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1 Luciana Veiga Universidade Federal da Bahia - UFBA Instituto de Biologia Campus Ondina Salvador / BA BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR Curso: Medicina Veterinária - BIBLIOGRAFIA: • Alberts & Col. (2010). Biologia Molecular da Célula, 5.Ed., Ed. Artes Médicas Ed., Porto Alegre 1396p. • Cooper, G. M.(2007). A Célula. 3ª Ed. Artmed Editora,712p. • Lehninger, A.; Nelson, D.L.; Cox, M.M. (2000). Princíples of Biochesmistry, 3ª Ed. Worth Publishers, New York, 1232p SISTEMA DE ENDOMEMBRANAS E TRANSPORTE DE PROTEÍNAS Célula pancreática MET 1. Introdução • Qual o mecanismo de formação de uma vesícula transportadora? • Como se explica o transporte seletivo de proteínas solúveis e proteínas integrais através de vesículas? • Porque razão uma determinada vesícula se funde apenas com um determinado compartimento alvo? • Qual o mecanismo de fusão duma vesícula com o seu compartimento alvo? 2. O Retículo Endoplasmático (RE) - Rede de túbulos envolvidos por membranas; - Estendem da membrana nuclear por todo o citoplasma; - Representa 10% da célula (volume); - Funções: - Síntese de proteínas e segreção para o Golgi, membrana plasmática ou lisossomos; - Glicosilação, hidroxilações, sulfatações e fosforilações; - Síntese de fosfolipídios; - Montagem de moléculas protéicas - Proteólise da seqüência sinal. Retículo Endoplasmático Rugoso (RER) = cisternas achatadas com ribossomos aderidos à parte externa (citoplasmática) de sua membrana. Retículo Endoplasmático Liso (REL) = compartimentos tubulares, sem ribossomos aderidos. - RE é dividido morfo e fisiologicamente: 2 - Retículo Endoplasmático Rugoso MET de cél. de pâncreas canino Núcleo RER Polirribossomo - Retículo Endoplasmático Liso RER REL Núcleo REL MET de cél. de Leydig humana Reconstituição 3D de REL, cél. hepática 3. O RE e a secreção de proteínas - 1960: George Palade e colegas; - Células do pâncreas: secretam enzimas para o intestino delgado. - Aminoácidos radioativos e determinação da localização das proteínas ao longo do tempo. Definem a via utilizada pelas proteínas secretadas: VIA SECRETORA. RE Rugoso (proteínas de membrana ou lúmem) Complexo de Golgi Vesículas secretoras Exterior da célula Lisossomos Membrana plasmática 4. Direcionando proteínas para o RE - Proteínas podem ser transportadas para dentro do RE: - Transporte simultâneo à tradução: maioria das células de mamíferos; - Transporte posterior à tradução: leveduras. - Estudos da importação de proteínas no RER: Identificação da seq. sinal 1. SABATINI & BLOBEL (1971): isolamento do RER. 3 - Peptídio Sinal: pequena sequência de aminoácidos na porção N- terminal ou C-terminal da proteína; - 15 a 60 aminoácidos de comprimento - Hidrofobicidade e carga auxiliam no direcionamento. - Endereçamento de proteínas a diferentes locais das células. Proteina Sequencia de aminoácidos Preoalbumina Met-Lys-Trp-Val-Thr-Phe-Leu-Leu-Leu-Leu-Phe- Ile-Ser-Gly-Ser-Ala-Phe-Ser ↓ Arg . . . Pre-IgG light chain Met-Asp-Met-Arg-Ala-Pro-Ala-Gln-Ile-Phe-Gly- Phe-Leu-Leu-Leu-Leu-Phe-Pro-Gly- Thr-Arg-Cys ↓ Asp . . . Pre-lisozima Met-Arg-Ser-Leu-Leu-Ile-Leu-Val-Leu-Cys-Phe- Leu-Pro-Leu-Ala-Ala-Leu-Gly ↓ Lys . . . Sequência de aminoácidos de peptídeos sinalizadores de três proteínas eucarióticas 5. Mecanismos de transportes - Transporte simultâneo à tradução: maioria das células de mamíferos Partícula de Reconhecimento de Sinal (PRS) RNA 7S - Transporte posterior à tradução: leveduras e algumas células de mamíferos. 4 6. Inserção de proteínas na membrana do RE -Proteínas de secreção: liberadas no lúmem do RE e encaminhadas para CG etc. -Proteínas de membranas plasmática ou do RE, GC ou lisossomos: inseridas na membrana do RE. - Inserção: interação de regiões hidrofóbicas da proteína com a bicamada lipídica; - Alfa-Hélice: mazimiza as interações; - Inserção: diferentes maneiras. - Inserção de uma proteína de membrana com uma sequência sinal clivável e uma única sequência de parada de transferência. Inserção de proteínas de membrana com sequências sinal internas não cliváveis. - Inserção de uma proteína que cruza a membrana várias vezes: série alternada de SS internas e sequências de parada. 7. Dobramento de proteínas e processamento no RE - Chaperonas moleculares: facilitam o dobramento das proteínas; - Hsp 70: Bip; - Bip: Liga-se à cadeia polipeptídica não-dobrada quando ela cruza a membrana; - Medeia do dobramento de proteínas e da montagem de proteínas com múltiplas subunidades. 5 - Formação de ligações de pontes dissulfeto: cadeias laterais de cisteínas (dobramento de proteínas); - Dissulfeto isomerase. - Ligação (1 – 2 e 3 – 4): incorretas; - Ligações (1 – 3 e 2 – 4): corretas. Degradação associada ao RE Proteínas incorretamente dobradas podem: • Dobrar-se novamente até assumirem sua conformação correta. • Serem degradadas. Degradação associada ao RE - Glicosilação de proteínas no RE. Oligossacaril transferase Asp – X – Ser/The 8. O RE liso e a síntese de lipídeos - Escasso na maioria das células - Desenvolvido em células que produzem hormônios esteróides - Detoxificação de moléculas orgânicas (álcool: fígado) - Síntese de lipídeos: MP 6 Síntese de Lipídios Fosfolipídios, colesterol e ceramidas Fosfolipídios formadores de membranas celulares Duas etapas: 1. Dois ácidos graxos são ligados a um glicerol- fosfato produzindo um acido fosfatídico; 2. Ocorre a diferenciação da cabeça polar dos fosfolipídios pela inserção de colina, inositol, serina ou etanolamina. Síntese de lipídeos: glicerol fosfolipídeos são sintetizados na membrana do REL (são muito hidrofóbicos) e a partir de precursores citosólicos: - Fosfatidilinositol; - Fosfatidiletanoalamina; - Fosfatidilserina. - Transporte de fosfolipídeos através da membrana do RE: Como os fosfolipídeos são sintetizados no lado citosólico da membrana do RE, eles são adicionados somente à metade citosólica da bicamada. Eles são então transportados através da membrana por flipases fosfolípidicas, resultando no crescimento uniforme de ambas as metades da bicamada fosfolipídica. Reservatório de Cálcio REL = principal reservatório de células musculares ou não; proteínas ligadoras (calsequestrina e chaperonas). Cálcio = mensageiro citoplasmático para varias respostas nas células eucarióticas, como secreção e proliferação. Em células musculares o cálcio está envolvido diretamente na contração muscular. Nestas células, o REL tem a denominação de Retículo Sarcoplasmático. Funções do RE Síntese protéica; Modificações de lipídios e proteínas; Síntese de lipídios; Síntese de hormônios esteróides; Destoxificação; Reservatório de Cálcio (contração muscular); Comunicação entre organelas; Suporte mecânico; Segregação no seu lúmen. RER REL RER e L 9. Exportação de proteínas e lipídeos do RE - Transporte vesicular do RE para o Golgi 7 Topologia da via secretora: os lúmens do RE e do complexo de golgi são topologicamente equivalentes ao exterior da célula. - Recuperação de proteínas residentes no RE: - Destinadas a serem transportadas para o golgi; - Destinadas a serem retidas no RE (Bip, peptidase sinal, dissulfeto isomerase). Sinais de retenção: - Lúmen: KDEL (Lys-Asp-Glu-Leu) -Trnasmembrana: KKXX (lisina) - Mutações na sequência KDEL interferem no destino da proteína. - Função: completar as modificações pós-tradução; - O CG é polarizado: faces cis e trans; - Apresentam enzimas: -Glicosilação, sulfatação, fosforilação e hidrólise parcial de proteínas sintetizadas no RER; - Empacotamento dos produtos de secreção (armazenados em grânulos ou vesículas de secreção). 10. Complexo de Golgi (CG) Complexo de Golgi Face de entrada Próximo ao RE Face de saída Próximo a MP 8 - Modificação dos oligossacarídeos N-ligados que são adicionados às proteínas no RE – sequência ordenada; - Modificações: dependem da estruturas da proteína e quantidade de enzimas processadoras no golgi. 11. Glicosilação de proteínas dentro do CG Direcionamento para MP e secreção - Modificações de proteínas - Glicosilação N-ligados: Início no RER e continua no CG; Açúcares se ligam ao –NH2 de asparagina; Modificação desse no CG Oligossacarídeos grandes - Oligossacarídeos complexos: retirada de alguns açúcares e adição de outros como galactose e ác. Siálico - Oligossacarídeos ricos em manose: retiradas de manoses Glicosilação final, Sulfatação e Fosfatação. - Direcionamento de proteínas lisossomais pela fosforilação de resíduos de manose. Direcionamento para lisossomos - Regiões sinal da proteína indicam que a proteína é lisossomal. 12. Distribuição de proteínas e exportação do CG. 9 Sinal Transporte KDEL KKXX Do RER para o complexo de Golgi e retorno ao RE GPI Do complexo de Golgi para a membrana plasmática (secreção) Manose-6- fosfato Do complexo de Golgi para os lisossomos (enzimas hidrolíticas) - Resumo das seqüências sinais de retenção no RE, CG e lisossomo 13. O mecanismo de transporte vesicular - Tráfego de moléculas (ex. proteínas) depende do tráfego de vesículas; - Tráfego: importante para comunicação entre compartimentos celulares; - A especificidade do transporte é baseada no empacotamento seletivo da carga de interesse para dentro de vesículas; - Como as vesículas são formadas e reconhecem seus compartimentos alvos? - Revestimentos protéicos: -Atuam como dispositivos mecânicos que induzem a membrana a curvar-se e formar um brotamento vesicular -Proporcionam um mecanismo para a seleção dos componentes a serem carregados pela vesícula. - Seleção dos componentes: -Carga a ser transportada -Maquinaria para marcar e ancorar a vesícula a uma membrana receptora. 14. Proteínas de revestimento e brotamento vesicular - Vesículas revestidas por COP: - COP II: brota do RE e transporta sua carga pela via secretora para o Golgi; - COP I: brotam do compartimento intermediário RE-GC ou do Golgi e funcionam nas vias de recuperação que servem para reter proteínas residentes no golgi e RE. -EX. vesículas recobertas por COP I transportam proteínas residentes do RE, marcadas pelos sinais de recuperação KDEL ou KKXX, de volta para o RE a partir do compartimento intermediário RE-Golgi ou da rede Cis golgi. - Vesículas recobertas por CLATRINA: - Captação de moléculas extracelulares da MP por endocitose; - Transporte da rede Trans do Golgi para os lisossomos. 10 -Vesículas revestidas por COPII: - Transportam cargas do RE para o complexo de golgi - Sar GTP: regula a montagem e desmontagem do revestimento vesicular. - Exemplos: - Glicosiltransferases do CG - Proteínas de ancoragem e fusão de vesículas - Proteínas de secreção 14.1. Vesículas recobertas por COP II e COP I - Vesículas revestidas por COPI: - Transportam proteínas fugitivas de volta para o RE. - ARF1 GTP: regula a montagem e desmontagem do revestimento vesicular. - Exemplo: - Receptor SRP: residentes do RE (KDEL ou KKXX) de volta para o RE a partir do ERGIC ou do Cis golgi. 14.2. Vesículas recobertas por clatrinas - Separam proteínas lisossomais no TGN (Trans Golgi) - Adaptinas: ligam as clatrinas às caudas citosólicas de proteínas integrais de membranas - Resumo 11 Sequência sinal Tipo de Proteina Transporte Tipo de vesícula Receptor de sinal Lys-Asp-Glu- Leu (KDEL) Secretada Golgi para RE COP I Receptor KDEL (ERD2 proteina) na membrana do golgi Lys-Lys-X-X (KKXX) Membrana Golgi para RE COP I Subunidades COP a e b Di-acidic (Asp-X-Glu) Membrana RE para Golgi COP II Não conhecidos Manose 6- fosfato (M6P) Secretada Trans-Golgi e membrana plasmática para endossomo tardio. Clatrina Receptor M6P no golgi AP1e AP2 15. Direcionando as vesículas aos compartimento particular - Fusão vesicular: Hipótese SNARE - É dependente das proteínas Rabs - Proteínas RAB: - Ligadoras de GTP - 30 identificadas Transporte para a membrana plasmática de células polarizadas. - Uma única membrana: esféricos de estrutura e dimensões muito variáveis - Pequenos sacos de enzimas digestivas: enzimas hidrofílicas *degradam organelas e moléculas endocitadas; *os materiais passam antes pelos endossomos que distribuem partículas. 16. Lisossomos Enzimas hidrolíticas secretadas pelo GC 17. Endocitose e formação dos lisossomos 12 18. Fagocitose e autofagia
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