Buscar

Bioética confidencialidade e privacidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bioética: Confidencialidade e Privacidade 
Introdução 
O homem há algum tempo começou a questionar, filosofar, ir em busca de 
respostas e conhecimentos e estabeleceu teorias e várias hipóteses. Na 
modernidade fez a revolução científica, atômica, molecular, genética e da 
internet. Começaram então os abusos das pesquisas, primeiro nos campos de 
concentração; depois com crianças de asilos, soldados e prisioneiros. Assim 
surgiram as normas de ética e a bioética. Alguns documentos que não tem 
força de lei, mas têm efeito sobre a pesquisa médica na medida em que 
conseguem influenciar a legislação de cada país e a política de distribuição de 
verbas das financiadoras de pesquisa internacionais são o Código de 
Nuremberg, a Declaração de Helsinque e Diretrizes internacionais para 
pesquisas Biomédicas envolvendo seres humanos. Para podermos entender 
Bioética, primeiro é necessário diferenciar ética de moral e direito. A ética é o 
valor que a sociedade determina para um determinado assunto. Ela também 
critica a moral e envolve obediência ao que não é obrigatório. Em outras 
palavras requer a presença da consciência humana. Valores éticos dizem 
respeito a pessoa humana, considerada em sua dignidade. As quatro linhas da 
ética são a ética do interesse, ética do dever, éticas de situação e éticas das 
virtudes. Ética Profissional é uma reflexão sobre as ações realizadas no 
exercício de uma profissão. Ética Prática é sempre uma resposta a problemas. 
Diferentemente da ética, a moral são os valores que indivíduos determinam 
certo ou errado, bom ou mau, segundo um contexto social. Ao nascermos já 
encontramos essas regras de condutas impostas pela sociedade, e não as 
questionamos, apenas aceitamos. A moral é comum a todos os homens. 
Valores morais estão ligados ao modo como uma sociedade ou um 
determinado indivíduo entende e coloca em prática a idéia de certo e errado. 
Direito é o conjunto de normas que se impõem coercitivamente. A lei se 
contenta em impor um mínimo de regras constritivas, que solicitam esforços 
mínimos. Existem alguns conceitos Bioéticos Fundamentais que são, atender a 
autonomia do paciente, isto é, respeitar a dignidade da pessoa individual. Em 
poucas palavras Bioética é a ética da vida, quer dizer, de todas as ciências e 
derivações técnicas que pesquisam, manipulam e curam os seres vivos. 
Bioética se relaciona abundantemente com a ética, principalmente da saúde, 
que ocupa lugar relevante neste conjunto, uma vez que se ocupa de questões 
que têm a ver com a manutenção da vida no caso dos seres humanos. Os 
comitês bioéticos surgiram com a própria bioética a partir da evidência de que 
os princípios gerais da moral não eram suficientes para ditar a conduta. 
Finalmente sabendo distinguir ética, moral e Bioética, podemos agora discutir 
sobre a privacidade e confidencialidade que é um ramo, por assim dizer, da 
Bioética. 
A questão da confidencialidade, embora seja um dos preceitos morais mais 
antigos da prática médica, continua sendo um tema extremamente atual no 
exercício da relação médico-paciente. Não é difícil, para um médico, entender 
que a confidencialidade é um dos pilares fundamentais para a sustentação de 
uma relação médico-paciente produtiva e de confiança. É esta garantia que faz 
com que os pacientes procurem auxílio profissional quando necessitam. 
A garantia da preservação do segredo das informações, além de uma 
obrigação legal contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética 
profissional , é um dever de prima facie de todos os profissionais e também das 
instituições. Este conceito foi proposto por Sir David Ross, em 1930. Ele propôs 
que não há, nem pode haver, regras sem exceção. O dever prima facie é uma 
obrigação que se deve cumprir, a menos que conflite, numa situação particular, 
com um outro dever de igual ou maior porte. 
A preservação de segredos profissionais é um direito do paciente e uma 
conquista da sociedade. Esta relação de confiança se estabelece entre o 
paciente e seu médico, e se estende a todos os demais profissionais das áreas 
de saúde e administrativa, incluindo-se as secretárias e recepcionistas que 
tenham contato direto ou indireto com as informações obtidas. 
Muitos autores e códigos utilizam indistintamente os termos sigilo e segredo. A 
palavra segredo pode ter o significado de mera ocultação ou de preservação de 
informações. Os segredos dizem respeito à intimidade da pessoa, portanto 
devem ser mantidos e preservados adequadamente. A palavra sigilo tem sido 
cada vez menos utilizada. A sua utilização em diferentes idiomas tem 
caracterizado cada vez mais os aspectos de ocultação e menos os de 
preservação. 
O dilema ético, na realidade, não está situado entre revelar ou não o 
diagnóstico, ao paciente, ou qualquer outra informação relevante, mas sim na 
forma e momento de revelar. Vale ressaltar que a veracidade, é um dos 
princípios básicos sobre os quais se estabelece a relação médico-paciente. 
A preservação de segredos está associada tanto com a questão da privacidade 
quanto da confidencialidade. A privacidade, mesmo quando não há vínculo 
direto, impõe ao profissional os deveres de resguardar as informações que teve 
contato e de preservar a própria pessoa do paciente _ pode ser considerada 
como sendo um dever institucional. 
A confidencialidade é uma característica presente desde os primórdios das 
profissões de saúde. O juramento hipocrático, do século V a.C., estabelecia 
que: "qualquer coisa que eu veja ou ouça, profissional ou privadamente, que 
deva não ser divulgada, eu manterei em segredo e contarei a ninguém". 
Thomas Percival, em seu livro Medical Ethics, de 1803, também reiterava a 
importância da garantia da preservação das informações para uma adequada 
relação médico-paciente, isto é, a confidencialidade é a garantia do resguardo 
das informações dadas em confiança e a proteção contra a sua revelação não 
autorizada, também não é uma prerrogativa dos pacientes adultos, ela se 
aplica a todas as faixas etárias. As crianças e os adolescentes têm, como um 
adulto, o mesmo direito de preservação de suas informações pessoais, de 
acordo com a sua capacidade, mesmo em relação a seus pais ou 
responsáveis. Com relação aos pacientes idosos, especial atenção deve ser 
dada à revelação de informação aos familiares e, especialmente, aos 
cuidadores. Estes deverão receber apenas as informações necessárias ao 
desempenho de suas atividades. 
A privacidade é a limitação do acesso às informações de uma dada pessoa, 
bem como do acesso à própria pessoa e à sua intimidade. É a preservação do 
anonimato e dos segredos. É o respeito ao direito de o indivíduo manter-se 
afastado ou permanecer só. É o direito que o paciente tem de não ser 
observado sem sua autorização. O artigo XII da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, proposta pela ONU em 1948, já estabelecia o direito à não 
interferência na vida privada pessoal ou familiar. As instituições têm a 
obrigação de manter um sistema seguro de proteção aos documentos que 
contenham registros com informações de seus pacientes. 
A exceção de confidencialidade pode ser eticamente aceitável desde que o 
paciente dê a sua permissão; que a lei obrigue a revelação; que haja risco de 
vida ou possibilidade de dano físico ou psicológico para uma ou mais pessoas 
identificadas. 
Podemos fazer a distinção entre quebra de privacidade e quebra de 
confidencialidade, a primeira consiste no acesso desnecessário ou uso de 
informações sem a devida autorização do paciente; a segunda, é a ação de 
revelar ou deixar revelar informações fornecidas em confiança. As quebras de 
confidencialidade ou de privacidade, conforme o caso, podem ocorrer em 
situações muito comuns entre os profissionais de saúde, por exemplo, quando 
realizam comentários sobre pacientes em elevadores, corredores, restaurantes, 
cantinas ou refeitórios. 
Asexceções à preservação 
Incluem-se as seguintes situações: 
o Testemunhar em corte judicial, em situações especiais; 
o Comunicar, à autoridade competente, a ocorrência de 
o Doença de informação compulsória, 
o De maus-tratos em crianças ou adolescentes, 
o De abuso de cônjuge ou idoso. 
A quebra de privacidade: 
A quebra de privacidade ocorre quando se usam informações ou se observa 
um paciente sem a sua devida autorização. Atualmente a privacidade está 
cada vez mais sendo entendida como sendo uma característica e não como um 
dever, que seria a confidencialidade. 
A quebra de confidencialidade: 
É a ação de revelar ou deixar revelar informações fornecidas pessoalmente em 
confiança. 
A quebra de confidencialidade somente é eticamente admitida quando: 
1) um sério dano físico, a uma pessoa identificável e específica, tiver alta 
probabilidade de ocorrência; 
2) um benefício real resultar desta quebra de confidencialidade; 
3) for o último recurso, após ter sido utilizada persuasão ou outras abordagens, 
e, por último, 
4) este procedimento deve ser generalizável, sendo novamente utilizado em 
outra situação com as mesmas características, independentemente de quem 
seja a pessoa envolvida. 
Situações especiais 
HIV-AIDS 
A AIDS trouxe um desafio ao princípio da confidencialidade, na medida em que 
um valor mais alto, no caso a vida das pessoas que têm contato direto com o 
paciente, surge na discussão. Na prática, estamos obrigados tanto moralmente 
como legalmente a informarmos ao cônjuge/companheiro do nosso paciente a 
sua situação de doença. É igualmente obrigatório a notificação da doença às 
autoridades de saúde. Obviamente, a quebra da confidencialidade seria 
imediata. 
Crianças e adolescentes 
As crianças e os adolescentes, sob o ponto de vista legal, são considerados 
incapazes. Porém, moralmente, podem ser considerados como portadores de 
autonomia crescente e, segundo vários autores, a partir dos doze anos de 
idade, como não passíveis de distinção de um adulto capaz. 
Os responsáveis legais têm o direito de acessar as informações constantes no 
prontuário de seus dependentes, mas o médico deve respeitar a 
confidencialidade dos pacientes menores de idade, desde que capazes de 
avaliar e conduzir adequadamente o problema abordado. 
Pesquisa 
A realização de um projeto de pesquisa envolve aspectos de confidencialidade 
e privacidade em todas as suas etapas. Desde o planejamento até a 
divulgação, o pesquisador e todas as demais pessoas que vierem a se 
envolver têm o compromisso de resguardar as informações, ou seja, de impedir 
que as mesmas sejam utilizadas de forma inadequada. 
 
A respeito da bioética, podemos citar confidencialidade e privacidade, em um 
exemplo fácil de se observar, dentro da medicina onde se deve criar uma 
relação médico-paciente se aplica o código de ética profissional. 
Observamos que confidencialidade difere de privacidade. Como sendo a 
privacidade um limite estabelecido sobre as informações de um determinado 
paciente, já a confidencialidade seria o sigilo de informações reveladas ao 
medico em algumas situações. 
A confidencialidade e privacidade são obrigações, porém existem algumas 
exceções em determinadas situações particulares, como por exemplo, no caso 
de um paciente com AIDS, em que a confidencialidade pode ser quebrado para 
informar ao cônjuge sobre a saúde do paciente, outro exemplo dentro da 
medicina é o caso de menores em que os pais ou responsáveis legais têm 
direito as informações. 
Enfim bioética não deve ser apenas cumprida, em determinados casos como 
os citados acima dentro da medicina, deve ser uma característica necessária 
em um profissional. 
 
Autor: Lauany Pugina

Continue navegando