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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
CAMPUS SERTÃO DELMIRO GOUVEIA
LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
LIC – LÓGICA, INFORMÁTICA E COMUNICAÇÃO
PROFª SUZANA MARIA DIAS GONÇALVES 
QUITÉRIA REGINA SANTOS BEZERRA DA SILVA
A GALÁXIA DA INTERNET
MANUEL CASTELLS
Podemos concluir que o desenvolvimento da internet situa-se entre duas linhas paralelas: a da inovação, criatividade, produtividade e riqueza: e a da volatilidade insegurança, desigualdade e exclusão social. 
“A internet tem uma geografia própria” (p.245), ou seja, ela tem vindo a alterar as noções de espaço que conhecíamos, e esta análise leva-nos numa viagem pelos diferentes centros nevrálgicos por onde a internet passa e a partir dos quais ela se processa e ramifica, atuando na desconstrução e construção de novas paisagens sociais.
Um deles é o fato de este fenômeno ter passado ainda tão curto e já tão recheado de desenvolvimentos, sejam eles de caráter técnico e tecnológico ou de pendor sociológico, econômico e político. 
Em suma, nesta abordagem histórica da internet, percebe-se que ela nasceu do cruzamento de duas mentalidades: uma corre atrás de méritos científicos e baseia-se em princípios patrióticos e outra mais rebelde de igualdade cooperação.
A internet tem duas faces ante ao seu desenvolvimento uma a mostra como algo bom e a outra como algo ruim, ela modifica o espaço em que se desenvolve de acordo com o modo em que é usada, sua história mostra que ela nasceu com duas finalidades uma de méritos e outra em busca da igualdade. 
A internet provém de uma cultura, mas cria, ela própria, uma cultura, na medida em que encaixa no seu processo genético diferentes “estratos” culturais, mais ou menos acadêmicos, mais ou menos independentes, mais ou menos economicistas. 
Um dos aspectos de maior influência da internet na vida das pessoas relaciona-se com o mundo dos negócios e com a forma como está intervir nos processos de gestão empresarial, na criação de novos conceitos de economia, na nova visão do trabalho e no incremento da produtividade e competitividade à luz da inovação.
Analisando as questões do capital e a sua relação com a internet, percebemos que o setor tecnológico fez com que muito capital fosse para aí atraído, sendo, desse modo, o grande responsável pela nova economia.
A distância e a sensação de autonomia privado que a internet confere do utilizador comum são os elementos que trazem a sua característica fundamental, a relação interativa.
O fato de, pela internet, as pessoas se reunirem em comunidades virtuais, partilhando ideias, conhecimento, informação, conceitos, anseios, preocupações e sonhos, não é mais do que dar continuidade ao ancestral costume de se reunirem à volta da lareira. A diferença, para melhor, é que toda essa interação vence as barreiras da distância e do tempo, tornando o mundo mais pequeno.
No momento, uma coisa é inquestionável, a internet veio introduzir alterações profundas nos modelos de sociabilidade que conhecíamos, criando novas formas de interagir que ocorrem numa dimensão extra-espacial e extra-temporal, levando necessariamente, a novas concepções de comunidade e de comunicação.
A internet é responsável por sua cultura própria apesar dela já vim de uma cultura; ela tem maior importância na área dos negócios, pois visa muito esse universo, no entanto ela também serve para aproximar pessoas que estão distantes, pois traz interatividade entre as pessoas que passam a agir de forma mais descontraída por conta da privacidade.
“A globalização dos movimentos sociais é um fenômeno específico e muito mais importante e amplo que o movimento contra a globalização” (p.173), ou seja, a nuvem converte-se na tempestade.
É claro que tudo isto resulta da ideia de política que se tem vindo a instalar no senso comum, de que não vale a pena acreditar (nos políticos) e, por isso, não vale a pena intervir (nas políticas). Não será, certamente, culpa da internet mas sim das pessoas.
Ora, se a internet “não é um instrumento de liberdade” (p.197), como diz Castells, ela tem, ao menos, um potencial comunicativo que permite a liberdade de expressão e proporciona a circulação de valores, ideias e desejos, contribuindo para um avanço na luta pelos ideais democráticos.
Na verdade, já causa espanto sabermos, que tal como na areia da praia, todos os passos que damos na internet deixam pegadas e que existem mecanismo para seguir esse rasto. 
Um aspecto interessante na “vida” da internet tem a ver com a tentativa de convergência deste meio com outros meios, como a televisão, por exemplo. Segundo o que o autor nos confirma e a realidade existente no momento, essa convergência não é fácil por razões de ordem tecnológica e econômica. 
...a indústria livreira, que a princípio se pensava que iria ser fortemente penalizada pela internet, percebe-se que apenas poderá tirar daí (da internet) beneficio, nomeadamente através de processos publicitários mais eficazes, devendo talvez apostar na publicação online de manuais, dicionários e enciclopédias, tal como as revistas, sobretudo as de caráter cientifico e acadêmico, que tendem, cada vez mais, a ver-se em formatos digitais online, verificando-se, no entanto, que o livro em formato de papel continua a ser o meio mais desejado pela sua portabilidade e, sobretudo, porque não depende da eletricidade nem da eletrônica para ser “consumida”.
Os movimentos sociais ganharam força ao se expandirem com o uso da internet, fazendo que o acesso rápido levasse informações cada vez mais distante, mas cabe a cada um analisar se a informação é condizente, até porque todos os passos dados na internet deixam rastro e ela apesar da dificuldade tem se unido aos outros meios de comunicação e trazido muitos benefícios para tais.
Assim, verifica-se que a geografia da internet distribui-se de acordo com o desenvolvimento desigual das infraestruturas tecnológicas, da riqueza e da educação, ou seja, a internet ganha cada vez mais espaço nos espaços do poder, seja ele político, econômico ou cientifico – cultural, fazendo coincidir a sua geografia com a geografia do desenvolvimento e do poder.
Na verdade, a internet não aparece acessível, para todos da mesma forma e com a mesma cara, tendo em conta que ela implica pré-requisitos, tais como capacidade econômica, conhecimento, situação geográfica e domínio da língua inglesa,
Percebe-se que quanto mais o mundo se envolve num processo tecnológico de desenvolvimento econômico, político, social e cultural, baseado na rede digital eletrônica, mais afastada do desenvolvimento favorável fica a grande faixa populacional desse mesmo mundo, afinal.
Por tudo isto, a economia baseada na internet acaba por evidenciar as redes mais dinâmicas e segregar aqueles setores que, por força dessa circunstância, se vêem obrigados a enveredar por sistemas econômicos informais que rondam o ilícito.
Em conclusão, para que a internet não seja o monstro criado pelo homem e que está pronto para devorar o seu criador, teremos que atuar no contexto que ela gera, aceitando os desafios que ela própria nos propõe. 
O desenvolvimento geográfico da internet depende do desenvolvimento econômico, quanto mais e riqueza e poder mais expansão terá da rede, sendo assim ela não se apresenta da mesma maneira para todos, quem não possui riqueza e poder tem seu uso limitado de certa forma e para ela não parece algo destruidor temos que nos adaptar ao seu modo. 
Referencia 
Castells, Manuel (2001), A Galáxia Internet: Reflexões sobre Internet, Negócios e Sociedade

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