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Desafio da complexidade de Edgar Morin e o Direito Civil.

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“Porque digo ordem e não determinismo? Porque a ideia de ordem engloba a ideia de determinismo, porque ela é mais ampla, ela contém tudo que é estável, tudo que é constante, tudo que é regular, tudo que é cíclico”. (EDGAR, Morin).
A constituição é mais ampla e é dela que se devem derivar todos os outros ordenamentos jurídicos, inclusive o direito civil. A Constituição Federal consiste em um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a forma do Estado, a forma de seu governo, ou o modo de aquisição e exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites de sua ação. 
As normas de direito privado tem como objetivo regular os interesses dos particulares dentro do Estado, não só devem com tendem a observar os preceitos constitucionais. A constituição é o ordenamento superior, é a base de onde derivam todas as legislações, como por exemplo, a de direito civil, as normais de direito civil não podem ser confrontadas com as normas sedimentares da Constituição Federal.
É tamanho a influencia do direito constitucional que hoje os doutrinadores enfatizam que devemos interpretar o código civil a partir da constituição e não ao contrario. O objetivo dessa abordagem é proporcionar uma visão unitária do sistema (direito civil – constitucional ou constitucionalização do direito). Na constituição a princípios que irão ser observados no direito civil, tais como: dignidade da pessoa humana, solidariedade social, igualdade, irradiação da pobreza e redução das desigualdades sociais.
“No que diz respeito ao conhecimento objetivo Descartes, separa as matérias umas das outras, e ele separa o objeto conhecido do sujeito conhecedor”. (EDGAR, Morin).
Primeiro Descartes cria a duvida metódica com um sentido investigativo, onde a duvida metódica busca a base sólida das certezas, busca saber se realmente essas “certezas” são absolutamente certas, recebe o nome de metódica porque é um método(um caminho), provisória pois tem um limite pré-estabelecido e hiperbólica porque em alguns momentos é exagerada.
O objetivo da duvida metódica é saber se enquanto sujeito do conhecimento é possível conhecer alguma coisa absolutamente “indubitável”. No fim a duvida metódica de Descartes é um trabalho investigativo, que visa saber se o ser enquanto sujeito do conhecimento é capaz de produzir conhecimento “indubitável”.
“A intuição sem conceito é vazia, e o conceito sem intuição é cedo”. (Emmanuel Kant). Essa frase de Kant é uma critica ao Empirismo e ao Racionalismo de Descartes, para Kant o conhecimento acontece por duas fontes, e as duas fontes são formadoras de conhecimento. Não é possível formar conceitos sem intuições, pois estaria formando um conhecimento vazio, seria nulo. Também não sendo possível ter a intuição e não saber racionalmente o significado das intuições sensíveis. Sendo assim tanto o direito civil quanto o constitucional e não somente eles, são formadores de leis, ou seja, um depende do outro para que seja eficaz.
Esse método da separação ocorre dentro do direito civil, dentro dos “direitos objetivo e direito subjetivos”. Direito objetivo é o complexo de normas jurídicas que regem o comportamento humano, de modo obrigatório, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação. Já direito subjetivo é o poder que a ordem jurídica confere a alguém de agir e exigir de outrem determinado comportamento. E o meio de satisfazer interesses humanos, deriva dos direitos objetivos nascendo com eles.
“O principio de redução, segundo o qual o conhecimento das unidades elementares permite conhecer os conjuntos dos quais elas são componentes”. (EDGAR, Morin). Essa teoria seria mais ou menos a adoção de uma tese jus filosófica para interpretação de uma norma, por exemplo, a adoção do psicologismo jurídico que doutrina que o objeto da ciência jurídica é um objeto de ordem psíquica ou a adoção do naturalismo jurídico entre outras.
Segundo Miguel Reale, o “reducionismo” em geral é uma forma equivocada de interpretação, cuja tendência é reduzir a analise de um objeto unilateral ou que não aborde todos os modos de interpretação, portanto segundo ele esse é método é um método falha que não deve ser utilizado. 
“Dedutivo-indutivo-indenitária, é o que atribuía um valor de verdade quase absoluto à indução, um valor absoluto a dedução e pelo qual toda e qualquer contradição deveria ser eliminada”. (EDGAR, Morin). Esse principio se assemelha bastante em nossos ordenamentos jurídicos com a analogia, que é um processo de semelhança. É um processo de raciocínio logico pelo qual o juiz estende o preceito legal a casos não diretamente compreendidos na descrição legal. O juiz pesquisa a vontade da lei para transporta-la aos casos que a letra do texto não havia compreendido.
Não se pode deixar de reconhecer então que nas normas de direito civil existe um interesse publico que é exatamente o de manter a família, por meio de algumas normas flexíveis, já que ela é considerada a célula do organismo social. Costuma-se chamar de dirigismo contratual, é esta tomada de posição pelo Estado que regula as relações negociais entre particulares, ora impondo clausulas, ora proibindo outras, enfim regulando o conteúdo de contratos entre entes privados. 
Diante do exposto acima, podemos afirmar que: “O ser humano cria o direito, e o direito constrói o ser humano”. O direito trata-se de uma instituição criada pelo homem para satisfazer algumas necessidades eminentemente humanas, ou seja, o direito não é divino, é humano. Não se pode pensar em uma ordem social sem o direito.
O ser humano só é ser humano por causa do direito, não a nada que se faça que não esteja de certa forma ampara tudo, nem liberdade é possível ter sem o direito e é a liberdade que nos permite sermos seres humanos. E pra ser “humano” efetivamente, é preciso desenvolver moralidade.

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