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DIREITO CONSTITUCIONAL II - DOS SLIDES

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I – DIREITOS POLÍTICOS
Direitos políticos são prerrogativas jurídico-constitucionais, verdadeiros direitos públicos subjetivos que traduzem o grau de participação dos cidadãos no cenário governamental do Estado.
Constituem o reflexo do conjunto de normas que disciplinam os problemas eleitorais e prescrevem o modo de atuação da soberania popular.
1 Classificação do direitos políticos
Os direitos políticos, dividem-se em positivos e negativos.
1.1 Os direitos políticos positivos são o conjunto de normas jurídicas que asseguram a participação do povo no cenário eleitoral do Estado.
Embora o direito de propor ações populares (CF, art. 5º, XXIII) e o, direito de organizar e participar de partidos políticos (CF, art. 17, caput) sejam formas genuínas e eloquentes de manifestação da soberania popular, eles não integram o cerne dos direitos políticos positivos, ainda que tenham pontos de contato com a mesma.
A essência dos direitos políticos apenas compreenda o direito de sufrágio, os sistemas eleitorais e o procedimento eleitoral.
1.1.1 Direito de sufrágio, é direito público subjetivo democrático de votar (eleger) e de ser votado (eleito).
a) natureza jurídica do sufrágio, é um direito público subjetivo, de natureza democrática e política, que encontra seu fundamento na soberania popular e no princípio representativo. No caput do art. 14 da CF, vislumbra-se como o modo, por excelência da soberania popular.
Trata-se do veículo de implementação do princípio representativo, por meio do qual todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Carta Magna (CF, 1º, parágrafo único).
A natureza jurídica do sufrágio não se confunde com o direito de voto e com o escrutínio.
- o direito de voto é o direito de votar ou de manifestar a vontade em eleições, plebiscitos e referendos, representa o exercício do direito de sufrágio.
- o escrutínio é em sentido restrito, o ato de contagem dos votos. No sentido amplo é uma das fases do procedimento eleitoral, englobando a apuração, a abertura, o depósito, o recolhimento e a contagem dos votos.
1.1.2 Espécies de sufrágio
a) Quanto à amplitude:
- o Universal, que é o direito de votar e de ser votado é amplo e irrestrito, independentemente do nascimento, nome de família, grau de cultura, status econômico, raça, sexo, religião ou qualquer outra capacidade específica ou condição especial discriminatória.
- o Restritivo (censitário ou capacitário), ou também qualificado, que é aquele em que o direito de votar ou de ser votado é conferido, apenas, aos ricos, bem nascidos ou detentores de capacidades especiais.
O censitário é baseado na posse de bens móveis ou imóveis, no montante dos impostos pagos e na aferição da renda.
O capacitário é alicerçado em atributos intelectuais (só vota quem tem certo grau de instrução). 
No Brasil, vigorou o sufrágio censitário, na vigência da Carta de 1824, só podia votar para deputado e senador quem tivesse renda líquida anual de 200 mil réis por bem de raiz, indústria ou emprego.
Quanto ao capacitário, até a EC 25 de 1985, que deu direito de voto ao analfabeto (capacidade eleitoral ativa), não lhe permitindo, contudo, disputar eleições (capacidade eleitoral passiva).
b) Quanto à igualdade:
- O Igual, ou seja, o sufrágio é um direito reconhecido a todos, com os mesmos pesos e medidas. A nenhum eleitor é atribuído um voto que valha mais do que o de outro. A cada homem corresponde um voto. O Código Eleitoral de 1932, que consagrou, no Brasil, o voto feminino.
- O Desigual, ou seja, no qual uma mesma pessoa vota mais de uma vez, e o seu voto tem o mesmo valor do que o dos outros. Típico dos regimes antidemocráticos e elitistas.
1.1.3 Direito de sufrágio e as capacidades eleitorais ativa e passiva
a) Direitos políticos ativos, dizem respeito de votar em eleições, plebiscitos e referendos. Revela a capacidade eleitoral ativa, que é o grau de participação do cidadão na democracia representativa (art. 1º, parágrafo único da CF). 
Na prática, o título de eleitor foi extinto pelo STF, o Supremo, por 8 votos a 2, decidiu que, para votar, o eleitor deve apresentar, somente documento oficial com fotografia, ou seja, carteira de identidade, carteira de motorista, carteira de trabalho, carteira funcional ou outro documento qualquer equivalente. O Ministro Cezar Pelusso, diz que o título de eleitor ainda continua formal. Sem título eleitoral é possível votar desde e quando apresente documento com foto. A recíproca não é verdadeira, pois se o eleitor comparecer à seção eleitoral, apenas, com o título de eleitor, ele não exercitará o direito fundamental ao voto (STF, ADI 4.467/DF, Rel. Min. Ellen Gracie.
b) Direitos políticos passivos, traduzem o direito de ser votado, ou seja, a capacidade eleitoral passiva dos cidadãos. Seus titulares são aqueles que preenchem as condições legais e constitucionais para serem elegíveis ou eleitos.
b.1) Elegibilidade, é a possibilidade de o cidadão ser votado em pleitos eleitorais, observadas as condições exigidas para o gozo dessa capacidade eleitoral passiva (CF, art. 14, § 3º).
b.2) Condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 3º), são requisitos legais e constitucionais que tornam o cidadão apto a pleitear mandatos políticos.
1 Nacionalidade brasileira (art. 14, § 3º, I), ou seja, apenas os que têm a nacionalidade brasileira e os portugueses equiparados podem concorrer às eleições. Existem certos cargos que são privativos para brasileiros natos (CF, art. 12, § 3º).
2 Pleno exercício dos direitos políticos (CF, art. 14, § 3º, II).
3 Alistamento eleitoral (CF, art. 14, § 3º, III), só pode concorrer em pleitos eleitorais quem apresentar seu título de eleitor, comprovando, assim, que é inscrito nos quadros da Justiça Eleitoral. Alistamento é um pressuposto da elegibilidade. Para concretizar-se, o nacional deve tomar a iniciativa de obter o seu título de eleitor, pois, no Brasil, o juiz eleitoral não tem competência para inscrever eleitores ex officio.
4 Domicílio eleitoral na circunscrição (CF, art. 14, § 3º, IV), o candidato deve encontrar-se domiciliado no lugar onde irá concorrer ao cargo eletivo, desse modo, busca-se a autenticidade da representação popular, pois os eleitores devem escolher os seus conterrâneos e não pessoas alheias aos interesses e aspirações da comunidade.
5 Filiação partidária (CF, art. 1, § 3º, V), ninguém pode candidatar-se a cargos eletivos sem partido político. A Constituição de Portugal permite as candidaturas avulsas para a Presidência da República, facultando aos candidatos dirigirem-se diretamente aos eleitores, sem a necessidade de filiação partidária.
6 Idade mínima (CF, art. 14, § 3º, VI, a, b, c e d), ou seja, 35 anos para Presidente da República, Vice-Presidente da República e senador; 30 para governador e vice-governador de Estado e do Distrito Federal; 21 para prefeito, vice-prefeito, Juiz de Paz, deputado federal, estadual ou distrital; e 18 para vereador. O Tribunal Superior Eleitoral concluiu que a idade mínima, como condição de elegibilidade, há de estar atendida na data do certame eleitoral e não na do alistamento ou mesmo na do registro. É no dia do pleito eleitoral, não na data da posse, alistamento ou registro, que se deve aferir a idade mínima para que alguém possa ser votado.
Todos esses requisitos são taxativos. Só o legislador constituinte tem competência para dispor sobre as condições de elegibilidade, Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas não podem inovar nestas questões.
b.3) Exercício do sufrágio: o direito de voto. O direito de voto manifesta-se:
- nas eleições para a escolha de governantes;
- nas consultas populares, quando são acionados mecanismos da democracia semidireta (plebiscitos e referendos); e
- nas assembleias legislativas, em que os representantes, no exercício do mandato político, aprovam leis, cumprindo atos inerentes à capacidade eleitoral passiva, da qual foram investidos.
b.3.1 Natureza do voto. O voto é ao mesmo tempo um direito político subjetivo,que decorre da soberania popular, e um dever sociopolítico, no qual os eleitores, maiores de 18 anos e menores de 70 anos de idade, têm a obrigação de escolher os governantes (CF, art. 14, § 1º, I).
b.3.1.1 Característica do voto:
1 Direto (art. 14, caput). Deve ser emitido pela escolha própria e independente do eleitor, sem participações externas. Mas a Carta Magna de 1988 excepciona a regra do voto direto no seu art. 81, § 1º, quando consagra a possibilidade de o Congresso Nacional, na forma da lei, eleger o Presidente e o Vice-Presidente da República, no prazo de 30 dias, em caso de vacância desses cargos, nos últimos dois anos do período presidencial. O mesmo se aplica à escolha pela Assembleia Legislativa para governador e vice-governador.
2 Pessoal (art. 14, caput), ou seja, ninguém pode outorgar procuração a outrem para votar, pois o exercício do direito de sufrágio é direto, personalíssimo e intransferível. Daí exige-se o título de eleitor para aferir se foi a própria pessoa que compareceu nas cabines de votação.
3 Secreto (art. 14, caput), o voto deve ser emitido em sigilo, porque nem o seu autor nem terceiros devem revelá-lo de modo fraudulento. Busca-se assim, evitar intimidações e subornos e para que isto aconteça, exige-se o uso de cédulas oficiais, isolamento do eleitor em cabine indevassável, verificação da autenticidade da cédula oficial e o uso de urnas que assegurem a inviolabilidade do sufrágio.
4 Igual (art. 14, caput), o voto é igual para todos, porque cada cidadão tem a mesma importância política.
5 Obrigatório (art. 14, § 1º, I) em regra, o voto é obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos de idade.
6 Livre, ou seja, o ato de votar é livre. A escolha por um candidato, dentre vários, só diz respeito ao eleitor.
7 Facultativo, (art. 14, § 1º, II, a, b e c), o voto é facultativo para analfabetos, maiores de 70, maiores de 16 e menos de 18 anos de idade.
8 Periódico, (art. 60, § 4º, II), o voto é periódico, porque o exercício o direito de sufrágio baseia-se na temporariedade dos mandatos eletivos, os quais têm prazo determinado para se extinguir.
b.3.2. Plebiscito e referendo: formas de exercer o voto. Merecem exame particularizado o plebiscito e o referendo, duas formas de exercício do direito de voto, o que a iniciativa popular não é.
1 Iniciativa popular (CF, art. 14, III), é uma modalidade que não se efetiva pelo exercício do voto. Por seu intermédio, o povo, apresenta projetos de lei ao Poder Legislativo. Para tanto, é necessário haver um número razoável de eleitores, pois o projeto precisa ser subscrito por no mínimo, 800 mil eleitores, aproximadamente, ou seja, 1% do eleitorado nacional, distribuídos pelo menos em 5 Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles (CF, art. 61, § 2º). No âmbito do processo legislativo estadual, a lei deverá dispor sobre a iniciativa popular. Quanto aos Municípios, cumpre à Lei Orgânica Municipal regular o instituto, adequando-o ao interesse especifico da municipalidade, cidade ou bairro, pela manifestação de, pelo menos, 5% do eleitorado.
2 Plebiscito (art. 14, I da CF), é uma consulta prévia aos eleitores sobre assuntos políticos ou institucionais antes de a lei ser elaborada. As perguntas são diretas e o povo responde, apenas, sim ou não. Cumpre ao Congresso Nacional formular os questionamentos (art. 49, XV da CF).
Preceitos Constitucionais Relativos ao Plebiscito
- Competência privativa do Congresso: compete, privativamente, ao Congresso Nacional autorizar referendos e convocar plebiscitos (art. 49, XV da CF);
- Plebiscito do art.2º do ADCT: Realizou-se quando se optou pela forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País.
- Plebiscito do art. 18, § 3º da CF:  Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
- Plebiscito do art. 18, § 4º da CF: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
- Criação de Município ad referendum: “Não parece compatível com a Constituição Federal o diploma legislativo que cria município ad referendum de consulta plebiscitária” (STF, ADI 1.373 – MC, Relator Min. Francisco Rezek, DJ de 31 – 5- 1996.
3 Referendo (art. 14, II da CF), é uma confirmação de assunto já transformado em lei. Faz-se uma consulta ao povo para que ele ratifique ou rejeite determinado ato legislativo. Os eleitores respondem sim ou não, decidindo sobre a matéria, previamente aprovada pelo Congresso Nacional. Até matéria constitucional pode ser referendada, inclusive, emendas constitucionais (art. 49, XV).
4 Eleitorado, é o conjunto dos cidadãos que exercitam o direito de sufrágio. Distribui-se em:
4.1 Zonas eleitorais, que organizam o exercício do voto, propiciando ao eleitor a comodidade no momento de votar.
4.2 circunscrições eleitorais, distribuem os eleitores no território nacional. Assim, nas eleições presidenciais, a circunscrição será o País; nas federais e estaduais, o Estado, nas distritais, o Distrito Federal, nas municipais, o Município.
Não existem “corpos eleitorais”, ou seja, organismos centralizadores das eleições, inseridos na estrutura do próprio Estado.
Sistemas Eleitorais
Sistema eleitoral é o conjunto de técnicas aplicadas à eleição.
Eleição, por sua vez, é o procedimento técnico de escolha de pessoas para um cargo.
O sistema eleitoral visa organizar a representação do eleitor no território nacional. Pode ser de três tipos:
a) Sistema Majoritário, em que os candidatos que obtiverem a maioria absoluta ou relativa dos votos válidos representam o povo na circunscrição ou no distrito eleitoral.
No Brasil, o sistema majoritário aplica-se:
a.1) por maioria absoluta, para a eleição de Presidente e Vice-presidente da República (CF, art. 77); governador e vice-governador de Estado (CF, art. 28); prefeito e vice-prefeito municipal (CF, art. 29, II).
a.2) por maioria relativa, para a eleição de senadores da República (CF, art. 46, caput) e juízes de paz (CF, art.; 98, III). 
b) Sistema proporcional, é aquele que objetiva garantir a participação dos diversos partidos políticos no Parlamento. Por isso, só é compatível com as circunscrições eleitorais amplas, que buscam eleger inúmeros candidatos. 
Aplica-se nas eleições para:
- deputados federais (CF, art. 45)
- deputados estaduais e distritais; e
- vereadores
O maior problema deste sistema é saber quem será o eleito e qual o número de eleitos por partido. Para resolver a problemática, a ordem pública prevê critérios distintos para chegar a uma solução satisfatória:
1 votos válidos, os votos dados ao nome do partido (legenda partidária) e os votos de todos os candidatos reputar-se-ão válidos. Os votos brancos não devem ser computados (CF, art. 77, § 2º).
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. 
§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aqueleque obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
2 Quociente eleitoral ou número uniforme, a proporcionalidade é atingida, porque assegura aos partidos políticos uma representação correspondente à sua força numérica. Basta dividir o número de votos válidos pelo número de lugares a preencher, desprezando a fração igual ou inferior a meio e arredondando para a fração superior a meio.
3 Enquanto o quociente partidário é:
Determina-se para cada partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração (Código Eleitoral, art. 107)
4 A distribuição das sobras, ou método das Médias, é a forma como se distribuem as cadeiras que não puderam ser preenchidas pelo quociente eleitoral nas eleições proporcionais brasileiras. O Código eleitoral brasileiro define:
I – dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido pelo número de lugares por ele obtido, mais um, cabendo ao partido que apresentar a maior média um dos lugares a preencher;
II – repetir-se-á a operação para a distribuição de cada um dos lugares.
§ 1º O preenchimento dos lugares com que cada partido for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida pelos seus candidatos.
§ 2º Só poderão concorrer à distribuição dos lugares os partidos e coligações que tiverem obtido quociente eleitoral.
Ou seja, para cada partido deve-se calcular a média M = Qp / (Cadeiras conquistadas + 1). O partido que obtiver o maior valor de média obterá a primeira cadeira da sobra. Os valores são então recalculados, ajustando número de cadeiras do partido que ganhou a sobra, até que não haja mais sobras.
 Procedimento Eleitoral
- É a sucessão de atos que permitem detectar os eleitos. Desenvolve-se em três etapas:
a) apresentação de candidaturas, designa-se os candidatos de cada partido, o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral (Código Eleitoral, art. 87 até 102), a propaganda eleitoral (Código Eleitoral, art. 240 a 256), o programa e as propostas políticas.
b) escrutínio, engloba a apuração, a abertura, o depósito, o recolhimento e a contagem dos votos (Código Eleitoral, art. 135 a 157; 158 a 283); e
c) contencioso eleitoral, envolve os conflitos de interesses eleitorais, sendo dirimidos pela Justiça Eleitoral, órgão jurisdicional incumbido de primar pela lisura dos pleitos.
1.2 Direitos Políticos Negativos
São o conjunto de normas constitucionais que impedem o cidadão de exercer atividade político – partidária.
Qualificam-se de negativos, pois NEGAM o direito de votar (incapacidade eleitoral ativa) ou de ser votado (incapacidade eleitoral passiva).
- Incapacidade eleitoral ativa, o cidadão não pode votar;
- Incapacidade eleitoral passiva, o cidadão não pode candidatar-se, concorrendo a eleições.
Os direitos políticos negativos veiculam preceitos sobre:
- inelegibilidade;
- privação dos direitos políticos (perda definitiva ou suspensão temporária da elegibilidade).
Inelegibilidades
* Inelegibilidades são impedimentos ao direito de ser votado.
- Inelegibilidade, obsta a elegibilidade (capacidade eleitoral passiva);
- inalistabilidade, impede o direito de votar (capacidade eleitoral ativa); e
- incompatibilidade, impossibilita o eleito de exercer o mandato.
Inelegibilidades:
1 Absoluta
1.1 Inalistáveis (CF, art. 14, § 4º):
- estrangeiros (CF, art. 14, § 2º);
- conscritos (CF, art. 14, § 2º);
- menores de 16 anos (CF, art. 14, § 1º, II, c);
- menores de 18 anos não alistados (CF, art. art. 14, § 1º, II, c);
1.2 Analfabetos (CF, art. 14, § 4º); 
2 Relativa
2.1. Funcional:
2.1.1. Por motivo de reeleição (CF, art. 14, § 5º);
2.1.2. Por motivo do desincompatibilização (CF, art. 14, § 6º);
2.2. Reflexiva:
2.2.1. Cônjuge (CF, art. 14, § 7º);
2.2.2. Parentes consanguíneos ou afins (CF, art. 14, § 7º);
2.3. Militares:
2.3.1. Com menos de 10 anos de serviço (CF, art. 14, § 8º, I);
2.3.2. Com mais de 10 anos de serviço (CF, art. 14, § 8º, II);
2.4. Legais:
2.4.1. Previstas na LC nº 64, de 18/05/1990, alterada pela LC nº 81 de 13/04/1994 (CF, art. 14, § 9º);
Suspensão e Perda dos Direitos Políticos
Suspensão
a) Incapacidade civil absoluta (CF, art. 15, II), quem não responde pelos atos da vida civil demonstra incapacidade para participar do governo de um país.
b) Improbidade administrativa (CF, art. 15, IV), foi uma novidade trazida pela Carta Magna de 1988.
c) Condenação criminal transitada em julgado (CF, art. 15, III), enquanto durarem os seus efeitos, a condenação criminal transitada em julgado constitui uma das causas de suspensão dos direitos políticos. 
Súmula 9 do TSE: a suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em jugado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitado ou de prova de reparação de danos.
Perda:
a) cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (CF, art. 15, I), cancelada a naturalizado, o indivíduo retorno, à condição de estrangeiro. É a Justiça Eleitoral quem decreta a perda nessa hipótese (CF, art. 109, X);
b) aquisição de outra nacionalidade por naturalização voluntária (CF, art. 12, § 4º, II), pois sendo a nacionalidade brasileira pressuposto para a aquisição de direitos políticos, aquele a perde, por decisão administrativa, adquirindo outra por vontade própria, passa a ser estrangeiro. Como o estrangeiro é inalistável, não pode votar, muito menos ser votado.
Os art. 54 e 55 da CF tratam sobre perda de mandato de Deputado Federal e Senador:
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer deseus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
Partidos Políticos
São associações de pessoas, unidas por uma ideologia ou interesses comuns que, organizadas, influenciam a opinião popular e a orientação política do país.
Segundo a CF de 1988, é livre a criação, fusão, incorporação ou extinção dos partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana (art. 17, caput), consagrando o princípio da liberdade partidária, pelo qual nenhuma estrutura de poder pode influenciar, muito menos interferir, na criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, mas se condiciona à preservação da soberania nacional (CF, art. 1º, I), do regime democrático (CF, Preâmbulo e art. 1º, parágrafo único), do pluripartidarismo (CF, art. 1º, III) e dos direitos fundamentais da pessoa humana (CF, art. 5º).
Os partidos políticos, ao se constituírem, terão seus estatutos registrados, adquirindo personalidade jurídica, nos termos do art. 45 do Código Civil. Como sujeitos de direito, têm legitimidade para atuar em juízo, e, se tiverem representação no Congresso Nacional, podem ajuizar mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX).
1. Autonomia partidária, a Carta Magna assegurou aos partidos políticos “autonomia para definir a sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias” (art. 17, § 1º). Assim, os partidos políticos podem estabelecer as normas de filiação e militância e duração do mandato de seus dirigentes. Salienta-se que a Carta Magna não inclui a perda de mandato por infidelidade partidária nem pela infidelidade aos objetivos do partido político.
2. Registro partidário, os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil (no registro civil das pessoas jurídicas), registrarão seus estatutos no TSE (CF, art. 17, § 2º).
3. Recursos do fundo partidário e propaganda eleitoral, os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei (CF, art. 17, § 3º).
Cumpre ao TSE distribuir os recursos do Fundo Partidário aos órgãos nacionais dos partidos (Lei nº 9096/95, art. 41, II). O objetivo do Fundo Partidário é viabilizar verbas para financiar as atividades dos partidos. 
4. Inconstitucionalidade da “cláusula de barreira”, que está na Lei 9096/95 (Lei dos partidos políticos). Essa cláusula restringia o direito ao funcionamento parlamentar, ou seja, cerceava o acesso ao horário gratuito de rádio e televisão, limitando, ainda, a distribuição de recursos do Fundo Partidário.
Também conhecida como cláusula de exclusão ou cláusula de desempenho, é uma norma que impede ou restringe o funcionamento parlamentar ao partido que não alcançar determinado percentual de votos. O dispositivo foi aprovado pelo Congresso em 1995 para ter validade nas eleições de 2006, mas foi considerado inconstitucional pela unanimidade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sob o argumento de que prejudicaria os pequenos partidos. A regra determinava que os partidos com menos de 5% dos votos nacionais não teriam direito a representação partidária e não poderiam indicar titulares para as comissões, incluindo CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito). Também não teriam direito à liderança ou cargos na Mesa Diretora. Além dessas restrições, perderiam recursos do Fundo Partidário e ficariam com tempo restrito de propaganda eleitoral em rede nacional de rádio e de TV.
FIDELIDADE PARTIDÁRIA
Art. 14, § 3º, v da CF
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
V - a filiação partidária; Regulamento: Lei nº 9096/95 “Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os art. 17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal”.
 Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada partido.
Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
MS 26602 / DF - DISTRITO FEDERAL 
MANDADO DE SEGURANÇA
Relator(a):  Min. EROS GRAU
Julgamento:  04/10/2007           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
3. O instituto da fidelidade partidária, vinculando o candidato eleito ao partido, passou a vigorar a partir da resposta do Tribunal Superior Eleitoral à Consulta n. 1.398, em 27 de março de 2007. 4. O abandono de legenda enseja a extinção do mandato do parlamentar, ressalvadas situações específicas, tais como mudanças na ideologia do partido ou perseguições políticas, a serem definidas e apreciadas caso a caso pelo Tribunal Superior Eleitoral. 5. Os parlamentares litisconsortes passivos no presente mandado de segurança mudaram de partido antes da resposta do Tribunal Superior Eleitoral.
2 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO: ORGANIZAÇÃO DOS TRÊS PODERES
Forma de governo: monarquia ou república.
Sistema de governo: presidencialista ou parlamentarista.
Forma de Estado: federação, confederação ou Estado unitário.
A Federação é uma pluralidade de Estados dentro da unidade que é o Estado Federal. A federação brasileira formou-se de dentro para fora, pois havia um Estado unitário (que era o Império) que se descentralizou para formar unidades autônomas de poder.
1 Princípio da indissolubilidade do pacto federativo (CF, art. 1º caput e 18, caput), ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios não podem ser separados do Estado Federal, abrindo mão de suas respectivas autonomias para formar centros independentes de poder. Devem coexistir de modo harmônico, solidário e pacífico, sob pena de intervenção federal (CF, art. 34 e seguintes), inadmitindo a existência de “Estados Federais” dentro da mesma federação.
2 Princípio implícito da simetria federativa, ou seja, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios procuram seguir o modelo traçado na CF de 1988, evitando, assim, lacunas, discrepâncias e sobretudo, antagonismos.
3 Princípio do Federalismo Assimétrico, ou seja, a busca do equilíbrio, da cooperação, do entendimento entre
As ordens jurídicas parciais perante o poder central, dentro de uma realidade naturalmente contraditória e nebulosa, em que o interesse de uns sobrepõe-se às necessidades de muitos. Por isso, são depositadas nas constituições normas destinadas a minorar essas diferenças.
Também este princípio tem o sentido de que os Estados membros, com os seus diversos graus de autonomia de poder, apresentam traços próprios, peculiaridades culturais, sociais, econômicas e políticas, as quais convergem para a autoridade federal.
O Federalismo Assimétrico está presente no Brasil, em diversos preceitos constitucionais, inclusive, aqueles de natureza tributária (CF, art. 23; 43; 151, I, b, § 2º, VI e XII, g).
2.1 ENTIDADES COMPONENTES DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA
As entidades componentes da Federação Brasileira são pessoas políticas de Direito Público Interno, que integram a estrutura político-administrativa da República pátria. Correspondem à União, os Estados, Distrito Federal e Municípios, todos dotados de autonomia nos termos da Constituição (art. 18, caput).
2.1.1 A UNIÃO, é a pessoa jurídico-política de Direito Público Interno e Externo, que integra o Estado Federal Brasileiro. 
- Interno, porque legisla, executa e gerencia serviços públicos federais. Atua como autora ou ré em demandas judiciais, responsabilizando-se judicialmente pela prática de ações ou omissões.
- Externo, porque representa a República Federativa do Brasil nas ruas relações exteriores, embora não seja uma pessoa jurídica de direito internacional, coisa que oEstado brasileiro o é. Daí a impropriedade da terminologia “União Federal”, que gera equívoco.
A União é autônoma em relação ao Estados, Distrito Federal e Municípios, não se confundindo com a República Federativa do Brasil.
Enquanto a República brasileira é o Estado Federal, equivalendo à ordem jurídica total, a União é integrante do todo.
O espaço físico da União, portanto, é menor do que o da República Federativa do Brasil que engloba os territórios das demais entidades federativas.
BENS DA UNIÃO
Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
A Lei Imperial nº. 601, no seu art. 3º, dá o seguinte conceito de terras devolutas: as que não se acharem aplicadas a algum uso público nacional, provincial ou municipal
O Decreto-lei nº. 9.760, de 05.09.1946, deu o seguinte conceito de terras devolutas: 
"Art. 5º - São terras devolutas, na faixa de fronteiras, nos Territórios Federais e no Distrito Federal, as terras que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso público federal, estadual, territorial ou municipal, não se incorporaram ao domínio privado: 
a) por força da Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, Decreto nº. 1318, de 30 de janeiro de 1854, e outras leis e decretos gerais, federais e estaduais; 
b) em virtude de alienação, concessão ou reconhecimento por parte da União ou dos Estados; 
c) em virtude de lei ou concessão emanada de governo estrangeiro e ratificada ou reconhecida, expressa ou implicitamente, pelo Brasil, em tratado ou convenção de limites; 
d) em virtude de sentença judicial com força de coisa julgada; 
e) por se acharem em posse contínua e incontestada, por justo título e boa-fé, por termo superior a 20 (vinte) anos; 
f) por se acharem em posse pacífica e ininterrupta, por 30 (trinta) anos, independentemente de justo título e boa-fé; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
O Decreto 24.643 de 10 de julho de 1934 diz o seguinte:
Art. 2º São águas públicas de uso comum:
a) os mares territoriais, nos mesmos incluídos os golfos, bahias, enseadas e portos;
b) as correntes, canais, lagos e lagoas navegáveis ou flutuáveis;
c) as correntes de que se façam estas águas;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II
Sobre o caso de São Luís do Maranhão, o fato desta cidade ser a capital do Estado do Maranhão já exclui o domínio da União Federal sobre a área. 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
A lei 8.617 de 4 de janeiro de 1993 em seu art. 11 define “plataforma continental”:
Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
VI - o mar territorial;
A lei 8.617 de 4 de janeiro de 1993 em seu art. 11 define “mar territorial”:
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
O Decreto-lei 3.438 de 1941 os define:
Art. 1º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 metros, medidos para a parte de terra, do ponto em que se passava a linha do preamar médio de 1831:
        a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés;
        b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés.
        Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, a influência das, marés é caracterizada pela oscilação de cinco centímetros, pelo menos, do nível das águas (atração luni- solar) que ocorra em qualquer época do ano.
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
Segundo a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), A energia hidráulica resulta da irradiação solar e da energia potencial gravitacional, que provocam a evaporação, condensação e precipitação da água sobre a superfície terrestre. Ao contrário das demais fontes renováveis, representa uma parcela significativa da matriz energética mundial e possui tecnologias de aproveitamento devidamente consolidadas. Atualmente, é a principal fonte geradora de energia elétrica para diversos países e responde por cerca de 17% de toda a eletricidade gerada no mundo.
Art. 176 da CF. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
Os recursos minerais são substâncias inorgânicas extraídas da Terra e que têm utilidade como matéria prima. São os elementos ou compostos químicos encontrados naturalmente na crosta da terra, isto é, que fazem parte da sua própria formação. Não há, portanto, participação do ser humano no seu processo de criação.
Art. 176 da CF. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
Cavidades naturais são, na dicção da Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 347, de 2004, "todo e qualquer espaço subterrâneo penetrável pelo ser humano, com ou sem abertura identificada, popularmente conhecido como caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna e buraco, incluindo seu ambiente, seu conteúdo mineral e hídrico, as comunidades bióticas ali encontradas e o corpo rochoso onde as mesmas se inserem, desde que a sua formação tenha sido por processos naturais, independentemente de suas dimensões ou do tipo de rocha encaixante"
A Lei nº 3.924 de 1961 menciona:
 Art. 2º Consideram-se monumentos arqueológicos ou pré-históricos:
      a) as jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade, que representem testemunhos de cultura dos paleoameríndios do Brasil, tais como sambaquis, montes artificiais ou tesos, poços sepulcrais, jazigos, aterrados, estearias e quaisquer outras não especificadas aqui, mas de significado idêntico a juízo da autoridade competente.
       b) os sítios nos quais se encontram vestígios positivos de ocupação pelos paleoameríndios tais como grutas, lapas e abrigos sob rocha;
c) os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de pouso prolongado ou de aldeamento, "estações" e "cerâmicos", nos quais se encontram vestígios humanos de interesse arqueológico ou paleontográfico;
d) as inscrições rupestres ou locais como sulcos de polimentos de utensílios e outros vestígios de atividade de paleoameríndios.
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividadesprodutivas, as imprescritíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
No campo da proteção constitucional aos indígenas, a Ordem Social destaca o “princípio da identidade”, como preocupação do Constituinte. Para tanto, faz-se extremamente necessária à proteção das terras por eles “tradicionalmente” ocupadas, bem como da sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições. 
Tais terras são aquelas pelos índios habitadas em caráter de permanência, sendo utilizadas para suas atividades produtivas e imprescindíveis para a manutenção do seu bem-estar e reprodução física e cultural.
2.1.2 ESTADOS
Os Estados membros ou Estados constituem ordenações jurídicas parciais que atuam como núcleos autônomos de poder com legislação, governo e jurisdição próprios.
2.1 Princípio da Autonomia Estadual – Art. 25 da CF
É a capacidade de editar normas próprias dentro de um círculo preestabelecido pela Constituição Federal.
Na órbita estadual, apresentam-se do seguinte modo.
2.1.1. Capacidade de auto-organização, é a capacidade de o Estado federado estabelecer constituição própria (caput do art. 25 da CF).
2.1.2. Capacidade de auto legislação, é capacidade de o Estado federado estatuir legislação peculiar num âmbito territorial delimitado (caput do art. 25 da CF). É normalização própria feita pela Assembleia Legislativa.
2.1.3. Capacidade de autogoverno, é a capacidade de o Estado membro organizar o seu governo, mediante a eleição de representantes, seja no âmbito executivo, seja no campo legislativo, bem como o seu Poder Judiciário (CF, art. 27, 28 e 125).
2.1.4. Capacidade do Poder Legislativo Estadual (CF, art. 27, § 1º), as Assembleias Legislativas dos Estados compõem-se de deputados estaduais, para mandatos de quatro anos, aplicando-lhes regras constitucionais sore sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença e impedimentos.
Sobre o número de deputados estaduais, a 1ª parte do caput do art. 27 da CF, menciona que o número de deputados estaduais deve corresponder ao triplo da representação do Estado na Câmara de Deputados. 
2.1.5. Remuneração dos deputados estaduais (art. 27, § 2º), o subsídio dos deputados estaduais dever ser fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa do Estado, sendo a iniciativa da Mesa da Assembleia Legislativa e com aprovação de lei ordinária e tal aprovação exige a maioria simples dos deputados estaduais, e, ainda, a participação do governador do Estado no processo legislativo, precisamente nas fases de sanção ou veto. 
2.1.6. Normas de ordenação interna corporis (art. 27, § 3º), compete às Assembleias Legislativa, sem quaisquer ingerências externas, dispor sobre o seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
2.1.7. Processo legislativo estadual (art. 27, § 4º), mencionando que lei federal deverá dispor sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual, ou seja, a iniciativa popular não é de competência da Assembleia Legislativa.
2.1.8. Eleição do poder executivo estadual (art. 28, caput da CF), ou seja, a eleição do governador e do vice-governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno.
2.2. Bens dos Estados (Art. 26, I a IV):
As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; as terras devolutas não compreendidas entre às da União.
2.3. Formação de Estados (art. 18, § 3º), significa que o constituinte previu quatro modalidades distintas de alteradas dos Estados membros:
2.3.1. Fusão ou incorporação: dois, três, quatro, ou mais Estados se unem com outro nome.
2.3.2. Subdivisão, ou seja, um dado Estado se divide noutros Estados, desaparecendo por completo e dando origem a unidades novas, com personalidades diversas e totalmente.
2.3.3. Desmembramento por anexação, o Estado membro originário, sem perder a sua personalidade primitiva, separa-se em uma, ou mais partes, formando, assim, novos Estados. 
2.3.4. Desmembramento por formação, a parte desmembrada do Estado membro originário pode constituir um novo Estado.
A realização prévia de consulta plebiscitária, organizada pelos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais dos Estados, nos termos da Lei nº 9.709/98 em seu artigo 4º.
2.3.5. Regiões metropolitana, aglomerações urbanas e microrregiões (Art. 25, § 3º)
Os Estados, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicos de interesse comum.
É de competência exclusiva de cada Estado e não precisa da aprovação prévia das Câmaras de Vereadores.
2.3.5.1 Regiões metropolitanas são o conjunto de Municípios limítrofes, reunidos em torno de um Município-mãe.
2.3.5.2. Aglomerações urbanas, são áreas urbanas de Municípios limítrofes, destituídas de sede, com elevada densidade demográfica e continuidade urbana.
2.3.5.3. Microrregiões são o conjunto de Municípios limítrofes que não mantêm qualquer continuidade urbana, embora apresentem problemas comuns.
2.1.3 MUNICÍPIOS
São unidades geográficas divisionárias dos Estados membros, dotados de personalidade jurídica de Direito Público Interno, possuindo governo próprio, para administrar, descentralizadamente, serviços de interesse local.
Os municípios não tem bicameralismo, ou seja, duas casas legislativas que nem no Congresso Nacional.
Existem 5564 municípios no Brasil.
Rondônia tem 52; Acre tem 22; Amazonas tem 62; Mato Grosso tem 161; Bahia tem 417; São Paulo tem 645; Minas Gerais tem 853.
O Distrito Federal (DF) corresponde a apenas um município, e o Tocantins, estado criado mais recentemente, já conta com 139 municípios.
Tanto a Constituição federal quanto as constituições estaduais asseguram autonomia aos municípios, regidos por uma Lei Orgânica aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal. A Lei Orgânica Municipal está para o município assim como a Constituição federal está para o país. O prefeito é o chefe municipal, escolhido entre maiores de 21 anos para exercer um mandato de quatro anos, conquistado por meio de eleições diretas e simultâneas.
Na condição de chefe do Executivo municipal, o prefeito tem atribuições políticas e administrativas que se consolidam em atos de governo e se expressam no planejamento de atividades, obras e serviços municipais. Cabem ao prefeito, ainda, a apresentação, sanção, promulgação e o veto de proposições e projetos de lei. Anualmente, o Executivo municipal elabora a proposta orçamentária, que é submetida à Câmara dos Vereadores.
Parcela das receitas federais arrecadadas pela União é repassada aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Cabe ao Tesouro Nacional, em cumprimento aos dispositivos constitucionais, transferir esses recursos nos prazos legalmente estabelecidos.
Existe o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), composto por 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

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