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DIR111 PRIVADO I Requião Anotações Avaliação 1 (2017 2) (Helson)

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ANOTAÇÕES 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
PRIVADO I 
(Maurício Requião) 
Elaborado por Helson 
 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
2 
 
ÍNDICE 
1. Noções introdutórias de Direito Privado 
1.1. Considerações iniciais 
1.2. Dicotomia “Público – Privado” 
1.3. Direito Civil 
1.4. Evolução histórica 
1.5. Condensação de normas 
1.6. Estrutura do Código Civil de 2002 
2. A pessoa natural 
2.1. Noções conceituais 
2.2. Espécies de pessoas 
2.3. Pessoa natural 
2.4. Entes despersonalizados 
2.5. O nascituro e o embrião 
2.6. Lei de biossegurança 
2.7. Lei do aborto 
2.8. A capacidade da pessoa humana 
2.9. A cessação das incapacidades e a emancipação 
3. Os direitos da personalidade 
3.1. Considerações iniciais 
3.2. Escorço histórico 
3.3. Fontes 
3.4. Características 
3.5. Tutela jurídica 
3.6. Direito ao Corpo 
3.7. Direito ao Nome 
3.8. Direito à Imagem e à honra 
3.9. Direito à Privacidade 
3.10. Morte 
3.10.1. Noções gerais 
3.10.2. Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia 
3.10.3. A morte presumida 
3.10.4. Comoriência 
Referências bibliográficas 
 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
3 
 
1. Noções introdutórias de Direito Privado 
1.1. Considerações iniciais 
Não há uma perfeição na divisão entre direito público e direito privado. 
Uma das distinções está vinculada à identificação do interesse público ou do interesse 
privado, mas há quem defenda que em algumas situações faz-se necessário considerar uma 
zona de interseção. 
Isso porque existem interesses que podem ser privados, mas que interessem também à 
coletividade. 
Assim, a classificação residiria na identificação de que quem seria o titular do direito? O 
titular é de direito público? Mas isso também não é correto, pois, por exemplo, a União pode 
celebrar um contrato com o privado, sem ser de interesse da coletividade. 
Importante 
Nesse sentido, para ser público, ou é uma relação de ente público com outro ente público ou o 
ente estatal deve tratar com um sujeito do direito privado partindo de sua condição de império, de 
supremacia. 
Qual a importância disso no direito privado? 
A lógica normativa que guia o direito público é totalmente diferente da lógica do direito 
privado. Exemplo: Um particular deseja comprar um produto. Pode comprar sem justificar a 
ninguém, sem fazer cotação de preços, sem observar critérios de escolha, enquanto que os 
entes públicos não possuem essa discricionariedade. 
A autonomia – princípio do direito privado, permite que os sujeitos tenham um 
significativo grau de liberdade nas suas condutas, fundamentado pelo “o que não está 
juridicamente proibido está juridicamente permitido”. Assim, o que a lei não proíbe em termos 
negociais, acaba caindo na seara da autonomia do particular. 
Outro princípio importante diz respeito à privacidade, que reside na não interferência de 
terceiros (entes públicos ou privados). 
Por exemplo, o particular não precisa divulgar a ninguém que realizou uma compra e o 
que comprou. Por seu turno, no direito público, devem-se observar procedimentos como 
licitações, dar publicidade e transparência. 
Ainda a esse respeito, há que se ponderar os limites da privacidade, uma vez que, por 
exemplo, existe a obrigação de declarar os bens ao fisco, dado o interesse do direito tributário 
(tributação, IR, etc.). 
Resumo 
Os atos públicos são dotados de legalidade, publicidade, da obrigação de dar transparência, etc. 
1.2. Dicotomia “Público – Privado” 
A noção de dicotomia é que existem dois conjuntos que são totais, mas excludentes. A 
ideia é que todos os elementos do sistema se encontram ou em um conjunto ou no outro, sem 
nenhum ponto de interseção. 
Atualmente, a doutrina defende que essa noção de dicotomia está superada. Evidente que 
existem as divergências, mas parece ser um consenso a existência uma região de interseção. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
4 
 
 
Destaque 
O Direito do Trabalho já foi muito mais próximo do Direito Público, mas as recentes reformas estão 
cada vez mais o aproximando do Direito Privado. 
Opinião 
O professor acredita que pode se falar em dois ramos do direito, mas não faz sentido manter a 
validade da dicotomia. 
1.3. Direito Civil 
O Direito Civil é considerado um ramo do Direito Privado, e dentro do direito privado deve 
ser considerado o tronco para os demais direitos, que se tornam especializações. 
O Direito Civil é o direito privado ordinário, que não tem nada de especial, é a base, e, 
por isso, é o mais importante. A partir dele surgirão todas as demais ramificações. 
Curiosidade 
Vários dos conceitos que são usados nos diversos ramos do direito foram definidos pelo direito 
civil, com origem na Roma Antiga. 
1.4. Evolução histórica 
Direito Romano 
Roma foi um Império que conferiu uma contribuição muito grande para o direito, na 
medida em que construiu um sistema político que influenciou toda a Europa, refletindo, 
assim, na América, haja vista o processo de colonização. 
As normas eram esparsas até o governo de Justiniano, quando foram reunidas no Corpus 
Juris Civilis. Muitos contratos, questões de direito de família, das obrigações e da propriedade 
foram regulamentadas pela primeira vez no Direito Romano. Nessa época o direito era 
classificado em função da condição socioeconômica do indivíduo, porém muitas mudanças 
ocorreram de lá para cá. 
Influências: 
• As expressões em latim vêm do direito de Roma; 
• Muitos princípios trabalhados hoje são derivados do Direito Romano; 
• O direito brasileiro tem por base o direito romano-germânico; 
Idade Média 
Não houve grande produção de legislação, ao menos no que tange ao Direito Civil, pois o 
momento era de fragmentação de ideia de Estado, devido às recorrentes invasões, 
principalmente pelos Bárbaros. A preocupação estava voltada à proteção. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
5 
 
Em que pese essa dificuldade, a Igreja Católica criou o Direito Canônico, inicialmente, 
para ser aplicado somente entre os membros do Clero, estendendo-se a todos os Cristãos 
pouco tempo depois. 
O Direito Canônico teve papel importante na preservação do Direito Romano, na medida 
em que conseguiu preservar vários volumes, em um período de muitas guerras, invasões e 
destruições. 
O Direito Canônico teve bastante influência no atual Direito de Família. 
Exemplos: 
• Casamento entre pessoas do mesmo sexo; 
• Boa fé; 
• Condenação da usura; 
Outro aspecto importante observado na idade média era a presença dos Glosadores, 
juristas que interpretavam o Direito, muitas vezes no intuito de legitimar os interesses dos 
Imperadores. 
A idade média coincide com o período da formação de diversos Estados Absolutistas, que, 
somente com a Revolução Francesa, vieram a cair. 
Dica de Filme 
O Mercador de Veneza; 
Dica de Livro 
O nome da Rosa 
Código de Napoleão 
Com a Revolução Francesa, após Napoleão tomar o Poder, houve a elaboração de uma 
obra, em 1804, chamada Código Napoleônico, considerado o primeiro código da 
modernidade. 
Contexto: 
• Revolução Francesa foi fruto da burguesia; 
• Auge do movimento iluminista (humanismo, racionalismo e separação Estado – 
Igreja); 
O Código Napoleônico foi criado para contemplar todas as hipóteses possíveis. 
Considerava-se um Código de plena completude, vinculado ao racionalismo. 
Também havia a ideologia da interpretação: a solução estaria contemplada no Código, 
sem necessidade de interpretação. Bastava o magistrado recorrer ao Código e aplicar o 
dispositivo adequado. 
Assim, diz-se que o Código Napoleônico se apoiava em um tripéideológico: 
• Ideologia da sociedade; 
• Ideologia da completude; 
• Ideologia da interpretação. 
Curiosidade 
O Código Civil Francês até hoje é o Código Napoleônico 
O Código Napoleônico inaugurou a era da Codificação. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
6 
 
BGB 
O Código Civil Alemão de 1900 não influenciou o direito brasileiro no primeiro momento. 
Influenciou o Código Civil Brasileiro de 1916, no que diz respeito à sua estruturação (parte 
geral, parte especial) e teve bastante reflexo no Código Civil de 2002. 
Direito Português 
Por óbvio, o Direito português teve influência no Código Civil brasileiro, principalmente as 
Ordenações Filipinas que ficaram em vigor mais tempo no Brasil que em Portugal. 
Em 1830, é criado o Código Penal, seguido, em 1832, pelo Código de Processo Penal. 
Na sequência houve a criação do Código Comercial em 1850, para dar maior segurança 
nas transações de Comércio Exterior (exigência da Inglaterra). 
Somente com o Código Civil de 1916 é que as Ordenações Filipinas deixaram de vigorar 
efetivamente no Brasil. 
Projetos de Direito Civil do Brasil 
O primeiro projeto ficou ao encargo de Teixeira de Freitas, em decorrência do sucesso da 
Consolidação conduzida por esse jurista baiano, anos antes. 
Era um projeto muito à frente da época e apesar de não ter sido aproveitado no Brasil, foi 
influenciador de vários códigos no mundo inteiro, principalmente na América do Sul. 
Atribui-se a não aprovação do projeto de Teixeira de Freitas à resistência envidada por 
inimigos no Senado. Aprovar um Código envolve muita vontade política. 
Anos depois, o Código Civil de 1916 foi aprovado com base no projeto de codificação de 
Clóvis Beviláqua, que não descartou os projetos anteriores, utilizando, inclusive, o de Teixeira 
de Freitas. 
 
Características do Código Civil de 1916 
• Influenciado pela Revolução Francesa, preocupou-se muito mais com a autonomia da 
vontade do que com injustiças contratuais; 
• Pressuposto de que as pessoas são livres e elas podem fazer seus contratos e que o 
estado não pode interferir nisso – liberalismo clássico; 
• Forte influência da elite proprietária de terras. Os grandes latifundiários detinham o 
domínio econômico, em um país que era preponderantemente agrário; 
• Proteção forte à propriedade, seja qual fosse a ameaça que surgisse; 
• A responsabilidade civil era subjetiva, sendo necessária uma ação culposa para 
caracterizar o direito à indenização; 
• A família era pensada como sendo patriarcal, com poder do patter família sobre os 
filhos e as mulheres; 
o A mulher que casava se tornava incapaz juridicamente falando; 
o Só podia haver sucessão por herança, se houvesse o casamento formal; 
o O filho fora do casamento não tinha direito à herança. 
o Ideia da família como fim em si mesmo. Ela não era pensada para suprir os 
interesses das pessoas da família, mas, sim, um fim em si mesmo. Não existia 
a ideia de divórcio. 
• Código Civil de 1916 teve vida longa, pois o seu sucessor só foi aprovado em 2002. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
7 
 
Transição do Código de 1916 para o Código de 2002. 
De 1916 a 2002 houve muitas mudanças. Os costumes mudaram, houve guerras 
mundiais, a revolução industrial fez com que a grande força econômica deixasse de ser a rural 
e passasse a ser a urbana, houve período de ditadura, etc. 
O Código de 2002 começa a ser pensado em maio de 1969, a partir de uma Comissão 
encabeçada por Miguel Reali (pai), filosofia do Direito, e que teve papel importante como um 
supervisor dos diversos juristas do direito civil que elaborada as partes do Direito Civil. 
O projeto foi apresentado na sua primeira versão em 1972. Em 1975 virou projeto de lei. 
Mas, o projeto recebeu 1063 emendas na Câmara dos Deputados, sendo votado nessa 
Casa apenas em 1984. 
Com a aproximação da Constituição de 1988 e a retomada da democracia, não havia 
pressa para aprovação do Código Civil. Assim, o Código Civil vivenciou mais adiamentos. 
O projeto mostrava-se incompatível em grande parte com a Constituição de 1988. 
O enfraquecimento do Código de 1916 abriu espaço para a diversificação de 
microssistemas jurídicos, por meio da edição de muitas leis extravagantes voltadas a disciplinar 
matérias do Direito Civil – processo de descodificação. 
Exemplos: 
• Estatuto da Mulher Casada. 
• Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Chegaram a avaliar se a ideia de uma nova codificação não estaria ultrapassada. 
Apenas em 1995, a discussão foi retomada no Senado, com 391 emendas, para tão 
somente ser aprovado em 2002. 
O Código já nascia velho, sem abarcar a normatização de assuntos modernos 
importantes, tais como internet, reprodução assistida, engenharia genética, etc. 
 
Código Civil de 2002 
� Miguel Reali afirma que o Código seria concebido com base em três diretrizes: 
• Eticidade 
O Código de 1916 forjou um sistema fechado, onde não havia espaço para 
influxos valorativos ou éticos. Assim, em nome do direito positivado e da segurança 
jurídica, muitas injustiças e atrocidades foram cometidas, suprimindo-se os direitos de 
personalidade. 
Por outro lado, o Código de 2002 resgatou a preocupação com a ética, na 
medida em que adotou a técnica de cláusulas gerais, transformando o ordenamento 
privado em um sistema aberto, capaz de captar o universo axiológico que lhe 
fornece o abstrato. 
As cláusulas gerais permitem a aplicação da Teoria Tridimensional do Direito, ao 
aliar a norma, aos fatos e aos valores. 
Em resumo, a ideia de que o código buscaria se adequar à ética, de acordo 
com a boa-fé (Caráter de conteúdo); 
• Socialidade – a ideia de superar os valores excessivamente individualistas, 
característica marcante do CC de 1916. Caráter de conteúdo; 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
8 
 
Isso porque o individualismo desenfreado converte-se me egoísmo, camuflando 
um sistema profundamente exclusivista, no qual apenas os portadores de interesses 
patrimoniais são contemplados. 
• Operabilidade 
Caráter estrutural (princípios gerais, normas mais claras, evitando os conflitos e 
incertezas), para dar mais mobilidade e longevidade ao CC. 
A ideia era transpor o Código Civil do patamar das abstrações para um patamar 
que garantisse a execução, com praticidade. Para tanto, troca-se o preciosismo 
gramatical para ganhar em efetividade. 
Existem dúvidas acerca da presença desses aspectos no Código. Alguns autores 
defendem que as diretrizes só são conhecidas porque Miguel Reali estrategicamente divulgou 
dessa forma. 
Principais Diferenças 
• Autonomia da vontade é mais ampla que Autonomia Privada 
o Autonomia privada: visão muito maior de que essa autonomia possui limites, e 
que deve ser entendida dialogando com outros princípios, como o da boa-fé; 
• A ênfase dada à função social, seja da propriedade, seja da posse. 
o O proprietário tem uma restrição maior em relação ao abuso de sua 
propriedade. 
� Normas para obter a usucapião; 
• No campo contratual, aumentaram-se os limites para a autonomia privada. 
o Proteção ao consumidor; 
• No campo familiar, supera a ideia do patriarcalismo; 
o Múltiplas possibilidades de formação da família 
� Formadas por pessoas do mesmo sexo; 
� Famílias sem pai ou sem mãe (monoparentais); 
� Reconhecimento da União estável; 
� Mais simplicidade para a dissolução da união conjugal. 
Importante 
O Código não fala expressamente sobre união entre entes do mesmo sexo, 
sendo tal ideia agregada pela jurisprudência. 
o Reflexo na herança 
� Companheira passa a herdar. 
� Mulher que convivia fora do casamento também passa a ter direito; 
� O filho bastardo passa a herdar– unidade entre irmãos; 
• Filho bastardo é filho, não importa se era ou não casado; 
� Diminui a lista de quem é herdeiro. 
 
• Responsabilidade civil 
o Em 1916, era subjetiva. 
� Conduta 
� Dano 
� Nexo causal 
� Para indenizar, tem que provar que se enquadrou nos três aspectos. 
No caso da responsabilidade subjetiva, é indispensável provar a 
culpa. 
o Em 2002, passou a ter situações de responsabilidade civil objetiva (sem 
culpa) ou subjetivas (com culpa). 
� Objetiva em quantidade considerável. 
� Objetiva é fundada na Teoria do Risco; 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
9 
 
1.5. Condensação de normas1 
Condensação é gênero que se divide em três espécies: 
• Compilação 
Processo mais simples de reunião de textos legais de um ordenamento jurídico, 
tal como se encontram, em um único volume, sem que haja inovação ou retirada 
das normas jurídicas revogadas. 
Como não há o caráter de oficialidade, sequer competência estatal privativa, 
pode ser elaborada por iniciativa de qualquer, valendo-se de algum critério 
(cronológico, matéria, etc.). 
Exemplo: Vade me cum. 
Curiosidade 
Uma compilação pode ter por objeto não apenas leis, como também costumes e 
jurisprudência. 
• Consolidação 
É muito mais que compilar, porém é menos que codificar. 
Não basta apenas reunir ou agrupar os textos legais, seguindo algum critério, 
mas agrupá-los de forma sistemática, em uma única lei ou decreto, e considerando 
apenas as normas jurídicas em vigor sobre uma determinada disciplina jurídica, pois 
não se consolidam normas revogadas. 
O resultado é sempre uma nova norma jurídica, do ponto de vista formal, 
ainda que o conteúdo material seja rigorosamente aquele antes contido nos textos 
legais esparsos. 
Resumo 
Não inova, mas retira do ordenamento as normas revogadas. 
• Código 
O principal traço distintivo em relação aos outros processos de condensação 
reside, portanto, na possibilidade de criação do direito novo. Enquanto a 
consolidação pretende produzir o Direito sem modificá-lo, o Código, ao contrário, não 
é continuidade, é ruptura. 
Resumo 
Inova (cria direito novo) e aplica-se a um único ramo do direito. 
E existem ainda os estatutos, que não se encaixam propriamente no conceito de 
condensação de normas, segundo Mário Luiz Delgado. Os estatutos consistem na criação de 
direito novo, mas não se trata de condensar normas preexistentes. 
� O recorte do estatuto é temático, podendo regulamentar tudo sobre o tema, nos mais 
diversos ramos do direito. 
 
1
 2016.1 | Explique se há diferença estrutural entre o Estatuto do Idoso, a Consolidação 
das Leis do Trabalho e o Código Civil de 2002 [10 linhas]. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
10 
 
1.6. Estrutura do Código Civil de 2002 
 
Exercícios de localização: 
• Questão da privacidade 
“Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, 
e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as 
providências necessárias para impedir ou fazer 
cessar ato contrário a esta norma” 
• Em caso de divórcio; 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. 
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo 
divórcio, após prévia separação judicial por mais de 
um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada 
separação de fato por mais de dois anos. 
o Art. 1.571 a 1.579 
• Como deve proceder para encerrar um contrato. 
o Capítulo II – Da extinção do contrato – arts. 472 a 480 
• Requisitos para ocorrer a usucapião 
o Capítulo II – Seção I - Da usucapião de bem imóvel – arts. 1.238 a 1.240 
o Capítulo III – Seção I – Da usucapião de bem móvel – arts. 1.260 a 1.262 
• Procedimento para deserdar uma pessoa. 
o Capítulo X – Da deserdação – arts. 1.961 a 1.965 
• Questão de emancipação 
o Art. 21 
• Uma pessoa que assina um contrato sob ameaça. 
o Art. 158 
2. A pessoa natural 
2.1. Noções conceituais 
Art. 1º, CC 
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
No ordenamento jurídico existem dois tipos de pessoas: 
i) Pessoal Natural; 
ii) Pessoa Jurídica. 
Ser pessoa é algo especial, pois toda pessoa tem personalidade e tem capacidade de 
direito, titularizando direitos e deveres. 
O ente que tem personalidade possui tratamento diferenciado em relação aos entes não 
personalizados, já que podem exercer os direitos da personalidade. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
11 
 
Importante 
Ter personalidade é diferente de ter capacidade 
É possível um ente ter capacidade de direito e não ser personalizado, dependendo da classificação 
dada pelo ordenamento jurídico. 
Exemplo: Condomínios têm capacidade, mas não possuem personalidade. 
2.2. Espécies de pessoas 
As pessoas naturais são os seres humanos (entes orgânicos), desde que nascidos com 
vida. Já as Pessoas Jurídicas são seres abstratos; 
2.3. Pessoa natural 
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do nascituro. 
• Toda pessoa que nasce com vida é considerada uma pessoa natural; 
o Não há necessidade de outros trâmites, além de nascer vivo; 
• Houve momentos da história em que nem todo ser humano era pessoa, a exemplo 
dos escravos; 
• O direito não discute o que é o ser humano, mas, sim, discute sobre o que é pessoa. 
Direito Animal 
No ordenamento jurídico brasileiro, o animal tem status jurídico de coisas. 
Contudo, existem vários questionamentos acerca do melhor enquadramento, pois há correntes 
que defendem que os animais deveriam ser pessoa, há correntes que entendem que os animais devem 
ter personalidade e há, ainda, os que defendem a ideia de um enquadramento híbrido. 
Estudo de caso 
Uma ativista impetrou um habeas corpus para libertar um chipanzé de um zoológico 
O objetivo provavelmente era provocar a discussão sobre a personalidade do animal. 
A autora alegou as similitudes entre o emocional do primata com os seres humanos. 
Fez comentário acerca da personalização de robôs com inteligência artificial. 
2.4. Entes despersonalizados 
• São sujeitos de direito, mas não são pessoas, e, por isso, não têm direitos da 
personalidade; 
2.5. O nascituro e o embrião 
Entende-se por nascituro o feto que está sendo gerado dentro de um útero. 
Existe uma discussão sobre o status jurídico do nascituro. Ele tem personalidade? Existe 
diferença entre o nascituro e quem nasceu com vida para o direito? 
• Teoria natalista 
O nascituro não tem personalidade jurídica, porque a personalidade só é 
alcançada com o nascimento. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
12 
 
• Teoria concepcionista 
O nascituro possui personalidade jurídica, uma vez que a personalidade é adquirida 
desde a concepção. 
Existem discussões acerca do momento da concepção, vejamos algumas hipóteses: 
i) Encontro do óvulo e do espermatozoide; 
ii) Após a formação das terminações nervosas; 
Atenção 
A Teoria concepcionista é considerada a menos viável perante a lei. 
• Teoria da personalidade condicional 
O nascituro é dotado de personalidade jurídica, porém a produção de efeitos 
estará suspensa até a realização de uma condição, que é o nascimento (diz-se que 
o direito do nascituro é incerto). 
Atenção 
A doutrina valoriza mais as duas últimas teorias. 
2.6. Lei de biossegurança 
• A Lei 11.105/2005 trata da pesquisa com material biológico. 
• O art. 5º prevê a possibilidade de pesquisa nas chamadas células troncos 
embrionárias. 
• ADI 3.510/DF questionando o artigo. 
o Inexistência de violação àvida 
o Descaracterização do aborto 
o Direito à saúde e ao planejamento familiar 
2.7. Lei do aborto 
• Proibição sexista que atinge basicamente as camadas mais baixas da sociedade. 
• Juridicamente, existem duas situações regulamentadas: 
o Estupro; 
o Risco de vida da gestante; 
• Há precedentes na jurisprudência para casos de feto anencéfalo. 
• Estatuto do nascituro: procura designar proibição a todos os casos de aborto, 
lembrando em especial do Art. 12 e Art. 13, que fora modificado posteriormente 
• Ação direta de inconstitucionalidade: em caso de ADI, há um voto coletivo de todo o 
plenário, nomeando um relator. A mesma traz algumas ideias contra as pesquisas que 
são feitas em embriões que não servem mais para a fertilização (pesquisas com 
células-tronco em embriões que são inviáveis). 
Pessoa jurídica 
Pessoas jurídicas – entes abstratos criados pelo direito para atender às necessidades 
sociais. 
 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
13 
 
2.8. A capacidade da pessoa humana 
Capacidade de direito 
Consiste na capacidade definida pelo art. 1º do CC, também conhecido como capacidade 
de gozo. 
� O simples fato de ser pessoa já faz com que você seja capaz de titularizar direitos e 
deveres, sendo essa capacidade nomeada de Capacidade de Direito ou Capacidade de Gozo 
(todas as pessoas ou sujeitos possuem, que é diferente de personalidade). A ideia de 
personalidade é muito mais qualitativa, diferenciando o ser. 
Capacidade vs. Personalidade 
Os entes despersonalizados não têm personalidade, mas têm capacidade de titularizar direitos e 
deveres. 
Capacidade de fato2 
É a capacidade de exercício ou a capacidade de obrar. 
A capacidade de fato é avaliada para a prática de alguns atos da vida civil. Os atos que 
são afetados por essa capacidade são basicamente usados no que envolve a vontade do 
sujeito, como instrumento para a criação de um fato jurídico. 
Sucede que nem todas as pessoas podem praticar todos os atos da vida civil. Parte do 
pressuposto que algumas pessoas, seja em razão de experiência ou da condição psíquica, 
não teriam o discernimento necessário para praticar certos fatos ou praticá-los sozinhas. 
Para proteger essas pessoas, apesar delas terem a capacidade de gozo, não terão ou 
terão de forma limitada a capacidade de exercício. 
De outro jeito, o direito busca dar proteção (argumento protetivo), evitando que haja 
prejuízos causados por pessoas não capacitadas (fazer um contrato, se casar, elaborar um 
testamento...). 
Exemplo: 
Com dez anos, a criança pode ser credora ou devedora de alguém (titularizar direitos ou 
deveres), mas não pode fazer um contrato a partir do qual se tornará credora ou devedora. Isso 
porque o contrato jurídico é um dos fatos da vida civil que exigem, para que seja um ato válido, 
que o sujeito se enquadre no conceito de capacidade de fato. 
Diz-se que o ato existe, mas é um ato inválido. Então pode ser que ele não produza 
efeitos, a depender do caso. 
O ordenamento considera que existem graus diferentes de capacidade. No art. 3º, dispõe 
acerca dos absolutamente incapazes, e no art. 4º, estabelece o conceito de relativamente 
incapazes. 
Absolutamente incapazes 
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 
16 (dezesseis) anos. 
O ato praticado por um absolutamente incapaz é considerado nulo, não produzindo 
quaisquer efeitos jurídicos por não alcançar o plano da eficácia. 
 
2
 2015.1 | Joana, quinze anos, ficou grávida de Paulo, que tem dezessete. Analise esta 
situação considerando as possibilidades envolvendo a capacidade de exercício [10 linhas]. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
14 
 
Os indivíduos absolutamente incapazes possuem um representante. O ato praticado pelo 
representante é considerado válido e produz efeitos. 
Relativamente incapazes 
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
O ato praticado por um relativamente incapaz é anulável. Produz efeitos até que o 
interessado (o relativamente incapaz) reclame. 
Os indivíduos relativamente incapazes possuem um assistente. O ato praticado pelo 
assistente é considerado válido e produz efeitos. 
A lei nº 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência alterou substancialmente a 
redação original dos art. 3º e 4º do Código Civil, na medida em que limitou as hipóteses dos 
absolutamente incapazes a apenas os menores de 16 anos de idade. 
É de se registrar que a Lei nº 13.146/2015 retirou do rol de absolutamente incapazes as 
situações de transtornos mentais, movendo, com ajustes na redação, para o rol de 
relativamente capazes. 
Por essa razão, o art. 4º teve suas hipóteses ampliadas com a Lei nº 13.146/2015, 
conforme demonstrado a seguir: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
A definição da idade para a incapacidade absoluta e da incapacidade relativa é uma 
presunção da lei, tomando por base a falta de experiência ou discernimento da pessoa para 
praticar certos atos. 
 Antes, a capacidade plena era alcançada com 21 anos, mas o Código de 1916 reduziu a 
idade para 18 anos. Por outro lado, a idade para alcançar a capacidade relativa se manteve 
fixa em 16 anos. 
Assim, atualmente, a faixa que define o relativamente incapaz se tornou bem curta 
(apenas 2 anos), o que destoa, inclusive, com outros ordenamentos, onde as pessoas se 
tornam relativamente incapazes com 14 e até 12 anos de idade. A sugestão de alguns 
doutrinadores é que se reduza a idade limite, que hoje é de 16 anos. 
O professor acredita que a definição da idade para uma pessoa deixar de ser 
absolutamente incapaz é um problema insolúvel, porque no afã de proteger o inexperiente, 
atribui-se uma idade que abrange muitos atos simples - negócios jurídicos firmados por 
pessoas absolutamente incapazes, tornando-os, em tese, nulos, a exemplo das crianças que 
compram lanches na escola. 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
A grande dificuldade de enquadramento aos fatos jurídicos se dá pela falta de objetividade 
dos termos abstratos utilizados: i) quando se considerar que uma pessoa é ébrio habitual? ii) 
quando considerar que uma pessoa se tornou viciada em tóxico? Ou que a causa é transitória? 
A ideia é que se considere que uma pessoa seja ébrio habitual ou viciado em tóxico a 
partir do momento em que ela chegue a uma situação extrema de não conseguir realizar 
atividades básicas do dia-a-dia: Passa a vender seus bens, não consegue mais ir ao trabalho 
ou à escola pela falta de controle do uso do álcool ou drogas. 
O art. 3º, II, CC1916 foi transferido para o art. 4º, II, CC2002, medida que vários 
doutrinadores consideram um grande equívoco, uma vez que permitirá que atos praticados por 
pessoas impossibilitadas de exprimir sua vontade produzam efeitos no mundo jurídico. É bem 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
15 
 
verdade que a lei prevê a participação do assistente, mas há de se convir que uma pessoa que 
se enquadra na hipótese desse inciso não terá condições de procurar um assistente. 
Da forma como está o código, uma solução seria o juiz ignorar os atos praticados e 
nomear um representante ao invés de um assistente, senão a pessoa não vai conseguir 
produzir ato nenhum. Entretanto, o ideal seria que esses conteúdos retornassem para o art. 3º. 
Resumo 
No art. 3º, II e III (absolutamente incapaz) 
No art. 4º, II e III (relativamente incapaz) 
 
IV - os pródigos. 
Pródigas são pessoas que gastam o dinheiro sem controle, dispersandoseu patrimônio, 
ao ponto de não manter sequer o mínimo para seu sustento. Exemplos clássicos de atos 
praticados por um pródigo são a compulsão ou o vício em jogos, 
A limitação do pródigo não é da mesma espécie que os anteriores. Apenas se revela 
para atos relacionados ao descontrole associado ao patrimônio, a exemplo de alienação 
de bens. 
Fez uma crítica aos herdeiros que se valem dessa suposta proteção para evitar o 
esvaziamento dos seus futuros bens, não respeitando a autonomia privada do suposto pródigo, 
afigurando-se muito mais em proteção dos interesses de terceiros que propriamente dos 
interesses do suposto pródigo. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
A regulamentação da capacidade dependerá do grau de integração ao processo 
civilizatório. 
Assim, os indígenas que ainda se mantêm isolados da civilização devem ser considerados 
absolutamente incapazes, necessitando que a FUNAI atue como seu representante, ao passo 
que o indígena que já possui integração com a civilização seguirá normalmente as regras 
de capacidade do CC2002. 
Saída da pessoa com deficiência mental da condição de absolutamente incapaz 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei nº 13.146/2015 é a regulamentação da 
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência que ingressou no 
nosso ordenamento com status de Emenda Constitucional. 
Essa lei promoveu as alterações dos art. 3º e 4º do CC2002, alterando o enquadramento 
de algumas pessoas no que diz respeito ao grau de capacidade civil. 
Com as mudanças, a regra passou a ser a capacidade e, não, a incapacidade. 
A lei objetiva promover a autonomia da pessoa com deficiência, resguardando as 
atrocidades sofridas por essas pessoas em passado recente. 
A autonomia não é dada de forma plena, podendo o juiz, à luz do caso concreto, 
especificar em que a pessoa deverá ter a capacidade limitada. Assim, o juiz não pode mais 
declarar indiscriminadamente que a pessoa acometida por doença mental é absolutamente ou 
relativamente incapaz. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
16 
 
Vídeo sobre “Colônia – Manicômio em Barbacena (MG)” (1979) 
Atribuir a condição de uma pessoa como incapaz reforça a possibilidade dela ser direcionada e 
mantida em instituições como a Colônia em Barbacena. 
Na “Colônia”, muitas pessoas sequer foram consideradas incapazes e foram internadas. 
Na “Colônia” morreram dezenas de milhares de pessoas. 
O processo de interdição de uma pessoa incapaz é regulado pelo CPC. Nomeia-se um 
curador. (Não cai na prova por ser CPC). 
A própria pessoa não pode pedir a interdição. As pessoas permitidas para pedir estão 
relacionadas, assim como as que podem pedir a suspensão (em rol menor que as que 
solicitaram). 
2.9. A cessação das incapacidades e a emancipação 
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática 
de todos os atos da vida civil. 
� O art. 5º trata apenas dos atos da vida civil. 
Assim, os atos regulados por outros ramos do direito não serão regidos pelas regras 
de capacidade/incapacidade do Código Civil, a exemplo da possibilidade de uma pessoa 
com 16 anos (relativamente incapaz) votar ou, ainda, de um menor emancipado (habilitado 
para à prática de todos os atos da vida civil) não poder tirar habilitação para dirigir antes de 
completar 18 anos. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
• Emancipação concedida pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial; 
o Prescinde da autorização do juiz, mas requer instrumento público. 
• Por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
o Tutor é pessoa capaz nomeada pelo Estado para tomar conta dos interesses 
do menor (incapaz) que ficou arrimo dos pais. 
� O curador é para maiores incapazes. 
o É necessária a autorização do juiz, porque, às vezes, os tutores só querem 
emancipar os menores para se livrarem. 
• A emancipação é irretratável. 
• A emancipação só alcança os atos civis. 
• O fato de emancipar não exclui os direitos que o menor tem e não possibilita que o 
menor alcance todos os direitos dos adultos. 
o O Estatuto da Criança permanece regendo seus direitos de menor. 
o Não pode tirar carteira de habilitação de dirigir. 
II - pelo casamento; 
• Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem se casar, exigindo-
se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto 
não atingida a maioridade civil. 
• Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não 
alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena 
criminal ou em caso de gravidez. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
17 
 
o Exemplo esdrúxulo – o estuprador não seria condenado se casasse com a 
menina menor de idade que foi vítima do estupro. 
o � No caso de um menor, de 17 anos, que transou com menor, de 14 anos:: 
será aplicada medida de segurança, já que menor de 18 não sofre sansão 
penal. 
• Em casos de separação antes da maioridade, mantém-se a emancipação. Mas em 
casos de anulação do casamento, a emancipação também é considerada um ato nulo. 
• Em caso de casamento putativo, descobrindo-se depois, para o nubente de boa-fé 
os efeitos da emancipação não cessam. 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
• Só fazia sentido quando a maioridade era com 21 anos, já que na prática os editais 
dos concursos públicos exigem a maioridade. 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
• Na prática, perdeu sentido com a redução da maioridade de 21 para 18 anos, pela 
inviabilidade de uma pessoa concluir o ensino superior com menos de 18 anos. 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
• Exemplo de jogadores de futebol ou artistas mirins que firmam contratos, ainda bem 
jovens. 
 
• Emancipação ou interdição deverão ser registradas. 
Art. 9o Serão registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
3. Os direitos da personalidade 
3.1. Considerações iniciais 
São titularizados por todo sujeito que seja pessoa. 
3.2. Escorço histórico 
Os direitos da personalidade foram conquistados ao longo do tempo e se tornaram fruto 
de lutas pela proteção de direitos. 
A discussão sobre direitos da personalidade se próxima daquela acerca dos direitos 
humanos e direitos fundamentais, o que mantém uma identidade entre elas, muito embora uma 
não englobe a outra necessariamente. 
Boa parte dos direitos da personalidade está na CF88, com status de direitos 
fundamentais. 
Inicialmente, os direitos da personalidade tiveram um contexto pautado para pessoa 
humana, mas que se aplicam, por equiparação, às Pessoas Jurídicas, no que couber (art. 52). 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
18 
 
3.3. Fontes 
Teoria monistaSustenta que existe apenas um direito da personalidade, e que esse tem suas diversas 
manifestações. 
Teoria pluralista 
Defende que cada direito da personalidade é independente dos demais, de modo que 
existiriam vários direitos da personalidade. 
Observação 
Muito mais construção da doutrina do que uma expressão legal do Código Civil. De outro giro, o 
Código não adotou nenhuma das teorias. 
Mais importante que essa distinção é saber se a lista é fechada ou exemplificativa. 
Se a lista for considerada exaustiva, um direito não listado não seria direito da 
personalidade. 
3.4. Características 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
• Inatos – direitos prescindem de requisitos, além de nascer com vida; 
• Inalienáveis – direitos que não podem ser alienados; 
• Intransmissíveis – direitos que não podem ser transmitidos; 
• Indisponíveis – não se pode abrir mão dos direitos; 
• Imprescritíveis – não importa quanto tempo passe, você sempre pode requerer seu 
direito de personalidade. 
• Extrapatrimoniais – direitos que não têm valor econômico; 
• Vitalícios – direitos que se mantêm por toda a vida. 
Até o morto tem direito. Exemplo, o direito à honra, que pretende evitar uma mancha à 
imagem de uma pessoa que faleceu. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar 
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste 
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
3.5. Tutela jurídica 
Até que ponto os direitos são absolutos? Até que ponto eles são absolutamente 
intransmissíveis? 
É natural que no primeiro momento, em que os direitos ainda não estão definitivamente 
garantidos (considerando-se cenário de política absolutista, por exemplo), a realização da 
proteção seja “negativa”, objetivando primordialmente que os direitos não sejam violados. 
Assim, evitar a violação é apenas um ponto de partida. 
Com o tempo, apenas esse aspecto deixa de ser suficiente, necessitando uma tutela 
positiva para que o sujeito possa utilizar seus direitos dentro de uma determinada autonomia 
de vontade. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
19 
 
 
� Para garantir o desenvolvimento da personalidade é necessário evitar a violação como 
ponto de partida e que seja assegurado ao sujeito a possibilidade de dispor de seu direito do 
modo que lhe convier, dentro de um limite. 
3.6. Direito ao Corpo 
O direito ao corpo está disposto nos art. 13 a 15 do CC2002. 
Em regra, há uma vedação da transmissão do próprio corpo. Avalia-se, para tanto, se a 
transferência importa diminuição permanente ou contraria os bons costumes. 
Exemplos: Venda de cabelo, doação de sangue, de esperma ou leite materno não 
configuram diminuição permanente da integridade física; 
• No caso do sangue, esperma e leite materno, só se admite a doação, para evitar que 
a comercialização faça com que a medida só alcance a parcela da população com 
melhores condições financeiras. 
CC – Direito ao Corpo 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no 
todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou 
a intervenção cirúrgica. 
Transferência de partes do corpo 
A lei nº 9.439/97 dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano 
para fins de transplante e tratamento. 
• Doação de órgãos pós-vida 
o Em tese, a pessoa decidiria em vida se irá doar os órgãos. Na prática, a 
família acaba decidindo; 
o A pessoa não pode escolher para quem quer doar seus órgãos. 
• Doação de órgãos em vida 
Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e 
partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes 
consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra 
pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. (Redação dada 
pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001) 
§ 1º (VETADO) 
§ 2º (VETADO) 
§ 3º Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de 
partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de 
continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
20 
 
suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e 
corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora. 
§ 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas, 
especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada. 
 
o O art. 9º da lei estabelece que o sujeito pode doar para o cônjuge e para os 
parentes até 4º grau, podendo ser apreciadas judicialmente outras 
circunstâncias. 
o Para doar para uma pessoa que não está na regra acima, deve-se apurar se 
há um laço afetivo. 
o Vender prejudicaria a doação para quem não tem recursos financeiros. 
 
Grau de parentesco 
Parentesco é a relação que vincula entre si as pessoas que descendem do mesmo tronco ancestral. 
Pode ser em linha reta ou colateral. 
Em linha reta, contados infinitamente, por graus. Ex. Pai e Filho (1º grau), Avó e neta (2º grau); 
Em linha colateral, contados em graus até o 4º grau, devendo-se chegar até um ancestral em 
comum: Ex. Os primos estão em linha de parentesco colateral de 4º grau, já os irmãos, em 2º grau; 
Cirurgia Estética 
Em alguns casos, gera diminuição permanente de parte do corpo e não é por exigência 
médica. 
Os casos em que uma mulher implanta o silicone não se enquadram na hipótese, pois não 
há diminuição. 
Disposição do Corpo para fins profissionais 
É de se discutir se a disposição do corpo é relevante para o exercício da profissão. 
Exigir que a secretária pinte e corte seu cabelo é bem diferente de um ator que perde peso 
para desempenhar um papel; 
Dica de filme 
O operário 
Mudança de sexo 
Uma primeira discussão diz respeito ao preconceito de muitas pessoas à mudança de 
sexo, alegando que essa disposição feriria os bons costumes, o que se afigura um absurdo, em 
se tratando de uma civilização do século XXI. 
Por outro lado, pondera-se que a cirurgia de mudança de sexo não pode ser realizada 
sem um acompanhamento profissional. 
Fato é que a adequação do corpo físico ao gênero psicológico se enquadra absolutamente 
nos direitos de personalidade. 
Integridade física 
Há situações em que pessoas permitem a violação de sua integridade física por motivos 
diversos: 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
21 
 
• Colocação de alargador de orelha; 
• Pessoas sadomasoquistas; 
• Cultos religiosos; 
• Tatuagem (rasga a pele) 
Tratamento médico 
O Art. 15 estabelece que ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de 
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
Um casoque sempre vem à baila é a situação dos “testemunhas de Jeová”, que por 
questões religiosas não podem receber sangue de outras pessoas. 
Seria razoável desconsiderar a vontade do particular, atribuindo peso maior ao direito à 
vida que à sua liberdade religiosa? E mais, por que não considerar que o direito à vida seria em 
verdade o direito à vida digna, de modo que acatar o desejo da pessoa em não ser tratada 
seria dar a ela o seu direito à vida digna? 
Observação 
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina aprovou uma resolução de Diretivas Antecipadas de 
Vontade, que funciona como uma espécie de testamento vital. 
Citou a questão do dever de informar sobre as possibilidades do procedimento. Causar 
impotência, queloides, etc. 
Experimentação humana 
No Brasil, a pessoa tem que ser voluntária. Assim, normalmente, quem se submete à 
experimentação são as pessoas que, em tese, podem se beneficiar com o tratamento. 
Pacto de gestação por substituição 
Conhecida como “barriga de aluguel”, a disposição desse direito de personalidade deve 
ser gratuitamente e com laços consanguíneos de, no máximo, de 2º grau. 
De quem seria o filho? 
Juridicamente falando não há dúvidas. Quem gestou não tem relação com a criança 
gestada. A concepção é feita em vítreo, com óvulo e espermatozoides do pai e da mãe. 
3.7. Direito ao Nome 
O direito ao nome está disposto nos art. 16 a 19 do CC2002 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações 
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
O direito ao nome é independente do registro e está protegido pelo direito de 
personalidade. 
O pseudônimo e a alcunha também gozam da mesma proteção que se dá ao nome. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
22 
 
Pseudônimo vs. Alcunha 
Pode ser integrado ao nome da pessoa 
Exemplos: 
 Luis Inácio Lula da Silva 
 Maria das Graças Xuxa Meneguel 
Observação 
Se o pseudônimo for utilizado para fins ilícitos, não gozará da proteção que se dá ao nome. 
O nome pode ser modificado em situações bem específicas. Existe uma preocupação em 
não flexibilizar a alteração por proteção ao direito de terceiros. 
• Ao completar 18 anos, a pessoa pode, por um período de um ano, alterar seu nome. 
• O transexual tem direito à mudança de nome. 
o Quando há a mudança de sexo, está pacificada a possibilidade de alteração. 
o Mas quando não há mudança de sexo, o transexual ainda precisa recorrer ao 
judiciário para alterar seu nome. 
• A pessoa que tem um nome que expõe a constrangimento ou ao ridículo. 
o Facebookisson; 
• Estrangeiro que se naturaliza brasileiro. 
Os art. 17 e 18 estão relacionados à proteção ao nome. 
• Em regra, não se pode usar o nome de alguém. 
• O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou 
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja 
intenção difamatória. 
o A menos que seja para noticiar fatos, como informar a participação de 
políticos em crimes de desvio de dinheiro e corrupção. 
• Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
o O que significa dizer que com autorização é possível usar o nome 
comercialmente. 
• O direito de proteção ao nome pode ser estendido às pessoas jurídicas. 
o O nome tem direito à proteção pelos direitos de personalidade. 
o O nome agrega valor à marca. 
o Marca está dentro do direito intelectual, da propriedade industrial. 
3.8. Direito à Imagem e à honra3 
O direito à imagem e à honra está disposto no art. 20. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da 
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a 
utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da 
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem 
a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa 
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
Falar em imagem possui duas abordagens distintas: 
 
3
 2015.1 | Mário, filiado ao partido político X, teve, sem que tenha autorizado, sua foto 
publicada numa matéria jornalística em que se falava sobre militantes do partido político Y, 
como se fosse ele um deles. Explique que medidas por Mário tomar [10 linhas]. 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
23 
 
• Imagem-retrato é a reprodução da imagem física da pessoa (foto, escultura, etc.), 
considerada por alguns autores como sendo a personalidade individual; 
• Imagem-atributo não é tratada necessariamente como algo físico, mas, sim, como a 
forma pela qual a pessoa é vista pela coletividade, ou ainda um conjunto de 
características que a comunidade costuma associar a determinado indivíduo. Por isso, 
há autores que definem como a personalidade social. 
• O fato de um desses aspectos ser violado não implica que o outro também tenha sido. 
Por outro lado, quando se fala de honra, a doutrina costuma classificar em: 
• Subjetiva associada ao sentimento do indivíduo; 
• Objetiva é medida pela má impressão que pode gerar na sociedade em função da 
exposição; 
Não confundir imagem com honra, pois não são sinônimos. 
Estudo de caso 
Caso de um rapaz que pediu reparação por terem veiculado uma foto dele em frente a um bar, 
cuja propaganda era de novo point gay. 
O juiz não concedeu a sentença por ofensa à honra, mas por violação à imagem-atributo. 
Importante 
Quando existe foto ou filmagem dentro do contexto de um evento público não há violação. 
Proteção da voz está amparada pelos mesmos artigos do direito à imagem. 
Exemplo do dublador do Homer Simpson. Alegou que o contrato dele era para a série na 
TV. Como estavam usando em Boxes, ele pretendia receber mais. 
Imagem, voz, honra têm interpretação restritiva, totalmente vinculada ao contrato. 
Decisões absurdas 
Resp nº 270.730 – Rio de Janeiro 
Maitê Proença posou para a revista Playboy. Anos depois, a revista publicou uma das fotos em uma 
revista de veiculação de massa. 
Ela pediu danos materiais pela veiculação sem pagamento (alegando que o contrato era restrito à 
divulgação na revista Playboy), e danos morais por expor em revista com contexto diferente da Playboy. 
Ela ganhou, mas o destaque (negativo) fica para o desembargador do TJRJ, diante da perplexidade 
da decisão esdrúxula que proferiu. 
RECUPERAR 
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Na mesma linha, tem-se uma decisão em um caso impetrado pelo jogador de futebol Richarlyson. 
Nessa o magistrado demonstra total despreparo e fundamentação preconceituosa e discriminatória. 
RECUPERAR 
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3.9. Direito à Privacidade 
 O direito à privacidade está disposto no art. 21 do CC2002 
DIR111 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
Anotações da 1ª avaliação [ Helson ] 
24 
 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, 
adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide 
ADIN 4815) 
 
 
Duas vertentes: 
• Para garantir que fatos da nossa vida não sejam revelados; 
• Para assegurar o direito de a pessoa ficar só, sem ser incomodada. Uma espécie de 
espaço sem interferência de terceiros. 
Distinção entreprivacidade e intimidade. 
� A intimidade é algo ainda mais nuclear da vida da pessoa. 
Acredita-se que o direito à privacidade esteja no terreno mais pantanoso, porque o modo 
como a sociedade moderna lida com a privacidade é bem diferente como as pessoas mais 
conservadoras o fazem. O conceito de privacidade acaba sendo relativo e passeia na questão 
da disponibilidade. 
Discussão acerca da extensão da privacidade. 
O fato de algo da vida privada das pessoas acontecer em ambiente público, não implica 
dizer que não esteja protegida pelo direito da personalidade. 
Caso real 
Art. 20 e 21, CC 
Associação Nacional dos Editores de Livros. 
Biografias não autorizadas. 
STF decidiu que SIM. Não se revogou nada dos artigos, mas permitiu-se a biografia. 
Indenizar pode não sanar o dano causado à personalidade da pessoa. 
 
Importante - Direito ao esquecimento. 
Direito a que fatos do seu passado não sejam trazidos à tona na atualidade. 
Exemplo: 
Filme de Xuxa, em que ela seduz um adolescente de 15 a 16 anos. 
3.10. Morte 
3.10.1. Noções gerais 
A noção de morte para efeitos de fim da personalidade está disposta principalmente nos 
art. 6º, 7º e 8º, muito embora muitos conceitos estão dispersos em outras legislação. 
Em havendo a morte cessa a existência da pessoa, cessando, salvo exceções, a sua 
personalidade. 
Existe a obrigatoriedade do registro de óbito, assim como ocorre no nascimento.

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