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27/01/2016 1 Plano básico do Filo Arthropoda Bibliografia sugerida para este assunto: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios Integrados de Zoologia. Guanabara Koogan, 2004. pp. 354-415. RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. Roca, 2005. pp.600-631 RIBEIRO-COSTA, C. S.; ROCHA, R. M. Invertebrados: manual de aulas práticas. Holos Editora, 2002. pp. 118-178. Introdução ao Filo Arthropoda - 85% das spp. animais conhecidas (↑ 1.200.000 espécies) - Insetos, aranhas, escorpiões, camarões, lacraias, centopeias, caranguejos, lagostas, ácaros, carrapatos, piolhos-de-cobra Quem são? Posição no Reino Animal - Protostômios, bilaterais, triblásticos e celomados - Metaméricos = segmentação é característica “compartilhada” com anelídeos - Características moleculares compartilhadas com nematóides - Origem marinha - Ocupam hoje todos os ambientes – voo Introdução ao Filo Arthropoda - Exoesqueleto rígido – direcionou aspectos da evolução do grupo - Segmentação – grande variedade de segmentos (somitos), com divisão de funções - Apêndices segmentares pares e articulados – adaptaram-se às mais variadas formas e funções Principais características ligadas: Arthron (articulação) + podos (pés ou pernas) - Artropodização tendências evolutivas Grande diversidade e abundância Animais ativos Ampla distribuição ecológica: trópicos pólos; fossas abissais grandes altitudes Todos os níveis tróficos: herbívoros, onívoros, carnívoros, detritívoros; Adaptações: ar, terra, água doce, salobra e salgada, corpos de animais e plantas. Importância do grupo Aspectos negativos: competem com o homem por alimento, pragas, transmitem doenças, espécies peçonhentas, parasitas Aspectos positivos: alimento, polinização, produção de substâncias (drogas, fármacos etc.) e outros produtos de interesse econômico (seda, mel, ceras etc.) CLASSIFICAÇÃO SUPERIOR Podem ser considerados 4 grupos: 1. Subfilo Trilobita – todos extintos 2. Subfilo Chelicerata – aranhas, escorpiões, carrapatos, pseudo-escorpiões, opiliões 3. Subfilo Crustacea – camarões, caranguejos, lagostas, cracas 4. Subfilo Uniramia – insetos, centopéias, piolhos-de-cobra. Introdução ao Filo Artropoda • classificação difere entre os autores • A apresentada segue bibliografia de Zoologia Geral (HICKMAN, ROBERTS e LARSON, 2004) - Corpo com três lobos - 2 a 60 cm - Cabeça, tórax e pigídio - Cada somito com um par de apêndices 1. Trilobita 27/01/2016 2 - 6 pares de apêndices 1 par de quelíceras 1 par de pedipalpos 4 pares locomotores 2. Chelicerata - Diferem dos outros em várias características, principalmente na presença de dois pares de antenas. 3. Crustacea 4. Uniramia - Principalmente terrestres com sistema respiratório adaptado para a respiração aérea – Sistema Traqueal - Chamados de Uniramia em função de característica dos seus apêndices pares, que têm apenas “um ramo” (HICKMAN, ROBERTS, LARSON) *Sustentação e locomoção proporcionadas por exoesqueleto e seus apêndices Plano Básico do Filo Arthropoda Características: 1. Celomados = celoma extremamente reduzido, devido ao surgimento do exoesqueleto rígido *Celoma sem função de sustentação *Não representa a principal cavidade do corpo *Principal cavidade: hemocele (seios sanguíneos) *Vestígios associados aos sistemas excretor e reprodutor 2. SEGMENTAÇÃO - Corpo segmentado ou metamerizado interna e externamente - Cada segmento é um SOMITO - Perda dos septos intersegmentares - Perda de cerdas locomotoras apêndices articulados - Tendência à grande combinação/fusão de somitos - Recoberto por exoesqueleto 27/01/2016 3 HOMONOMIA HETERONOMIA - Condição ancestral HOMONOMIA atual HETERONOMIA Homólogos seriais Homólogos seriais 3. Tagmose - Somitos fundidos formam conjuntos chamados tagmas - Cada tagma (ou conjunto de segmentos) especializa-se com morfologia e funções diferentes - A tagmose é variada nos subfilos Como ocorre a tagmose? 15 Tagmas básicos de um artrópode - Condição basal TAGMOSE SIMPLES cabeça-tronco - Derivado MODIFICADA nos táxons modernos 3. Tagmose CABEÇA: - ácron + 3 a 7segmentos TÓRAX: - 3 segm. ABDOME: - 9 a 11 + télson Tracheata Em traqueados Hexapoda (insetos) 3. Tagmose CEFALOTÓRAX: cabeça + alguns ou todos os segmentos torácicos ABDOME: - aproximadamente 12 segmentos fundidos Em Chelicerata Em Crustacea – arranjos variados 3. Tagmose Carapaça CEFALOTÓRAX: cabeça + alguns ou todos os segmentos torácicos Cefalotórax recoberto por carapaça 27/01/2016 4 4. Cefalização - Alta cefalização Grande distinção do tagma anterior (cabeça ou cefalotórax) em relação ao primeiros artrópodes: - Abriga o cérebro - Porção anterior do trato digestório e apêndices alimentares - Recepção sensorial (exceto os olhos, que estão no ácron) - Expansões ou projeções pares do exoesqueleto - Segmentados cilindros de exoesqueleto - Partes movimentados entre si por músculos 5. Apêndices Corte transversal de um segmento de artrópode Apêndice segmentar Músculo extensor Músculo flexor 21 5. Apêndices Artículos Especializações diferentes em cada tagma - HETERONOMIA Apêndices: - cefálicos - torácicos - abdominais Especializações regionais dos apêndices 22 - Peças bucais: apreensão e ingestão dos alimentos (ex. mandíbulas + maxilas) Apêndices cefálicos RECEPÇÃO QUÍMICA - Antenas: 2 pares em crustáceos 1 par em traqueados ALIMENTAÇÃO Modificados para LOCOMOÇÃO, REPRODUÇÃO, RESPIRAÇÃO, MANIPULAÇÃO de ALIMENTOS e outras funções Especializações regionais dos apêndices Apêndices torácicos e abdominais Abdome tende a apresentar apêndices reduzidos, ausentes ou extremamente especializados Exemplo da heteronomia dos artrópodes, representada por um camarão/lagosta. SENSORIAIS MASTIGAR AGARRAR MANIPULAR ALIMENTO NATAÇÃO TRANSPORTE DE OVOS ♀ CÓPULA ♂ LOCOMOÇÃO 27/01/2016 5 Traqueados e chelicerados Apêndice UNIRREME 1 ramo Provável perda do exopodito TIPOS e PARTES DE UM APÊNDICE Crustáceos e trilobitas Apêndice BIRREME 2 ramos * O ancestral artrópode provavelmente tinha apêndices BIRREMES ou MULTIRREMES Protopodito Coxa Base Cutícula ou exoesqueleto + epiderme Epiderme fina, com uma camada, glandular Cutícula externa, secretada pela epiderme - Não viva - Composta por várias camadas de lipídeos e ceras, proteínas e -quitina - Recobre o corpo, estruturas externas e partes de internas 6. Parede do Corpo - VANTAGEM: proteção contra abrasão, desidratação, ataque de patógenos e predadores, suporte, forma do corpo e proteção de órgãos, locomoção - Pode ser fina e flexível ou espessa e dura (esclerotização e mineralização) Músculos circulares e longitudinais, substituídos por músculos especializados Inserção para musculatura no interior do corpo = ENDOESQUELETO Exoesqueleto Epiderme Impermeável Lipídeos e ceras Proteína + quitina Espessamento e força Lado externo Lado interno 28 Cerdas * projeções quitinosas do exoesqueleto, forma de pelo * ocas ou sólidas * grande variedade de forma e função: - Receptores sensoriais - Auxílio na natação - Filtros de partículas 29 Cor *pigmentos na cutícula - inalterável *ranhuras que refletem diferentes comprimentos de onda *pigmentos em cromatóforos abaixo da epiderme – alterável *hemoglobina – quando a cutícula é fina e transparenteSolução = Cada somito é recoberto por placas esqueléticas denominadas escleritos, “articuladas” MEMBRANA ARTRODIAL Proteína resilina - Flexibilidade dentro e entre somitos - Articulação nos segmentos dos apêndices Exoesqueleto = limitação do movimento 27/01/2016 6 - Maior artrópode: caranguejo japonês – Macrocheira sp. (atinge 4 m) Exoesqueleto = limitação de tamanho - Menor: ácaro Demodex sp. (<0,1 mm) -Solução = pequeno tamanho > 60 cm 32 Exoesqueleto = limitação do crescimento - Processo fisiológico complexo mediado por hormônio - Crescimento possível por meio de ECDISE ou MUDA Hormônio ecdisona Hormônio de muda - Papel central e contínuo da vida de um artrópode - 90% de sua vida se preparando, passando ou concluindo muda - 4, 5, 6 ou 7 mudas até adulto (insetos) - alguns fazem mudas após adultos (caranguejos e lagostas) Pré-muda Fluido de muda Intermuda Processo de Ecdise ou Muda ocorre em fases: Epicutícula Exocutícula Endocutícula (com base em crustáceos) Muda ou ecdise Nova cutícula produzida Pós-muda Crescimento aparente Crescimento dos tecidos TEMPO T A M A N H O D O C O R P O Ecdise Ecdise Ecdise Devido à muda artrópodes não apresentam crescimento linear, com outros animais não-artrópodes Ínstar 1 Ínstar 2 Ínstar 3 Processo de Ecdise ou Muda: Linhas de muda em diferentes artrópodes 27/01/2016 7 7. Organização da Musculatura Surgimento do exoesqueleto quitinoso levou à perda dos músculos antagônicos em camadas não especializadas da parede do corpo * conjunto de músculos especializados, ligados ao exoesqueleto em cada segmento e apêndices * Sistema de alavancas para extensão e flexão dos apêndices Desenvolvimento de sistema músculo-esquelético Abandono do esqueleto hidrostático 7. Organização da Musculatura Músculos retratores e protratores dos apêndices Musculatura longitudinal Músculos intrínsecos dos apêndices (flexores e extensores) Extensão dos apêndices também pode ser auxiliada pela pressão da hemocele Musculatura dorso-ventral - Sistema hemal: circulação aberta 8. Circulação • Hemocele • Sangue (hemolinfa) • Coração • Artéria Hemocele Coração Aorta anterior óstios - Hemocele formada por seios: • Seio pericárdico • Seio perivisceral • Seio perineural Incolor (no caso de artrópodes pequenos, quelicerados e traqueados) Hemocianina (p.e camarões e caranguejos) Pigmentos dissolvidos • Nutrientes • Resíduos • Hormônios • Gases (nem sempre) • Pigmentos respiratórios - Hemolinfa transporta: Hemoglobina (p.e crustáceos e insetos) Animas aquáticos microscópicos = trocas pela superfície do corpo ou membranas articulares Animas terrestres ou semi- aquáticos não podem dispor desse recurso devido ao risco de dessecação PELE: 9. Respiração Artrópodes aquáticos (camarões, caranguejos, lagostas) - BRÂNQUIAS Evaginações da cutícula Apêndices modificados, preenchidos por hemolinfa Brânquias externas - Meganyctiphanes sp. – KRILL – Ordem Euphausiacea Apêndices modificados para respiração 9. Respiração 27/01/2016 8 Caranguejos Lagostas Brânquias ”internalizadas” – câmara branquial Câmara branquial = borda do exoesqueleto se projeta ventralmente Camarão Lagosta Caranguejo 1. PULMÕES FOLIÁCEOS: Presentes nos quelicerados Bolsas invaginadas, permeáveis a gases Artrópodes terrestres (insetos, miriápodes e quelicerados) 9. Respiração - Invaginações da cutícula, permeáveis a gases 2. SISTEMA TRAQUEAL: Presentes nos insetos terrestres e alguns aracnídeos Artrópodes terrestres (insetos, miriápodes e quelicerados) 9. Respiração Tubos esclerotizados que levam ar direto aos tecidos Trocas gasosas independentes da circulação da hemolinfa 2. SISTEMA TRAQUEAL: Com aberturas externas chamadas espiráculos Espiráculos com válvulas (1) Nefrídios saculiformes*: artrópodes aquáticos (que eliminam amônia) - Animais de água doce = nefrídios mais desenvolvidos entrada de H2O 10. Excreção e Osmorregulação Há 2 tipos de órgãos excretores: - Sacos cegos internos, com dutos e poro excretor externo - A hemolinfa é filtrada na parede de um sáculo terminal * ”rins de filtração” - Tubos cegos, associados ao intestino, mergulhados na hemocele (2) Túbulos de Malpighi: em artrópodes terrestres (eliminam ácido úrico) 10. Excreção e Osmorregulação Há 2 tipos de órgãos excretores: * ”rins de secreção” 27/01/2016 9 49 11. Trato digestório Trato digestório completo e bastante regionalizado INGESTÃO ARMAZENAMENTO DIGESTÃO MECÂNICA SECRETAR ENZIMAS DIGESTÃO QUÍMICA ABSORÇÃO FORMAÇÃO DAS FEZES REABSORÇÃO 12. Sistema Nervoso Plano basal semelhante ao de Annelida: - cérebro anterior dorsal (GÂNGLIO supraesofágico); - conectivos periesofágicos; - par de cordões nervosos ventrais - gânglios segmentares pares - nervos segmentares - Fusões de gânglios adjacentes refletem a fusão de somitos - Gânglios pares sofrem fusão mediana originando estruturas únicas ou bilobadas, medianas e grandes. - Cérebro = 2 (aracnídeos) ou 3 (demais artrópodes) pares de gânglios CÉREBRO DE ARTRÓPODES Nervos para o trato digestório, quelíceras e segundo par de antenas dos crustáceos Nervos das 1as antenas Nervo da 2ª antena Gânglio óptico Nervo óptico Gânglio da antena Nervo óptico Corpo peduncular TRITOCÉREBRO PROTOCÉREBRO PROTOCÉREBRO CRUSTÁCEO INSETO QUELICERADO Penetram nervos ópticos TRITOCÉREBRO DEUTOCÉREBRO 53 Estruturas superficiais: SENSILOS Cerdas Botões Placas Escamas Depressões FUNÇÕES Mecanorreceptores Quimiorreceptores Equilíbrio (crustáceos) Fotorrecepção 13. Órgãos dos Sentidos - Modificação da cutícula, associada à cílios e neurônios sensoriais - O sensilo pode ser Órgãos sensoriais: Fotorreceptores: *ocelos (olhos medianos) 27/01/2016 10 Órgãos sensoriais: Fotorreceptores: *ocelos (olhos medianos) *olhos compostos (olhos laterais) = formados por unidades, chamadas omatídeos, com lente, formação de imagem *Sexos geralmente separados; *Órgãos reprodutores pareados e um sistema de ductos; *Fertilização interna (externa em algumas espécies aquáticas); *Ovíparos ou ovovivíparos; *Frequentemente com metamorfose; *Partenogênese ocorre em alguns casos. *Viviparidade é comum em alguns grupos, por exemplo, em escorpiões 14. Reprodução - transferência INDIRETA de esperma (pedipalpos, apêndices abdominais modificados, espermatóforos) - transferência DIRETA (pênis)
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