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2 REFERENCIAL TEÓRICO

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2 REFERENCIAL TEÓRICO
A Constituição Federal em seu primeiro capitulo, artigo 5º versa sobre §direitos e deveres individuais e coletivos.
Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade.
No inciso I do art. 5º, temos garantido a igualdade entre homens e mulheres, com a seguinte redação
I – Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos desta constituição.
Ainda em seu art. 5º, inciso III a Constituição diz que:
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
Contrariando tudo o que diz a Constituição Federal, vemos em nosso País crescer a cada dia mais a violência contra a mulher. Na tentativa de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher foi decretada em 7 de agosto de 2006, pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a Lei 11.340/06 – Lei Maria da Penha, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição que diz:
§ 8º O estado assegurará a assistência à família da pessoa de cada um dos que integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
A Lei Maria da Penha, foi criada para que fosse erradicado todos os tipos de violência contra a mulher, com a criação de juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção as mulheres em situação de violência doméstica e familiar que configura para efeitos da Lei, como:
Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
No entanto, esta Lei não surtiu o efeito esperado e o que temos presenciado e o aumento da violência contra a mulher, levando muitas delas a morte dentro do âmbito familiar.
Na tentativa de erradicar este tipo de violência, a então Presidente da República Dilma Rousseff, decretou e sancionou em 9 de março de 2015, a Lei 13.104 alterando o art. 121 do decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, criando o delito de “Feminicídio”, que trata-se de uma nova modalidade de homicídio qualificado, inscrito no inciso VI, do artigo 121, parágrafo 2º do Código Penal, com a seguinte redação:
§ 2º se o homicídio e cometido:
VI contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (incluído pela Lei 13.104, de 2015)
Pena – Reclusão de doze a trinta anos.
A nova Lei tratou também de inserir o Feminicídio no rol dos crimes hediondos ao estabelecer:
§ 2º do art. 1º da Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte alteração.
I homicídio (art.121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente é homicídio qualificado (art.121 §2º I, II, II, IV, V e VI).
2.1 Feminicídio
Feminicídio e o nome que se dá ao assassinato de mulheres pelo simples fato de ser mulher, ou seja, é um crime em razão de gênero.
O Feminicídio é a instância ultima de controle da mulher: o controle da vida e da morte. 
Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher pela mutilação ou desconfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou degradante.
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a violência contra a mulher (relatório final, CPMI-VCM, 2013).
2.2 Motivação
As motivações mais comuns do Feminicídio são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, agravado pela discriminação.
Segundo a socióloga Lourdes Bandeira.
O Feminicídio representa a última etapa de um continuun de violência que leva a morte. Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de gênero hierárquicos e desiguais, procedido por outros eventos, tais como abusos físicos e psicológicos, que tentam submeter a mulher a uma lógica de dominação masculina e a um padrão cultural de subordinação que foi aprendido ao longo das gerações.
2.3 Em que contexto acontece o Feminicídio
O Feminicídio na maioria das vezes acontece no âmbito familiar, cometido por parceiro íntimo e que geralmente é precedido por outras formas de violência, o que leva a entender que o crime poderia ser evitado.
Este tipo de crime de gênero carrega em si traços como o ódio que exige a destruição da vítima e também pode vir acompanhado de práticas da violência sexual, tortura e/ou mutilação da vítima, antes ou depois do homicídio.
De acordo com a Ministra Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência, Eleonora Menicucci (SPM-PR)
“Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar visibilidade a discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo continuo de violência, cujas raízes misóginas caracterizam o uso da violência extrema, inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como estupro e diversas formas de mutilação e de barbárie”.
2.4 Características do crime de Feminicídio
A Socióloga Lourdes Bandeira enumera algumas características do Feminicídio:
É praticado com vistas a destruição do corpo feminino, utilizando-se de excessiva crueldade e chegando a causar a desconfiguração do mesmo;
É perpetrado com meios sexuais, ainda que sem manifestar o intento sexual;
É cometido no contexto de relação interpessoais e intimas ou por alguma razão pessoal por parte do agressor, podendo estar associado a violência doméstica;
Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de gênero hierárquicos e desiguais;
Pode haver sobreposição de delitos, geradores de situações de barbárie e terror; mulheres são estupradas, mortas, queimadas, mutiladas, torturadas, asfixiadas, mordidas, baleadas, decapitadas, etc., e esses diversos crimes podem ocorrer concomitantemente, sobre um mesmo corpo;
É um crime de apropriação do corpo feminino pelo marido proprietário, como sendo território para uso e/ou comercialização em tudo o que esse corpo pode oferecer, isto é, desde a prostituição até mesmo o tráfico de órgãos;
Ocorre como o ápice de um processo de terror que inclui abusos verbais, sexuais, humilhação e uma extensa gama de privações a que a mulher é submetida: mamilos arrancados, seios mutilados, genitália retalhada.
3 Feminicídio no Brasil
Segundo dados da ONU Mulheres que em parceria com o governo brasileiro e o Escritório do Alto Comissionario das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), publicado em 08 de abril de 2016, as diretrizes nacionais para investigar, processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres - Feminicídios.
Segundo o documento no Brasil a taxa de feminicídios é de 4,8% para 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo.
TABELA 1. Taxas de homicídios de mulheres (por 100 mil) – 83 países do mundo
	PAIS
	ANO
	TAXA
	POSIÇÃO
	El Salvador
	2012
	8,9
	1º
	Colômbia
	2011
	6,3
	2º
	Guatemala
	2012
	6,2
	3º
	Federação Russa
	2011
	5,3
	4º
	Brasil
	2013
	4,8
	5º
	México
	2012
	4,4
	6º
	Republica Montalvânia
	2013
	3,3
	7º
	Suriname
	2012
	3,2
	8º
	Letônia
	2012
	3,1
	9º
	Porto Rico
	2010
	2,9
	10º
	Ucrânia
	2012
	2,8
	11º
	Belarus
	2011
	2,6
	12º
	Estônia
	2012
	2,5
	13º
	Cuba
	2012
	2,5
	14º
	Maurícia
	2013
	2,4
	15º
	Panamá
	2012
	2,4
	16º
	Lituânia
	2012
	2,3
	17º
	África do Sul
	2013
	2,2
	18º
	EUA
	2010
	2,2
	19
	Uruguai
	2010
	2,0
	20
	Paraguai2012
	1,8
	21
	Costa Rica
	2012
	1,8
	22
	Aruba
	2012
	1,8
	23
	Quirquistão
	2013
	1,7
	24
	Republica Dominicana
	2011
	1,6
	25
	Sérvia
	2013
	1,6
	26
	Nicarágua
	2012
	1,4
	27
	Argentina
	2012
	1,4
	28
	Romênia
	2012
	1,3
	29
	TYTFYR Macedônia
	2010
	1,3
	30
	Chile
	2012
	1,0
	31
	Peru
	2012
	1,0
	32
	Hungria
	2013
	1,0
	33
	Croácia
	2013
	1,0
	34
	República da Coreia
	2012
	1,0
	35
	Malta
	20123
	1,0
	36
	Canada
	2011
	0,9
	37
	Chipre
	2012
	0,9
	38
	Armênia
	2012
	0,9
	39
	Bélgica
	2012
	0,9
	40
	República Tcheca
	2013
	0,9
	41
	Nova Zelândia
	2011
	0,8
	42
	Jordânia
	2011
	0,8
	43
	Bulgária
	2012
	0,7
	44
	Noruega
	2013
	0,7
	45
	Finlândia
	2013
	0,7
	46
	Barbados
	2011
	0,7
	47
	Holanda
	2013
	0,7
	48
	Israel
	2012
	0,7
	49
	Portugal
	2013
	0,7
	50
	Austrália
	2011
	0,6
	51
	Polônia
	2013
	0,6
	52
	Turquia
	2013
	0,6
	53
	Irlanda do Norte
	2013
	0,5
	54
	Alemanha
	2013
	0,5
	55
	Brunei Darussalam
	2012
	0,5
	56
	Suécia
	2013
	0,5
	57
	Áustria
	2013
	0,5
	58
	Eslovênia
	2010
	0,5
	59
	Espanha
	2013
	0,5
	60
	Fiji
	2012
	0,5
	61
	Suíça
	2012
	0,4
	62
	Franca
	2011
	0,4
	63
	Republica Árabe Síria
	2010
	0,4
	64
	Itália
	2013
	0,4
	65
	Bahrain
	2012
	0,3
	66
	Georgia
	2012
	0,3
	67
	Escócia
	2013
	0,3
	68
	Hong Kong SAR
	2013
	0,3
	69
	Honduras
	2013
	0,3
	70
	Japão
	2013
	0,3
	71
	Dinamarca
	2012
	0,2
	72
	Irlanda
	2010
	0,2
	73
	Singapura
	2013
	0,2
	74
	Reino unido
	2013
	0,1
	75
	Marrocos
	2012
	0,1
	76
	Egito
	2013
	0,0
	77
	Anguila
	2012
	0,0
	78
	Bermudas
	2010
	0,0
	79
	Grenada
	2012
	0,0
	80
	Ilhas Cayman
	2010
	0,0
	81
	Kuwait
	2010
	0,0
	82
	Tunísia
	2013
	0,0
	83
Fonte: Mapa da violência 2015. Homicídio de mulheres no Brasil
Segundo o sistema de informação da mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância em Saude (SVS) do Ministério da Saúde (MS). Nenhum sepultamento pode ser realizado sem a certidão de óbito correspondente, lavrado no cartório de registro civil, a vista da declaração de óbito (DO), no caso de mortes não naturais ou externas, como suicídios, homicídios, acidentes, etc., nos locais onde existem o Instituto Médico Legal (IML), a DO deve ser obrigatoriamente preenchida por um médico legista do IML, e em localidades sem IML, por médico investido pela autoridade judicial ou policial, na função de legista eventual. As declarações são coletadas pelas Secretarias Municipais de Saude e enviadas as Secretarias Estaduais e centralizadas posteriormente no SIM/MS.
A DO fornece dados de idade, sexo, estado civil, profissão, naturalidade e local de residência.
As informações relevantes para o caso de Feminicídio fornecido pela DO é a causa da morte. O Ministério da Saude classificou a morte por agressões intencionais como (CID-10), correspondente a homicídio ou CVLT – Crimes Violentos Letais Intencionais, desta forma é possível realizar pesquisas para elaborar o Mapa da Violência contra Mulheres no Brasil.
3.1 Os meios utilizados no homicídio
A utilização de arma de fogo é de 48,8% dos casos, com concomitante aumento de estrangulamento/sufocação, cortante/penetrante e objeto contundente, indicando maior presença de crimes de ódio ou por motivos fúteis banais
Tabela 2 – Meios utilizados
	MEIO/INSTRUMENTO
	MULHERES
	Estrangulamento/sufocação
	6,1
	Arma de fogo
	48,8
	Cortante/penetrante
	25,3
	Objeto contundente
	8,0
	Outros
	11,8
	Total
	100
Fonte: Mapa da violência 2015 - Meios utilizados
3.2 Local da agressão
Os homicídios femininos ocorrem 31,2% na rua, o domicilio da vítima também é relevante sendo 27,1% dos lugares onde as vítimas são atacadas.
Tabela 3 – Local da agressão – Brasil 2013
	LOCAL
	INCIDENCIA
	Estabelecimento de saúde
	25,2
	Domicilio
	27,1
	Via publica
	31,2
	Outros
	15,7
	Ignorado
	0,8
	Total
	100
Fonte: Mapa da Violência 2013 - Local
3.3 Estimativa de Feminicídio no Brasil
Para realização desta estimativa foram levados em conta:
O agressor foi o pai, a mãe, o padrasto, a madrasta, o cônjuge, o ex-cônjuge, o namorado, o ex-namorado, o irmão ou filho da vítima, que serão tipificados como violência familiar, que representa violência doméstica e familiar
Familiar: agrupa cônjuges e namorados (ou ex) denominados parceiros;
Agressores por idades simples da mulher;
Cada tipo de relação (familiar, parceiros) para caracterizar os feminicídios
Estimativa de número de feminicídios por idade simples – Brasil 2013. De acordo com esses dados pode-se estimar que em 2013
Dos 4762 homicídios de mulheres registrados naquele ano pelo SIM, 2.394, isto é, 50,3% do total foram perpetrados por um familiar da vitima
Representa perto de 7 Feminicídios diários naquele ano, o autor foi um familiar
1.583 dessas mulheres foram mortas pelo parceiro ou es-parceiro o que representa 33,2% do total de homicídios femininos naquele ano, com 4 mortes diárias.
Tabela 4 – Feminicídios por idade – Brasil 2013
	IDADE
	FAMILIAR
	PARCEIRO
	FEMINICÍDIOS
	1
	67,09
	
	72
	2
	58,10
	
	18
	3
	56,07
	
	14
	5
	51,08
	
	8
	6
	50,01
	
	6
	7
	51,04
	
	11
	8
	50,02
	
	7
	9
	51,00
	
	3
	10
	51,02
	
	10
	11
	47,00
	
	6
	12
	47,01
	
	7
	13
	43,07
	5,5
	19
	14
	42,06
	13,4
	40
	15
	41,09
	19,0
	55
	16
	39,08
	16,3
	94
	17
	35,08
	14,4
	116
	18
	36,07
	18,6
	153
	19
	40,05
	25,1
	168
	20
	46,05
	39,01
	151
	21
	49,04
	43,03
	160
	22
	48,09
	43,04
	128
	23
	51,05
	46,07
	117
	24
	53,00
	47,05
	157
	25
	52,03
	46,08
	129
	26
	54,01
	49,05
	141
	27
	55,07
	50,08
	125
	28
	54,07
	50,05
	121
	29
	56,02
	51,06
	145
	30
	57,01
	51,06
	160
	31
	57,03
	52,03
	136
	32
	55,09
	52,09
	120
	33
	55,06
	52,04
	111
	34
	54,09
	51,04
	117
	35
	55,06
	50,04
	99
	36
	54,09
	49,03
	123
	37
	55,01
	49,04
	83
	38
	53,05
	48,03
	84
	39
	55,03
	49,05
	77
	40
	54,09
	48,08
	91
	41
	55,02
	48,00
	65
	42
	52,05
	46,03
	66
	43
	53,03
	46,06
	67
	44
	54,09
	46,08
	80
	45
	53,06
	47,00
	53
	46
	48,03
	39,08
	60
	47
	42,05
	43,01
	60
	48
	50,01
	40,04
	49
	49
	51,00
	41,07
	51
	50
	50,05
	39,08
	51
	51
	50,00
	38,03
	33
	52
	49,08
	37,06
	35
	53
	50,05
	35,09
	39
	54
	51,01
	34,04
	42
	55
	49,03
	34,00
	36
	56
	52,01
	35,04
	28
	57
	53,06
	35,06
	33
	58
	48,03
	31,06
	24
	59
	46,04
	28,01
	25
	60
	51,01
	25,01
	29
	61
	47,02
	23,09
	18
	62
	51,05
	24,07
	27
	63
	48,01
	20,03
	17
	64
	47,00
	16,04
	10
	65
	50,09
	20,03
	16
	66
	51,04
	17,00
	20
	67
	48,06
	18,00
	13
	68
	53,07
	18,02
	14
	69
	55,09
	13,05
	14
	70
	50,00
	10,06
	13
	71
	48,07
	16,06
	11
	72
	45,07
	9,05
	6
	73
	52,01
	9,08
	7
	74
	54,02
	10,05
	13
	75
	51,06
	8,05
	12
	76
	54,08
	11,06
	11
	77
	52,00
	14,03
	10
	78
	50,07
	6,09
	10
	79
	47,05
	6,08
	08
	80 e +
	44,05
	4,00
	64
	Total
	50,03
	33,02
	4,762
Fonte: Mapa da Violência 2013 – Feminicídio por idade
4. O Brasil e suas Leis
Segundo levantamento feito pela Casa Civil da Presidência da República, o Brasil possui 181 mil normas legais. Muitas delas caducaram e perderam o sentido. Legislações antigas colidem com mais novas, ou apresentam pequenas diferenças, Leis especificas estabelecem penas maiores ou menores para delitos já especificados no Código Penal, o que faz com que no julgamento prevaleça a competência do advogado ou da decisão do juiz, o que nos levaa questionar se a criação de determinadas leis, são para benefícios do cidadão ou somente para se autopromoverem, como no caso do Feminicídio, pois a Lei Maria da Penha, que já existia e não trouxe nenhum benefício para as mulheres, o que podemos perceber com a criação do feminicído que veio para tipificar o crime de homicídio de mulheres pelo fato de serem mulheres.
Desta forma o direito penal, não teria função instrumental, ou seja, não existiria para ser efetivo, mas teria função meramente política. O Direito Penal existe para punir crimes, não necessitando da criação de leis sobre aqueles existentes, necessita da pratica da leis já estabelecidas.
5. DIREITO PENAL
5.1 Conceito
É o conjunto de princípios e leis destinadas a combater o crime e a contravenção penal, mediante a imposição de sanção penal. Segundo Anibal Bruno
O conjunto de normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse combate contra o crime através de medidas aplicadas aos criminosos, é o Direito Penal. Nele se definem os fatos puníveis e se cominam as respectivas sanções. É um direito que se distingue entre os outros pela gravidade das sanções que impõe e a severidade de sua estrutura, bem definida e rigorosamente delimitada.
5.2 Características do Direito penal
Segundo Magalhaes Noronha
É o Direito Penal ciência cultural, normativa, valorativa e finalista.
O direito penal é uma ciência, suas normas e regras estão sistematizadas por um emaranhado de princípios, que compõe a dogmática jurídico penal.
É cultural, pois pertence à classe das ciências do “dever ser”.
E normativa, porque tem como objeto o estudo da lei penal;
E valorativa, porque estabelece a sua própria escala de valores, a qual varia de conformidade com o fato que lhe dá conteúdo;
Finalista uma vez que se preocupa com a proteção dos bens jurídicos fundamentais.
Diante disso e imprescindível questionar se a nova forma qualificadora do tipo penal será capaz de proteger as mulheres, teria a lei apenas uma função simbólica, tendo em vista que procrastina a solução do problema do feminicído, que poderia ser resolvido de outras formas, uma vez que o crime já é tipificado
5.3 Surgimento da lei penal
Segunda Damásio de Jesus, a Lei Penal nos apresenta quatro momentos de expressões jurídicas sendo elas:
Sanção: que lhe da integração formal e substancial;
Promulgação: que lhe confere existência;
Publicação: de que deriva a sua obrigatoriedade (ou eficácia), entrando em vigência; e
Revogação: que a extingue, total ou parcialmente.
Na sanção o chefe do governo, o Presidente da República aprova e confirma uma lei;
Na promulgação é atestada a existência da lei, conferindo caráter de autenticidade;
A publicação é o ato de tornar a lei conhecida de todos, impondo obrigatoriedade; e
Revogação que é a cessação da existência da regra obrigatória que pode ser expressa ou tácita
A revogação expressa se dá quando há uma cessação da vigência da norma anterior.
A revogação é tácita (implícita ou indireta) quando o novo texto e incompatível com o anterior ou regula inteiramente a matéria procedente.
6. Conceito de crime
Damásio Jesus em seu livro Direito Penal, conceitua crime de acordo com 4 sistemas sendo eles:
Formal: conceitua-se o crime sob o aspecto da técnica jurídica, do ponto de vista da lei
Material: tem-se o crime sob o ângulo antológico, visando a razão que levou o legislador a determinar como o criminoso uma conduta humana a sua natureza danosa e consequências
Formal e material: conceitua o crime sob os aspectos formal e material conjuntamente. Definia o delito como fato humano tipicamente previsto por norma jurídica, sancionada mediante pena em sentido estrito, lesivo ou perigoso para bens ou interesses considerados merecedores da mai enérgica tutela
6.1 Punibilidade
Segundo Damásio Jesus a punibilidade não e requisito do crime, mas sua consequência jurídica
A punibilidade não é mais nque a aplicabilidade da sanção, ou em outros termos a possibilidade jurídica de ser imposta
6.2 Sujeito ativo do crime
6.2.1 Conceito
É quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora. O sujeito ativo do delito não é seu pressuposto ou antecedente, nem elemento do tipo, por ser o delito ação humana, indubitável que seu sujeito ativo é o homem.
6.3 Sujeito passivo do crime
É o titular do interesse cuja ofensa constitui a essência do crime para que esse seja encontrado e necessário buscar descobrir qual o interesse definido pela lei penal que o incrimina.
6.4 Delito
É a denominação jurídica do crime, que pode ser:
Genérico;
Especifico
O delito genérico ocorre quando a incriminação se refere a um gênero de faros, os quais recebem títulos particulares. É o especifico refere-se ao homicídio.
6.5 Crimes Hediondos
Os crimes hediondos são os delitos repugnantes, sórdidos, decorrentes de condutas que, pela forma de execução ou pela gravidade causam repulsa, esses crimes estão dispostos no art. 1º da Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990.
Desta forma, diante de leis que já dispõem sobre os crimes hediondos, sobre a punição, sendo o código penal tão completo em relação a delitos contra a vida, seria mesmo necessário a criação de uma lei especifica para crimes hediondos contra as mulheres? Para que serve a Lei do Feminicído? Tendo em vista a existência de leis contra a violação do direito à vida, a Lei Maria da Penha que possui artigos protetivos no que tange a violência contra a mulher.
O que de fato a lei poderá beneficiar a mulher? Impedira o assassinato, garantira integridade física e mental? A violência ainda continuará imperando e está longe de ser eximada do cotidiano de muitas mulheres?
7. Feminicídio: Proteção ou autopromoção Politica
Em debate, Pauta Feminina, da Procuradoria da Mulher do Senado, as palestrantes afirmaram que o Feminicídio é um fenômeno político e não apenas de gênero.
Segundo a Senadora Regina Sousa, a falta de ação do Estado para evitar a morte de mulheres evidencia que o feminicído é um problema político e justifica dizendo que o Estado não previne, não age.
Para Rogerio Sanches Cunha Promotor de Justiça do Estado de são Paulo. Além de ser inútil a lei causa confusão.
Feminicídio, comportamento objeto da lei em comento, pressupõe violência baseada no gênero, agressões que tenham como motivação a opressão a mulher. É imprescindível que a conduta do agente está motivada pelo menosprezo ou discriminação a condição de mulher da vítima. A previsão deste (infeliz) parágrafo além de repisar pressuposto inerente ao delito fomenta confusão entre Feminicídio e femicidio. Matar mulher na unidade doméstica e familiar ou em qualquer outro ambiente ou relação sem menosprezo ou discriminação a condição de mulher e femicidio. Se a conduta do agente é movida pelo menosprezo ou discriminação da mulher a condição de mulher ai sim temos feminicído.
O advogado Vinicius Rodrigues Arouck, questiona se a Lei do Feminicídio seria apenas mais uma lei que entraria para o rol das leis desnecessárias existentes na legislação pátria.
Para Este projeto de lei, eminentemente de caráter simbólico, caso sancionado, não seria mais uma lei que entraria no rol de leis desnecessárias existentes na legislação pátria?
Para ele tal alteração trará uma desnecessária diferenciação de gênero, capaz de prejudicar, principalmente, a ampla defesa dos acusados, que dará azo, inclusive, a diversas arbitrariedades do Estado, desnecessárias por já existir proteção suficiente na legislação em vigência no tocante às motivações do tipo penal de infanticídio que pretendem incluir, como veremos a diante.
Ressalta-se, todavia, que as causas de aumento de pena que pretendem incluir, mostram-se proporcionais na medida em que, de fato, as condutas ali descritas possuem maior grau de reprovabilidade, porém o mesmo não se pode dizer da qualificadora do Feminicídio.
O advogado levanta as seguintes questões em relação a inclusão do crime de feminicído no artigo 121 do código penal: 
Há algo mais torpe(repugnante, vil) do que matar mulher por menosprezo a sua condição de mulher? 
Há algo mais fútil (desproporcional) do que matar mulher pelo simples fato de ela ser mulher? 
Assim sendo, porque incluir um novo artigo que prevê o apenamento da mesma conduta, porém utilizando-se de termos distintos?
Tais questionamentos nos levam a perceber que a caracterização do Feminicídio como um crime hediondo, está longe de ser uma questão de proteção a mulher e sim uma Lei de interesses.
Para alguns autores a Lei do Feminicídio é inconstitucional, dentre eles podemos citar o Bacharel em Direito Pedro Cardoso da Costa. Segundo ele essa lei do Feminicídio exagera no simplismo e na perspectiva de combater a violência apenas no papel. 
Não se descobriu uma maneira de ressuscitar alguém pelo tipo de morte ou dependendo de quem foi o autor do assassinato. Não existe diferença para quem vai morrer se o assassino é parente, companheiro, amante ou desconhecido. Tornar hediondo o assassinato apenas pelo parentesco da vítima com o assassino ou pelo gênero dissemina-se a ideia de que existe assassinato simples, e todos são hediondos.
Para Francisco Dirceu Barros, a Lei viola o princípio da igualdade uma vez que:
 “O princípio jurídico da igualdade refaz-se na sociedade e rebaliza conceitos, reelabora-se ativamente, para igualar iguais desigualados por ato ou com a permissão da lei. O que se pretende, então, é que a 'igualdade perante a lei' signifique 'igualdade por meio da lei', vale dizer, que seja a lei o instrumento criador das igualdades possíveis e necessárias ao florescimento das relações justas e equilibradas entre as pessoas. (…) O que se pretende, pois, é que a lei desiguale iguais, assim tidos sob um enfoque que, todavia, traz consequências desigualadoras mais fundas e perversas. Enquanto antes buscava-se que a lei não criasse ou permitisse desigualdades, agora pretende-se que a lei cumpra a função de promover igualações onde seja possível e com os instrumentos de que ela disponha, inclusive desigualando em alguns aspectos para que o resultado seja o equilíbrio justo e a igualdade material e não meramente formal. (…)”.
“Ao comportamento negativo do Estado, passa-se, então, a reivindicar um comportamento positivo. O Estado não pode criar legalidades discriminatórias e desigualadoras, nem pode deixar de criar situações de igualação para depurar as desigualdades que se estabeleceram na realidade social em detrimento das condições iguais de dignidade humana que impeçam o exercício livre e igual das oportunidades, as quais, se não existirem legalmente, deverão ser criadas pelo Direito. Somente então se terá a efetividade do princípio jurídico da igualdade materialmente assegurado.” 
A jornalista Rachel Sheherazad, se posiciona referente a inconstitucionalidade da lei, segundo ela 
“As estatísticas provam que as maiores vítimas de assassinatos brutais não são as mulheres. São os homens, pobres, jovens e negros. Então, partindo do mesmo argumento da lei do Feminicídio não seria os homens, os pobres, os jovens e negros igualmente ou mais vulneráveis que as mulheres?”
Sheherazade diz que esse grupo também teria que ser protegido e questiona por que as mulheres, que hoje rejeitam o rótulo de sexo frágil, se sujeitam a uma lei como esta se elas se consideram iguais aos homens.
“Quem luta por direitos iguais não pode exigir privilégios diferentes. Além de afrontar o princípio constitucional da igualdade, esse projeto sexista pode ter o efeito inverso do que pretende seus defensores e acirrar ainda mais o preconceito contra as mulheres”.
Diante de tantos questionamentos contrários a criação da Lei do Feminicídio fica a seguinte questão: se a Lei não foi criada para o fim a que se destina, qual seria o interesse na sua criação.
Vale ressaltar que a lei do Feminicídio foi aprovado pela Câmara Legislativa na mesma semana em que foi comemorado o dia da mulher, diante disso pode se considerar que a lei traz uma falsa noção de justiça, pois diante de tantas controvérsias da lei, fica claro que existem outros interesses com a criação da lei, que não aqueles ao qual deveria se destinar. Vemos que após mais de 2 anos da criação da lei a taxa de homicídios de mulheres vem crescendo, e que a Lei está somente no papel.

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