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TEORIA DO APEGO
John Bowlby
Bowlby define que o estabelecimento de um modelo de apego seguro ou inseguro fornece a base para a formação de um modelo funcional interno, uma lente a partir da qual o indivíduo vai ver o mundo e a si próprio. O termo base segura, no contexto da teoria do apego, significa a confiança que o indivíduo tem numa figura particular, protetora e que representa apoio, a qual está acessível e disponível sempre que houver necessidade da sua ajuda. Portanto o comportamento de apego traz conforto e segurança, e possibilita o desenvolvimento do comportamento de exploração, ou seja, a partir desta base segura propiciada pela presença do outro a pessoa poderá explorar o resto do mundo. Embora o autor tenha reconhecido em diversas ocasiões a importância do apego ao longo de toda a vida humana, suas investigações centraram-se apenas na infância, período no qual se formam vínculos afetivos primários baseados no apego, o autor ressalta a importância da formação e manutenção destes vínculos, os quais são de extrema importância para a formação da personalidade. Após a segunda Guerra Mundial, milhares de crianças ficaram órfãs e começaram a apresentar dificuldades diante desta situação que viviam e Bowlby foi convidado pela ONU a escrever sobre esse assunto, a partir daí ele formulou sua teoria do apego. Para formular sua teoria o autor recorreu a experimentos realizados em bebês recém- nascidos, de seis meses a dois anos de idade, trabalhou com animais e sua relação com os humanos, seus cuidadores, os quais estabeleciam uma relação de apego mútuo.
Para construir sua teoria, Bowlby recorreu a fundamentos psicanalíticos e cognitivistas. Utilizou-se desses referenciais buscando a compreensão dos vínculos humanos como centrais para a espécie e para a formação da personalidade.
Para Bowlby, o comportamento de apego é caracterizado como uma tentativa de provocar a atenção ou manter a aproximação da figura discriminada, aquela com a qual o individuo estabelece um vínculo sendo, habitualmente, a figura materna. Além disso, para ele, o comportamento de apego é resultado de uma necessidade inata do indivíduo e possui uma função de proteção e socialização à medida que a criança desloca a atenção transmitida pela mãe para as pessoas mais próximas da criança, contribuindo em sua adaptação em diversos setores do desenvolvimento. Esse comportamento promove o desenvolvimento de laços afetivos estabelecidos inicialmente na infância com os pais e, posteriormente, na vida adulta, com seu parceiro e demais adultos que convivem com o sujeito.
Como elemento fundante da personalidade, o comportamento de apego surge da interação mãe-bebê e se estende por toda a vida adulta. Bowlby define que o padrão de apego no adulto é aquele constituído na primeira infância. As relações de vinculação nos adultos se darão por meio da atuação nas diversas funções e papéis da vida adulta: na relação do casal, na parental, assim como, nas relações sociais e de trabalho.
Para Bowlby, o padrão de apego indica a maneira como a pessoa forma e mantém vínculos, da mesma maneira que a capacidade de reconhecer pessoas capazes de fornecer uma base segura caracterizam importantes aspectos do funcionamento de uma personalidade saudável. Para ele, é “essencial [...] que o bebê e a criança pequena tenham a vivência de uma relação calorosa, íntima e contínua com a mãe (ou mãe substituta permanente [...]) na qual ambos encontrem satisfação e prazer” (BOWLBY 1995 [1952], p. 13). Então, o “estar” numa relação compensadora com a mãe, pai e irmãos é a “base do desenvolvimento da personalidade e saúde mental” (idem, p. 14).
   Bowlby (1995 [1952]) denominou privação da mãe quando mãe-criança não estabeleciam um laço amoroso e a primeira não prestava os cuidados apropriados, mas, considerou a complexidade e algumas variações do termo dependendo da intensidade da privação - falta parcial ou quase total - de posterior cuidado amoroso:
Privação da mãe - casos em que a mãe (ou sua substituta) não estabelece esta relação amorosa com a criança;
Privação parcial – caso em que, por alguma razão, a criança é afastada dos cuidados maternos, sofre uma privação relativamente suave, mas, alguém substitui a mãe sendo, no entanto, uma pessoa conhecida pela criança e por ela considerada confiável.
Privação acentuada – quando a mãe substituta é estranha à criança, mesmo sendo uma pessoa amorosa.
Privação quase total – comum em instituições, creches residenciais e hospitais, a criança, neste caso, não tem especificamente uma única pessoa (com a qual sinta segurança) que preste um cuidado pessoal.
Bowlby definiu os tipos de apego nas crianças até dezoito meses de idade:
Apego Seguro: a criança usa o cuidador como uma base segura para exploração, protesta contra a partida do cuidador e demonstra clara preferência por seus cuidados.
Apego Ansioso: pegajoso, a criança fica incapaz de lidar com a ausência do cuidador. Nestes casos, o cuidador é excessivamente protetor da criança.
Apego Ambivalente/ Resistente: Incapaz de usar o cuidador como uma base segura, busca proximidade antes que a separação ocorra. Busca o contato do cuidador, mas quando consegue resiste furiosamente. 
Apego Evitativo: pouca ligação afetiva entre criança e cuidador, a criança não demonstra irritação com a partida, trata o estranho de forma semelhante ao cuidador. 
Apego Desorganizado: Falta de apego coerente, comportamentos contraditórios e desorientados, como aproximar-se, mas com o rosto virado. Confusão de papéis, maus tratos, erros de comunicação afetiva, comum nos casos de abuso contra a criança.
Diante disso pode-se afirmar que a forma como a personalidade se estrutura determina também a maneira como a pessoa responderá a eventos relacionados à separação, à rejeição, afastamento ou perda de figuras próximas. Dessa forma, podemos supor que a qualidade do padrão estabelecido e sua persistência determinarão a qualidade dos recursos disponíveis para o enfrentamento e elaboração das perdas ao longo da vida. Ao adotar a Teoria do Apego na formação da personalidade é possível perceber que somos seres extremamente dependentes dos vínculos que formamos ao longo da vida, principalmente na infância, e que prezamos ao nos relacionarmos a questão da segurança da proximidade do outro para nossa sobrevivência psíquica. Assim, se pautados em tal teoria, cremos que a vinculação é o que, essencialmente, nos determina como pessoas, podendo supor que o rompimento dos vínculos seja uma situação de risco, remetendo-nos às sensações primitivas de medo e desamparo. Dessa forma, podemos dizer que os vínculos afetivos ocupam um lugar central na formação da personalidade, de acordo com a teoria do apego, iniciando na infância e seguindo por toda a vida adulta.
REFERÊNCIAS
BOWLBY, John. Cuidados maternos e saúde mental. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 225 p. 
BOWLBY, John. Formação e rompimento dos laços afetivos. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 232p.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_apego>.Acesso em 30 mai.2017.

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