistemático” um ativo carrega em relação a um ativo “médio”, ou carteira de ativos do mercado. Tem significado bem parecido com o da correlação, porém não está limitado ao intervalo (-1,1). Se um ativo tem coeficiente beta igual a 1, em relação ao índice Bovespa (que é uma carteira representativa do mercado brasileiro), por exemplo, ele se move na mesa direção do mercado e tem risco sistemático “equivalente” ao do mercado. Esse ativo NÃO vai exigir prêmio de risco maior que o de mercado para ser comprado. Se tiver (isso é raro) coeficiente beta igual a -1, em relação ao índice Bovespa, ele se moverá perfeitamente em direção contrária ao índice, e em montante equivalente. Se tiver um beta positivo, abaixo de 1, significa que carrega MENOS risco sistemático do que o índice Bovespa. Se for acima de um, significa que carrega MAIS risco sistemático do que o mercado, de forma que precisará de um prêmio de risco mais elevado para ser negociado. O cálculo do beta é dado pelas fórmulas seguintes: Ιϑ:%Κ8 = ?)∗�� â�( � �4 ∗); ?��4� ��!��� â�( � ?��4� ��! Ou: Ιϑ:%Κ8 = ∀ϑ:%Κ8∀Νϑ9:Ο%9ϑ × ?)���6�çã) �4 ∗); ?��4� ��! 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano 9 Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 51 O beta de uma carteira de ativos O cálculo do beta de uma carteira de ativos é feito da mesma forma que o retorno esperado para essa carteira. Ponderando os betas pelo peso de cada ativo na carteira. Ativo Peso Betas w.Beta A 20,00% 1,36 0,2720 B 55,00% 0,80 0,4400 C 25,00% 0,44 0,1100 Médias 0,8220 A carteira acima demonstra esse cálculo. ΙΝϑ9:Ο%9ϑ = =Θ. ΙΘ + =Σ . ΙΣ + =Τ . ΙΤ = 20%. 1,36 + 55%. 0,8 + 25%. 0,44 = 0,8220 A linha do mercado de títulos (Securities Market Line – SML) Iniciaremos agora o estudo que derivará no modelo CAPM. Por enquanto, pense que o beta é apenas uma medida de covariância entre o ativo e a carteira de mercado. Para tanto, pensemos no seguinte: Ativo A: E(RA) = 15%; βA = 1,4 Ativo livre de risco: E(Rf) = 6%; βriskfree = 0 Montaremos uma carteira com o ativo A e o ativo livre de risco. O ativo livre de risco, por definição, não apresenta qualquer risco sistemático, de forma que seu beta é sempre ZERO. Imaginemos uma carteira com 50% de A e 50% de Rf (risk free asset): Φ �Ν! = 0,5 × 15% + 0,5 ∗ 6% = 10,5% ΙΝ = 0,5 × 1,40 + 0,5 ∗ 0,0 = 0,7 Alavancagem na carteira Supondo que seja possível tomar dinheiro emprestado pagando a mesma taxa de um título de risco zero (isso é uma aproximação teórica, mas muito difícil na prática, para quem não é instituição financeira), seria possível tomar dinheiro emprestado (exposição negativa ao ativo sem risco) e investir mais de 100% do dinheiro disponível no ativo de risco. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano ==b999e== 9 Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 51 Imagine que, em vez de aplicarmos 100% do nosso dinheiro da forma proposta anteriormente, pegássemos os 100% e investíssemos no ativo A e tomássemos mais 50% de empréstimo (à taxa livre de risco) e colocássemos esse valor captado no ativo A. Teríamos 150% investidos em A e (-50%) investidos no ativo livre de risco. Isso significa que, em vez de recebermos 6%, pagaremos 6%. Ficaria assim: Φ �Ν! = 1,5 × 15% − 0,5 ∗ 6% = 19,5% ΙΝ = 1,5 × 1,40 − 0,5 ∗ 0,0 = 2,1 Dá para derivarmos uma tabela para as diferentes composições de carteira (ou portfólio). Carteira Ret % Beta 0%A/100%Rf 6,00% 0,00 25%A/75%Rf 8,25% 0,35 50%A/50%Rf 10,50% 0,70 75%A/25%Rf 12,75% 1,05 100%A/0%Rf 15,00% 1,40 150%A/-50%Rf 19,50% 2,10 200%A/-100%Rf 24,00% 2,80 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Retorno % Ret % 1,05 6,75% 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano e Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 51 A inclinação dessa reta, que representa a relação entre o beta e o retorno da carteira, indica qual o percentual de risco “por unidade de beta” seria exigido daquele ativo A. ς�(6 ��çã) = Φ �Θ! − ��ΙΘ = 12,75% − 6%1,05 = 6,43% Isso significa que, para cada unidade de risco sistemático (beta), o portfólio exigiria um retorno de 6,43% a mais. Mas há a opção de um ativo B! Ativo B: E(RB) = 12%; βB = 1,2 Fazendo os mesmo cálculos que fizemos para o portfólio com o ativo A, um portfólio contendo o Ativo B e o ativo livre de risco teria os seguintes resultados: Carteira Ret % Beta 0%B/100%Rf 6,00% 0,00 25%B/75%Rf 7,50% 0,30 50%B/50%Rf 9,00% 0,60 75%B/25%Rf 10,50% 0,90 100%B/0%Rf 12,00% 1,20 150%B/-50%Rf 15,00% 1,80 200%B/-100%Rf 18,00% 2,40 Combinando o gráfico do portfólio com A com o Gráfico do portfólio com B, temos: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 51 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Retorno % Portfólio com o Ativo B Beta= 1,8, Retorno = 15% 150% Rb (-50% Rf) Portfólio com o Ativo A Beta= 1,8, Retorno = 17,59% 128,75% Ra (-28,75% Rf) Em princípio o ativo A dá mais retorno do que B, porém tem mais risco, representado por seu beta mais elevado. Porém dá para inferir que o ativo A será SEMPRE melhor do que ativo B, pois para qualquer valor de risco de portfólio colocado, SEMPRE será possível fazer um portfólio combinando A e o ativo livro de risco que trará retorno maior do que o portfólio de B com o ativo de risco, para o mesmo risco. Na figura vemos que, para o beta do portfólio em 1,8, se utilizássemos o ativo B teríamos retorno esperado de 15%, com um portfólio de 150% no Ativo B e -50% no Ativo livre de risco. Mas se montarmos um portfólio (ou carteira) com o ativo A em 128,75% e o ativo livre de risco em -28,75%, esse portfólio terá o mesmo beta (1,8), porém retorno esperado de 17,59%. Isso não é consistente com os princípios de eficiência do mercado e ausência de oportunidades de arbitragem . Isso NÃO aconteceria, pois nenhum investidor racional utilizaria B para compor seus portfólios. Todos correriam para A, que faria o preço de A aumentar e seu retorno diminuir, até se extinguirem as possibilidades de arbitragem. O que a teoria nos indica é que os preços dos ativos se ajustariam para que aquele “prêmio de risco” fosse o mesmo. 14675190731 - Caroline Nunes CiprianoFinanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 51 Não significa, em hipótese alguma, que os ativos todos têm o mesmo risco. Significa que aquele retorno adicional por unidade de risco sistemático (o beta), que é calculado pela inclinação da curva do portfólio, é o mesmo para todo o mercado. A inclinação da reta A e da reta B seria a mesma: Φ �Θ! − ��ΙΘ = Φ �Σ! − ��ΙΣ O resultado faz todo o sentido, pois se um ativo traz 2 vezes mais risco sistemático do que outro, seu prêmio de risco deveria ser o dobro. Importante entender que não estamos falando do dobro do retorno total, mas do dobro do retorno associado ao risco sistemático. A linha do mercado de títulos – SML Em tese, todos os ativos (ou portfólios de ativos) deverão estar nesta mesma linha, ainda que cada um tenha seu próprio beta. Essa é a Securities Market Line – SML, um dos conceitos mais relevantes em finanças. Imaginemos agora um portfólio com todos os ativos do mercado (isso não é possível na prática, mas é aproximado para os índices de bolsa). Teremos RM, o retorno médio do mercado, e βM=1, pois como temos todos os ativos do mercado nessa carteira, ele deverá ter risco sistemático médio. A inclinação da SML é: ς�(6 ��çã) �� WΞΨ = Φ �Ζ! − ��ΙΖ = Φ �Ζ! − ��1 = [�êΓ ) �� � �() �) Ξ��(��) CAPM – Capital Asset Pricing Model Para um ativo qualquer com Retorno esperado E(Ri) e βi, temos o seguinte: Φ �%!− ��Ι% = Φ �Ζ! − �� 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 51 Logo, Φ �%! = �� + Φ �Ζ! − ��! × Ι% Esse resultado é o famoso modelo de apreçamento de ativos de capital (CAPM). O retorno de um ativo de capital depende de três coisas: • A taxa livre de risco, que é apenas a remuneração por esperar seu dinheiro voltar, sem correr qualquer risco. • O prêmio de risco, por se arriscar. • A quantidade de risco sistemático tomado, indicado pelo beta. A carteira eficiente – Optimal Portfolio Em partes anteriores, nós vimos a fronteira eficiente, formada pelas combinações ótimas de vários ativos do mercado. Vimos também a combinação entra ativos de risco e ativos sem risco, que geraram a SML, linha do mercado de capitais. Vamos juntar esses dois resultados. Observe a figura acima. À esquerda temos o ativo de risco zero (desvio padrão zero, retorno Rf). E à direita temos o conjunto de combinações possíveis de ativos. A parte interna da figura representa todas as possibilidades de risco e retorno pela combinação de ativos de risco. A fronteira eficiente, como já demonstrado, é aquela que MAXIMIZA o retorno de uma carteira de mercado, para determinado risco. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 51 É evidente, por exemplo, que de todas as combinações possíveis, a carteira A é a que tem o MAIOR retorno, para aquele dado risco. Todas as outras possibilidades, para o mesmo risco, estarão abaixo desse ponto. Um investidor, em teoria, jamais operará fora daquela linha que tangencia a fronteira eficiente. Ele poderá montar qualquer combinação entre a carteira eficiente e o ativo livre de risco para adequar ao seu perfil de risco e retorno. Se quiser menos risco, pode montar uma carteira diversificada no ponto B, por exemplo, indicando 50% no ativo livre de risco e 50% na carteira eficiente. Se quiser mais risco, poderá optar por uma carteira com -50% no ativo livre de risco e 150% na carteira eficiente (ponto A). Por que ele escolheria, por exemplo, o ponto D? Qual é a lógica de montar uma operação em que ele terá quase tanto risco quanto a carteira C e um retorno muito menor. Essa linha que liga Rf à carteira A (tangente da fronteira eficiente) é aquele que pode ser vista como o conjunto eficiente de TODOS os ativos, incluindo ativos de risco e sem risco. Independente do nível de aceitação de risco do investidor, ele SEMPRE escolherá a carteira A, no que se refere a ativos de risco. Isso por que, por óbvio, ele poderá balancear a carteira com o ativo livre de risco, se quiser menos risco, e poderá operar vendido no ativo sem risco (e alavancado no ativo de risco) se quiser mais risco. Porém, em nenhuma outra opção ele terá retornos mais elevados do que nessa linha. Os economistas especializados em finanças chamam isso de princípio da separação. Segundo eles, a decisão dos investidores e dá em dois passos: 1- Após estimar os retornos esperados e as variâncias de cada ativo de risco em separado e de calcular as covariâncias entre pares de ativos, o investidor calcula a fronteira eficiente de todos os ativos de risco. Depois ele consegue determinar o ponto A, que seria a carteira eficiente, tomando por base o retorno do ativo SEM risco. Conforme fizemos na figura anterior. Nesse ponto não há qualquer relevância saber a aversão ou apetite por risco do investidor. 2- Depois é que o investidor vai definir a combinação entre a carteira eficiente de ativos de risco e o ativo SEM risco, de acordo com sua tolerância ao risco. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 51 O portfólio de equilíbrio do mercado O que fizemos anteriormente diz respeito a um indivíduo apenas. É claro que as percepções e expectativas de outros investidores podem ser diferentes. Apesar de a premissa do mercado eficiente indicar que as percepções deveriam variar pouco. Apesar de não ser possível assumir que todos os investidores tenham as mesmas expectativas sobre o retorno, a variância e a covariância dos ativos, é razoável assumir que os investidores tem as mesmas crenças (ou expectativas) a respeito dos retornos, variâncias e covariâncias. O que não significa que tenham a mesma tolerância ao risco. Essa hipótese é conhecida como hipótese das expectativas homogêneas. O interessante dessa hipótese é que, independente da aversão ao risco, todos os investidores modelarão suas carteiras conforme descrito no gráfico anterior. Todos entenderão a carteira A como o melhor portfólio de ativos de risco que se pode construir com aquelas premissas. E se todos os investidores entenderem esse portfólio como o adequado para se ter no mercado, esse seria o portfólio de mercado. Mais precisamente, seria um portfólio de todos os ativos do mercado, ponderados por seu valor de mercado. Normalmente esse “portfólio de mercado”, que é usado para calcularmos os prêmios de risco e os betas, é sintetizado por índices como o Standard & Poor’s 500 ou outro índice representativo e com número suficientemente grande de ativos (em relação ao mercado). Normalmente quando falamos de Rm, risco de mercado na análise dos betas e do CAPM, estamos tratando de algum portfólio diversificado, representativo do mercado. IMPORTANTE: Apesar de serem muito parecidas e de terem a mesma inclinação, pode ser que a banca resolva perguntar a diferença entre a SML (securities market line, títulos) e a CML (capital market line, mercado de capitais). A única diferença é que a CML é plotada com os desvios padrões no eixo X e a SML tem os betas no eixo X. A CMLé a que tangencia a fronteira eficiente. Mas ambas dizem respeito aos riscos e a inclinação será a mesma, pois o beta da carteira é só uma média ponderada dos betas. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 51 4. QUESTÕES RELACIONADAS AOS TEMAS As questões desse curso de Finanças Privadas fazem parte de um extenso e quase exaustivo banco de dados de questões de concursos dos últimos 15 anos, das mais diversas bancas, complexidades e carreiras. A sugestão é tentar resolvar as questões nessa parte e ver as respostas comentadas no capítulo seguinte. Questão 1. ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico- Financeira/2002 Segundo o CAPM, uma ação cujo beta é igual a 1,2 tem o mesmo risco de mercado e o mesmo retorno esperado que uma carteira formada pelas seguintes proporções: a) 20% aplicados no ativo livre de risco e 120% aplicados na carteira de mercado. b) 50% captados à taxa de juros do ativo livre de risco e 150% aplicados na carteira de mercado. c) 20% captados à taxa de juros do ativo livre de risco e 120% aplicados na carteira de mercado. d) 20% captados à taxa de juros do ativo livre de risco e 120% aplicados na própria ação. e) 100% aplicados na carteira de mercado. Questão 2. ESAF - Analista Técnico da SUSEP/Controle e Fiscalização - Atuária/2006 De acordo com o CAPM (capital asset pricing model), o retorno esperado de um ativo financeiro tem relação direta com a) a estimativa de retorno esperado, feita por um investidor bem informado. b) o nível de risco não-diversificável desse ativo. c) o nível de risco da carteira de mercado. d) o grau de tolerância a risco do investidor médio. e) a liquidez do ativo financeiro em questão. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 51 Questão 3. ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002 Segundo o capital asset pricing model (CAPM), um ativo com beta negativo: a) terá necessariamente risco sistemático maior que o da carteira teórica de mercado. b) terá necessariamente risco total menor que o da carteira teórica de mercado. c) deverá oferecer retorno esperado inferior ao do ativo livre de risco. d) deverá oferecer retorno esperado negativo. e) deverá oferecer retorno esperado igual ao do ativo livre de risco. Questão 4 FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2006 Considere: I. O risco diversificável representa a parte do risco de um ativo associada a causas aleatórias que podem ser eliminadas por meio da diversificação. II. O coeficiente Beta (β) é uma medida relativa de risco diversificável. III. O CAPM pode ser dividido em duas partes: (1) A taxa livre de risco; (2) o prêmio de risco. IV. O coeficiente de variação (CV) é uma medida de dispersão relativa que é útil na comparação do risco de ativos com diferentes retornos esperados. É correto o que consta em a) I e II, somente. b) I, II, III e IV. c) I, III e IV, somente. d) II e III, somente. e) III e IV, somente. Questão 5 CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 2/2009 Usando o Capital Asset Pricing Model (CAPM) e considerando- se dois ativos de risco, com retornos esperados iguais e desvios padrões iguais, seus preços serão a) diferentes, se os investidores forem neutros em relação ao risco. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 51 b) diferentes, pois os ativos podem ter covariâncias diferentes com a carteira de mercado. c) iguais, pois é o mesmo retorno e o mesmo risco. d) iguais, se os investidores apresentarem aversão relativa constante em relação a risco. e) crescentes, caso aumente a aversão a risco entre os investidores. Questão 6 FCC - Auditor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo/2008/ O método recomendado para estimar o custo de capital das ações ordinárias de uma empresa com cotação na bolsa de valores é o modelo de precificação de ativo (CAPM − Capital Asset Pricing Model). Com relação a esse modelo, considere: I. Ele estabelece uma relação linear entre o prêmio exigido para investir em um ativo de risco e o prêmio que oferece a carteira de mercado. II. Há duas formas de medir o risco sistemático do ativo: de forma absoluta, pelo beta do ativo obtido como resultado da divisão entre a covariância do ativo e da carteira pela variância do ativo, e, de maneira relativa, pela covariância dos retornos do ativo e os retornos da carteira. III. O modelo CAPM recomenda a diversificação da carteira de ações, pois o aumento do número de ativos na carteira tende a compensar as variações provenientes das próprias empresas ou, de outra maneira, tende a eliminar o risco diversificável ou risco não-sistemático. IV. A determinação da estimativa do custo de capital da ação ordinária aplicando o CAPM se baseia em retornos históricos da taxa livre de risco, do ativo de risco e da carteira de mercado, todas durante o mesmo prazo e periodicidade. V. O risco total do ativo é a soma do risco sistemático (risco diversificável) e do risco não-sistemático (não-diversificável), e em uma carteira bem diversificada há somente o risco não-sistemático. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e V. b) I, II e V. c) I, III e IV. d) II e IV. e) III e IV. Questão 7 ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico- Financeira/2013/ 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 51 Caso se eleve o nível geral dos coeficientes de correlação entre retornos das ações negociadas no mercado, as carteiras de investidores diversificados, que queiram atingir uma determinada meta de risco e só possam assumir posições compradas em ações: a) deverão ser menos diversificadas do que antes. b) terão retorno esperado mais baixo, de acordo com o CAPM. c) deverão conter maior número de ações diferentes. d) incluirão somente ações com liquidez elevada. e) terão retorno esperado mais alto, de acordo com o CAPM. Questão 8 CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3 - Política Econômica e Monetária/2013/ Julgue o item a seguir, relativo à precificação de títulos e ativos. De acordo com o modelo CAPM, a carteira de mercado de ativos pertence à fronteira eficiente, e o prêmio de risco dos ativos individuais será inversamente proporcional ao prêmio de risco da carteira de mercado. Certo Errado Questão 9 FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2006 Abaixo são fornecidos os ativos que compõem a carteira de dois fundos de investimento, com suas devidas proporções, e os coeficientes beta de cada um dos ativos. Os coeficientes Beta (ββ) da carteira A e da carteira B são, respectivamente, a) 0,81 e 1,1 b) 0,86 e 1,3 c) 0,91 e 1,2 d) 1,2 e 0,91 e) 1,3 e 0,86 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof.Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 51 Questão 10 ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002 Uma carteira eficiente, em termos de risco e retorno esperado, é aquela que: a) apresenta o maior retorno esperado para qualquer nível de risco total. b) é composta somente por ativos corretamente avaliados pelo mercado. c) tem risco sistemático igual ao da carteira teórica de mercado. d) possui o nível mais baixo de risco de mercado para um dado nível de retorno esperado. e) oferece retorno esperado acima do retorno da carteira teórica de mercado. Questão 11 ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002 Uma carteira de ações é formada pelos seguintes ativos: Também se sabe que o coeficiente de correlação entre os retornos das duas ações é igual a 0,40. Como a carteira é formada por uma posição comprada na ação A e uma posição vendida na ação B, nas proporções de -30% e 130%, respectivamente, então o par de valores inteiros mais próximos do retorno esperado e do risco total da carteira é formado, nessa ordem, por: a) 25% e 18% b) 23% e 18% c) 28% e 16% d) 25% e 12% e) 20% e 15% Questão 12 CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 2/2009 O gráfico abaixo, entre o retorno esperado e o desvio padrão do retorno de carteiras disponíveis, para um certo investidor que prefere retorno maior e risco menor, mostra cinco pontos numerados e marcados com x, correspondendo a cinco carteiras. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 51 Considerando o gráfico, a fronteira eficiente poderia passar pelos pontos a) 1, 2, 3 e 5 b) 1, 2 e 3 c) 1, 3 e 5 d) 2, 4 e 5 e) 2 e 3 Questão 13 ESAF - Auditor Fiscal da Previdência Social/Auditoria nas Entidades Fechadas de Previdência Complementar/2002 Uma carteira é formada por dois investimentos, A e B, com pesos iguais a 75% e 25%, respectivamente. Sabe-se que os retornos esperados de A e B são estimados em 15% e 18%, e os respectivos desvios-padrão dos retornos são estimados em 25% e 30%, também respectivamente. Sabendo-se que o coeficiente de correlação entre os retornos de A e B é igual a 0,50, então o risco da carteira, medido pelo desvio-padrão de seu retorno, está estimado em: a) 26,25% b) 15,77% c) 27,50% d) 23,42% e) 52,94% Questão 14 ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Geral/2001 Um analista acredita que a tabela apresentada a seguir é uma descrição satisfatória da distribuição de probabilidades da taxa de retorno de uma certa ação. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 51 De acordo com os dados contidos na tabela, o retorno esperado e o desvio- padrão da taxa de retorno da ação são, respectivamente: a) 5,5% e 10,86% b) 5,5% e 8,66% c) 4,0% e 25% d) 4,0% e 10,86% e) 4,0% e 8,66% Questão 15 ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Geral/2001 Uma carteira de ações é formada por dois papéis: A e B. Foram feitas as seguintes estimativas para taxas de retorno das duas ações: retorno esperado de A = 10%; retorno esperado de B = 14%; desvio-padrão do retorno de A = 6%; desvio-padrão do retorno de B = 7%; correlação entre os retornos de A e de B = 0,20. Sabendo-se que o peso da ação A na carteira é igual a 40%, então o desvio-padrão estimado para o retorno da carteira é igual a: a) 6,36% b) 12,60% c) 5,24% d) 6,60% e) 12,00% Questão 16 CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Contábil-Financeira/2000 Com relação a práticas bancárias, julgue o item seguinte. Em finanças, a sensibilidade das ações às variações do valor da carteira de mercado é conhecida por alpha, que mede a contribuição marginal de uma ação em relação ao risco de uma carteira de mercado. Certo Errado 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 51 Questão 17 IADES - Analista Técnico (FUNPRESP)/Investimentos/2014/ A moderna teoria da carteira surgiu a partir da publicação, em 1952, do artigo Portfolio Selection de Harry Markowitz. Com base na figura apresentada e no conceito de fronteira eficiente, assinale a alternativa correta. a) A fronteira eficiente reúne todas as carteiras ótimas em termos de risco versus retorno. b) De acordo com a teoria de Markowitz, as carteiras eficientes situam-se acima da fronteira eficiente. c) Para um determinado nível de risco, o maior retorno possível estaria abaixo da fronteira eficiente. d) Se o investidor deseja obter retornos além da fronteira eficiente, deverá estar disposto a aceitar um risco mais elevado. e) Na fronteira eficiente, o risco é o mesmo para qualquer nível de retorno. Questão 18 ESAF - Analista Técnico da SUSEP/Controle e Fiscalização/2010 A determinação da fronteira eficiente para o mercado de ações requer o conhecimento de valores numéricos para os seguintes elementos, entre outros: a) volatilidade da taxa de juros livre de risco e coeficiente beta da carteira de mercado. b) número de títulos que podem fazer parte da carteira e seus retornos esperados. c) betas das várias ações e volatilidade da carteira de mercado. d) beta do ativo livre de risco e grau de aversão a risco do investidor que está determinando a fronteira. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 51 e) coeficientes de assimetria e curtose da distribuição de probabilidades dos retornos das ações. Questão 19 ESAF - Analista Técnico da SUSEP/Controle e Fiscalização - Atuária/2006 Para que seja construída a fronteira eficiente de ativos de um determinado mercado, são necessários os seguintes dados: a) graus de aversão a risco dos investidores. b) quantidades disponíveis dos ativos negociados. c) composição da carteira do índice de mercado. d) alíquotas de imposto de renda à qual estão sujeitos os rendimentos dos ativos. e) retornos esperados e covariâncias entre retornos dos ativos. Questão 20 ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico- Financeira/2008 Um dos principais resultados do CAPM (capital asset pricing model) é o de que, em equilíbrio, a carteira de mercado é eficiente. Isso significa que a carteira de mercado a) está sempre situada na fronteira eficiente. b) contém ativos numa combinação com o menor risco possível, entre todas as carteiras de mínimo risco. c) contém ativos numa combinação com o maior retorno esperado possível, entre todas as carteiras de mínimo risco. d) não é completamente diversificada. e) tem beta igual a zero. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 51 5. GABARITO DAS QUESTÕES COM COMENTÁRIOS As respostas estão associadas ao númerodas questões do capítulo anterior, com comentários logo a seguir. Questão 1. ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico- Financeira/2002 Segundo o CAPM, uma ação cujo beta é igual a 1,2 tem o mesmo risco de mercado e o mesmo retorno esperado que uma carteira formada pelas seguintes proporções: a) 20% aplicados no ativo livre de risco e 120% aplicados na carteira de mercado. b) 50% captados à taxa de juros do ativo livre de risco e 150% aplicados na carteira de mercado. c) 20% captados à taxa de juros do ativo livre de risco e 120% aplicados na carteira de mercado. d) 20% captados à taxa de juros do ativo livre de risco e 120% aplicados na própria ação. e) 100% aplicados na carteira de mercado. Φ]�ϑçã8⊥ = 1,2 × �Γ − ��! + �� = 1,2�Γ − 0,2�� Φ �Ν! = 1,2 × �Γ − 0,2 × �� São iguais. ΙΝ = 1,2 × 1,0 − 0,2 ∗ 0,0 = 1,2 Questão 2. ESAF - Analista Técnico da SUSEP/Controle e Fiscalização - Atuária/2006 De acordo com o CAPM (capital asset pricing model), o retorno esperado de um ativo financeiro tem relação direta com a) a estimativa de retorno esperado, feita por um investidor bem informado. b) o nível de risco não-diversificável desse ativo. c) o nível de risco da carteira de mercado. d) o grau de tolerância a risco do investidor médio. e) a liquidez do ativo financeiro em questão. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 51 a) Faz sentido para um determinado indivíduo, mas não tem nada a ver com o CAPM e com a teoria. b) Correto. Aplicação direta da teoria. Lembrando do Princípio do Risco Sistemático: O retorno esperado de um ativo depende apenas do risco sistemático desse ativo. Risco sistemático é o risco NÃO diversificável. c) O nível de risco da carteira de mercado atinge a todos os ativos. O que diferencia os ativos é o BETA e não o risco da carteira de mercado. d) não tem relação com o modelo CAPM. Essas respostas são pegadinhas, pois parecem fazer sentido, mas não têm relação com a pergunta. e) Não tem relação com o Método CAPM. Questão 3. ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002 Segundo o capital asset pricing model (CAPM), um ativo com beta negativo: a) terá necessariamente risco sistemático maior que o da carteira teórica de mercado. b) terá necessariamente risco total menor que o da carteira teórica de mercado. c) deverá oferecer retorno esperado inferior ao do ativo livre de risco. d) deverá oferecer retorno esperado negativo. e) deverá oferecer retorno esperado igual ao do ativo livre de risco. O modelo CAPM é esse: Φ �%! = �� + Φ �Ζ! − ��! × Ι% Não necessariamente terá risco total menor ou maior do que o da carteira de mercado, pois o negativo pode ser baixo (-0,1) indicando pouca oscilação, ou alto (-2) indicando muita oscilação. É importante ficar claro que risco não é só perda, mas é oscilação. O gabarito “C” também não é tão preciso, pois deveríamos garantir que o retorno da carteira de mercado é maior do que o da Rf (no Brasil talvez não seja). Porém a teoria NÃO permite que um ativo livre de risco tenha retorno MAIOR do que o ativo de risco, pois ninguém investiria. Por isso o C, apesar de impreciso, de acordo com a teoria do CAPM estaria correto. A d está errada, pois depende do beta e do prêmio de mercado. A e também está errada, pois só seria assim se não houvesse prêmio de risco. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 51 Questão 4 FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2006 Considere: I. O risco diversificável representa a parte do risco de um ativo associada a causas aleatórias que podem ser eliminadas por meio da diversificação. II. O coeficiente Beta (β) é uma medida relativa de risco diversificável. III. O CAPM pode ser dividido em duas partes: (1) A taxa livre de risco; (2) o prêmio de risco. IV. O coeficiente de variação (CV) é uma medida de dispersão relativa que é útil na comparação do risco de ativos com diferentes retornos esperados. É correto o que consta em a) I e II, somente. b) I, II, III e IV. c) I, III e IV, somente. d) II e III, somente. e) III e IV, somente. A I está correta, é aplicação direta da teoria discutida. A II está incorreta, pois o Beta não é uma medida relativa de risco diversificável, é uma medida de risco NÃO diversificável. A III é estranha, mas com certeza não está errada, pois há 2 partes na equação do CAPM, a parte relativa ao retorno do ativo livre de risco e à parte relativa ao prêmio de risco de mercado. A IV trata do coeficiente de variação de Pearson que é uma medida de dispersão relativa, empregada para estimar a precisão de experimentos. O CV representa o desvio-padrão expresso como porcentagem da média. Sua principal qualidade é a capacidade de comparação de distribuições diferentes. Esse coeficiente não é muito usado em finanças, é mais utilizado em estatística pura. Mas a IV faz uma afirmação correta. Questão 5 CESGRANRIO - Analista do Banco Central do Brasil/Área 2/2009 Usando o Capital Asset Pricing Model (CAPM) e considerando- se dois ativos de risco, com retornos esperados iguais e desvios padrões iguais, seus preços serão a) diferentes, se os investidores forem neutros em relação ao risco. b) diferentes, pois os ativos podem ter covariâncias diferentes com a carteira de mercado. c) iguais, pois é o mesmo retorno e o mesmo risco. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 51 d) iguais, se os investidores apresentarem aversão relativa constante em relação a risco. e) crescentes, caso aumente a aversão a risco entre os investidores. O modelo CAPM não deixa muito espaço para dúvidas: Φ �%! = �� + Φ �Ζ! − ��! × Ι% Ιϑ:%Κ8 = ?)∗�� â�( � �4 ∗); ?��4� ��!��� â�( � ?��4� ��! Porém o enunciado está impreciso. Se os ativos estão na SML, terão mesmo retorno, pois o Rm, o Rf e o E(Ri) são iguais, logo o beta tem que ser igual. Mas não está dito que o ativo está na securities market line. E o enunciado fala de “preço”. É difícil fazer inferência sobre preço. Entendo que o investidor pode avaliar seu retorno e risco total (desvio padrão) para cada ativo, com base nos seus pressupostos. Se ele vai comprar sem pensar em diversificação, os preços deveriam ser iguais. Mas se ele está usando o CAPM, seu foco é na diversificação. Dessa forma, ele deverá escolher o ativo de acordo com o beta e não com o risco total. O beta pode ser diferente (e o montante de risco não diversificável) para os ativos, de forma que, espera-se, o preço também seja diferente. Se tenho expectativa de retorno de 10% e desvio padrão de 20% para os dois ativos, pelo CAPM eu vou escolher o que me trouxer menos risco ao portfólio a partir do beta, pois poderei montar uma carteira diversificada com esse ativo. Questão 6 FCC - Auditor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo/2008/ O método recomendado para estimar o custo de capital das ações ordinárias de uma empresa com cotação na bolsa de valores é o modelo de precificação de ativo (CAPM − Capital Asset Pricing Model). Com relação a esse modelo, considere: I. Ele estabelece uma relação linear entre o prêmio exigido para investir em um ativo de risco e o prêmio queoferece a carteira de mercado. II. Há duas formas de medir o risco sistemático do ativo: de forma absoluta, pelo beta do ativo obtido como resultado da divisão entre a covariância do ativo e da carteira pela variância do ativo, e, de maneira relativa, pela covariância dos retornos do ativo e os retornos da carteira. III. O modelo CAPM recomenda a diversificação da carteira de ações, pois o aumento do número de ativos na carteira tende a compensar as variações provenientes das próprias empresas ou, de outra maneira, tende a eliminar o risco diversificável ou risco não-sistemático. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 51 IV. A determinação da estimativa do custo de capital da ação ordinária aplicando o CAPM se baseia em retornos históricos da taxa livre de risco, do ativo de risco e da carteira de mercado, todas durante o mesmo prazo e periodicidade. V. O risco total do ativo é a soma do risco sistemático (risco diversificável) e do risco não-sistemático (não-diversificável), e em uma carteira bem diversificada há somente o risco não-sistemático. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e V. b) I, II e V. c) I, III e IV. d) II e IV. e) III e IV. O I, III e IV são aplicações diretas da teoria. Basta rever os conceitos discutidos nesta aula. O II está errado, pois o beta não é calculado com divisão pela variância do ativo, mas pela variância da CARTEIRA DE MERCADO. O V está errado, pois risco sistemático é NÃO diversificável e vice-versa. Está ao contrário no enunciado. Questão 7 ESAF - Analista de Finanças e Controle (STN)/Economico- Financeira/2013/ Caso se eleve o nível geral dos coeficientes de correlação entre retornos das ações negociadas no mercado, as carteiras de investidores diversificados, que queiram atingir uma determinada meta de risco e só possam assumir posições compradas em ações: a) deverão ser menos diversificadas do que antes. b) terão retorno esperado mais baixo, de acordo com o CAPM. c) deverão conter maior número de ações diferentes. d) incluirão somente ações com liquidez elevada. e) terão retorno esperado mais alto, de acordo com o CAPM. Essa questão deu muita margem a controvérsia, e está formulada de forma pobre mesmo. Pouco precisa. Mas vamos relembrar a carteira diversificada de Markowitz: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 51 Ativos 1 2 3 ... N 1 =∋#∀∋# =∋=#?)∗ �∋, �#! =∋=≅?)∗ �∋, �≅! =∋=Α?)∗ �∋, �Α! 2 =#=∋?)∗ �#, �∋! =##∀## =#=≅?)∗ �#, �≅! =#=Α?)∗ �#, �Α! 3 =≅=∋?)∗ �≅, �∋! =≅=#?)∗ �≅, �#! =≅#∀≅# =≅=Α?)∗ �≅, �Α! ... N =Α=∋?)∗ �Α ,�∋! =Α=#?)∗ �Α , �#! =Α=≅?)∗ �Α , �≅! =Α#∀Α# E a fórmula da correlação é: ()�� , +! = 201 = ()∗ ,+!∀0∀1 = ∀01∀0∀1 Nada podemos inferir sobre os desvios dos ativos, apenas sobre a correlação entre eles. Dessa forma, vamos considerar que não mudam, o que significa que todos os N2-N termos da carteira diversificada devem subir (pois a correlação sobe, e os desvios permanecem). Não são ativos iguais, mas nós temos uma expressão sobre o RISCO da carteira, baseada nos termos da matriz acima (para ativos iguais): ∀789:;ó<%8# = 1Β��� + Χ1 − 1ΒD?)∗ O que percebemos, independente de serem iguais ou não, é que o risco da carteira DIMINUI com a entrada de mais ativos. E também sabemos que o risco deve SUBIR com o aumento generalizado das correlações (e covariâncias). O item C parece fazer sentido, pois sabemos que a maior quantidade de ativos tende a reduzir o risco não sistemático (diversificável). Questão 8 CESPE - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3 - Política Econômica e Monetária/2013/ Julgue o item a seguir, relativo à precificação de títulos e ativos. De acordo com o modelo CAPM, a carteira de mercado de ativos pertence à fronteira eficiente, e o prêmio de risco dos ativos individuais será inversamente proporcional ao prêmio de risco da carteira de mercado. Certo Errado Aplicação direta da teoria: 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 51 Φ �%! = �� + Φ �Ζ! − ��! × Ι% Φ �%!− �� = Φ �Ζ! − ��! × Ι% Isso significa que o prêmio de risco dos ativos individuais (Ri-Rf) será PROPORCIONAL ao prêmio de risco do mercado (Rm – Rf). Ainda que o BETA seja negativo, grandezas INVERSAMENTE proporcionais são aquelas em que o dobro de uma variável, reduzirá à metade a outra grandeza. O beta negativo dobraria a outra grandeza, porém do lado negativo. Questão 9 FCC - Analista do Banco Central do Brasil/Área 3/2006 Abaixo são fornecidos os ativos que compõem a carteira de dois fundos de investimento, com suas devidas proporções, e os coeficientes beta de cada um dos ativos. Os coeficientes Beta (ββ) da carteira A e da carteira B são, respectivamente, a) 0,81 e 1,1 b) 0,86 e 1,3 c) 0,91 e 1,2 d) 1,2 e 0,91 e) 1,3 e 0,86 Basta calcular a média ponderada dos betas da carteiras, pela participação percentual de cada ativo na carteira. Questão 10 ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002 Uma carteira eficiente, em termos de risco e retorno esperado, é aquela que: a) apresenta o maior retorno esperado para qualquer nível de risco total. b) é composta somente por ativos corretamente avaliados pelo mercado. c) tem risco sistemático igual ao da carteira teórica de mercado. d) possui o nível mais baixo de risco de mercado para um dado nível de retorno esperado. e) oferece retorno esperado acima do retorno da carteira teórica de mercado. 14675190731 - Caroline Nunes Cipriano Finanças Privadas para Banco Central - Áreas 3 e 4 Teoria e Questões Comentadas Prof. Paulo Portinho – Aula 04 Prof. Paulo Portinho www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 51 Aqui ele parece estar tratando da carteira eficiente que mescla a carteira eficiente de ativos de risco e o ativo livre de risco. Nesse caso a letra a) está correta, pois para qualquer portfólio montado, a carteira que está na SML será a que tem o maior retorno esperado possível para qualquer nível de risco. Se ele estiver falando da fronteira eficiente e NÃO da carteira, a resposta ainda é a), mas não está muito precisa. Questão 11 ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002 Uma carteira de ações é formada pelos seguintes ativos: Também se sabe que o coeficiente de correlação entre os retornos das duas ações é igual a 0,40. Como a carteira é formada por uma posição comprada na ação A e uma posição vendida na ação B, nas proporções de -30% e 130%, respectivamente, então o par de valores inteiros mais próximos do retorno esperado e do risco total da carteira é formado, nessa ordem, por: a) 25% e 18% b) 23% e 18% c) 28% e 16% d) 25% e 12% e) 20% e 15% Aqui há confusão entre comprado e vendido. Deveria ser o contrário, pois se estamos comprados em A, receberemos juros de A, se estamos vendidos em B, pagaremos juros de B. Retorno esperado = -0,3*18%+130%*22%=23,2% ��� −)�4�ó6 )! = ∀789:;ó<%8# = =0#∀0# + =1#∀1# + 2=0=1()�� , +!∀0∀1 ��� −)�4�ó6 )! = ∀789:;ó<%8# = −0,3!# 0,16# + 1,3# 0,15# + 2 −0,3! 1,3! 0,4! 0,16! 0,15! Tirando a
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