3.Método observacional

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A metodologia observacional na pesquisa em Psicologia
Prof. Jean Segata
Profª. Éverley goetz
Aula 13
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Todo o processo de pesquisa é permeado por inúmeras decisões que precisam ser tomadas pelo pesquisador, especialmente em se tratando da metodologia a ser empregada.
Se a metodologia é a observacional as decisões envolvem:
onde, quem, como, qual comportamento, quais aspectos e por quanto tempo serão observados (Scherer & Ekman, 1987).
unidades de comportamento e sistemas observacionais a serem registrados e como se dará a quantificação dos dados.
Observação
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Onde?
As observações podem ser realizadas em ambiente natural (campo) ou em ambiente de laboratório. 
Ambos apresentam vantagens e desvantagens:
Campo:
- acesso a características de comp. e de seus fatores determinantes, que de outro modo seriam difíceis de se obter. Dada a ausência de artificialidade, a validade externa é favorecida na situação natural;
estudo de comportamentos que, por razões éticas, não podem ser reproduzidos ((ex.: agressão ou mau comportamento na classe);
pode ser enviesado pelo efeito intrusivo do observador.
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- situações podem ser programadas;
manipulação e controle de variáveis ambientais;
condições de observação e registro podem ser controladas;
situações que diminuem a intrusão do observador (ex.: sala de espelho);
facilita o uso de registradores automáticos (reduz os problemas oriundos de registros do tipo lápis e papel);
falta de clareza de objetivos (observação não-condizente);
situações que pouco ou nada tem a ver com o sujeito (artificialidade/resultados enviesados).
Laboratório
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Como fazer a coleta?
Único sujeito: amostragem de eventos ((sorrir, levantar, pegar, andar).
Grupo de sujeitos: lista para assinalar (exige mais de um observador).
É sempre importante ter uma observação prévia para definir quias eventos serão importantes e/ou estarão presentes; fazer a lista, se necessário, para agilizar o processo.
Os aspectos a serem observados constituem as unidades observacionais, que podem ser: unidades de tempo (dimensão da quantidade de comportamentos) e unidades de ação (dimensão do conteúdo).
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Tipos de amostragens
Molar ou Molecular: a 1ª abrange modalidades de todo o repertório comportamental e a 2ª amostragem de comportamento parcial (ex.: observar int. social afetiva ou somente o sorriso).
Morfológica ou Funcional: a 1ª refere-se às formas que a matéria assume e a 2ª trata da ação e função do comp.(ex.: flexionar o braço..., pegar objeto).
Contínua ou Discreta: a 1ª usa a mensuração exata (frações) e a 2ª mensuração aproximada (nº inteiro) - (ex.: 2 a. 10 m. e 5 d./ 2 anos completos/ pode ainda ser categórica ordinal: criança, jovem adulto e idoso).
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Aspectos a serem observados
Determinam quais mecanismos serão utilizados, de acordo com o objetivo (seletivo/exaustivo):
- somente o observador humano;
- mais de um observador humano;
- tecnologia de vídeo;
- tecnologia de áudio;
- ambas (em casos de grupos de sujeitos).
- amostragem única (menos dispendiosa);
- amostragem repetida (dados mais diversificados, conhecer o repertório de comportamentos).
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Exaustividade e Seletividade
Exaustividade: todo o repertório comportamental dos sujeitos deveria ser observado, descrito e analisado, a seletividade só seria desejável na impossibilidade de se registrar todos os comportamentos.
Seletividade: o comportamento observado, descrito e analisado está restrito a atender primordialmente os objetivos da pesquisa. 
Hoje: o(s) comportamento(s) selecionado deve ser estudado de modo exaustivo em tudo o que seja possivelmente relevante para o estudo.
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Kreppner (1991) sugere: 
Que toda a coleta de dados preceda a análise de dados (construção de um sistema de categorias).
Realização da análise qualitativa antes da quantitativa (a 1ª fornece subsídios dos aspectos mais relevantes para a 2ª). 
Passos
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Variável Quantitativa e Qualitativa
Quantitativa:quando os possíveis resultados são os números de uma certa escala/ os dados podem ser quantificados. Ex.: tempo de serviço.
Qualitativa: quando os possíveis resultados são atributos ou qualidades/ os dados são qualitativos ou categorizados. Ex.: estado civil (categorias: solteiro, casado, viúvo, separado, desquitado, união estável).
(Barbetta, 2002)
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Pesquisador: editor
Para Biasoli-Alves (1988) e Lyra (1991): o pesquisador é um editor, um construtor de dados. Os dados gerados constituirão uma representação da realidade e não uma descrição pura da mesma.
A representação da realidade ocorre em três níveis:
primário: envolve segmentos da realidade e estados físicos do sistema perceptivo;
secundário: estados físicos e experiências psicológicas (sentimentos, sensações);
terciário: envolve experiências psicológicas e signos convencionais (palavras, números, figuras, gráficos).
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Observador
Recorte da realidade irá variar:
referencial teórico;
com os objetivos;
interesses pessoais;
referenciais próprios;
características de personalidade e de comportamento.
Então: duas pessoas ao observarem um mesmo evento, tendem a vê-lo de forma distinta e registrar diferentes momentos do mesmo (importância do sistema de categorias e do cálculo de acordo).
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Fidedignidade e Concordância
Fidedignidade: diz respeito à consistência no instrumento de medida ao longo do tempo ou ao longo dos itens apresentados na mesma ocasião ( a fidedignidade pode ser estabelecida a partir do cálculo de concordância).
Concordância: consiste em algum tipo de cálculo de acordo entre dois ou mais observadores no que se refere ao registro de eventos comportamentais (pode ser feita entre dois ou mais observadores ou com apenas um, em situações diferentes).
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Cálculo de Acordo
(Concordância)
∑ = somatório.
(Fa) = quando ambos os observadores registram a mesma unidade comportamental (índice de acordo).
(Fb) = quando apenas um observador registra uma unidade comportamental (índice de desacordo).
Fórmula: 
 
 ∑Fa
CA = _____________ . 100
 ∑Fa+ ∑Fb