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RESUMO DE DIREITO CIVIL DAS OBRIGAÇÕES

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RESUMO DE DIREITO CIVIL DAS OBRIGAÇÕES:
3 BIMESTRE:
CESSÃO DE DÉBITO:
 CESSÃO DE DÉBITO (ou assunção de divida), não ocorre sem a anuência do credor, sendo um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor será o cedente e, com anuência expressa do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua anterior posição na relação obrigacional, substituindo-o, responsabilizando-se pela divida que subsiste com todos os seus acessórios. 
EXEMPLO> joão deve a otavio, surge na relação obrigacional Paulo (um terceiro), que será assunto ou Cessionário , Paulo assume a obrigação que era de joão.
Art. 299 -  É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Quais os pressupostos de seção de Débito ¿ 
Existência e validade da obrigação de transferência 
Substituição do dever sem alteração da substancia 
Concordância expressa do credor 
Observância dos requisitos relacionados para o negócio jurídico 
A assunção pode liberar o devedor primitivo ou mantê-lo ligado ainda a obrigação, opção das partes, escolha do credor. 
Art. 300 -  Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
O que o artigo 300 quer dizer¿ 
Um fiador, por exemplo, não é obrigado a garantir um devedor que não conhece. Apenas permanecem as garantias dadas pelo devedor primitivas ligadas a pessoa. 
CARACTERISTICAS: 
Possui natureza jurídica contratual 
Se o negócio exigir forma especial, assim deverá ser feito, caso contrário a forma é livre. 
Vícios possíveis são os do negócio jurídico em geral. 
A ASSUNÇÃO DE DIVIDA PODE SE DAR DE DOIS MODOS: 
Por acordo entre terceiro e o credor (expromissão) 
Acordo entre o terceiro e o devedor (delegação) 
EXPROMISSÇAO: é quando o terceiro contrai perante o credor a obrigação de liquidar o débito. O acordo é entre terceiro e credor. 
DELEGAÇÃO: o devedor transfere a terceiro com anuência do credor, contraindo o débito com este. Sendo PRIMITIVA: Se o terceiro assumir toda divida, excluindo devedor original; CUMULATIVA: se o terceiro entrar na relação obrigacional anuindo-se anuindo ao credor primitivo que continuará vinculado. 
EFEITOS:
Art. 301 e 302 – 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Ocorre que, na falta de estipulação expressa, as exceções, defesas oponíveis, pelo primitivo transferem-se ao terceiro, salvo exceções pessoais. 
Art. 303 - O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
Quem adquire um imóvel hipotecado, na maioria das vezes, observe no preço o valor da hipoteca e se assume a divida a partir daquele momento. Se o credor, notificado da mudança e da assunção da divida, não se manifestar no prazo estabelecido pela lei, dá-se o seu assentimento.
Nesse artigo a lei estabelece um prazo de 30 dias para que impugne o trespasse do crédito e no Art. 299, §.Ú., a lei não determina o prazo. No Art. 299, a lei utiliza a expressão prazo para consentir e no Art. 303, utiliza prazo para não impugnar (o credor só impede a cessão se tiver um justo motivo). 
Ex: casas da Caixa Econômica Federal, minha casa minha vida. Se a recusa a impugnar, depois de levar ao poder judiciário for justa não tem trespasse, se não for justa tem trespasse. 
ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES:
Extinção das obrigações:
Pagamento direto: Prestação verdadeira pela coisa existente, cumprimento da prestação (praestatio vera re debitae). Está cumprindo exatamente aquilo que está devendo. (ex: professor vem dar aula).
Pagamento indireto: Satisfaz o crédito sem cumprir exatamente aquilo que é devido (doação, compensação, consignação, confusão, novação).
Sem pagamento: Descrição, impossibilidade fortuita do cumprimento, obrigação, etc. (remissão, decadência, prescrição). Satisfação mais as perdas e danos.
Cumprimento (execução forçada): Pagamento através do poder judiciário, conseguindo tanto aquilo que é devido (IDEM) quanto o valor que é interesse (lucro emergente, lucro cessante). 
Normalmente a obrigação se extingue pelo pagamento, PAGAMENTO: TODA FORMA DE CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO! 
Exemplo > em uma obrigação de compra e venda, um lado deve “dinheiro” e o outro lado deve o “objeto”. 
Qualquer interessado em nome do devedor pode pagar,
Art. 304 - Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Qualquer interessado pode pagar, para tanto, pensa-se em um 3º interessado (qualquer pessoa que não o devedor, interessado aqui é juridicamente interessado, pessoa que sofrerá uma consequência jurídica na sua esfera de direitos, caso a obrigação não seja cumprida). O pagamento efetuado por esse 3º interessado não estingue a dívida, gera sub-rogação art. 346, III, CC. Substitui-se o credor satisfeito, e em seu lugar assume o 3º interessado. Podendo usar as mesmas ações privilégios, acessórios e garantias que tinha o credor original.
O 3º não interessado também tem o direito de pagar, usando se o credor se opuser dos meios conducentes a exoneração do devedor. Se o credor se opuser a receber, o 3º não interessado pode consignar. Salvo oposição do devedor. Ele pode consignar a não ser que o devedor se oponha. Se o credor e devedor se opuserem ele não pode consignar.
Neste caso temos 3 tipos de pessoas que as caraquirizamos de SOLVENS ( termo jurídico que designa aquele que paga), sendo eles: o próprio devedor; um terceiro interessado; e terceiro não interessado. No ultimo caso não há autorização, representação ou ciência do devedor original. 
O pagamento deve ser aceito e o solvens tem a mesma legitimidade de consignar, que tinha o devedor original, se houver resistência por parte do credor em receber o pagamento. 
Se o terceiro não interessado pagar EM SEU PROPRIO NOME, tem direito a reembolsar-se do que pagar, MAS não adquire direito de credor, SÓ a uma ação simples de cobrança : 
Art. 305 - O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.
Porem, se o terceiro pagar, sem que o devedor tome conhecimento ou diante de sua oposição, NÃO CABERÁ REEMBOLSO AO PAGAMENTO DE TERCEIRO:
Art. 306 - O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
Notificado: se opôs: pode exercer as defesas. 
Notificado: não se opôs: perde direito de exercer as defesas
Não Notificado: não se opôs: pode exercer as defesas. 
Art. 307 -  Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. – exerce a teoria da aparência de acordo com o art. 1268 C.C. 
A regra geral sobre quem RECEBE: 
Art. 308 - O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Pode o credor, pagar, a uma pessoa que não seja diretamente o credor, mas que o represente. 
Caso o pagamento nãofor feito ao credor ou ao seu representando não será eficaz. 
Porem, se houver ratificação do credor sobre terceiro não autorizado, vale também, o pagamento. 
Representante Legal: a lei outorga os poderes, ex: pai. / Representante Convencional: poder e 
investiduras outorgados por interessado
No caso de portador de recibo de quitação, que também é um caso de pagamento a terceiro, temos:
Art. 311 - Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
 	A presunção é que, quem se apresenta com um recibo firmado por terceiro possui mandato especifico para receber, é portador da quitação. 
Já no artigo 309 temos a figura do CREDOR PUTATIVO pessoa com mera aparência de credor. 
Art. 309 - O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
A lei condiciona a validade do pagamento do fato do accipiens ter a aparência do credor e estar solvens de boa-fé. Haverá o credor de receber do mesmo. 
Há casos que o devedor pode se ver livre da obrigação, mesmo tendo pagado a terceiro não intitulado, as quais são: 
- ratificação pelo credor – art. 309
- na hipótese que o pagamento se converterá em beneficio do credor – art. 308 
- credor putativo. 
O artigo 310 discursa sobre o pagamento feito a pessoa INCAPAZ DE QUITAR. 
Art. 310 Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
Outra situação que inibe o credor de receber – art. 312 
Art. 312 - Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
Quanto ao pagamento, esse deve compreender quanto ao seu objeto àquilo que foi acordado, não sendo obrigado a receber nem mais, nem menos que o acordado. 
Quanto ao OBJETO do pagamento – art. 301
Art. 313 - O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
EM REGRA GERAL, só existirá solução da divida, com a entrega do objeto, se a prestação é complexa, contendo vários itens, não se considera cumprida até a entrega de todos. 
Art. 315 - As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. 
O art. 317 permite a intervenção judicial para a correção do valor do pagamento do preço quando “Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.” Neste caso temos a aplicação da teoria da Imprevisão, que traz exceção ao tema quanto ao objeto de pagamento, é a correção judicial do contrato. 
Art. 316 - É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 
– este artigo está ligado a proteção por correção monetária, portanto clausula móvel das prestações. 
ART. 318 - São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional excetuada os casos previstos na legislação especial.
-moeda estrangeira só em casos de importação e exportação, compra e venda de cambio, e nos contratos celebrados com pessoas residentes no exterior. É PROIBIDA A CHAMADA CLAUSULA DE OURO.
Os contratos firmados em média ou peso devem obedecer os costumes do lugar. Os termos arroba, braças, alqueires, podem variar de acordo com as regiões, que as obrigações houverem de ser cumpridas. Teor do art. 326: 
Art. 326 - Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
A prova de pagamento é a demonstração material, é manifestação externa de um acontecimento, quem paga tem direito a prova desse pagamento, que é a QUITAÇÃO. > DESCRITO NO ART’s: 
Art. 319 -  O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Requisitos deste recibo, que é o próprio instrumento de quitação , trata-se de prova cabal de pagamento, porque em juízo não se aceitará prova estritamente testemunhal, para provar o pagamento – 
Art. 327 -Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
A QUITAÇÃO, contendo os requisitos do artigo 320, não necessita ter a mesma forma de contrato, é dever do credor dar a quitação, uma vez recebido o pagamento. Se o credor recusar-se em dar a quitação ou não a der de forma devida, pode o devedor aciona-lo, e a sentença regulará a atual quitação. 
DÉBITOS REPRESENTADOS POR TITULOS: 
Art. 321 -  Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
A posse do titulo pelo credor é presunção que o titulo não foi pago, dai a necessidade da declaração. 
A partir do art. 322 será dito as presunções de pagamento, a menos que prove-se ao contrario, o pagamento foi efetuado. 
Art. 322 - Quando o pagamento for a quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, à presunção de estarem solvidas as anteriores. 
Pois seria lógico que se entendesse que o credor não receberia a ultima prestação se as anteriores não houvessem sido pagos. Porem admita-se prova em contrario. Um exemplo desta situação são nossas contas de luz, agua, telefone “a quitação da ultima não faz presumir o pagamento da anterior.” 
Art. 323 - Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes se presumem pagos.
Art. 324 - A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
A presunção é relativa porque o titulo pode ter sido obtido com violência, ou a remessa do titulo pode ter sido efetuada por engano, por exemplo. 
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
Esse é o prazo decadencial. Qualquer que seja o meio, o instrumento de quitação, nesse prazo decadencial, pode o credor provar a falta de pagamento. 
As despesas com o pagamento e a quitação correm por conta do devedor, salvo estipulação em contrário, salvo estipulação em contrato, - 
Art. 225  Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida. 
Deste modo, qualquer fato imputável, ao credor que gera acréscimo de despesa deverá ser a ele imputado. A regra geral é a de que não é justo que o devedor arque com as despesas por fatos supervenientes para os quais não ocorreu. 
Art. 326 - Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
DO LUGAR DO PAGAMENTO:
327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
A regra geral, portanto, é ser a divida quérable – ou seja, quando o credor procurar o devedor para pagamento da divida. 
Em caso de disposição contratualem contrario, quando o devedor é quem deve procurar o credito em seu domicílio, ou em outro local por ele indicado, para o pagamento da divida é portable. 
As regras do art. 327 são supletivas a vontade das partes, quanto a regra do parágrafo único, deve o credor, notificar em tempo hábil, ao devedor sua escolha, para que este possa fazer o pagamento. Se ocorrer do devedor mudar de endereço, e o pagamento tiver, necessariamente, de ser feito em outro lugar, arcará o devedor com à custa acarretadas ao credor, como por exemplo taxas da remessa bancária. 
A importância de se estipular um lugar para se realizar o pagamento - se quérable ou portable, reside na concorrência de mora, pois pode acontecer de o devedor achar que o credor virá cobrar a divida – quérable, mas na verdade é o devedor que deve procurar o credor para realizar o pagamento – portable. Assim uma fica na espera da outra, e o credor pode concluir que o devedor não irá realizar o pagamento, constituindo-o em mora. 
Art. 328 - Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
A expressão “prestação relativa à imóvel” não significam alugueis, são referentes a serviços a serem realizados no local do imóvel, como reparos por exemplo. 
Caso o local combinado esteja com algum empecilho no momento, o pagamento será realizado em outro local , sem que faço o credor ter prejuízos. 
Art. 329 - Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
EM REGRA O CASO FORTUÍTO E A FORÇA MAIOR NÃO AUTORIZAM INDENIZAÇÕES 
Outra situação que pode ocorrer é quando no contrato conste um local de pagamento, mas ocorre reiteradamente em local diverso, presume-se a renuncia do credor ao local combinado – isso explica o 330.
Art. 330 - O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
Entende-se que, no entanto essa presunção é relativa. 
O momento do pagamento é muito importante para a definição do adimplemento ou a mora 
Art. 331 - Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
Este artigo se aplica as chamadas obrigações puras, pois as obrigações ditas a termo são aquelas que, por sua própria natureza, não podem ser exigidas de imediato, como por exemplo, os empréstimos. 
QUANDO EXISTE UM PRAZO, a obrigação só pode ser exigida pelo credor sobre o advento do termo desse prazo, O PRAZO PRESUME-SE EM BENEFICÍO DO DEVEDOR. 
Art. 133 – se a obrigação consistir em obrigações periódicas, cada prestação deve ser estudada isoladamente. Se por um lado a prestação pode ser cumprida antecipadamente , por outro lado não pode ser cumprida além do prazo marcado. Se de um lado o devedor pode antecipar o cumprimento, inclusive com medida judicial, não pode pedir dilação do prazo ao juiz, ressalvada as situações de caso fortuito ou força maior. 
Art. 939 – O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento , sob pena de ficar esperando o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados; e a pagar as custas em dobro. 
Já o devedor que se antecipa e paga antes do termo, o faz por sua consta e risco. 
Quando a obrigação não possui termo certo, o credor pode interpelar o devedor para que cumpra a obrigação em um prazo razoável, que pode ser fixado pelo juiz. 
No dia de pagar a divida, essa pode ser paga até as 24h , tendo sempre atenção aos horários bancários e forenses. 
Combinação do art. 332 e 121 – 
Art. 332 -  As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.
Ler o art. 121 
Provar que o devedor sabe a data prevista para o termino do tempo para o recebimento.
Art. 333 - Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.
TRÊS SITUAÇÕES QUE PERMITEM COBRANÇA ANTECIPADA, PELO CREDOR: 
Falência do devedor, isso ocorre quando o devedor tem mais dividas do que capital, não tendo condições de mudar de situação. 
Por garantia real, apresentada por hipoteca ou penhor , os bens dados sofrem penhora por outro credor, presume-se pela ocorrência deste fato, que se este outro credor não encontrou outros bens livres .
Acontece quando há uma diminuição na garantia pessoal e real ou até mesmo sua perda, por exemplo, quando morrer o fiador, neste caso o devedor é intimidado a reforçar sua garantia, em prazo razoável. Se não autorizado ocorre o antecipação da cobrança 
ESSES CASOS SÇAO TAXATIVOS. NÃO HÁ OUTROS DENTRO DO ORÇAMENTO CIVIL.
O pagamento direto é sem duvida, a forma mais importante de adimplemento das obrigações, SENDO QUE ESTE PAGAMENTO PODE SER REALIZADO DE FORMA INDIRETA. 
 
DO PAGAMENTO EM CONSIGUINAÇÃO:
A primeira regra especial que surge no código civil de 2002 é sobre o pagamento feito sobre consignação, sendo ele uma regra especial, pode ser constituído como o depósito feito pelo devedor, da coisa devida, para liberar-se de uma obrigação assumida em face de um credor determinado. 
O art. 334 nos diz que tal depósito pode correr de forma judicial ou extrajudicial
Art. 334 – Considera-se pagamento, e estingue a obrigação o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 
ATENÇÃO: a consignação em pagamento está relacionada a uma obrigação de dar ( pagamento), não pode estar ligado a uma obrigação de fazer ou não fazer. 
As possibilidades da consignação: 
Art. 335 - A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
Hipóteses – Onde se pode consignar. Apenas se a obrigação for Portable. Se não o simples fato do credor não ter aparecido para receber, extingue a obrigação.
a) Não puder = não se fala em recusa, está se falando em impossibilidade. O credor impossibilitado de receber o pagamento, sem culpa;
b) Sem justa causa = Se recusa a receber ou dar quitação na devida forma (em sentido lato – o pagamento depende de uma providência a ser tomada pelo credor, trata-se de obrigação alternativa e escolha do credor, a recusa do credor em receber autoriza o devedor a consignar, e obrigação indivisível aonde um dos devedores foi perdoado o credor está cobrando do outro e o outro diz eu pago, mas tem que me devolver à parte daquele que foi perdoado em dinheiro, a recusa do credor em devolver a parte autoriza o devedor em consignar. Quem vai julgar se a recusa do credor tem ou não justa causa é o Juiz. Nesse caso o devedor pode reter o pagamento (Art. 319) ou consigná-lo em juízo (Art. 335), CC.
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
Só se aplica nas obrigações Quérables. O simples fato do credor não vir ou não mandar alguém autorizado a receber já dá o direito do devedor consignar pagamento.
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
Aplica-se para as obrigações portable e o incapaz não tiver representante: Na hipótese de vacância do exercício da função de curador.
 a) Incapaz: paga a quem tem direito (pai/curador/tutor). Só quando o exercício do cargo de representante legal estiver vago.
b) Desconhecido: Ex: credor que morre.
c) Ausente: utiliza o mesmo critério do incapaz.
d) Lugar incerto, perigosoou difícil: quando não se sabe onde ele está, este caso se aplica como no Art. 329. Tem que oferecer o pagamento em outro lugar, para depois consignar. Só é utilizado quando a obrigação for PORTABLE.
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
Dúvida sobre quem é o legítimo credor. Como exemplo: quando morre o “de cujus” e não se sabe quem são os herdeiros. Utiliza o artigo 344 no caso de pagamento efetuado em a consignação e Art. 312. A saída para pagar bem é consignar.
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Litígio sobre o objeto: Litigio onde não se discute quem é o credor, um terceiro pretende apropriar-se de um pagamento que é devido para o credor, esse terceiro pretende fazer a penhora daquilo que se deve ao credor. Só paga bem consignando, pelo inciso V, Art. 335, CC. Apenas por uma outra relação jurídica o terceiro quer o objeto dessa dívida para penhora da outra. Só paga bem se consignar. Combinando com o artigo 345, que qualquer dos pretextos credores, qualquer um deles podem requerer a consignação através da ação adequada para cobrar a divida. 
Para que a consignação tenha força de pagamento, ou seja, para que seja válida e eficaz para o adimplemento da obrigação, está consignação devera respeitar todas as condições do pagamento direto. 
Art. 336- Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
A consignação deve obedecer aos requisitos do pagamento. O problema é o requisito tempo. O devedor só pode consignar depois de vencido o débito.
Pagamento forçado que não deixa de ser pagamento, para ter efeito de pagamento deve preencher os requisitos de um pagamento: 
Quem for autorizado a consignar é que tem que entrar com a ação.
Justificar se é terceiro interessado ou não interessado.
Se pode consignar ou não.
Depositar exatamente aquilo que é devido.
Consignar por inteiro.
Ingressada a ação de consignação no foro do pagamento, no lugar onde a obrigação tenha que ser cumprida.
Todos os requisitos sem os quais não é valido o pagamento.
O único requisito que não é analisado rigorosamente é o requisito de tempo.
A recusa do credor em receber o pagamento permite a consignação à qualquer tempo e reter o pagamento. Logo eu não tenho prazo para consignar. Art. 319 CC.
Art. 337 - O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
Este artigo complementa o Art. 336, pois confirma que para que tenha validade à ação de pagamento o mesmo tenha que ter os requisitos do pagamento.
Art. 840, CPC. Depositar o dinheiro, equivalente em poupança judicial. Dinheiro= fica depositado na poupança de Banco Oficial. Jóias, Títulos de Crédito, Obras de Arte = fica depositado em cofre bancário. Qualquer outro bem, fica com o oficial de justiça que é o depositário oficial.
Pode acontecer que o depositário não tenha condições, informando justificadamente ao juiz, que não possui condições, nesse caso, o juiz pode nomear um depositário particular, sendo qualquer pessoa, que aos olhos do juiz mereça confiança. O depositário tem direito a uma remuneração e as despesas pagas.
A consignação é um meio oferecido pela lei, para que se cumpra uma obrigação e assim se evite as consequências de um adimplemento. Se a consignação for realizada de forma extrajudicial, através de um depósito bancário, o credor será notificado deste depósito para, no prazo de dez dias, impugna-lo ou declarar sua aceitação. Assim ENQUANTO O CREDOR NÃO SE MANIFESTAR poderá o devedor levantar o depósito, art. 338 – 
Art. 338 - Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito. 
Interpretado em conformidade com o §4º do art. 485, CPC, deverá ser entendido enquanto o credor não for citado. (não entendi) Há conflito com os artigos do processo, então deverá entender como enquanto o credor não for citado, poderá então levantar o depósito, subsistindo a obrigação. Aplica-se antes da citação.
Art. 339 - Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.
O 339, trata de regra específica de consignação. Só pode desistir se todos que participam da relação jurídica contratual anuírem, o único jeito de fazer sem a concordância de todos o credor sacar o depósito, voltar ao devedor e entrega o dinheiro, constituindo uma nova obrigação.
Antes de sentenciado aplica o 340 C.C 
Art. 340 - O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
Art. 341 - Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada for do credor, o devedor deverá citar o credor à somente escolher no prazo de cinco dias (543 CPC) sob pena de perder o direito de escolha, se passar os cinco dias o juiz intima o devedor para escolher e indicar onde está a coisa para ser depositada ou contestar a ação no prazo de 15 dias (341c/c). Se não escolheu, o juiz manda o devedor escolher, se for Portable deposita, se for Querable intima o credor para receber, ou ir receber a coisa onde quer que ela se encontre.
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Petição I. Citação Ir
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 Provar o seu Direito (para obrigação litigiosa). 
 (Arts. cpc).
Art. 343 - As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.
Art. 344 - O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Quem paga mal, paga duas vezes. 
Art. 345- Os credores podem pedir a consignação do pagamento. Qualquer um dos pretendidos credores pode entrar com a ação adequada para exigir o cumprimento da obrigação e o devedor não vai poder usar do litigio que tem entre, pois esse artigo defere uma legitimidade extraordinária, para qualquer um dos pretendidos credores ir a juízo e exigir a garantia e o pagamento da obrigação. Vai ficar depositado aguardando que o juiz decida quem é o credor. Estabeleceu a legitimação, não em sentido processual, mas em ingressar com a ação adequada. Não existia ação de consignação em pagamento quando esse artigo foi escrito.
DO PAGAMENTO COM SUBROGAÇÃO: 
O pagamento feito por sub-rogação é aquele em que o credor originário será pago por devedores estranhos a relação obrigacional originária. Ou seja, TERCEIRA PESSOA EFETUARÁ O PAGAMENTO PERANTE CREDOR ORIGINÁRIO. 
A obrigação neste tipo especial de pagamento não será extinta. Somente haverá uma mudança no polo ativo uma vez que o credor originário será substituído pelo terceiro que pagou a divida, pois o devedor originário continuará a dever, agora para terceiro. 
Existe a sub-rogação legal – que é aquela determinada por lei, caso do art. 346 e a sub-rogação convencional, caso do art. 347 , que são pagamento realizados por pessoas que não possuem um interesse direto na divida. 
Art. 346 - A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credorhipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte
Causa de sub-rogação legal:
A sub-rogação opera de pleno direito 
Em favor do credor que paga a divida do devedor comum 
A utilidade dessa regra se revela quando um credor desconfia que o patrimônio do devedor não é suficiente para quitar a sua obrigação , pois existe outro credor com privilegio que o garante. 
Ex: A deve a B R$ 10.000,000 ( A possui um fiador F) A deve para C 20.000,000. C paga a B 10.000,00 e poder[a cobrar de A 30.000,000, tendo a faculdade de cobrar de F 10.000,000. 
Em favor de terceiro interessado quem paga a divida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Ex: fiador ou avalista. 
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
Se opera por vontade do credor, sendo de seu arbítrio a decisão da transferência de seus direitos, o terceiro que paga não pode obrigar o credor a sub-rogar convencionalmente só ocorre por vontade expressa do credor, se manifestando pelo recibo.
Tem que se dar contemporaneamente na obrigação do pagamento. 
O terceiro não interessado não se sub-roga legalmente, podendo apenas ser convencionalmente, se houver expressa concordância do credor, pois ele não é obrigado a sub-rogar convencionalmente.
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Está em desuso no direito brasileiro.
Precisa ter um contrato de mutuo: Quando um terceiro empresta a quantia precisa para pagar a dívida e ficando o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. O problema é emprestar a grana e o devedor não pagar a dívida, uma vez que isso seja feito sem contrato.
Exige dois momentos:
1. Contrato de mutuo entre terceiro e devedor em virtude da qual se conste que aquela importância mutuada é para pagamento do credor tal. Sob condição do mutuante ficar sub-rogado como credor satisfeito.
2. O devedor pagar o credor.
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito.Aplicam-se as regras da cessão de crédito na hipótese do inciso I a sub-rogação convencional. A única coisa que muda é o instrumento jurídico. Quando tem um contrato, é cessão de crédito, já quando tem um recibo, é sub-rogação. 
Art. 249 - 
O sub-rogado recebe todos os direitos, garantias, ações, privilégios do primitivo credor. Ex; Se o credor podia executar, o sub-rogado também, se o credor estava executando, o sub-rogado, pode substituí-lo e continuar a execução... Existem alguns direitos que não se transferem:
I – Direitos que foram transformados pelo próprio pagamento/sub-rogação, o ato de efetuar o pagamento e se sub-rogar nos direitos, modifique a natureza jurídica do direito. 
Ex: pagamento de dívida solidária; mudança da natureza jurídica da dívida pelo pagamento = lei 6830/80 
Ex: pagamento de dívida fiscal, só a fazenda pública, pode ser autora de execução fiscal, transformando a execução em uma execução por título extrajudicial.
Ex: Pagamento de dívida de alimentos, que a partir do pagamento por terceiro, passa a ser dívida civil, executável não através da especialíssima ação de alimentos.
II – Não se transferem as exceções pessoais a que competiam ao credor primitivo. Inoponibilidade das exceções pessoais por terceiros.
Art. 350. 
O sub-rogado só se exerce os seus direitos e garantias até a soma do valor que ele desembolsou. Ex: dívida de 100 mil e o sub-rogado paga 70 mil, então ele só pode cobrar os 70 mil que pagou. Este artigo só se aplica para a sub-rogação legal, não atingindo esse limitador para no caso de sub-rogação convencional, a dívida acima a ser cobrada seria de 100 mil e não mais de 70 mil. 
1º, A lei é expressa em dizer que não pode.
2º, A sub-rogação convencional se aplicam as regras da cessão. A regra é que a cessão seja honerosa. Pagar menos para receber mais. Por isso, constou-se a convencional também no artigo 346, II. Para fugir desse limite do art. 350.
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.
Quando o credor originário e o sub-rogado que foram pagos parcialmente e ambos estão em cobrança da dívida restante, a preferência fica ao credor originário, e o que sobrar, será do sub-rogado. Um direito que era meu, e foi transferido para outro, não pode ser usado contra mim.
Capítulo IV
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
Imputar é apontar, indicar, escolher. Imputação do pagamento é o ato pelo qual o devedor de mais de uma dívida, da mesma natureza, a um mesmo credor, escolhe qual das dívidas liquidas e vencidas quer pagar.
Art. 352. A pessoa obrigada, por 2 (dois) ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
É do devedor o direito de imputar. Escolher a qual delas tenho o interesse de quitar em primeiro lugar.
Para que seja possível realizar o direito de imputação são necessários os requisitos:
1º - Existência de mais de uma dívida;
2º - Ao mesmo credor;
3º - Dívidas da mesma natureza (fungíveis entre si/Homogêneas);
4º - Líquidas (certas quanto a sua existência e determinadas quanto ao seu objeto) e vencidas;
5º - Pagamento oferecido deve ser suficiente para quitar integralmente a dívida escolhida. O credor não pode ser obrigado a receber por partes se assim não se ajustou.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência (coação) ou dolo.
Se o devedor não tiver exercido o direito de imputar o pagamento, o credor pode imputar no recibo e se o devedor aceitar a quitação não retorquindo imediatamente, ele não terá direito de reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo se provando haver cometido violência ou dolo.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Juros se traduzem no aluguel que eu pago para utilizar o capital alheio. Os frutos do capital são os juros e os frutos dos juros é o juro composto/anatocismo/capitalização, tornar capital, simples prática de contar juros sobre juros. Os juros do período anterior aderem ao capital e no período seguinte os juros são cobrados sobre o capital. No caso é 1% sobre ele mesmo, mas na regra contar juros sobre juros é proibido.
Anotação: Combina-se este artigo com a Súmula 121 STF; com Art. 591, CC (acumulação de juros de ano a ano) e Decreto 22626/93 no Artigo 4º.
A dívida pode ter uma parte frutífera, o capital e infrutífera que é os juros vencidos. A lei estabelece uma regra especifica de proteção ao devedor, neste artigo. A lei estabelece esse favor creditores, pois o credor tem maior interesse primeiro a parte que não rende frutos, e depois a que rende frutos. O credor não pode exigir que primeiro quite o capital, podendo optar primeiro pelos juros, e o que sobrar, quitar o capital.
Se o credor passar a quitação do capital, sem ressalva dos juros, esses presumem-se pagos, art. 323, CC.
O pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos e depois no capital, salvo estipulação em contrário ou se o credor anuir dando quitação por conta do capital.
Regra: Primeiro nos juros depois no capital.
Exceção 1: Salvo em estipulação em contrário.
Exceção 2: Ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Obs: Se o credor passar quitação por contado capital sem fazer a ressalva dos juros, presume-se que estes foram pagos (Art. 323).
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
Se o devedor e o credor não imputar o poder judiciário (juiz) irá imputar no lugar deles o primeiro critério de imputação legal que é o cronológico (imputasse o pagamento nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar). Se der empate e todas as dividas liquidas e vencidas ao mesmo tempo, aplica-se o critério de onerosidade, então imputar-se-á a mais onerosa, no caso, onerosidade se refere a dívida mais danosa, que o devedor tem mais interesse de pagar, ou seja a hipoteca, com fiadores... 
Se tiverem o mesmo grau de onerosidade, imputa-se pagar o maior número de dividas possíveis.
Ex:
	Dívida
	Sacas de Soja
	Data
	Juros
	Cláusula
	Fiadores
	1 -
	1.000
	30/04/2016
	1%
	X
	A e B
	2 -
	2.000
	30/03/2016
	-
	-
	B
	3 -
	3.000
	30/05/2016
	-
	-
	-
 A primeira dívida é a mais onerosa, pois possuem mais pessoas envolvidas nela.
 Imputar-se-á a que mais tiver interesse de quitar.
 Se não der para distinguir as dívidas pelos critérios, cronológico e onerosidade, aplica-se o art. 805, CPC, onde extingue o maior número de dívidas possíveis.

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