Buscar

LIVRO Frampton

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LIVRO:HISTÓRIA CRÍTICA DA ARQUITETURA MODERNA
 –
 KENNETH FRAMPTONCÉSAR AUGUSTO SANTOS DE BRITOORIENTADORA: Profª. DALVA THOMAZSETEMBRO DE 2014
 
PARTE 01: EVOLUÇÕES CULTARAIS E TÉCNICAS PREDISPONENTES, 1750-1939.
CAPÍTULO 01: TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS: A ARQUITETURANEOCLÁSSICA, 1750-1939.
Para Fampton, o sistema barroco havia funcionado como uma espécie de dupla intersecção. O reino do homem e o reino da natureza intercambiavam suas características, fundindo-se um no outro em beneficio da ornamentação e do prestígio, sendo que ambas as características eram destinadas a oferece intencionalidade à natureza, isolando-se claramente à presença da razão humana no meio dos domínios irracionais da vegetação que cresce livremente. A interpretação barroca de homem e natureza era substituída agora por duas vertentes, estabelecendo a distância entre homem e natureza como pré-requisito da contemplação nostálgica. Enquanto a exploração técnica tendia a declarar guerra à natureza, as casas e parques tentavam uma reconciliação, introduzindo o sonho de uma paz impossível, e para tanto o homem continuou a conservar a imagem de um entorno natural intocado, declara o autor .No primeiro paragrafo ainda, o autor diz que a arquitetura do neoclassicismo parece ter surgido de duas evoluções diferentes, mas inter-relacionadas, que transformaram radicalmente a relação entre o homem e a natureza. A primeira foi um súbito aumento da capacidade humana de exercer controle sobre a natureza. A segunda foi uma mudança fundamental na natureza da consciência humana, em resposta às grandes transformações que ocorriam na sociedade e que deram origem a uma nova formação cultural igualmente apropriada aos estilos de vida da aristocracia decadente e da ascensão do regime capitalista. As mudanças tecnológicas levavam a uma nova infraestrutura e à exploração de uma maior capacidade produtiva, a mudança da consciência humana produzia novas categorias de conhecimento, reflexivo o bastante para questionar sua própria identidade. Os arquitetos do século XVIII, conscientes da natureza emergente e instável de sua época, a buscar um estilo autêntico por meio de uma reavaliação precisa da antiguidade. Não era simplesmente copiar os antigos, mas obedecer aos princípios
 
em que a obra destes se baseara. A pesquisa arqueológica que se desenvolveu a partir de esse impulso logo levou a uma grande controversa: em qual das quatro culturas mediterrânicas egípcia, etrusca, grega ou romana deviam procurar para se encontrar o estilo autêntico? Fazendo com que novas expedições iniciassem para estudar novas culturas e que, de acordo com Vitruvio, foram baseadas ascensão da arquitetura romana, e em que a mesma foi baseada. Segundo o autor, Le Roy foi o promotor da arquitetura grega como origem do
“estilo autêntico”.
 Na Inglaterra, o impulso no sentido de redimir os excessos do Barroco encontra sua primeira expressão no Palladianismo, iniciado pelo conde de Burlington. Já no final da década de 1750, os britânicos já buscavam assiduamente instruir-se na própria Roma, onde, entre 1750 e 1765, os principais expoentes do neoclassicismo estão residindo, são eles Piranesi, Winckelmann e Le Roy.O desenvolvimento final do neoclassicismo britânico produziu-seprimeiramente na obra do discípulo de Dnace, John Soane, que sintetizou as variasinfluências derivadas de Piranesi, Adam, Dance, e mesmo do Barroco inglês. Acausa do revival grego era então popularizada por Thomas Hope, cuja obra forneceuuma versão britânica do Estilo Império Napoleônica.Frampton afirma que, nada poderia estar mais distante da experiênciabritânica do que o desenvolvimento teórico que acompanhou o florescimento doneoclassicismo na França, Uma consciência precoce da relatividade cultural induziuClaude Perrault a questionar a validade das proporções vitruvianas do modo comoelas foram recebidas e apuradas pela teoria clássica, ele elaborou sua tese debeleza positiva e beleza arbitrária, dando a primeira o papel normativo depadronização e perfeição, e à última a função expressiva que possa ser requeridapor uma circunstância ou uma característica especial.Essa contestação da ortodoxia vitruviana foi codificada pelo abade de
Cordemoy em seu “Novo tratado de toda a arquitetura” (1706), em que substituiu
 osatributos vitruvianos da arquitetura (utilidade, solidez e beleza) por sua trindadeprópria: ordem, distribuição e conveniência, as duas primeiras concerniam àproporção corretas das ordens clássicas e à sua disposição apropriada, a terceiraintroduzia a noção de adequação, com a qual Cordemoy alertava contra a aplicaçãoinadequada dos elementos clássicos às estruturas utilitárias ou comerciais.
 
Segundo o autor, o tratado de Cordemoy antecipava a preocupação com aexpressão formal apropriada e com uma fisionomia diferenciada para ajustar-se aocaráter social variável de diferentes tipos de construção, uma sociedade muito maiscomplexa. Além dos elementos clássicos, Cordemoy preocupava-se com sua purezageométrica, em reação contrária aos que os dispositivos barrocos sustentavam emque muitas construções não pediam nenhum ornamento. Após quinze anos de jubilosa desordem, a era napoleônica requeriaestruturas úteis de grandeza e autoridade apropriadas, desde que realizadas da maneira mais barata possível, afirma o autor. Durand, primeiro professor de arquitetura da École Polytechnique, procurou estabelecer uma metodologia universalda edificação, mediante a qual estruturas econômicas e apropriadas poderiam sercriadas pela permutação modular de tipos fixos de plantas e elevações alternativas. Depois da Revolução, a evolução do neoclassicismo foi em grande parte inseparável da necessidade de acomodar as novas instituições da sociedade burguesa e de representar o surgimento do Estado republicano. O autor afirma que a combinação de idealismo politico e orgulho militar parece ter exigido um retorno ao clássico. Em meados do século XIX, a herança neoclássica dividiu-se em duas linhas de desenvolvimento estreitamente ligadas: o Classicismo Estrutural de Labrouste e o Classicismo Romântico de Schinkel; ambas
“escolas” tiveram de responder igualmente à tarefa de criar novos tipos de edifícios,
os classicistas estruturais tendiam a dar ênfase à estrutura, enquanto os classicistas românticos tendiam a ressaltar o caráter fisionômico da própria forma. Frampton diz que
o Classicismo Estrutural começou com o “tratado da arte de construir” (1802) e culminou no fim do século nos escritos do engenheiro Auguste Choisy, em particular sua “História da arquitetura” (1899). Para
Choisy, a essência da arquitetura é a construção, e todas as transformações estilísticas são simples consequências lógicas do desenvolvimento técnico.
 
CAPÍTULO 02: TRANSFORMAÇÕES TERRITORIAIS: A EVOLUÇÃO URBANA,1800-1909.
O autor inicia o capítulo falando das inovações produtivas, estas que tiveram inúmeras repercussões. No caso da metalúrgica, a produção de ferro inglesa multiplicou-se por quarenta entre 1750 e 1850 no caso da agricultura, a lavoura ineficiente foi substituída pelo sistema de quatro colheitas; enquanto uma foi valorizada pelas guerras napoleônicas, a outra foi motivada pela necessidade de alimentar uma população industrial que crescia com rapidez. Ao mesmo tempo, a indústria têxtil doméstica, transformou-se rapidamente, primeiro pela máquina de fiar de James Hargreaves (1764), depois pelo tear a vapor de Edmund Cartwright, utilizado pela primeira vez na produção fabril em 1784. Este último acontecimento não apenas estabeleceu a produção têxtil como indústria em grande escala, como levou de imediato à invenção da fábrica de vários pavimentos e a prova de fogo. Assim, a manufatura tradicional foi forçada a abandonar sua basepredominantemente rural e a concentrar o trabalho e a fábrica, primeiro perto de
cursos d’água, depois, com o advent
o da força motriz a vapor, perto das jazidas decarvão.Esse processo de enraizamento, como Simone Weil o chamou foiposteriormente acelerado pelo uso da tração a vapor no transporte,primeiro umalocomotiva, em seguida o advento da navegação a vapor de longa distância o quedepois aumentou muitíssimo a migração europeia para as Américas, a África e a Austrália, essa migração levou a população necessária para desenvolver aeconomia e ocupar as cidades de planta quadriculada do Novo Mundo.Frampton diz que a obsolescência militar, política e econômica da tradicionalcidade murada europeia levou após às revoluções liberais nacionais de 1848, àdemolição das muralhas e à extensão da cidade, antes finita, a seus já florescentessubúrbios. Acompanhada de uma súbita queda da mortalidade, essa evolução geraldevida a melhores padrões nutritivos e a técnicas médicas aperfeiçoadas, deuorigem a uma concentração urbana sem precedentes.
 
O autor afirma que a população de Manchester cresceu oito vezes no cursodo século, passando de 75.000 em 1801 para 600.000 em 1901. Nova York foiprojetada inicialmente como uma cidade de planta quadriculada, em 1811, e suapopulação passou de 33.000 em 1901, para 500.000 em 1850 e para 3,5 milhõesem 1901. A acomodação de tão volátil crescimento levou à transformação dos velhosbairros em áreas miseráveis e, à construção de moradias baratas e de cortiços, cujafinalidade principal era proporcionar da forma menos onerosa possível, a máximaquantidade de alojamento rudimentar dentro da distância a pé dos centros deprodução, essas habitações tinham condições inadequadas de luz e ventilação,carência de espaços abertos, péssimas instalações sanitárias, e despejos de lixoscontíguos, tais condições levavam à acumulação de excrementos e lixo e ainundações, o que provocava uma grande incidência de doenças, primeiro atuberculose, depois mais surtos de cólera na Inglaterra. Essas epidemias tiveram oefeito de precipitar reformas sanitárias e pôr em prática leis mais antigas sobre aconstrução e a manutenção de cornurbações densas, diz o autor.Essa lei tornava as autoridades locais legalmente responsáveis pelo esgoto, àcoleta de lixo, o fornecimento de água, as vias públicas, a inspeção de matadouros eo enterro dos mortos. O resultado foi tornar a sociedade vagamente consciente danecessidade de melhorar a habitação da classe operaria. A sociedade para amelhoria das condições das classes trabalhadoras patrocinou a construção dosprimeiros apartamentos operários em Londres em 1844, com projeto do arquitetoHenry Roberts.O autor afirma que ao longo do século XIX, o esforço da indústria paraencarregar-se do problema adquiriu várias formas, da fá
brica “modelo” e das
cidades ferroviárias e fabris às comunidades utópicas projetadas como protótipo deum futuro estado esclarecido. Á parte acomodar as massas trabalhadoras, a matrizlondrina setecentista de ruas e praças estendeu-se ao longo do século XIX parasatisfazer às exigências residenciais de uma classe média urbana crescente. Nãomais satisfeita, porém, com a escala e a textura da praça verde ocasional, o
“Movimento pelo Parqute Inglês”, tentou projetar a “propriedade rural com tratamentopaisagístico” na cidade.
 
O lago irregular, que Nash criou em St Jame’s Park em 1828 a partir da bacia
retangular que os irmãos Mollet construíram em 1662, pode ser considerado umsímbolo da vitória da concepção pitoresca inglesa sobre a concepção cartesianafrancesa da paisagem, datada do século XVII, afirma o autor.Mas, apesar de toda a força do pitoresco, o impulso francês no sentido daracionalidade permaneceu primeiro nos
 percements
 (demolição total em linha reta
para criar uma via pública totalmente nova) do “plano dos Artistas para Paris”, e mais
tarde na arcada napoleônica da Rue de Rivoli, construída a partir de 1806 com baseno projeto de Percier e Fontaine.
O “Plano dos Artistas” demostrava a estratégia instrumental de allée
(alameda), que se tornaria a principal ferramenta de reconstrução de Paris sobNapoleão III.Napoleão III e o Barão Georges Haussemann deixaram uma marca indelévelnão apenas em Paris, mas também num grande número de cidades importantes, naFrança e na Europa Central, que passaram por regularizações de Haussmann aolongo da segunda metade do século. A influência deles está presente inclusive noplano, elaborado em 1909 por Daniel Burnham, da malha quadriculada de Chicago,
sobre o qual o mesmo Burnham escreveu: “A tarefa que Haussmann levou a cabo
em Paris corresponde ao trabalho que deve ser feito em Chicago para superar asintoleráveis condições, invariavelmente originadas pelo rápido crescimento
populacional”.
 Em 1853 Paris, com sua água poluída, sua falta de um sistema deesgoto adequado, sua insuficiência de espaços abertos para cemitérios e parques,suas vastas áreas de habitações miseráveis e, last but not least, seu trafegocongestionado, criticas para o bem-estar cotidiano da população, completaFrampton.Paris padecera dois sérios surtos de cólera na primeira metade do século. Aomesmo tempo, o sistema viário existente não era mais adequado para o centroadministrativo de uma economia capitalista em expansão. A solução radical deHaussmann para o aspect físico desse complexo problema era o
 percement 
. Essevasto objetivo era, proporcionar unidade e transformar num todo operacional o
“enorme mercado consumidor, a imensa fábrica” que era o aglomerado parisiense.
 
Frampton afirma que Haussmann converteu Paris numa metrópole regional,abrindo na malha existente ruas cuja finalidade era ligar pontos e bairros opostoscruzando a tradicional barreira do Sena.Durante a gestão de Haussmann, a prefeitura de Paris construiu novosbulevares, consideravelmente mais largos, mais densamente arborizados e maisbem iluminados do que de antigas vias que eles substituíram. Vieram com issoplantas residenciais padrão e fachadas regularizadas, além de sistemas padrão demobiliário urbano.O autor afirma que t
odo esse sistema era “ventilado” por largas áreas públicas
abertas, além disso, novos cemitérios e vários parques pequenos foram criados oumelhorados dentro dos limites ampliados da cidade. Acima de tudo, criou-se umsistema adequado de esgotos e de água fresca trazida à cidade. Na realizaçãodesse plano global, Haussmann, administrador apolítico por excelência, recusou-sea aceitar a lógica politica do regime a que servia. Acabou sendo vencido por uma
burguesia ambivalente, que durante sua gestão apoiou suas “melhorias proveitosas”,
ao mesmo tempo em que defendia seus direitos de propriedade contra intervenção.Em Barcelona, as implicações regionais da regularização urbana estavamsendo desenvolvidas pelo Engenheiro Espanhol Ildefonso Cerdá, o inventor dotermo urbanização, em 1859, Cerdá projetou a expansão de Barcelona como cidadequadriculada, com cerca de vinte e dois quarteirões de profundidade, orlada pelomar e cortada por duas avenidas diagonais.
Em sua “Teoria geral da urbanização” (1867);
Cerdá deu prioridade aosistema de tráfego e, em particular, à tração a vapor. Em 1891, a exploraçãointensiva do centro da cidade era possível graças a dois desdobramentos essenciaispara a construção de edifícios altos: a invenção, em 1853, do elevador depassageiros e o aperfeiçoamento, em 1890, da estrutura de ferro. Com a introduçãodo metrô (1863), do bonde elétrico (1884) e do trem subúrbio (1890), o arrabalde
ajardinado surgiu como uma unidade “natural” da expansão urbana futura.
 Com a introdução do bonde a vapor, abria-se caminho para uma ulteriorexpansão. Mas o crescimento suburbano não iria prosperar de fato até a década de1890, com a introdução do bonde elétrico, o trânsito suburbano ampliou muitíssimo
 
seu raio de alcance, sua velocidade e sua frequência. Assim, a última década doséculo presenciou mudanças radicais nos métodos de construção de cidades e nosmeios de acesso urbano, mudanças essas que, em conjunção com o planoquadricular, logo transformariam a cidade tradicional numa região metropolitana em permanente expansão, em que as moradias e o núcleo urbano concentrado são ligados por uma rede de transportes suburbana contínua, afirma o autor. O transporte sobre trilhos numa escala muito menor, por bonde oupor trem, seria o fator determinante principal dos dois modelos alternativos da cidade-jardim europeia. Um deles era a estrutura axial da cidade-jardim linear espanhola, descrito inicialmente por seu inventor, Arturo Soria y Mata, no início da década de 1880; ooutro era a cidade-jardim concêntrica inglesa, circundada por via férrea, que
Ebenezer Howard apresentou em “Amanhã: um caminho
pacífico para uma reforma
verdadeira” (1898). En
quanto a cidade linear dinâmica e interdependente compreendia uma rua única de uns 500 metros de largura, e com um comprimento necessário. A Rurisville de Howard, estática, mas supostamente independente, era rodeada por vias férreas e, em consequência, tinha seu tamanho ideal fixado entre32.000 e 58.000 habitantes. O modelo espanhol era inerentemente regional, indeterminado e continental, a versão inglesa era autônoma, limitada e provinciana. O autor afirma ser uma antítese da cidade planificada radial, a cidade linear era um meio de construir ao longo de uma malha triangulada de vias pré-existentes,conectando um conjunto de centros regionais tradicionais, da cidade de Howard, aforma da cidade era menos dinâmica. A diferença entre essas cidades-modelos estava nas altitudesfundamentalmente diferentes que elas adotavam diante do tráfego ferroviário.Enquanto a Rurisville de Howard tinha por meta eliminar o trajeto casa-trabalho,onde
a ferrovia era reservada muito mais a objetos do que a pessoas, a “ciudadlineal” era expressamente projetada para facilitar a comunicação.
 No entanto, acidade-jardim inglesa em sua forma modificada é que foi largamente adotada, e nãoo modelo linear. O fracasso desse exemplo condenou a cidade linear a um futuromais teórico do que prático
 
CAPITULO 03: TRANSFORMAÇÕES TÉCNICAS: ENGENHARIA ESTRUTURAL,1775-1939.
Frampton inicia este capitulo falando do ferro, um material de construção artificial que aparecia pela primeira vez na história da arquitetura e que recebeu seu impulso definitivo quando ficou claro que a locomotiva, só podia ser utilizada em trilhos de ferro. O trilho era a primeira unidade de construção, o precursor da longarina. O ferro era evitado nas moradias, mas usado em galerias, salões de exposição, estação ferroviárias e edifícios com finalidades transitórias. Simultaneamente, as áreas arquitetônicas em que o vidro era empregado ampliavam-se. A energia rotatória do vapor e a estrutura de ferro surgiram mais ou menos na mesma época. A primeira ponte de ferro fundido, com vão de 30,5 metros, sobre o Severn, perto de Coalbrookdale, em 1779. Em 1796, uma ponte de ferro fundido de71 metros foi construída sobre o Wear em Sunderland, com projeto de Thomas Wilson, que adotou o método de Paine, de montagem em aduelas, afirma o autor. À parte seu uso em catedrais do século XIII, o reforço com alvenaria e ferroforjado na França tem suas origens em Paris, na fachada leste do Louvre por Perrault (1667), e no pórtico de Soufflot para Ste-Geneviève (1772). Essas duas obras antecipam o desenvolvimento do concreto armado. O livro de Durand difundiu um sistema por meio do qual as formas clássicas, concebidas como elementos modulares, podiam ser organizadas à vontade para adequar-se a programas de construção sem precedentes, abrangendo mercados, biblioteca e quartéis do império napoleônico. Um classicismo racionalizado podia ser levado a adequar-se não apenas a novas exigências sociais, mas também a novas técnicas. Por essa época, a técnica da construção suspensa em ferro teve uma evolução independente, começando com a invenção em 1801, pelo americano James Finlay, da ponte pênsil rígida de tabuleiro plano, afirma o autor. O auge breve da carreira de Finlay foi sua ponte pênsil de cadeias de ferro, com vão de 74,5 metros, sobre o Merrimac, em Newport (1810). Em 1831, a idade de ouro da ponte pênsil na França, onde cerca de uma centena de estruturas foi 
construída na década seguinte. Recomendava que todos os futuros elementos de suspensão fossem fabricados de fio de aço, em vez de barras de ferro e para tanto inventou um método de trançar in loco cabos de aço. O autor fala que desde a época da viga de ferro fundido de 33 centímetros deBoulton e Watt utilizada em sua Salford Mill, Manchester (1801) foi empreendido ume esforço contínuo para melhorar a capacidade de cobertura de vãos das vigas e trilhos de ferro fundido e forjado. A seção típica da “ferrovia” evoluiu durante as primeiras décadas do século, e dessa seção surgiu por fim a vida em I, que se tornou padrão. O trilho de ferro fundido deu lugar ao trilho de ferro forjado em T, que por sua vez levou ao primeiro trilho americano, com seção em forma de I, mais larga na base do que no topo. Seu uso estrutural só se generalizou depois de 1854, quando versões mais pesadas e com maior envergadura foram laminadas com êxito. Em meados do século, colunas de ferro fundido e trilhos de ferro forjado usados junto com o envidraçamento modular, tornaram-se a técnica padrão da rápida pré-fabricação e construção em centros urbanos de distribuição: mercados, casa de câmbio e galerias. A natureza pré-fabricada desses sistemas de ferro fundido garantia não apenas certa rapidez de montagem, mas também a possibilidade de transportar kits de edifícios por longas distâncias. Assim a partir de meados do século, os países industrializados começaram a exportar estruturas pré-fabricadas de ferro fundido para o mundo inteiro. Para Frampton, como a tecnologia do ferro foi desenvolvida através da exploração da riqueza mineral da terra, a tecnologia do concreto, pelo menos o desenvolvimento do cimento hidráulico, parece ter decorrido do tráfego marítimo. Em1774, John Smeaton estabeleceu a base de seu farol de Eddystone utilizando um“ concreto” composto de cal, argila, areia e escória britada de ferro. Misturas de concreto semelhantes foram usadas na Inglaterra em obras de pontes, canais e portos no último quartel do século XVIII. A liderança inicial da Inglaterra no pioneirismo do concreto passou gradativamente à França. O primeiro uso consequente do novo material foi feito por François Coignet, em 1861 ele desenvolveu uma técnica de reforçar o concreto com tela metálica e trabalhou em Paris sob a direção de Haussmann, construindo esgotos e outras estruturas públicas de concreto armado, inclusive, em 1867, uma notável série de edifícios de apartamento de seis andares. O autor afirma que o período de mais intenso desenvolvimento do concreto armado ocorreu entre 1870 e 1900. Ao construir sua casa de concreto armado o americano William E. Ward tornou-se o primeiro construtor a tirar pleno proveito da resistência à tração do aço, colocando vergalhões sob o eixo neutro da viga. Antes de Hennebi que, o grande problema do concreto armado fora produzir uma articulação monolítica. Hennebi que superou essa dificuldade com o emprego de vergalhões de seção cilíndrica, que podiam ser curvados e enganchados uns nos outros, fazendo parte de seu sistema exclusivo o uso de vergalhões de reforço dobrados em cotovelo e a amarração das juntas com cintas em estribo para resistir à tração local, afirma o autor. Até 1895, o uso do concreto armado na América do Norte foi inibido por sua dependência do cimento importado da Europa.

Continue navegando