Buscar

Texto Revista Super Interessante

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CoLoque seu rosto 
na capa da SUPER 
2 3 4 
5 
6 7 
COMO~ 
VOCE -TEXTO RODRIGO REZENDE 
VIROU 
~~ 
NOSITE 
Imprima e monte 
o boneco 
desta página: 
super.abril. 
com.br/revista/ 
toy-art 
Essa pessoa que você chama de "eu" nem sempre 
esteve aí. Entenda a formação da sua consciência. 
S e U S olhos acabam de bater nas manchas pretas que formam as letras desta frase e, como 
mágica, uma voz surge na sua cabeça. Já parou para 
Não há nenhum pensamento dentro de 
você que ela não conheça. E tudo do lado 
de fora só tem o significado que ela enxerga. 
Na verdade, essa voz tem algo importante 
a dizer neste momento: elaé você. E costuma 
atender pelo nome de consciência. 
70 SUPER OUTUBRO 2009 
pensar o quanto isso é estranho? Pense uns dois 
segundos sobre isso. Agora reflita sobre algo ainda 
mais bizarro: quem estranhou a voz que surgiu do 
nada foi a própria voz, e é ela que segue extraindo 
sentido das manchas nesta página. 
Estudar o "eu" é um desafio para a 
ciência. Afinal, como usar evidências 
científicas para explicar o filme que se 
desenrola dentro do seu cérebro? Ainda 
mais se a única polt rona nessa sala de 
cinema mental já está ocupada por você. 
Aos cientistas, resta estudar a consciência 
a partir do que os outros contam - ou de 
algum vestígio de "eu" capturado em 
laboratórios. Aliás , descobertas recentes 
mostram que a consciência pouco se parece 
com um rolo de filme, cronológico e indi-
visível, e talvez seja tão fragmentada e 
imprevisível quanto urna TV mudando 
de canal. Para não perder o fio da meada, 
vamos voltar até onde essa história toda 
começou: quando você era pequeno. 
Em formação 
Para entender a infância da sua consciência, 
é preciso usar a imaginação - lembrar é 
impossível, porque você ainda não íonnava 
memórias. Estamos falando de uma época 
em que você ignorava tempo, espaço e limites 
do corpo. Pense que você não fazia ideia se 
os eventos eram rápidos ou demorados, se 
os lugares eram perto ou longe. Ou mesmo 
onde terminavam suas costas e onde come-
çavam os braços em que você repousava. 
Como cantava o mini astro francês Jordy, 
ê duro ser bebê. Até os 4 meses de vida, seu 
cérebro se ocupava basicamente de processar 
seu contato com o mundo - ele não agia, só 
reagia. Fazia você acordar se estivesse repou-
sado,chorarseodeixassern com fome, dormir 
se estivesse cansado. Além disso, as infor-
mações que você recebia através dos seus 5 
sentidos provavelmente ainda não se sepa-
ravam' vinham todas juntas. Nessa idade, 
mamar no seio da mãe é uma overdose de 
tato, olfato, paladar, visão e audição - não 
é à toa que yocê gostava tanto. 
Essa mistura sensorial , conhecida corno 
sinestesia. ainda não era você. Segundo 
o neurologista português António Damásio, 
é só aos 18 meses que surge algo que pode 
ser chamado de "consciência mínima" . 
Nesse momento, a integração entre os 
lobos irontal e parietal do cérebro iizeram 
a voz que lê este texto começar a balbuciar. 
Você passou a reparar em coisas como 
salgado e doce, liso e áspero, quente e frio , 
barulhen to e silencioso, luminoso e escuro 
- além de se dar conta de que você é apenas 
um ser entre vários outros e que o mundo 
não some quando você fecha os olhos. 
MENTES 
QUE 
MENTEM 
Às vezes a 
consciência fica 
inconsciente. 
ANOSOGNOSIA 
o cérebro do defi· 
ciente se recusa a 
reconhecer sua defi.. 
dênda. Ou seja, a 
pessoa perde um 
membrO ou um 
sentido e acredita 
ainda estar com 
100% da capacidade. 
Comum em vítimas 
d.derrame. 
BLlNOSIG,t-H 
"Vtsão cega em 
inglês. Problema d. 
processamento 
neural em que uma 
pessoa com visão 
nonnal acredita que 
está cepo São 
famosos os casos de 
veteranos de guerra. 
MÚLTIPLA 
PERSONALlOADE 
Não é invenção do 
dnema: a~mas 
P.flsoas coam 
élentro do mesmo 
c~b,fO dRis ou 
mais eus ,geral-
mente após eventos 
traumáticos. 
~~~~g~~IEN 
Um dos membros 
do corpo - Jeral-
menteamao-
parece agir por 
vontade própria, 
independente do 
corpo. Com o tempo, 
a pessoa passa a 
acreditar que o 
membro não é seu. 
SiNDROME 
DECOTARD 
Delírio raro, em que 
o padente acredita 
que está morto, não 
existe, está apodre-
cendo ou peideu 
~os internos. 
Em casos extremos, 
os médicos precisam 
espetar os pacientes 
com agulhãs 
para que vejam 
o próprio sangue. 
Quando você tinha entre seus 3 e 4 anos, seus circuito 
neurais responsáveis pela linguagem e pela memóri: 
de longo prazo se desenvolveram, e nasceu a consciênci: 
ampliada: um eu com noção de passado e futuro, qUi 
acumula informações sobre si mesmo para formar su; 
identidade. Pela primeira vez, você começa a se lembra 
de que foi ao parque ontem e que você tem que ir ai 
médico amanhã. E ainda: que você gosta de ir ao parqu! 
e nem tanto assim de ir ao médico, transformando issl 
em traços da sua jovem personalidade. O responsáve 
por esse upgrade, que tornou possível você pensar sobTl 
os seus pensamentos, é hoje a celebridade mais quem1 
do mundinho neurocientíco: o neurônio-espelho. 
Espelhar é preciso 
Concentre-se na seguinte imagem: um sujeito caminhõ 
descalço em um quarto escuTO. Ele procura o interrupto 
para acender a luz e, distraído, pisa em um prego. É un 
prego pontudo, enierrujado, rasgando a pele, o músculo 
a carne do sujeito, que sangra e grita de dor. Doeu en 
você? Obra dos neurônios-espelho. Eles reagem a estúnulo 
que você vê ou imagina em outra pessoa como se ocor· 
ressem no seu próprio corpo. Todos os animais de inteli· 
gência superior - aqueles que conseguem envia' 
mensagens uns aos outros - têm os seus. 
Mas o que o neurônio-espelho tem a ver com o surgi· 
mento dessa voz interna que pensa sobre si? Uma bo~ 
metáfora para responder a questão foi criada pelo cien· 
tista americano Douglas Hofstadter: o "eu" surge a parti 
de um processo parecido com o que ocorre quando apon· 
tamos um espelho para outro - é o resultado de um: 
sucessão infinita de imagens mentais sobre outras imagen: 
mentais. E é quando os neurônios-espelho passam a retleti 
nosso mundo mental que pensamentos sobre outro: 
pensamentos se tornam possíveis. É só aí que nos colo· 
camas oficialmente acima dos chimpanzés e golfinhos 
"A consciência humana é única no mundo natural", di; 
o neurocientista indiano Vilayanur Ramachandran. 
Mas essa é apenas a JX>nta do iceberg. Ainda não é possíve 
responder com segurança questões como "Uma pedn 
tem consciência?", "O vermelho que eu vejo é o mesm< 
que você vê?" e "Você é uma pessoa no mundo ou urr 
cérebro dentro de um barril?" 
Mesmo que a última pergunta seja verdade e o filmt 
rodando aí atrás dos seus olhos não passe de ilusão d~ 
voz na sua cabeça, deixe-a lendo e falando. Ainda vai! 
tentar decifrar nas próximas páginas o maior mistério d( 
todos, essa coisa estranha que você chama de "eu". O 
PARA SABER MAIS 
o Erro de I>HGIrtes 
Antonio Damâsio, Companhia das letlõlS, 1996. 
00 Que E Feito o PIonsamento 
Steven Pinker, Companhia das letr.ls, 200B. 
OI ITIIRRO ,nnq 
2 
5 
76 SUPER OUTUBRO 2009 
~~ 
NOSITE 
Imprima 
e monte 
o boneco 
desta página: 
super.abril. 
com.br/revistaf 
toy-art 
, 
DAPRA 
APER 
J 
Dizer que não é radical. 
Dizer que sim é mentiroso. 
Pois é ... A resposta é mais 
complicada do que você pensa. 
-TEXTO LUISA DESTRI 
l-.."ONALIDADE? 
f I magi ne urr.'sapatD. OlhandD~estiloeDe.stadD, vDcê é capaz de supDr muita 
r CDlsa sDbre o. dDnD. Da para Imagmar CDmD ele ~ veste, do. que gDsta, 
~ se é sério. DU descDntraidD. Dá para arriscar seu escritor favDritD , em quem ele VDtDU na 
t última eleição., se acredita em deus e até se ele faz o. seu tipo.. Sua persDnalidade é Co.mD 
~ esse sapato.: um reflexo. de CDmo. vo.cê se vê e de CDmD é visto.. 
i , 
i 
I , 
, 
, 
• , 
, 
f 
f 
l 
Pareceque não, mas, para chegar a esse 
modelo de calçado. você fez muitas escolhas, 
fil trou influências, ouviu opiniões, tes[Qu 
conforto, analisou preço. Da mesma maneira, 
diversos fatores interferiram na formação 
da sua personalidade: seus pais, seus amigos, 
o lugar onde você cresceu, o período em 
que viveu. E sua genética, claro, que, do 
mesmo jeito que deixa uma forma única no 
sapato, molda uma parte de você. 
O resultado é um conjunto de padrões 
de comportamento bem difícil de ser expli-
cado ou medido pela ciência, Desde o fim 
do século 18, muitas teorias foram criadas. 
Hoje, uma das mais aceitas é a dos 5 Grandes 
Fatores, um modelo desenvolvido nos anos 
80 pelos americanos Robert McCrae e Paul 
T. Costa. Ela conseguiu de maneira simples 
e abrangente classificar os traços de perso-
nalidade reconhecidos tanto por especialistas 
quanto por leigos. 
Para criá - la , partiu-se do pressuposto 
de que todos os aspectos da personalidade 
humana estão registrados na linguagem 
que eu, você ou um habitante da Antártida 
usamos para definir alguém: implicante, 
curioso, falante, preguiçoso, organizado ... 
Os pesquisadores juntaram todos os adje-
tivos possíveis e tentaram reuni -los em 
grandes famílias. Chegaram, assim, a 5 
fatores - extroversão, neuroticismo, abertura à expe-
riência, consciência e afabilidade -, cada um contendo 
dezenas de traços psicológicos. 
A extroversão agrega tudo o que diz respeito à soeia-
bilidade: em um extremo estariam pessoas com muita 
disposição, otimismo e afetuosidade; no outro, as mais 
sérias e reservadas. Neuroticismo foi o termo encontrado 
para reunir características relacionadas à estabilidade 
emocional. O nível de ansiedade, nervosismo e irritabi-
lidade, por exemplo, é retratado nesse grupo. Abertura 
à experiência é o que mede o interesse por experimentar 
muitas áreas diferentes (aqui são registrados o senso de 
estética, as ideiase os valores). Dentro do fator consciência 
estão representados o senso de responsabilidade, a disci-
plina e o sentido prático. E o fator afabilidade basicamente 
diz como você se relaciona com outras pessoas - se é 
generoso, leal e sensível ou mais desconfiado e indivi-
dualista. Teoricamente. todos os traços de personalidade 
poderiam ser encaixados em um desses grupos. 
Essa padronização abriu caminho para o desenvDlvi-
menta de uma série de avaliações que tentam definir 
objetivamente a personalidade de alguém. Os testes medem 
os diversos traços em uma escala que vai, geralmente, 
de 1 a s. No final, tem-se um retrato de quais são suas 
características dominantes e quanto elas são represen-
tativas na sua vida (veja ma-is na próxima página). 
Você é assim. E agora? 
Isso significa que vai ser assim para sempre? Essa pergunta 
é o calo no pé dos estudiosos. Alguns dizem que, como o » 
5 
FATORES 
Segundo uma 
das teorias mais 
aceitas entre os 
psicólogos, tudo 
o que você é cabe 
dentro destes 
grupo.s. Veja 
alguns exemplos: 
EXTROVERSÃO 
• Reservado x afetivo 
• Tímido x sociável 
• Quieto x falante 
• Insensível x passional 
• Discreto x alegre 
NEUROTICISMO 
• T ranquito x tenso 
• Constante x instável 
• Satisfeito x autopiedos( 
• Racional x emocional 
• Seguro x inseguro 
ABERTURA 
• Realista x imaginativo 
• Convencional x original 
• Rotina x variedade 
• Pouco curioso x curioso 
• Conservador x liberal 
AFABILIDADE 
• Cruel x piedoso 
• Duvidoso x confiável 
• Mesquinho x generoso 
• Crítico x tolerante 
• Rude x cortês 
CONSCIÊNCIA 
• Negligente x responsávl 
• Preguiçoso x trabalhad( 
• Bagunceiro x organizad{ 
• Atrasado x pontual 
• Acomodado x ambicios( 
OUTUBRO 2009 SUPER : 
fD corpo, a personalidade muda ao longo do tempo, Outros 
rebatem que a personalidade seria como a cor dos olhos 
~ se você nasceu com ela, vai morrer com ela. Para outros, 
o melhor paralelo é aaltura: é desenvolvida até certa idade, 
depois-estaciona e não muda mais. 
A última versão é a mais aceita pelos especialistas. Mas 
você terá mais que 18 anos para se definir. Na verdade, 
terá por volta de 30. Depois disso, pouca coisa vai mudar. 
"Esse limite não é imposto pela biologia" , diz Maria Elisa-
beth Montagna, professora de psicologia da pue de São 
Paulo. "É apenas uma época em que se considera que o 
adulto já é independente e maduro. Dependendo da pessoa 
ou da cultura em que ela foi criada, a definição da perso-
nalidade pode vir antes ou depois. " 
O ponto é que a partir dos 30 anos a sua person~lidade 
tende a se congelar como é. Um estudo feito nos EUA 
com pessoas que 45 anos antes haviam respondido ques-
tionários sobre a sua personalidade mostrou que os hábitos 
cultivados na velhice poderiam ter sido previstos por 
traços identificados na juventude. Jovens que demons-
travam ser criativos, curiosos e liberais tinham se tomado 
velhos que com hobbies artísticos e que preferiam assistir 
a programas alternativos. E os que na juventude eram 
mais conservadores e pés no chão viraram idosos que se 
divertiam costurando, cozinhando. cuidando do jardim 
e vendo shows de auditório. 
Quer dizer, então, que exatamente quando chegamos 
·à fase adulta, quando melhor nos conhecemos e mais 
sabemos lidar com nossos conflitos . já não é possível 
mudar nada? Não é bem assim. Mas a partir daqui, amigo, 
você vai ter que trabalhar com o que você tem. 
Dê uma olhada na pessoa 1, retratada em urndosgráficos 
ao lado. A bolota localizada bem no extremo inferior da 
parte marrom denuncia: é alguém passional, de humor 
instável, que costuma reagir antes de pensar. Passar para 
o outro lado do círculo e se tornar 100% controlada e fria 
é impossível. Mas ela pode, sim, aprender a prever suas 
emoções para evitar futuros arrependimentos. Seria, 
portanto, caminhar em direção ao centro do gráfico, 
suavizando uma característica inconveniente. 
Do mesmo jeito, quem é muito tímido jamais vai ser o 
piadista da turma, quem é disciplinado não deixará de 
se incomodar com imprevistos, quem é muito conservador 
nunca usará uma camisa rosa-choque. Mas, com os trancas 
e as necessidades, dá para falar em público, se organizar 
em meio ao caos ou aceitar uma gravata rosada. Adaptar-
se é uma questão de sobrevivência. O quanto você vai 
conseguir se adaptar é questão de força de vontade. 
Pense antes de casar 
É que nem sempre querer é poder. Se não conseguir mudar 
o seu temperamento, a pessoa 1, por exemplo, terá uma 
boa desculpa: os traços de personalidade relacionados 
ao neuroticismo são os mais difíceis de 
mudar. Aqui estão adjetivos corno passional, 
irritável, vulnerável e ansioso. 
Foram esses os principais motivos do 
divórcio ou da infelicidade no casamento 
de 300 casais americanos que participaram 
de uma pesquisa realizada pelos psicólogos 
E. Lowell Kelly e James Conley e publicada 
em 1987. O questionário, aplicado a primeira 
vez em1935 e mais uma vez 45 anos depois, 
demonstrou que instabilidade, reações 
explosivas e excesso de brigas exerciam 
influência muito maior nas crises de rela-
cionamento dos casais que questões ligadas 
a trabalho, à família ou ao sexo. E pior: 
mesmo cientes disso, a maior parte dos 
cônjuges problemáticos não conseguiu se 
ajustar em prol do casamento. 
A dificuldade faz sentido, os traços ligados 
ao neuroticismo são os com maior tendência 
a se tornarem transtornos psiquiátricos. 
Nesses casos, só com terapia. 
Você está achando tudo um exagero e 
acabou de pensar em um monte de casos 
em que o marido ficou mais organizado. 
sociável e amoroso ao longo dos anos. É 
possível. Mas não se case pensando neles. 
Mesmo em campos aparentemente mais 
moldáveis, como o da extroversão ou o 
da consciência, a mudança costuma ser 
tímida (alguns estudiosos arriscam um 
máximo de 10':0;0) etem que partir da outra 
pessoa, e não de você. 
Não conseguir mudar o outroé uma má 
notícia. Mas pense pelo lado bom: se o outro 
for você, pode não ser tão ruim assim. "A 
continuidade da nossa personalidade é a 
fonte para a constituição da nossa identi-
dade", afirmam McCrae e Costa. O que eles 
querem dizer é que. no fundo, permanecer 
mais ou menos igual é importante para o 
equilibrio da nossa vida. Não dá pra ser uma 
pessoa diferente a cada instante, simples-
mente porque o mundo nos exige coerência. 
Você precisa saber quem você é e os outros, 
o que esperar de você. Ou. mais do que 
flexível, você pareceria um louco. O 
PARASABERMAIS 
Teorias da PersonaUclade 
DLJ~ne Schuttz e Sidney Elle SchLJitz. 
Cengêlge Leaming. 2008. 
PeMionaUty in Adulthood, Robert McCrae 
e PauL Costa, The GLJilford Pre55, 2006. 
Você tem 
até os 
30 anos 
para tentar 
ajustar 
a sua perso-
nalidade. 
Depois 
disso, é 
melhor não 
contar com 
mudanças. 
OUTUBRO 2009 SUPER 79 
2 
5 
6 7 
" , COMOVOCEE 
~~ 
NOSITE 
Para conhecer 
o seu retrato, 
faça o teste a partir 
do dia 5 de outubro: 
http://super.abril. 
com.brfrevista/ 
quem-e-voce 
Os gráficos abaixo são o resultado de um teste de personalidade de duas pessoas bem diferentes. 
1. QUADRANTES 2. CONCENTRAÇÃO 
Quanto mais bolas no quadrante, 
mais representativo é aquele 
3.POSlcÃO 
Quanto mais nó extremo estiver 
um traço, mais forte ele é. 
Cada cor aparece duas vezes: 
são os lados opostos do mesmo 
fator. Se de um lado o amarelo 
representa extroversão, do outro 
sinaliza introversão . 
na sua personalidade. A pessoa 
2 é provavelmente associada à 
criatividade e à inovação. 
• 
abertura à 
experiência • consciência extroversão 
falante 
amigável 
extrovertida 
mpetítrva. 
-
• 
Com vontade, dá pra caminhar 
mais para o centro, mas dificilmente 
você passará pa ra o lado oposto. 
• afabilidade • neuroticismo 
•• • • 
sincera 
- " e ee. e • 
PESSOA' 
A FALADEIRA 
Personalidade forte e cheia de extremos: 
muito extrovertida, muito disciplinada, mas 
também muito ansiosa, chorona e facil-
mente irritáveL Gente boa, mas pise na bola 
e você vai conhecer uma fera. 
78 SUPER OUTUBRO 2009 
• 
-
-. 
competente 
PESSOA 2 
• ., 
A CALADO NA 
Mais discreta e flexível a maioria dos 
t raços está próxima ao centro. Mas um 
fator chama a atenção: ela é moderna e 
criativa. Parece desligada, mas, de 
repente, solta uma sacada geniaL

Continue navegando