Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ABORTO • Aborto e enfermagem O abortamento sempre constituiu-se um problema humano: tanto a nível teórico, prático, cultural e moral. Atualmente, o assunto apresenta-se como justificativa de uma gravidez indesejada. No Brasil, é considerado ilegal no sentido da vida e na morte de um ser humano indefeso. CONCEITO: Abortamento é a interrupção da gravidez antes do término normal, com a morte do concepto. • ABORTO ESPONTÂNEO: acontece sem a intervenção humana. ABORTO PROVOCADO: é desencadeado por atitude humana intencional ou não. No campo jurídico o abortamento direto é toda a intervenção que tenha como fim ou meio, a expulsão do concepto inviável. Abortamento indireto é toda ação ou intervenção que indiretamente tenha como efeito a expulsão do concepto inviável. Abortamento criminoso: é a expulsão voluntária, provocada, do concepto inviável. Tem aspecto subjetivo( a intenção de provocar o aborto) e aspecto objetivo (a expulsão e e morte do concepto). Tanto o abortamento direto como o indireto podem ou não Ter conotação criminosa. • Abortamentos não reconhecidos legalmente. Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque. Pena: Detenção de 01 a 03 anos. Art. 125. Provocar o aborto sem consentimento da gestante. Pena: Reclusão de 03 a 10 anos. Parágrafo único: Aplica-se a pena dos dois artigos anteriores se a gestante não é maior de 14 anos ou é alienada ou débil mental ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. • Art. 127. As penas cominadas, dos artigos anteriores são aumentadas em 1/3 se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo a gestante sofre lesão corporal de natureza grave, e são duplicadas se por qualquer dessas causas lhe sobrevêm a morte. Art. 128. Não se pune aborto provocado por médico: Se não há outro meio de salvar a vida da mãe. Se a gravidez resulta estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. CÓDIGO DE ÉTICA DE ENFERMAGEM. Não se refere às formas de abortos descrita pelo Código Penal mas proibe expressamente o aborto em seu art.9 inciso VI. Isto isenta o enfermeiro da possibilidade de ser chamado pelos médicos a colaborar em abortamento permitido por lei, mas não contemplado pelo Código de Ética de enfermagem nem aceito por sua consciência. Embora um código de ética não possa contradizer o código penal por lhe estar hierarquicamente submisso, não há obrigatoriedade de colaborar em atos, ainda que legais, que atentem contra a vida do concepto e a consciência do profissional. EUTANÁSIA • A palavra eutanásia significa "boa morte", que uns consideram um ato de misericórdia e outros, um crime contra a vida. É o ato de facultar a morte sem sofrimento a uma pessoa cujo estado de doença é crônico, incurável e normalmente associado a um imenso sofrimento físico e psicológico. • A eutanásia é dividida entre positiva, ativa, voluntária e involuntária: • - Eutanásia ativa e voluntária: a pessoa doente recebe uma dose letal de remédios. Nesse caso o paciente tem consciência do ato; • - Eutanásia involuntária e passiva: um dos itens que o paciente precisa para sobreviver é retirado do seu convívio como por exemplo a suspensão da alimentação. Esse tipo de eutanásia é feita com um paciente que não tem consciência de que aquilo está ocorrendo; • - Eutanásia Libertadora: quando é reduzida a dor de um paciente com uma doença incurável; • - Eutanásia Piedosa: essa é aplicada em pacientes inconscientes e terminais. • A legislação brasileira não permite a eutanásia e estabelece que se deve preservar a vida e, para que isso ocorra, todos os esforços devem ser adotados. Mas alguns consideram que, a partir do momento que se desliga o aparelho de uma pessoa que não possui condições de autosobrevivência, já está praticando a eutanásia. Para defensores da prática, esse método não pode ser considerado eutanásia, pois o direito à vida é se manter vivo com os próprios meios e essa é só uma maneira de deixar que a vida tome seu rumo natural sem uma atuação artificial dos aparelhos. • Já outras opiniões mostram que homem nenhum tem direito de tirar a vida do seu semelhante, independente das condições que ele esteja. • Em 2012, o Conselho Federal de Medicina aprovou a Resolução CFM 1.995 , que dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes, deixando claro que o paciente tem autonomia, junto ao seu médico, de decidir sobre a não realização de procedimentos inúteis em fase de terminalidade da vida. A resolução assegura ao paciente o direito de não prolongar seu sofrimento (distanásia) INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL • O método de fertilização consiste na injeção de espermatozoides dentro do útero da mulher, no seu período fértil, ou seja, quando ela está ovulando, facilitando assim a união dos gametas para a formação do embrião. O primeiro teste de inseminação artificial foi feito nos Estados Unidos em 1884. Por muito tempo, ela foi a única alternativa de gravidez para casais com algum problema de infertilidade. Aqui no Brasil ele já existe desde a década de 1970. http://www.minhavida.com.br/familia/tudo-sobre/18024-periodo-fertil-como-calcular-e-sintomas-comuns http://www.minhavida.com.br/familia/tudo-sobre/16480-inseminacao-artificial-como-funciona-a-fertilizacao http://www.minhavida.com.br/saude/temas/infertilidade • Para quem a Inseminação Artificial é indicada • Esse método normalmente é indicado para casais com alguma leve alteração nos espermatozoides (como gametas lentos ou com dificuldades de movimentação), para casos de alteração no útero, como uma endometriose leve ou mesmo quando não há uma razão aparente para a infertilidade. A inseminação artificial também pode ser feita com espermatozoides doados em casos em que o parceiro da mulher não os possui no seu sêmen ou no caso de casais homoafetivos. http://www.minhavida.com.br/saude/temas/infertilidade ÉTICA EM SAÚDE E SUA INFLUÊNCIA • A missão da seção ética em Saúde é de incrementar a qualidade da assistência em saúde e da capacidade de decisão por parte dos profissionais e pacientes, por meio da discussão de temas que envolvem a ética, em especial os que constituem dilemas e desafios conseqüentes aos avanços tecnológicos da Medicina. • As ocorrências éticas são episódios prejudiciais causados pelos profissionais da área de saúde podem vir a acontecer decorrente de uma atitude desrespeitosa em relação ao paciente, ao colega de trabalho, aos familiares ou ainda em qualquer lugar de atuação onde estes acontecimentos podem cooperar para prejuízos ou danos ao paciente ou a outros profissionais de saúde. A ocorrência ética pode, também, relacionar-se à imprudência do profissional, a qual se caracteriza pela atitude impetuosa no momento da ação, seja em relação ao paciente ou nas relações interpessoais. • Assim, para o ensino da ética, é necessário a inclusão da realidade social e o exercício da crítica às questões mais gerais da saúde e da sociedade que repercutem no dia-a-dia da profissão e na assistência que dispensamos aos usuários. BIOÉTICA E PESQUISA • A discussão de temas polêmicos faz parte da rotina de trabalho dos profissionais que atuam na Comissão de Ética em Pesquisa (Conep) do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e nos quase 600 Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) de instituições técnico-científicas brasileiras, como o Instituto Nacional de câncer (IncA). • Com o termo “pesquisa” entendemos a produção e transmissão do conhecimento em geral, a inovação em ciência e tecnologia em todos os seus ramos, isto é, no âmbito das ciências humanas, exatas, biológicas, da comunicação, da arte etc. • A Resolução 196 da CNS é pautada pela chamada bioética principialista (princípios fundamentais: autonomia, beneficência, não maleficênciae justiça. O princípio da autonomia, que diz respeito ao direito de os indivíduos tomarem suas decisões, é representado pelo Termo de Consentimento Livre e esclarecido – uma declaração da vontade do paciente em participar ou não do protocolo de pesquisa. Os conceitos de beneficência e não maleficência são complementares e indicam que todo projeto de pesquisa clínica deve visar ao bem e não promover o mal – físico, psíquico ou emocional – do paciente. O princípio da justiça sintetiza a proposta do SUS: garantir que todos tenham acesso ao tratamento em igualdade de condições • Os especialistas alertam para o significado da palavra esclarecido. “Não basta apenas informar o indivíduo, no sentido de transferir unilateralmente informações que muitas vezes não são compreendidas. É preciso comunicar, tratando o paciente como um interlocutor do processo, para que se possa ter certeza do esclarecimento de todos os aspectos envolvendo o protocolo”, • consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa envolvendo seres humanos deverá sempre tratá-lo em sua dignidade, respeitá-lo em sua autonomia e defendê-lo em sua vulnerabilidade. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO • ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos ( beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos • Respeito à autonomia, liberdade e privacidade • dos participantes: • A participação é voluntária • Eles devem ser informados com clareza sobre os objetivos, usos e procedimentos da pesquisa, bem como suas possíveis conseqüências. • O pesquisador deve assegurar-se da plena capacidade legal, cognitiva e emocional do assinante do termo • Pesquisas que envolvam crianças ou adolescentes, o consentimento deve ser dado por pais ou guardiães • Às crianças e adolescentes participantes deve ser garantida a voluntariedade e o devido esclarecimento sobre a pesquisa em linguagem adequada. • A informação a ser utilizada no Termo de Consentimento Informado deve estar adequada ao estágio de desenvolvimento do indivíduo e ao seu grau de compreensão RISCOS DA PESQUISA • Ao se realizar uma pesquisa, atentar para: • Não causar danos aos seus participantes • Analisar os riscos e quão sérios e prováveis eles são, tanto pelos procedimentos como pela divulgação. • Perguntar se participante experimentou desconforto ou problemas psicológicos ÉTICA NA COMUNIDADE CIENTÍFICA • Primazia: quem publica o primeiro artigo sobre o tema, tem o crédito da descoberta (ou da invenção) • Avanço do conhecimento: todo artigo científico deve conter um resultado inédito e relevante para a Ciência • Reprodutibilidade: todo experimento publicado deve ser replicável por outrem PLÁGIO • REESCREVA, NÃO FAÇA PLÁGIO • Reuso de até 30% de um artigo científico anterior é o limite máximo aceitável para um novo artigo • Artigo em conferência pode ser aproveitado para revista • Partes de um artigo científico podem também ser reusadas para um artigo de divulgação PESQUISA EM SAÚDE - gerontologia • O Brasil vive hoje um mundo de envelhecidos. Segundo Camarano (2002) a população brasileira com idade igual ou superior a 60 anos é da ordem de 15 milhões de habitantes. A população mais idosa, também está ai para comprovar o fato, pois já é bastante significativo o número de pessoas de 80 anos e mais em nosso meio. Como diz LEHR (1999), pertencemos a uma sociedade em estado de envelhecimento • A pesquisa em saúde tem como objetivo maior minorar o sofrimento humano, resgatando a felicidade desejada por todas as pessoas. • Estudos incluindo pessoas idosas determinam a evolução da ciência do envelhecimento, a gerontologia, ciência nova e uma das últimas grandes fronteiras biológicas. • Trata do estudo não apenas da biologia do envelhecimento mas também de seus aspectos sociológicos, psicológicos e outros. • É importante assegurar à população que envelhece uma melhor qualidade de vida. • Existe um problema ético de fundo da situação do idoso que tem sua origem na contradição entre valorização e desvalorização da velhice e cuja causa está no paradigma cultural que sustenta a sociedade atual • A valorização desse período da vida vai depender da concepção que se tem de velhice, de idoso e do valor que se imprime a esse período da vida. Como diz Pessini (1992): • “Dar espaço ao idoso em nosso próprio ser não é uma tarefa fácil. A velhice está escondida não somente de nossos olhos, mas muito mais de nossos sentimentos. No mais profundo de nós mesmos, vivemos a ilusão de que sempre seremos os mesmos. Nossa tendência não é de somente negar a existência real do idoso, mas também o idoso que está despertando dentro de nosso próprio ser” Ele é um estranho e, como todo desconhecido, nos incute medo. • No relacionamento entre envelhecimento e Bioética há questões básicas que merecem ser destacadas: os princípios da Bioética podem servir de caminho para apontar diretrizes éticas para enfrentar o envelhecimento a partir de diferentes perspectivas. Conhecendo e interpretando de forma adequada e pertinente os aspectos que constituem o envelhecimento, a velhice, o idoso, à luz dos princípios de autonomia, igualdade e justiça, pode a Bioética facultar a mudança da imagem da sociedade frente ao idoso; ampliar o espaço na ética clínica para as questões do envelhecimento, levando em conta o respeito à integridade do idoso, à sua pessoa, o tratamento digno, a sua qualidade de vida • Atualmente, não existe de fato uma ciência bioética e deontológica aplicada aos processos de envelhecimento. Os gerontólogos apresentam dificuldades em encontrar orientações éticas nas suas condutas profissionais, uma vez que não existem propostas consistentes de um código deontológico baseado nas concepções filosóficas, nas preocupações dos profissionais e nas investigações empíricas. • Portanto, a nosso ver, e baseados na diminuta investigação feita nesta área, para exercer sua profissão dentro dos limites legais e éticos, tem de ser capaz de: • 1) respeitar os direitos, dignidade e autonomia dos idosos e suas famílias; • 2) ter conhecimento das normas nacionais einternacionais que orientam a prática profissional; • 3) cumprir os códigos de conduta existentes; • 4) compreender as responsabilidades legais e éticas do seu grupo profissional; • 5) manter os padrões e requisitos dos organismos regulamentares legais e profissionais; • 6) exercer sua atividade de acordo com a legislação em vigor aplicável a profissionais de saúde; • 7) manter a confidencialidade e obter o consentimento esclarecido dos idosos ou seus representantes legais para todos os procedimentos técnicos; e, finalmente, • 8) participar nas comissões de ética e zelar para que suas competências próprias sejam exercidas por profissionais diplomados e reconhecidos. • Deste modo, agindo em conformidade com os pressupostos anteriormente apresentados, o gerontólogo será capaz de exercer sua prática clínica repleta de profissionalismo, em conjunto com uma conduta ética, evitando, assim, possíveis dilemas éticos • Atualmente, a prestação de cuidados à terceira idade é encarada numa perspectiva de interdependência e responsabilização dos vários profissionais. RELAÇÕES FAMILIARES E ENVELHECIMENTO • Para alguns é discutível se os filhos têm deveres para com seus pais. • Aristóteles, propunha que a dívida dos filhos para com os seus pais era impagável. • Myers e colaboradores propõem que: "quando se trata de prover a Subsistência, temos de ajudar nossos pais antes de quaisquer outras pessoas, já que lhes devemos a nossa subsistência até certa idade" • Segundo JaneEnglish “os deveres dos filhos adultos são aqueles dos amigos, e resultam do amor entre eles e seus pais, ao invés de ser uma obrigação de retribuição aos sacrifícios anteriores de seus pais”. • Pessoas idosas autônomas que apresentam convívio social efetivo, bem integradas às famílias, ampliam sua capacidade para recuperar-se dos agravos de saúde e aperfeiçoar sua longevidade. Desta forma, o prejuízo na autonomia da pessoa idosa compromete diretamente sua qualidade de vida e toda a dinâmica familiar. • Devemos ter atitudes bioéticas de respeito ao idoso como um ser autocapaz. Sugere-se que novos estudos possam ampliar a discussão acerca do tema, a fim de garantir uma vida mais digna ao idoso, em uma sociedade que envelhece rapidamente. • Torna-se relevante compreender que o termo envelhecimento pode assumir duas perspectivas diferenciadas: senescência ou senilidade. A senescência caracteriza-se pelo envelhecimento saudável, no qual as alterações nos órgãos e tecidos ocorrem de forma sincronizada. A senilidade caracteriza-se pelo envelhecimento não saudável, em que se observam processos patológicos associados • Ao se ter a consciência de que o envelhecimento saudável se consubstancia a partir das atividades de promoção da saúde, do acesso universal dos idosos aos serviços de saúde e do bem-estar social durante toda a vida, o envelhecimento caracteriza-se como tema emergente no campo da bioética, clamando por reflexão sobre os idosos, seu convívio com as demais gerações e o processo de inserção e participação na sociedade • Torna-se então relevante que as ações em saúde sejam discutidas não apenas para eles, mas principalmente com eles, para que se preserve e incremente a autonomia do idoso. A busca pelo direito de agir de maneira independente possibilitará a longevidade saudável e agradável para a população, que segue envelhecendo, e também para aqueles que profissionalmente se responsabilizam pela proteção à saúde dos idosos. PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE • Confidencialidade - embora um dos preceitos morais mais antigos da prática médica, continua um tema extremamente atual no exercício da relação com o paciente. Confidencialidade tem origem na palavra confiança, que é a base para um bom vínculo terapêutico. • As informações fornecidas pelos pacientes, quando de seu atendimento em um hospital, posto de saúde ou consultório privado, assim como os resultados de exames e procedimentos realizados com finalidade diagnóstica ou terapêutica, são de sua propriedade. • Os médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde e administrativos que entram em contato com as informações têm apenas autorização para o acesso às mesmas em função de sua necessidade profissional, mas não o direito de usá-las livremente. Dessa forma, os profissionais somente deverão ter acesso às informações que efetivamente contribuam ao atendimento do paciente. • A garantia da preservação do segredo das informações, além de uma obrigação legal contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética profissional, é um dever de todos os profissionais e também das instituições. • Privacidade - é a limitação do acesso às informações de uma dada pessoa, bem como do acesso à própria pessoa e à sua intimidade. É a preservação do anonimato e dos segredos. É o respeito ao direito de o indivíduo manter-se afastado ou permanecer só. É o direito que o paciente tem de não ser observado sem sua autorização. • O artigo XII da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proposta pela ONU em 1948, já estabelecia o direito à não interferência na vida privada pessoal ou familiar. • As instituições têm a obrigação de manter um sistema seguro de proteção aos documentos que contenham registros com informações de seus pacientes. As normas e rotinas de restrição de acesso aos prontuários e de utilização de senhas de segurança em sistemas informatizados devem ser continuamente aprimoradas. • A exceção à preservação de informações pode existir, desde que por justa causa e com amparo na legislação, em circunstâncias tais como: - testemunhar em corte judicial, em situações especiais previstas em leis e compatíveis com a gravidade; - comunicar, à autoridade competente, a ocorrência de doença, procedimento ou situação de informação compulsória, de maus-tratos em crianças ou adolescentes, de abuso de cônjuge ou idoso _ ou de ferimento por arma de fogo ou de outro tipo, quando houver a suspeita de que esta lesão seja resultante de um ato criminoso. • Situações especiais: HIV-AIDS • A AIDS trouxe um desafio ao princípio da confidencialidade, na medida em que um valor mais alto, no caso a vida das pessoas que têm contato direto com o paciente, surge na discussão. Na prática, estamos obrigados tanto moralmente como legalmente a informarmos ao cônjuge/companheiro do nosso paciente a sua situação de doença • A quebra de privacidade: • A quebra de privacidade ocorre quando se usam informações ou se observa um paciente sem a sua devida autorização. Atualmente a privacidade está cada vez mais sendo entendida como sendo uma característica e não como um dever, que seria a confidencialidade. • A quebra de confidencialidade: • É a ação de revelar ou deixar revelar informações fornecidas pessoalmente em confiança. • A quebra de confidencialidade somente é eticamente admitida quando: • 1) um sério dano físico, a uma pessoa identificável e específica, tiver alta probabilidade de ocorrência; 2) um benefício real resultar desta quebra de confidencialidade; 3) for o último recurso, após ter sido utilizada persuasão ou outras abordagens, e, por último, 4) este procedimento deve ser generalizável, sendo novamente utilizado em outra situação com as mesmas características, independentemente de quem seja a pessoa envolvida. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL • Cada profissão conta com respectivo código de ética. Na enfermagem, existe um código que “reúne normas e princípios, direitos e deveres, pertinentes à conduta ética do profissional que deverá ser assumido por todos”. • Ao ser reformulado, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) levou em consideração, prioritariamente, a necessidade e o direito de Assistência de Enfermagem à população, os interesses do profissional e de sua organização. • Está centrado na clientela e pressupõe que os Agentes de Trabalho da Enfermagem estejam aliados aos usuários na luta por uma assistência de qualidade, sem riscos e acessível a toda a população. CUIDADO ÉTICO • No mundo complexo em que vivemos, estamos cercados por questões éticas em todas as facetas de nossa vida. Consequentemente, tem havido um interesse aumentado pelo campo da ética, numa tentativa de obter melhor compreensão de como essas questões nos influenciam. • No cuidado de saúde, o enfoque sobre a ética intensificou-se, em respostas a acontecimentos controversos, incluindo maiores avanços tecnológicos e menores cuidados de saúde e recursos financeiros. • Os avanços tecnológicos também contribuíram no aumento da expectativa de vida. No entanto, estes avanços levantaram questões quanto se apropriado usar, e sob que circunstância poderiam usar essa tecnologia. Embora muitos indivíduos tenham condições de ter uma melhor qualidade de vida, outros enfrentam maior sofrimento em consequência de esforços de prolongar a vida, normalmente a grande custos. Questões éticas cercam as práticas políticas que parecem alocar recursos de cuidado de saúde injustamente com base na idade, na raça, no sexo ou nos costumes. DOMÍNIO DA ÉTICA • Os dilemas éticos que profissional pode encontrar na arena de saúde do trabalhador podem ser numerosos e diferentes. • Uma consciência dos conceitos filosóficos subjacentes ajudarão o profissional a resolver dilemas por meio de raciocínio. • Entender o papelda profissão na tomada de decisão ética ajudará os técnicos a expressar suas posições éticas e desenvolver as habilidades necessárias para tomar decisões éticas. • É necessário avaliar suas ações em saúde, de modo que os princípios bioéticos possam reger suas práticas, respeitando o paciente e no cuidado humanizado, ampliando a visão meramente biotecnicista. TEORIAS DA ÉTICA • Baseia-se no conceito do maior bem para o maior número. Sustenta os princípios ou padrões morais existentes independentemente dos fins ou das conseqüências. O técnico tem o dever de agir com base no princípio moral primário ou mais de vários princípios morais. ABORDAGENS À ÉTICA • A ética aplicada é o termo usado quando são feitos perguntas de uma disciplina específica para identificar problemas éticos dentro da prática dessa disciplina. Várias disciplinas usam as estruturas de teorias éticas gerais e princípios morais e aplicam-nas a problemas específicos dentro do seu domínio. • Os princípios comuns que se aplicam abrangem a autonomia, beneficência, confidência, efeito duplo, fidelidade, justiça, não maleficência, paternalismo, respeito pelas pessoas, sanidade da vida e veracidade. • Imperícia - falta de conhecimento ou de preparo técnico ou habilidade para executar determinada atribuição; • Imprudência - descuido ou falta de cautela de uma ação que poderia ter sido prevista e evitada; • Negligência - ato omisso de deixar de fazer o que é necessário gerando resultados prejudiciais. • As consequências oriundas de imperícia, imprudência e negligência podem variar de acordo com a presença ou não do dano. No caso de não haver prejuízo, o profissional será repreendido a princípio pelo seu supervisor, o enfermeiro. Princípio da solidariedade no SUS • O que significa este princípio e qual o seu fundamento? O princípio da solidariedade tem sido invocado para impor as mesmas responsabilidades em relação ao direito à saúde a todos os entes federativos, sem se considerar suas diferenças demográficas, econômicas, sociais, culturais. Nesse sentido, todos são iguais econômica e demograficamente falando na garantia do direito à saúde. • Há, ainda, o disposto no art. 7º, II, da Lei 8080/90, que estabelece ser a integralidade da assistência à saúde um conjunto de ações e serviços individuais e coletivos que deve ser garantida no âmbito do sistema de saúde e não no âmbito de cada ente federativo. E o sistema de saúde é um sistema nacional abrangente de todas as ações e serviços de saúde dos entes federativos, organizados em rede de atenção à saúde, de forma regionalizada e hierarquizada quanto à sua complexidade de serviços. POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO • A Política de Humanização da Assistência à Saúde oferece uma Diretriz que contempla os projetos de caráter humanizador desenvolvidos nas diferentes instituições de saúde, estimulando a criação e sustentação permanente de espaços de comunicação e divulgação, que facultem e estimulem a livre expressão, o diálogo, o respeito e a solidariedade. • O desenvolvimento das ações propostas pela Política de Humanização da Assistência à Saúde (PHAS) tem como princípios fundamentais o respeito às especificidades de cada instituição, estimula a cooperação entre as mesmas pela troca de experiências produzidas, que visam a qualificação do serviço público de saúde. • Humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética. Ou seja, para que o sentimento humano, as percepções de dor ou de prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda, que esse sujeito ouça do outro palavras de seu reconhecimento. É pela linguagem que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. Ou seja, sem comunicação, não há humanização. A humanização depende de nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo com nossos semelhantes • Quando preenchemos uma ficha de histórico clínico, não estamos escutando a palavra do paciente. As informações são indispensáveis, sem dúvida. Mas o lado humano ficou excluído. O ato técnico, por definição, elimina a dignidade ética da palavra, pois esta é necessariamente pessoal, subjetiva e precisa ser reconhecida na palavra do outro. Um hospital ou um posto de saúde pode ser excelente do ponto de vista tecnológico e, mesmo assim, ser desumano no atendimento. Isso acontece quando os pacientes são tratados como simples objetos de intervenção técnica e não acolhidos em suas angústias, temores e expectativas, ou sequer são informados sobre procedimentos necessários. • Humanizar a assistência à saúde é dar lugar não só à palavra do usuário como também à palavra do profissional de saúde, de forma que tanto um quanto outro possam fazer parte de uma rede de diálogo. O compromisso com a pessoa que sofre pode ter as mais diversas motivações, assim como o compromisso com os cuidadores e destes entre si. Cabe a esta rede promover as ações, campanhas, programas e políticas assistenciais, tendo como base fundamentalmente a ética, o respeito, o reconhecimento mútuo, a solidariedade e responsabilidade. PADRÕES DE QUALIDADE EM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE • Cliente é a pessoa mais importante em nossa profissão, ou seja, para quem prestamos serviços. • Prestar atendimento cada vez mais humano. • Garantir confiabilidade e rapidez nos serviços prestados. • Permitir uma melhor integração e qualificação profissional entre sua equipe. • Promover um ambiente saudável de trabalho . • Qualidade não pode ser avaliada como um termo técnico, é preciso reconhecer as preferências individuais e sociais, buscando garantir a equidade? • A qualidade é um conceito que agrega muitos componentes, tendo como objetivo principal, solucionar problemas e satisfazer necessidades prioritárias • Qualidade é definida como “ tudo aquilo que alguém faz ao longo de um processo para garantir que o cliente obtenha, exatamente, aquilo que deseja. • Para a boa qualidade do atendimento de saúde, dar atenção às preocupações dos clientes é tão importante quanto a competência técnica. • A eficiência de um serviço ou atendimento está estreitamente ligada à qualidade pessoal. Embora haja diferentes padrões de qualidade e mesmo que não seja fácil descrevê-los, os clientes percebem facilmente quando se trata de um atendimento com qualidade superior ou inferior. ELEMENTOS DEFINIDORES DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS • Seleção de métodos; • Informação dada ao cliente; • Competência técnica; • Relacionamento pessoal; • Mecanismos para motivar a continuidade; • Combinação adequada de serviços. • Qualidade pessoal significa realizar o trabalho da melhor forma possível todos os dias. A qualidade do desempenho é orientada por padrões que possui o indivíduo e essa, por sua vez está relacionada diretamente com sua auto-estima QUALIDADE PESSOAL • O rendimento do trabalho de um funcionário está, também, ligado aos seus ideais. Segundo especialistas das ciências do comportamento, quanto mais altos forem os ideais, maior será o nível de qualidade do desempenho e, em todas as circunstâncias, esse padrão de qualidade constitui um dos valores mais importantes, pois servirá como referência tanto da sua própria avaliação como a dos outros colegas no seu ambiente de trabalho • O aspecto humano no atendimento é determinante na fidelidade do cliente e, muitas vezes, assume maior importância que a qualidade objetiva do serviço. Para prestar um serviço eficaz, no contato pessoal, é muito importante e recomendável: • ser educado e cortês; • sorrir e se portar com naturalidade; • falar em tom de voz agradável; • tratar o cliente pelo nome e lhe dar atenção exclusiva; • respeitá-lo independente de raça, sexo e formação cultural;• demonstrar-se comprometido, orgulhoso e seguro na execução de seu trabalho, mostrando que conhece o trabalho que faz. • Partindo de uma base de valores, éticos, morais e religiosos, conhecer-se melhor desenvolve a autoconfiança, o autocontrole, possibilitando identificar não só as próprias reações, como as do cliente em determinadas situações, podendo, se for o caso, entendê-las e contorná-las sem perder a tranqüilidade. • Criando um estilo de vida no ambiente do trabalho, de consideração e respeito mútuos, o tempo passado com os colegas passa a ser agradável, a convivência prazerosa e, usando criatividade e humor, é possível estabelecer relações mais gratificantes. • A opção pela qualidade é imprescindível na conquista e na preservação da fidelidade do cliente. • Toda a qualidade está ligada ao fator humano. Desse modo, um ser humano bem formado, com valores éticos, morais e religiosos, ao lado do preparo profissional, saberá realizar o seu trabalho com excelência, resultando em benefícios a todos envolvidos no processo de prestação serviços: a organização, o funcionário e o cliente. LEI FEDERAL 8080/90 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Art. 2º → “A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. §1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.” Art. 4º → “O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde-SUS. §2º - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde-SUS, em caráter complementar.” Art. 7º → “As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; UNIVERSALIDADE Reconhecimento da saúde como um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado garantir as condições indispensáveis ao seu pleno exercício e o acesso a atenção e assistência à saúde em todos os níveis de complexidade. Para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais que se interpõem entre a população e os serviços. EQUIDADE Diz respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os desiguais” de modo a se alcançar a igualdade de oportunidades de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma dada sociedade. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em saúde, especificamente, as desigualdades sociais se apresentam como desigualdades diante do adoecer e do morrer, reconhecendo-se a possibilidade de redução dessas desigualdades, de modo a garantir condições de vida e saúde mais iguais para todos. INTEGRALIDADE Considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações de: Promoção da saúde; Prevenção/Proteção de riscos e agravos; Recuperação/Tratamento a doentes. • BOM ESTUDO!!!
Compartilhar