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Apostila IED

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Direito Objetivo e Direito Subjetivo
O direito pode ser dividido em dois ramos, objetivo e subjetivo, dependendo da forma 
de análise que se deseja fazer. 
É considerado como direito objetivo, "o conjunto de regras jurídicas obrigatórias, em 
vigor no país, numa dada epóca" (José Cretella Júnior). Em outras palavras, o direito 
objetivo são as normas jurídicas, as leis, que devem ser obedecidas rigorosamente por 
todos os homens que vivem na sociedade que adota essas leis. O descumprimento dá 
origem a sanções.
O direito subjetivo pode ser definido como "a faculdade ou possibilidade que tem uma 
pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse." 
(José Cretella Júnior). Ou, "o interesse protegido pela lei, mediante o recolhimento da 
vontade individual." (Ilhering). 
Em outras palavras, é a capacidade que o homem tem de agir em defesa de seus 
interesses, invocando o cumprimento de normas jurídicas existentes na sociedade onde 
vive, todas as vezes que, de alguma forma, essas regras jurídicas venham ao encontro de 
seus objetivos e possam protegê-lo. 
Por ex.: o seu veículo, parado no semáforo, é atingido na traseira por outro. Há normas 
no Código Brasileiro de Trânsito (direito objetivo), aos quais você pode recorrer, 
através de uma ação, para fazer valer seu direito. Você está utilizando seu direito 
subjetivo de utilizar a regra jurídica do direito objetivo para garantir seu interesse 
atingido.
Fontes do Direito
Ensina o prof. José Cretella Júnior, em sua obra "Primeiras Lições de Direito", editora 
Forense, p. 131:
"Fonte é o vocábulo que designa concretamente o lugar onde brota alguma coisa, como 
fonte d'água ou nascente. Usada metaforicamente, por translação de sentido, a expressão 
fonte do direito indica o lugar de onde provém a norma jurídica, donde nasce regra 
jurídica que ainda não existia na sociedade humana. O termo fonte cria uma metáfora 
bastante precisa, porque remontar à fonte de um rio é procurar o lugar de onde suas 
águas saem da terra."
Em outras palavras, fontes do direito são os vários modos de onde nascem, ou surgem, 
as normas jurídicas e os princípios gerais da ciência do direito. 
Para efeito do estudo, as fontes do direito são divididas em dois grupos: fontes diretas e 
fontes indiretas.
São fontes diretas do direito:
1. leis - normas gerais e impressas, valendo para o futuro e editada para um número 
ilimitado de pessoas;
2. costumes - norma jurídica não escrita, que o uso continuado consagra. 
Respeitando pela sociedade onde se instala como se tivesse força de lei, o 
costume é oriundo de uma convicção do grupo social, que o cumpre com rigor. 
São fontes indiretas do direito:
1. doutrina - trabalhos teóricos desenvolvidos por estudiosos do direito, que visam 
a interpretação das leis e dos preceitos jurídicos;
2. jurisprudência - conjunto de decisões proferidas pelos tribunais de segunda 
instância nos casos concretos sob sua responsabilidade.
Fontes Secundarias 
O Costume, bem como Doutrina e Jurisprudência, são as fontes formais secundárias do 
Direito, pois são supletivas ou subsidiárias. É a mais antiga forma de atuação do direito 
e por demais importante em seu tempo. Os romanos chegaram a dizer: "Sem o costume 
não há lei".
Definições:
- Para Ulpiano: "os costumes são o tácito consenso do povo, inveterado por longo uso".
- Para Cícero: "Direito consuetudinário é aquilo que a antiguidade aprovou, pela 
vontade de todos, sem intervir a lei".
Os romanos identificaram três tipos de costume:
a) os mores - costumes em geral;
b) os mores maiorum - costumes dos antepassados;
c) o consuetudo - costume jurídico, que era o único coativo, capaz de obrigar 
juridicamente. Origem do direito sonsuetidinário (costumeiro).
Poucos países hoje se beneficiam dos costumes. São os filiados ao Sistema Anglo-
saxão. V.g. Inglaterra, Estados Unidos, alguns estados do Canadá. As definições 
romanas de costume, por mais perfeita que seja, não atende às características do nosso 
atual Direito. 
Coviello, citado por Nelci de Oliveira, afirma que a lei surge com o costume: "é a 
norma jurídica que resulta de uma prática geral, constante e prolongada, observada 
com a convicção de que é juridicamente obrigatória". (O negrito, o conceito de 
costume).
Elementos formadores do costume:
a) elemento material externo - "prática geral, constante e prolongada"
b) o uso e o elemento psicológico ou interno - "convicção de que é juridicamente 
obrigatório"
O uso
- tem que ser uniforme, constante, público e de caráter geral.
Espécies de costume:
Em relação à lei legislada, o costume pode classificar-se em:
a) praeter legem - costume que atua ou funciona quando a lei legislada não existe ou, 
embora existindo, seja omissa;
b) secundum legem - quando o costume é expressamente autorizado pela lei;
c) contra legem - se atua em desacordo com a lei, contrariando-a.
Em princípio, a única dessas três hipóteses em que o costume pode ser fonte formal do 
direito é quando atua "praeter legem", por exemplo: muitas hipóteses ou casos não 
legislados de Internet e comércio eletrônico. Se funciona "secundum legem", o que 
decide mesmo é a lei legislada.
Quanto ao costume "contra legem", V.g. cheque pré-datado, a doutrina, em princípio, 
não o admite, já que sendo uma norma secundária, logicamente não pode ir contra uma 
lei legislada, que é a norma principal. 
Teoria Tridimensional do Direito
O professor Miguel Reale afirma que uma análise em profundidade dos diversos 
sentidos da palavra Direito demonstra que eles correspodem a três aspectos básicos, 
presentes em todo e qualquer momento da vida jurídica: 
1. Aspecto normativo - Direito como ordenamento e sua respectiva ciência. 
2. Aspecto fático - Direito como um fato, em sua efetividade social e histórica. 
3. Aspecto axiológico - Direito como valor de Justiça.
A questão da tridimensionalidade do Direito, nas últimas quatro décadas, tem sido 
objeto de estudos sistemáticos, até culminar numa teoria. O mestre Reale consegue dar 
uma feição nova, sobretudo na demonstração de que:
1. Onde quer que haja um fenômeno jurídico, há sempre e necessariamente um fato 
subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica etc); um 
valor, que confere determinada significação a esse fato, inclinando ou 
determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou preservar certa 
finalidade ou objetivo (que para o direito é fazer Justiça!) e, finalmente, uma 
regra ou norma, que representa a relação ou medida que integra um daqueles 
elementos ao outro (o fato ao valor). 
2. Tais elementos não existem separados um dos outros, mas coexistem numa 
unidade concreta. 
3. Esses elementos ou fatores não só se exigem reciprocamente, mas atuam como 
elos de um processo - já que o direito é uma realidade histórico-cultural - de tal 
modo que a vida do direito resulta da interação dinâmica e dialética dos três 
elementos que a integram.
Miguel Reale, (6 de Novembro de 1910 —14 de Abril de 2006) foi um filósofo, jurista, 
educador, poeta e escritor brasileiro. Conhecido como formulador de Teoria 
Tridimensional do Direito onde a tríade fato, valor e norma jurídica compõem o 
conceito de Direito. 
Teoria do Mínimo Ético 
Um dos problemas mais difíceis e também dos mais belos da Filosofia Jurídica é a 
diferença entre a Moral e o Direito. Os dois conceitos não devem ser confundidos, nem 
tampouco, separados. Como diria o professor Miguel Reale, "a verdade consiste em 
distinguir as coisas, sem separá-las". Muitas são as teorias sobre as relações entre o 
Direito e a Moral, mas é possível limitar-nos a alguns pontos de referência essenciais, 
inclusive pelo papel que desempenham no processo histórico. 
A Teoria do Mínimo Ético, que foi exposta pelo filósofo inglês Jeremias Bentham e 
depois desenvolvida pelo grande jurista alemão Georg Jellinek,afirma que o Direito 
representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a sociedade possa 
sobreviver. 
O professor Paulo Nader divide a TME em duas linhas, a de Bertham e a de Jellinek. 
Miguel Reale, por sua vez, unifica as duas linhas. Em síntese, têm o mesmo eixo 
diretor: a teoria afirma que é necessário "armar" de forças a certos preceitos éticos, pois 
nem todos podem ou querem de maneira espontânea cumprir as obrigações morais, 
sendo estas indispensáveis à paz social. Dessa forma, não é o Direito algo diverso da 
Moral, mas é uma parte desta, armada de garantias específicas. 
A TME pode ser reproduzida através da imagem de dois círculos concêntricos: o maior, 
representando a Moral e outro, menor, inserido no primeiro, que seria o Direito. Haveria 
portanto, um campo de atuação comum a ambos. Seria o mesmo que dizer: tudo o que é 
direito é moral, mas nem tudo que é moral é jurídico. Então, tudo o que não é direito, é 
imoral? Ou que todas as leis são morais? Será que o bem social sempre se realiza com 
plena satisfação dos valores individuais? Claro que não. Se hoje eu acordo de manhã e 
há um obstáculo na pista da direita em minha rua, sou obrigada a dirigir pela mão 
esquerda da pista. Estaria eu sendo imoral ao não obedecer as normas de trânsito? 
Exemplos são interessantes para compreendermos a teoria. O professor Reale (1) deu o 
exemplo de um filho industrial, muito abastado, cujos pais estavam passando por 
dificuldades para comprar remédios e alimentos. Após muitas tentativas de convencer o 
filho a ajudá-los, não havia alternativa senão partir para uma ação na Justiça e, só depois 
de transitado e julgado, o filho "aceitou" fornecer uma pensão alimentícia aos seus 
genitores. Nesse caso, houve a aplicação do direito, mas não houve a aplicação da 
moral. O filho só agirá de acordo com a moral, quando se convencer que a pensão 
alimentícia não deve ser obrigação, mas sim, uma ajuda aos pais. Portanto, há sim uma 
parte do direito que não é comum à moral. Entrando em cena a Teoria dos Círculos 
Secantes, elaborada por Du Pasquier, segundo a qual Direito e Moral possuiriam uma 
faixa de competência em comum e, ao mesmo tempo, uma área de particular 
independência. 
Seguindo essa linha, também temos a Teoria dos Círculos Independentes, elaborada 
por Hans Kelsen, para quem a norma é o único elemento essencial ao Direito, cuja 
validade não depende de conteúdos morais. A visão kelseniana desvincula o Direito da 
Moral, concebe os dois sistemas como esferas independentes. 
1. REALLE, M. Lições Preliminares de Direito. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
Direito Natural x Direito Positivo 
O direito natural é a idéia abstrata do Direito; o ordenamento ideal, correspondente a 
uma justiça superior e anterior – trata-se de um sistema de normas que independe do 
direito positivo, ou seja, independe das variações do ordenamento da vida social que se 
originam no Estado. O direito natural deriva da natureza de algo, de sua essência. Sua 
fonte pode ser a natureza, a vontade de Deus ou a racionalidade dos seres humanos.
O direito natural é o pressuposto do que é correto, do que é justo, e parte do princípio de 
que existe um direito comum a todos os homens e que o mesmo é universal. Suas 
principais características, além da universalidade, são imutabilidade e o seu 
conhecimento através da própria razão do homem. 
Anteriormente, o direito natural tinha o papel de regular o convívio social dos homens, 
que não necessitavam de leis escritas. Era uma visão objetiva. Com o surgimento do 
direito positivo, através do Estado, sua função passa a ser uma espécie de contrapeso às 
atividades legitiferante do Estado, fornecendo subsídios para a reivindicação de direitos 
pelos cidadãos, passando a ter um caráter subjetivo. 
O direito positivo pode ser definido como o conjunto de normas jurídicas escritas e não 
escritas, vigentes em um determinado território e, também internacionalmente, na 
relação entre os Estados. Embora apareça nos primórdios da civilização ocidental, o 
direito positivo se consolida como esquema de segurança jurídica a partir do século 
XIX. 
O direito positivo é o conjunto de normas que apresentam formulação, estrutura e 
natureza culturalmente construídas. É a instituição de um sistema de regras e princípios 
que ordenam o mundo jurídico.
Diferenças entre o direito natural e o positivo:
 O direito positivo é posto pelo Estado; o natural, pressuposto, é superior ao 
Estado.
 O direito positivo é válido por determinado tempo (tem vigência temporal) e 
base territorial. O natural possui validade universal e imutável (é válido em 
todos os tempos).
 O direito positivo tem como fundamento a estabilidade e a ordem da sociedade. 
O natural se liga a princípios fundamentais, de ordem abstrata; corresponde à 
idéia de Justiça. 
Direito Material e Direito Processual
DIREITO À VIDA
Abrange tanto direito de não ser morto, privado da vida, portanto, o direito de continuar 
vivo, como também o direito de ter uma vida digna.
São proibidos a pena de morte, o aborto, a eutanásia.
DIREITO À IGUALDADE / ISONOMIA
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Igualdade consiste em tratar igualmente os iguais, com os mesmos direitos e obrigações, 
e desigualmente os desiguais, a medida de sua desigualdade.
Assim, nem todo tratamento desigual é inconstitucional, somente o tratamento que 
aumenta a desigualdade naturalmente já existente.
IGUALDADE MATERIAL (ou substancial) / IGUALDADE FORMAL
ISONOMIA
Discriminação Positiva: são tratamentos diferenciados conferidos pelo legislador a 
determinados grupos de pessoas, tendo em vista que possuem características que as 
colocam em situação de hipossuficiência. Assim, as chamadas discriminações positivas 
virão a restabelecer o equilíbrio para esses grupos. Ex: sistema de cota, lei do idoso, 
ECA.
ISONOMIA FORMAL: são vinculadas às constituições outorgadas e não tem 
efetividade. Não tem eficácia social.
ISONOMIA MATERIAL: estão presentes nas constituições promulgadas e possuem 
eficácia social. Ex: CLT, Lei do Idoso, ECA
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
Art. 5º Inciso LIV da CF.
Desse princípio decorrem todos os demais de Direito Processual. Teve origem no 
Direito Inglês
Aspecto Processual e Aspecto Material > do devido processo legal.
DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
O princípio do contraditório, também denomina “audiência bilateral”, exprime que a 
parte contrária também precisa ser ouvida. Uma das decorrências desse princípio é o da 
igualdade entre as partes na relação processual. Art. 5º LV.
O contraditório também é denominado como a ciência bilateral dos atos e termos do 
processo, com a conseqüente possibilidade de manifestação sobre os mesmos. Aspectos 
processuais civis e Aspecto processual Penal.
A ampla defesa constitui decorrência lógica do princípio do contraditório.
Ao réu, devem ser concedidas todas as oportunidades para ver respeitados o seu direito.
O devido processo legal (art. 5° inciso II) são direitos especificados em Lei.
>> O devido processo legal possui enfoque diferenciado para o estado e para o 
particular.
Para o Estado, este somente poderá agir quando tiver expressa previsão legal. Já o 
particular poderá fazer tudo o que não tiver proibido.
DIREITO MATERIAL
É o bem da vida tutelado.
O Direito Material protege a propriedade.
DIREITO PROCESSUAL
É o direito subjetivo. É a faculdade de que goza o cidadão de exercer ou não o seu 
direito.
O Direito Processual diz respeito à garantia das partes no curso do processo à 
Contraditório, Ampla defesa, Recurso, Sentença fundamentada.
Direito Publico e Direito Privado
Em síntese, DIREITO PÚBLICO é aquele em que há predominância do interesse do 
Estado, disciplina os interesses gerais. Existe umarelação de subordinação. E DIREITO 
PRIVADO é aquele em que há predominância do interesse particular (pessoa). Existe 
uma relação de coordenação. Na verdade, há muito de um em outro, criando uma 
terceira classificação do direito, o DIREITO DIFUSO. No entanto, o foco dessa resenha 
é a definição de alguns ramos do direito público e do direito privado, ou seja, 
desconsiderando o direito difuso, ou misto. Voilá.
DIREITO PÚBLICO:
 O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que estuda os princípios e 
normas que estruturam o Estado e garantem os direitos do homem, estando os 
demais ramos do Direito a ele subordinados. A Constituição e suas leis 
complementares consubstanciam os princípios e normas do Direito 
Constitucional, formando o que se denomina direito constitucional objetivo. 
Bem se percebe que o Direito Constitucional é de natureza "estrutural", e não 
"relacional", porque visa, antes e acima de tudo, a estruturar o Estado e garantir 
os direitos dos súditos - como acontece com os principais ramos do Direito 
Público.
 Direito administrativo - Conjunto Harmônico de princípios Jurídicos que 
regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, tendendo a realizar 
concreta, direta, e indiretamente os fins desejados pelo Estado.
 Direito Financeiro - Um ideal de promover o bem estar, o desenvolvimento das 
potencialidades e além da noção do que seja bem comum constituem a 
finalidade do Estado.Entre as atividades que o Estado desenvolve, tutelando 
necessidades públicas, algumas são essenciais (segurança pública, prestação 
jurídica, etc.) outras complementares, protegendo outros itens (secundários), 
exercidas através de concessionárias.
 Direito Penal - Conjunto de princípios e regras jurídicas que têm por objeto a 
determinação das infrações de natureza penal e suas sanções. Finalidade do 
Direito Penal: "Proteção dos bens jurídicos essenciais aos indivíduos e a 
sociedade"(Luiz Regis Prado)
 Direito Internacional Público - Deve-se conceituar o direito internacional 
público como a disciplina jurídica que estuda o complexo normativo das 
relações de direito público externo. As relações interestatais não constituem, 
contudo, o único objeto do direito internacional público: além dos estados, cuja 
personalidade jurídica internacional resulta do reconhecimento pelos demais 
estados, outras entidades são modernamente admitidas como pessoas 
internacionais, ou seja, como capazes de ter direitos e assumir obrigações na 
ordem internacional.
DIREITO PRIVADO
 O direito civil é o principal ramo do direito privado. Trata-se do conjunto de 
normas (regras e princípios) que regulam as relações entre os particulares que se 
encontram em uma situação de equilíbrio de condições. As demais vertentes do 
direito privado, como o direito do trabalho, o direito comercial e o direito do 
consumidor encontram sua origem no direito civil, sendo dele separados com a 
finalidade de buscar a proteção a uma das partes, seja por ser ela concretamente 
mais fraca que a outra (como o trabalhador e o consumidor), ou por ser ela 
merecedora de uma proteção em virtude de sua função sócio-econômica (o 
comerciante/empresário).
 O direito do consumidor é um ramo do direito que lida com conflitos de 
consumo e com a defesa dos direitos dos consumidores, e que se encontra 
desenvolvido na maior parte dos países com sociedades de consumo e sistemas 
legais funcionais.
 O direito comercial, antes definido como mero regulador dos comerciantes e 
dos atos de comércio, passou a atender à atividade, sob a forma de empresa, que 
é o atual centro do direito comercial. A empresa pressupõe uma organização 
que, por meio de uma série coordenada de atos, destina-se a um fim determinado 
no setor econômico. Pode-se considerá-la como um “sistema de normas jurídicas 
que regulam as relações derivadas das atividades privadas de produção e 
circulação de bens e serviços destinados ao mercado”.
 Direito Internacional Privado - A despeito de sua designação, o direito 
internacional privado não tem nenhuma correlação especial ou dependência em 
relação ao direito internacional público. Na verdade, não existe um sistema 
supranacional para regular as relações de direito privado entre indivíduos 
sujeitos a diferentes ordenamentos nacionais. O que existe, como em geral se 
admite, é um conjunto de princípios para a determinação da lei aplicável a 
relações jurídicas que possam incidir na regulação de dois ou mais sistemas 
legais conflitantes, de estados soberanos diversos ou de estados autônomos 
federados. Tais conflitos de leis ocorrem com freqüência crescente, dada a 
intensificação das relações entre pessoas de todo o mundo, quer na atividade 
comercial, quer na vida familiar, em conseqüência da solução de problemas de 
validade de atos jurídicos praticados sob o império de legislação diferente da do 
lugar onde devem produzir efeito.
Fonte: www.wikipedia.com.br
O Estudo do Dever Ser
Deontologia é um termo introduzido em 1834 por Jeremy Bentham para referir-se ao 
ramo da ética cujo objeto de estudo são os fundamentos do dever e as normas morais. É 
conhecida também sob o nome de "Teoria do Dever". É um dos dois ramos principais 
da Ética Normativa, juntamente com a axiologia. Pode-se falar, também, de uma 
deontologia aplicada, caso em que já não se está diante de uma ética normativa, mas sim 
descritiva e inclusive prescritiva. Tal é o caso da chamada "Deontologia Profissional".
A deontologia em Kant fundamenta-se em dois conceitos que lhe dão sustentação: a 
razão prática e a liberdade. Agir por dever é o modo de conferir à ação o valor moral, 
por sua vez a perfeição moral só pode ser atingida por uma vontade livre. O imperativo 
categórico no domínio da moralidade é a forma racional do dever-ser, determinando a 
vontade submetida à obrigação. O predicado "obrigatório" da perspectiva deontológica, 
designa na visão moral o "respeito de si".
A Deontologia jurídica aparece por sua vez nos anais do direito como a disciplina que 
trata dos deveres e dos direitos dos profissionais que trabalham, direta ou indiretamente, 
com a Justiça, isto é, dos juízes, dos advogados, dos procuradores do Ministério 
Público, e dos seus fundamentos éticos e legais.
A origem da palavra é grega (Deontós = dever e Logia, estudo). Logo, esse estudo do 
que "deve ser" o direito está relacionado com o que a norma manda que seja feito. Del 
Vecchio justifica essa denominação pelo fato de que o espírito humano nunca 
permanece em atitude passiva diante do direito, da lei ou de uma decisão judicial, pois 
não aceita tranqüilo o fato consumado. O ser humano se sente na faculdade de julgar ou 
avaliar o direito existente - sempre no direito de contradizê-lo -, já que cada um de nós 
alberga o sentimento de Justiça.
Axiologia Jurídica 
Do grego axio (apreciação, valoração), a axiologia é a parte da filosofia que estuda os 
problemas dos valores, como o bem e o mal, o verdadeiro, o justo. No caso da axiologia 
jurídica, é o estudo dos valores jurídicos, na base dos quais está a justiça. 
O valor é o eixo em torno do qual toda a ordem jurídica vair girar. O direito como valor 
é um fenômeno indiscutivelmente complexo. Compõe-se de pelo menos cinco 
dimensões: fato, valor, norma, ciência e poder. Desde o ponto de vista filosófico, dentre 
essas cinco dimensões, o núcleo central, vital e básico é o valor. É que o valor é sempre 
o ideal superior, a ser buscado por todos, quer sejam legisladores, executores, 
doutrinadores ou aplicadores do direito. 
Todas as finalidades do direito são, necessariamente, valores. Dentre os principais 
valores jurídicos estão a liberdade, igualdade, segurança coletiva, direitos humanos 
fundamentais e a justiça.

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