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Novas Mídias e Novas Tecnologias_final

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Novas Mídias e Novas TecNologias
Elaboração
Rodolpho Freire Martins
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 5
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 6
introdução.................................................................................................................................... 8
unidAdE i
informação na sociedade .............................................................................................................. 9
CAPítulo 1
sociedade da informação e sociedade do conhecimento ......................................... 9
CAPítulo 2
sociedade e tecnologia ................................................................................................... 15
CAPítulo 3
origem das mídias e panorama atual .............................................................................. 21
unidAdE ii
mídias e tecnologias ...................................................................................................................... 25
CAPítulo 1
novas tecnologias, novas mídias e velhas dificuldades ............................................. 25
CAPítulo 2
novas mídias e cibercultura ............................................................................................. 30
CAPítulo 3
mídia e cotidiano ............................................................................................................... 35
unidAdE iii
cultura digital ................................................................................................................................. 42
CAPítulo 1
geração Y e tecnologia .................................................................................................. 42
CAPítulo 2
tics e ntics .......................................................................................................................... 46
CAPítulo 3
convergência midiática, interação e interatividade .................................................... 51
unidAdE iV
novas ferramentas ......................................................................................................................... 62
CAPítulo 1
Web de segunda geração ................................................................................................ 62
CAPítulo 2
ferramentas da Web ........................................................................................................... 67
CAPítulo 3
redes e conectividades ..................................................................................................... 90
PArA (não) FinAlizAr ..................................................................................................................... 99
rEFErênCiAS ................................................................................................................................ 100
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
7
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
A cada dia, surgem novas mídias, novas tecnologias, novos processos, novos “tudo”. 
Vivemos no mundo das novidades. Internet, Web2.0, tecnologia 3G, iPhones, TV digital. 
Essas são apenas algumas das palavras e expressões às quais as pessoas estão sendo 
expostas nos dias mais recentes. A fusão entre as telecomunicações e a Tecnologia da 
Informação imprimiu ao mercado uma velocidade e um dinamismo tão grandes que 
fica cada vez mais difícil acompanhar as tendências em termos de mídias eletrônicas.
Uma coisa, porém, é certa: as novidades que virão impactarão fortemente as comunicações 
do futuro, o que nos faz repensar nosso trabalho como profissionais da mídia, bem como 
exige dos veículos e das empresas de comunicação um reposicionamento de trabalho.
Gostaria que, nesta disciplina, debatêssemos e estudássemos novas mídias e novas 
tecnologias e suas reverberações positivas e negativas. Aproveite essa oportunidade e 
busque maior quantidade de informações para o seu melhor aproveitamento! Sucesso!
objetivos
 » Discutir o papel das novas mídias e de tecnologias para a Comunicação.
 » Apresentar as principais tecnologias da atualidade.
 » Provocar um senso crítico no que se refere às novas mídias.
9
unidAdE iinFormAção nA 
SoCiEdAdE
CAPítulo 1
Sociedade da informação e Sociedade 
do Conhecimento
Imagem: Creative Commons
Na atualidade, existeuma grande discussão acerca do tipo de sociedade que 
vivenciamos. Temos uma Sociedade da Informação ou uma Sociedade do 
Conhecimento? Mas, afinal, há diferenças entre esses dois conceitos?
Para Musacchio (2014, p. 01), “a Sociedade da Informação representa um acesso 
democratizado, universal, global e total a informação e ao conhecimento, por meio dos 
meios de comunicação e equipamentos eletrônicos”. Ele fala, ainda, que a sociedade 
conhecida como da informação foi inaugurada pela Internet.
10
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
Já Sociedade do Conhecimento ele diz que foi constituída “a partir das redes sociais, 
das interações e colaborações entre os indivíduos membros. São pessoas discutindo 
questões, refletindo sobre elas, ensinando e aprendendo, umas com as outras, em 
todas as áreas de conhecimento” (MUSACCHIO, 2014, p. 01), ou seja, o conceito de 
Sociedade do Conhecimento – muitas vezes chamada, também, de sociedade do saber 
– é mais recente e representa uma consequência e evolução da chamada Sociedade da 
Informação.
Dziekaniak e Rover (2011) falam que os primeiros registros teóricos sobre a Sociedade 
da Informação datam de 1978, quando se começou a falar desse novo (à época) tipo de 
sociedade, sempre relacionado às tecnologias. Os autores falam que o termo Sociedade 
do Conhecimento surgiu, na década de 1990, como alternativa à visão mercadológica 
do termo anterior.
Outras nomenclaturas foram sugeridas para esta nova fase da sociedade, como sociedade 
da inteligência, sociedade pós-informação e até mesmo sociedade digital, mas o termo 
que ficou preponderante foi o de Sociedade do Conhecimento.
Para os autores, há um ponto em comum entre essas duas sociedades, que é justamente 
o destaque dado às tecnologias da informação e comunicação e sua evolução na 
trajetória das sociedades, bem como «a alteração do modus operandi dessas sociedades 
desenvolverem suas economias, vinculando conhecimento à moeda, o qual, apesar de 
intangível, é um bem muito valoroso” (DZIEKANIAK; ROVER, 2011, p. 05).
Para Dziekaniak e Rover (2011), na essência da Sociedade do Conhecimento, o próprio 
conhecimento encontra-se ao alcance de todos que o desejarem, mas, na realidade atual, 
o conhecimento é acessível a poucas pessoas. Para eles, “sociedades em que há fortes 
diferenças sociais, econômicas e culturais não podem ser denominadas de sociedade do 
conhecimento, haja vista que o conhecimento deva perpassar, inclusive, pela esfera da 
moral e da ética” (DZIEKANIAK; ROVER, 2011, p. 08). Assim, o conhecimento é, até 
certo ponto, uma alavanca para as desigualdades sociais.
Para Musacchio (2014), há uma série de questões a serem desenvolvidas na Sociedade 
do Conhecimento, cujo foco principal é a reinvenção da relação com o “saber”. Ele 
destaca as autorias compartilhadas, a gestão de Tecnologia da Informação, capacitação 
profissional, gestão do conhecimento, interatividade e colaboratividade como itens 
fundamentais, e ainda propõe dez formas para se viver plenamente a Sociedade do 
Conhecimento.
11
informação na sociedade│Unidade i
Como entrar na Sociedade do Conhecimento?
1. Nunca mais pare de estudar, de se capacitar, de se habilitar. O mundo não vê 
com bons olhos quem se julga pronto, acabado, realizado.
2. Participe das redes sociais. Existem milhares. Mas escolha aquelas que irão 
acrescentar no seu portfólio profissional.
3. Desenvolva a prática saudável de produzir informação (blogs, wikis, páginas 
pessoais, revistas eletrônicas e clippings).
4. Participe de grupos de estudos na sua área de atuação profissional no Facebook. 
Todos os grandes colaboradores estão lá dispostos a ajudar.
5. Construa sua imagem baseada na coerência, na honestidade, no coleguismo, 
no altruísmo, na parceria. Seja amigo de você mesmo.
6. Procure ver e ser visto. Ajude os outros a subirem também. Sua estrada 
profissional não está pronta. É você que a constrói.
7. Desenvolva a capacidade de ouvir, mais do que falar. Quem sabe ouvir, aprende 
mais e melhor. Mas não se cale diante dos desafios.
8. A colaboração e a interação é o seu principal foco social e profissional. Quem 
não se comunica, perde a oportunidade de aprender.
9. Não omita sua opinião. A organização espera que você seja um formador de 
opinião.
10. Nunca diga “eu acho”. Na nova Sociedade do Conhecimento, não há mais 
espaço para o “achismo”. É preciso estudar e aprender para poder dizer.
Fonte: ( MUSACCHIO, 2014)
Sociedade da Informação é um termo polissêmico reconhecido mundialmente, 
porém os dados a que se refere nem sempre possuem as informações organizadas, 
ou seja, nem sempre estão relacionadas a conhecimento propriamente falando. 
Informação significa transmissão, enquanto o saber envolve aprendizagem, 
informações organizadas.
Há diversos conhecimentos organizados: o saber acadêmico, do cotidiano, 
tradicional, indígena; todos podem ser muito úteis. Assim, o que, atualmente, 
se defende é que a Sociedade do Saber ou do Conhecimento deve centralizar o 
processo de aprendizagem.
12
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
Você acredita que, no geral, vivemos em uma Sociedade da Informação ou do 
Conhecimento? Desenvolva essa questão.
Metacognição: pensar sobre o próprio pensar para mudar
As mudanças verdadeiras passam pela mudança na própria forma de pensar
Por Leandro Abranches, Portal Administradores.com.br
Imagem: Reprodução de administradores.com.br/iStock.
As transformações nos vários campos do saber são inúmeras, surgindo temas como: 
transgênicos, mapeamento genético, física quântica, inteligência artificial, cura genética, 
neurociência, novos planetas, nanotecnologia, celulares sofisticados, entre outros.
Para a pesquisadora, escritora e Doutora em Letras pela PUC (RJ), Valéria Cristina 
Pereira: “os programas apresentados para a manutenção e/ou desenvolvimento das 
organizações supõem um indivíduo constantemente preparado para a recepção 
e compreensão dos itens estabelecidos por tais programas, como, por exemplo, a 
consciência para perceber maneiras de resolução das dificuldades encontradas no 
ambiente de trabalho e aprendizado contínuo. Porém, tais programas não mostram aos 
indivíduos formas de aperfeiçoamento desta consciência [...]”.
13
informação na sociedade│Unidade i
A escritora continua: “como desenvolver esta consciência? Como adquirir autonomia 
e acesso à informação? Como aprender a aprender de forma crítica? Como alcançar 
leituras e linguagens para muitos inacessíveis? Como manter o desenvolvimento desta 
consciência no cotidiano e na dinâmica das organizações? Os programas não respondem 
a tais perguntas, na medida em que não exploram a força de potência individual e a 
prática do desenvolvimento da consciência [...]”.
Frente a essa complexidade apresentada pela estudiosa e levando em consideração 
que vivemos na Era da Informação e do Conhecimento, pensar e aperfeiçoar o próprio 
pensar (metacognição) se reflete, entre outros aspectos, na comunicação, nas linguagens 
e nas suas leituras diversas, gerando ações mais assertivas. As mudanças verdadeiras, 
seja em qual esfera for, sendo o indivíduo o principal agente modificador, passam pela 
transformação na forma de pensar. Em outras palavras, passam “pelo pensar sobre o 
próprio pensar”, o que, por sua vez, implica criatividade.
No que tange ao próprio pensar, o sociólogo Edgar Morin, com a sua teoria do 
“Pensamento Complexo”, e os estudos sobre “Criatividade e Pensamento Lateral” do 
psicólogo Edward de Bono (ver meu artigo intitulado Creativity e Pensamento Lateral) 
vão ao encontro dos estudos da pesquisadora e Doutora no tema Valéria Pereira, o que 
nos lança uma luz à questão.
Para Edgar Morin, a concepção da necessidade do modelo de pensamento complexo 
advém das revoluções provocadas nas ciências com a Teoria da Relatividade (Albert 
Einstein afirmou que tempo e espaço são relativos e estão profundamente entrelaçados) 
e da Mecânica Quântica (segmento da física moderna que estuda o movimento das 
partículas muitopequenas, mesmo de limites muito imprecisos, dos quais começam 
a notar efeitos como a impossibilidade de conhecer com infinita acuidade e ao mesmo 
tempo a posição e a velocidade de uma partícula).
Em linhas gerais, tanto a Teoria da Relatividade quanto a Mecânica Quântica já 
haviam obrigado as ciências a reverem suas doutrinas e Leis (que até então eram 
inquestionáveis) referentes à relatividade e às incertezas quanto à probabilidade na 
esfera da física. Nesse aparente “caos”, surge a Teoria do Caos.
“Quando tudo parecia incerto e relativo, a teoria do caos, já na segunda metade do 
século, veio, de certa forma, na direção oposta, ao demonstrar que, também no sistema 
caótico, existe ordem” (Revista Nova Escola, no 25, p. 114).
14
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
As transformações descritas acima e outras levaram Edgar Morin a definir princípios 
de reformulação do conhecimento humano, para ajustar a realidade e a Sociedade do 
Conhecimento e da Informação. Entre esses princípios, que são sete (Revista Nova 
Escola, no 25, p. 114-115), destaco os seguintes.
 » Reintrodução do conhecimento em todo o conhecimento (pensamento crítico 
sobre o próprio pensar).
 » Princípio sistêmico (o todo é mais do que a soma das partes).
 » Ciclo retroativo (a causa age sobre o efeito e vice-versa).
 » Autoeco-organização (o homem se recria em troca com o ambiente).
Os princípios de Edgar Morin vão além, evidentemente, do exposto acima. Logo, este 
artigo não pretende esgotar o debate sobre o tema, pelo contrário, pretende provocar 
os leitores sobre nossos modelos e paradigmas de pensamento. “Como pensar fora da 
caixa, como se diz nas empresas, se não conseguimos ver a caixa? Acha mesmo que vai 
mudar as coisas (e/ ou a si mesmo) pensando do mesmo jeito?”.
Fontes: <Portal Administradores.com.br> e <http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/metacognicao-pensar-sobre-
o-proprio-pensar-para-mudar/90166/>.
Quais as reflexões propostas nesse texto e qual seu posicionamento com relação 
a elas?
15
CAPítulo 2
Sociedade e tecnologia
Imagem: Creative Commons.
Satisfação garantida
Obsolescência programada
Eles ganham a corrida antes mesmo da largada
Eles querem te vender, eles querem te comprar
Querem te matar, à sede... eles querem te sedar
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
(3o do plural, Engenheiros Do Hawaii)
Você já deve ter ouvido falar em obsolescência programada, um termo que diz respeito 
a uma prática mercadológica em que se fabricam produtos tecnológicos com pouco 
tempo útil e que rapidamente se tornam obsoletos, para forçar o consumidor a comprar 
a novos produtos ou novas versões.
16
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
Segundo Leite (2011), o homem moderno é, ao mesmo tempo, otimista e pessimista com 
relação ao futuro da civilização, mas sempre deposita confiança no desenvolvimento 
tecnológico, como se o avanço das tecnologias fosse garantia para solucionar problemas 
sociais. Ele destaca que a qualidade das experiências não, necessariamente, melhora 
com o uso de novas tecnologias. “A tecnologia conecta o mundo numa só rede ao mesmo 
tempo em que isola o indivíduo em sua subjetividade” (LEITE, 2011, p. 3).
Esse pensamento nos suscita um problema da sociedade atual: até que ponto somos 
dependentes de tecnologias? 
Para Corso, Freitas e Behr (2012), o crescente uso de tecnologias móveis (notebooks, 
tablets, smartphones etc.) tem modificado a vida privada dos indivíduos, bem como 
a vida pública, pois possibilitam novas formas de interação na sociedade e, também, 
novas maneiras de expressão pessoal de suas identidades.
Para os autores, os paradoxos, ou seja, as contradições do uso das tecnologias podem ser 
expressas nos seguintes itens: controle versus caos, liberdade versus escravidão, novo 
versus obsoleto, engajamento versus desengajamento, eficiência versus ineficiência, 
satisfação versus criação de necessidades, integração versus isolamento e competência 
versus incompetência.
Para eles, em consonância com outros autores, os paradoxos de controle/caos, liberdade/
escravidão, novo/obsoleto e competência/incompetência “podem ser mais notáveis 
entre todos, porque eles são, muitas vezes, experienciados em relação a uma gama de 
produtos tecnológicos que são difíceis de compreender. Frequentemente, quebram-se e 
tornam-se rapidamente obsoletos” (CORSO; FREITAS; BEHR, 2012, p. 04).
Eles falam, ainda, que os demais paradoxos são “mais sutis e mais abstratos e, por 
isso, menos saliente entre os consumidores” (CORSO; FREITAS; BEHR, 2012, p. 
04), entretanto os paradoxos como competência/incompetência e novo/obsoleto são 
mais associados a produtos específicos, “particularmente relacionados aos produtos 
eletrônicos e computacionais, em que as rotinas de operação são mais complicadas e a 
inovação é constante” (CORSO; FREITAS; BEHR, 2012, p. 04).
Dependência de Internet, transtorno de dependência de Internet, uso patológico de 
Internet, abuso de Internet, uso compulsivo de Internet, compulsão de mídia digital e 
dependência virtual são alguns termos utilizados para o que Greenfield (2011) classifica 
como o uso compulsivo ou dependente de Internet, tema de vários estudos na atualidade.
17
informação na sociedade│Unidade i
A primeira pesquisa acadêmica sobre isso data de 1998, quando se constatou que o uso 
excessivo de Internet estava associado a efeitos prejudiciais no desempenho acadêmico 
e profissional das pessoas. Em 1999, estimava-se que 6% das pessoas usavam a Internet 
compulsivamente, chegando a ter consequências negativas sérias. Muito provavelmente, 
essa porcentagem é amplamente maior nos dias de hoje.
Explicite sua visão sobre pelo menos um dos oito paradoxos do uso das 
tecnologias apontados por Corso, Freitas e Behr (2012) no texto.
Dependência tecnológica é tratada com terapia cognitiva e medicação
Especialistas falam sobre os distúrbios causados pelo vício em tecnologia
Imagem: Reprodução/Globo Ciência/Thinkstock/Getty Images.
Casos extremos de uso excessivo de tecnologia já acabaram em tragédia. Em 2012, 
um jovem de 18 anos, de Taiwan, morreu ao jogar videogame ininterruptamente 
por cerca de 40 horas, sem parar, até mesmo, para comer, notícia que ganhou 
o mundo à época. Outros casos semelhantes também já foram noticiados pela 
imprensa, chamando a atenção para os limites quanto ao uso dos aparelhos 
eletrônicos. Além dos jogos, o acesso à Internet, feita, hoje, em grande parte 
por dispositivos móveis, como os celulares e os tablets, também vem sendo 
apontado como responsável pelo uso demasiado da tecnologia.
18
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
Mas como é possível identificar, realmente, quando uma pessoa precisa de 
tratamento por conta do uso dos eletrônicos? O médico Rubens Luis Folchini, 
psiquiatra do Núcleo de Medicina Psicossomática e Psiquiatria (NMPP), do 
Hospital Israelita Albert Einstein, explica que um indivíduo passa a precisar de 
ajuda quando o uso da tecnologia se torna algo patológico. Ou seja, a pessoa 
passa a utilizar a tecnologia, apontada por ele como sendo o uso de Internet, 
jogos eletrônicos e de smartphones, de forma compulsiva e repetitiva, para além 
das necessidades do trabalho ou do entretenimento.
O médico aponta alguns sintomas que devem ser vistos com atenção. “Há piora 
no rendimento escolar ou no trabalho, isolamento social e conflitos familiares. 
Além disso, observam-se, também, elementos de tolerância e abstinência, 
caracterizados, principalmente, por alterações de humor, como irritabilidade, 
ou exacerbação ansiosa quando não se está em uso tecnológico”, alerta o 
especialista.
Além desses sintomas, a psicóloga Sylvia Van Enck, do Grupo de Dependências 
Tecnológicas do Programa Integrado dos Transtornos do Impulso (Pro-Amiti), 
pertencente ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade 
de São Paulo (USP), ressalta que muitas pessoas, no caso do uso da Internet, 
mentem com relação à quantidade de tempo que ficam conectadas.“Soma-se a isso a necessidade de aumentar o tempo de conexão, para obter a 
mesma satisfação; o descumprimento das horas de sono e das refeições; além 
da vida familiar, social, escolar e profissional, que fica comprometida, refletindo, 
negativamente, no desempenho das tarefas, podendo ocasionar depressão e 
outros problemas de saúde”, ressalta a psicóloga.
Entre os tipos de distúrbios relativos ao uso das tecnologias, Rubens destaca o 
uso abusivo, a dependência, além do agravamento de outros transtornos. Ele 
explica que o uso abusivo consiste no prejuízo social e na compulsão para o 
consumo da tecnologia. Já a dependência é o uso abusivo junto ao fenômeno 
de tolerância e da abstinência.
“Também pode acontecer, como agravante de outros transtornos psiquiátricos, 
transtornos psicóticos que têm seus sintomas amplificados pela relação que 
o indivíduo desenvolve com a tecnologia, incluindo delírios de perseguição 
com conteúdo de monitorização, ou vigilância tecnológica, ou piora de 
funcionamentos de personalidade, em que a pessoa tende a ficar mais retraída 
socialmente”, lista o médico.
19
informação na sociedade│Unidade i
Tratamento e prognóstico de cura
Rubens destaca que, geralmente, o tratamento é realizado de forma 
individualizada, por meio da análise do padrão de uso da tecnologia feito pelo 
paciente, buscando sensibilizar o indivíduo sobre o problema, que, muitas vezes, 
só é claro para os familiares.
“Mostra-se ao paciente o prejuízo social, a desregulação do ciclo do sono, a má 
alimentação, a ansiedade social desenvolvida e os sintomas de abstinência. A 
partir daí, o jovem, faixa etária mais comumente acometida, é motivado a se 
engajar no tratamento, por meio de entrevistas motivacionais e de sensibilização”, 
detalha o especialista, ressaltando que o envolvimento da família é importante 
no tratamento.
Sylvia destaca que, no Grupo de Dependências Tecnológicas, do Pro-Amiti, 
o processo de atendimento aos adultos prevê acompanhamento médico e 
psicológico. O tratamento cognitivo é desenvolvido em grupos de oito pessoas, 
em média, pelo período de 18 semanas consecutivas. “A proposta de atendimento 
psicológico segue a abordagem da terapia cognitiva. Paralelamente, segue o 
acompanhamento do médico em todo processo.
Vale ressaltar que, na etapa preliminar da avaliação clínica, o médico psiquiatra 
avaliará a necessidade de terapêutica medicamentosa, acompanhando, 
independentemente da prescrição, a evolução do paciente. É desenvolvida, 
também, com os pais de adolescentes e jovens, uma proposta de reuniões 
quinzenais, nas quais são abordados aspectos relativos às implicações do uso 
abusivo da tecnologia por parte de seus filhos”, destaca.
Com relação à cura da dependência da tecnologia, o médico explica que esse 
conceito ainda é controverso. Ele lembra que as taxas de sucesso terapêutico 
são baseadas no tempo de abstinência do uso da tecnologia e no número de 
recaídas, havendo, então, controle do problema.
“No entanto, com enfoque na tecnologia, tratando-se de uma população 
predominantemente jovem e com a personalidade em desenvolvimento, a partir 
do momento em que se consegue o reestabelecimento de um uso moderado e 
saudável, e isso passa a constituir um comportamento duradouro, vislumbra-se, 
sim, a perspectiva de cura”, afirma o psiquiatra.
Fonte: Globo Ciência
<http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2013/08/dependencia-
tecnologica-e-tratada-com-terapia-cognitiva-e-medicacao.html>.
20
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
Caso você tenha interesse em saber mais sobre a dependência tecnológica do 
ponto de vista médico, sugerimos a leitura do livro “Dependência de Internet: 
manual e guia de avaliação e tratamento”, publicado pela Editora Artmed, em 
2011.
21
CAPítulo 3
origem das mídias e panorama atual
Imagem: Creative Commons.
Gatinho risonho”, disse ela, “poderia dizer-me, por favor, que caminho devo 
tomar agora?”
“Depende muito de onde está querendo chegar”, disse o gato. “Não me importo 
muito para onde estou indo”, disse Alice.
“Então, não importa que caminho irá tomar”, disse o gato.
(Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol)
Há uma significativa mudança em curso nas comunicações (COSTA, 2009) que afeta 
como o jornalismo e o entretenimento são produzidos e como são consumidos. Atinge, 
também, a linguagem, pois os mercados percebem uma concentração de empresas 
nessa área, dando uma nova ênfase à convergência entre telecomunicações e mídia.
Para Lemos (2003), a informatização da sociedade, que começa na década de 1970 do 
século 20, parece já ter sido estabelecidas nas cidades principais do ocidente. Desde o 
início do século 21, o que está em foco é uma nova fase da Sociedade da Informação, que 
teve como marco a popularização da Internet na década de 1980.
22
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
É generalizado o uso do conceito de mídia em pesquisas acadêmicas de Comunicação 
no Brasil. A partir da década de 1990 é que começou a ser amplamente empregada. 
Mídia é comumente empregada no mesmo sentido de grande imprensa, imprensa, 
jornalismo, veículo de comunicação, meio de comunicação, bem como é utilizada em 
estudos que vinculam o campo da Comunicação ao campo da Política e da Economia 
Política (GUAZINA, 2007).
Segundo Costa (2009), a nova mídia refere-se à mescla de meios que se valem 
da linguagem, entretenimento, informação e serviços disponíveis por artefatos 
tecnologicamente avançados em relação aos suportes tradicionais, a exemplo de rádio 
por ondas eletromagnéticas, aparelho de televisão, papel etc. Para ele, nova mídia não 
quer dizer apenas uma nova forma de produzir e veicular informação e ainda uma nova 
forma de interlocução com os consumidores; ela inclui a velha mídia, incorporando-as 
com os novos modelos de relacionamento com o público e com a informação, com foco 
na interação e participação.
Santaella (2003) aponta que há um processo de complexificação cumulativo, pois a 
nova forma de comunicação cultural se integra à forma antiga, provocando mudanças 
de ajustes e funções. Ela prevê que alguns elementos desaparecem, a exemplo de 
substituição de suportes, como o papiro e do telégrafo, que foram substituídos.
A nova mídia, em suma, possui audiência segmentada, diferenciada, embora com 
grandes públicos, já que não tem como característica a simultaneidade e uniformidade 
na recepção de mensagens. Ela não é mais uma mídia de massa no sentido clássico do 
conceito, pois o envio de mensagens é limitado nesse sentido. «Devido à multiplicação 
de mensagens e fontes, a própria audiência torna-se mais seletiva. A audiência visada 
tende a escolher suas mensagens, aprofundando, assim, sua segmentação, intensificando 
o relacionamento individual entre o emissor e o receptor» (CASTELLS, 2000, pp. 367).
O mercado brasileiro de IPTV está no início, mas o relatório da consultoria Dataxis 
estima que, em 2017, o país vai ter 3,9 milhões de usuários utilizando o serviço1. Em 
estudo realizado, a consultoria estima o aparecimento de ao menos 200 novas empresas 
de TV paga no mercado brasileiro. Essas empresas surgirão impulsionadas pela Lei no 
12.485/2011 e pelo regulamento do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC).
O relatório intitulado Mercado de IPTV no Brasil 2012-2017 foi elaborado com base nos 
projetos dos principais operadores de telecomunicações e nos desenvolvimentos locais 
para implantação de IPTV.
1 Disponível em: <exame.abril. com.br/tecnologia/noticias/Brasil-tera-3-9-milhoes-de-acessos-ao-iptv-em-2017>. Acesso em: 12 
jul. 2015.
23
informação na sociedade│Unidade i
É comum empresas trocarem a forma do serviço de atendimento ao consumidor. 
Antigamente, era pessoalmente; depois, por carta; pouco depois, por telefone; e, 
hoje em dia, por e-mail ou chat. Identifique três vantagens e três desvantagens 
para os consumidores e as empresas, considerando as novas mídias.
Sociabilidade, tecnologia da internet e 
Comunicação
Por Rafael Freitas– Observatório da Imprensa
No processo histórico contemporâneo, a comunicação é o agente construtor 
da realidade. Nossa percepção do mundo é uma construção cultural, sendo 
a comunicação quem produz e interfere nas percepções. A partir da inserção 
das tecnologias informacionais no cotidiano, os indivíduos interagem entre si, 
independentemente das distâncias geográficas. Com o surgimento da Internet, 
que é o mais completo meio de comunicação já concebido pela tecnologia 
humana, temos assistido uma reconfiguração das culturas e o nascimento de 
uma nova estrutura da sociabilidade contemporânea.
Organizando a informação que conhecemos sobre este tema, e tentando tirar 
conclusões destes conhecimentos, para propor algumas hipóteses a cerca dos 
esquemas de sociabilidade que estão a surgir nas nossas sociedades, irei dialogar 
com os estudos realizados por Manuel Castells e Pierre Lévy, no sentindo de 
sintetizar e interpretar os dados disponíveis acerca da relação entre Internet e 
a sociedade.
O surgimento da Internet como novo meio de comunicação gerou um conflito 
a cerca do aparecimento de novos padrões de interação social. A partir dessa 
origem, o filósofo Pierre Lévy diz que a revolução contemporânea é apenas 
uma das dimensões de uma transformação antropológica ampla. Lévy afirma 
que ainda estamos na “infância da cibercultura”, e que, para ele, as principais 
transformações sociais provocadas pela tecnologia ainda estão por vir.
Lévy coloca que a cibercultura é um movimento que oferece novas formas de 
comunicação. Como tal, reflete a “universalidade sem totalidade”, algo novo se 
comparado aos tempos da oralidade primária e da escrita. É universal porque 
promove a interconexão generalizada, mas comporta a diversidade de sentidos, 
dissolvendo a totalidade. Em outras palavras: a interconexão mundial de 
computadores forma a grande rede, mas cada nó dela é fonte de diversidade de 
assuntos.
24
UNIDADE I│INformAção NA socIEDADE
Quais são ou seriam as novas mídias e tecnologias?
Vivemos um momento de excessivo bombardeio de informações, dificultando-
nos saber qual informação é confiável ou não. Como poderíamos saber o que é 
verdade, o que é mentira, quem tem a razão e quem não tem?
25
unidAdE iimídiAS E 
tECnologiAS
CAPítulo 1
novas tecnologias, novas mídias e 
velhas dificuldades
Imagem: Creative Commons.
Jornalistas deixam veículos impressos e fomentam o mercado on-line
Portal dos Jornalistas
É cada dia mais comum profissionais do jornalismo impresso migrarem para 
novas mídias, como portais e blogs. Muitos buscam novas colocações e outros 
estão atrás de maior autonomia, independência e realização profissional. Em 
Belo Horizonte, muitas redações estão sendo reduzidas e algumas foram até 
extintas, como as da Rádio Guarani e de Veja BH.
26
UNIDADE II│míDIAs E tEcNologIAs
As vagas de trabalho nessa área estão diminuindo e diversos profissionais estão 
perdendo seus empregos. Para continuar no mercado e trabalhar com a profissão 
escolhida, os jornalistas estão migrando para as novas mídias e descobrindo 
novas oportunidades de trabalho pela Internet.
Luciana Avelino, ex-editora do grupo VB Comunicação, tem 20 anos de 
experiência em mídias tradicionais e, desde que saiu da Viver, está trabalhando 
em seu novo projeto, a Revista Eletrônica Luciana Avelino, que aborda assuntos 
como arquitetura, beleza, bem-estar, gastronomia e cultura, entre outros.
Ela conta que as novas mídias têm apresentado um crescimento significativo nos 
últimos anos e podem ser vistas como uma evolução do jornalismo: “Nas gerações 
anteriores, os trabalhos na Internet eram mínimos e poucos profissionais se 
arriscavam a trabalhar nessa área. Atualmente, a situação é totalmente contrária. 
A mídia online tem se tornado fundamental para a divulgação de notícias”.
Luciana acredita que a mídia online é uma alternativa para os profissionais que 
querem continuar trabalhando com jornalismo e não veem recursos nas mídias 
tradicionais: “Nessa área, temos dois perfis de trabalhadores. Encontramos quem 
já tem conhecimento sobre as faculdades e cresceu em meio a essa evolução e, 
também, quem está em busca de novos conhecimentos, depois de dedicar anos 
a outros meios e se aperfeiçoar para dar sequência a novos trabalhos”.
Para Téo Scalioni, sócio e fundador do portal Minas Inova, a Internet é uma 
tendência não só da comunicação, mas de diversas áreas: “As pessoas estão 
conectadas, chamam o motorista ou táxi pelo aplicativo, pedem comida da 
mesma forma, escutam e compartilham músicas na Internet.
E, na comunicação, não seria diferente. No mundo online, as coisas são mais 
dinâmicas. As notícias e informações são na hora. Não ficam velhas. Se acontece 
algo na parte da manhã, os jornais impressos passarão as informações apenas no 
outro dia, ficando velhas, uma vez que as pessoas já viram. A Internet possibilita 
novas formas de trabalho e, ainda, tem a força da interatividade”.
Segundo ele, o mercado online está engatinhando e várias organizações ainda 
não descobriram as infinitas oportunidades da Web. Entretanto, empresas 
tradicionais que não anunciavam no digital estão começando a fazê-lo. Quem 
não estava nas redes sociais, mesmo as empresas e instituições governamentais, 
agora já está.
27
mídias e tecnologias│Unidade ii
“O segmento tem profissionais que estão se reinventando e aprendendo. 
A linguagem na Web é diferente, com textos menores, mais dinâmicos. O 
tratamento é impessoal e leve. O perfil, portanto, tem que ser de alguém com 
espírito livre e aberto para aprender, pois, diariamente, chegarão coisas novas, 
uma plataforma diferente e um assunto inovador, em que será necessário se 
adequar e aperfeiçoar”, constata.
Fonte: Portal dos Jornalistas
<http://www.portaldosjornalistas.com.br/noticia/jornalistas-deixam-veiculos-impressos-
fomentam-mercado-em-online-em>.
Será que o conceito de novas mídias e novas tecnologias está tão claro assim? Manovich 
(2005) aponta que as novas mídias começaram a amadurecer como campo de estudo 
no final da década de 1990. Para o autor, em vez de usarmos o termo novas mídias 
para tratarmos de usos culturais das tecnologias atuais, como computadores ou redes 
de computadores, podemos nos referir a todas as mídias modernas e as tecnologias de 
telecomunicações que passam por sua “etapa de nova mídia”.
Ele aponta dez itens para entendermos o que realmente são as novas mídias.
1. Novas mídias x cibercultura.
2. Novas mídias como tecnologia computacional usada para distribuição.
3. Novas mídias como dados digitais controlados por software.
4. Novas mídias como software.
5. Novas mídias como o mix entre convenções culturais existentes e as convenções 
do software.
6. Novas mídias como a estética que acompanha o estágio inicial de todas as 
modernas mídias e tecnologias de comunicação.
7. Novas mídias como a execução mais rápida de algoritmos previamente 
executados manualmente ou por meio de outras tecnologias.
8. Novas mídias como codificação da vanguarda modernista; as novas mídias 
como metamídias.
9. Novas mídias como desenvolvimento adicional da arte radical da década de 
1960.
10. Tecnologia das novas mídias como arte (isto é, o software é a vanguarda).
28
UNIDADE II│míDIAs E tEcNologIAs
A partir das dez definições de novas mídias – ou pontos de partida para estudos deste 
conceito – apresentados por Manovich (2005), podemos ter uma ideia de que elas vão 
muito além do recorte comunicacional que costumamos dar. Assim, o que nos interessa 
saber sobre novas mídias?
De acordo com Sturza (2013, p. 01), “as novas tecnologias da comunicação influenciam 
o comportamento da sociedade, representando quebras de paradigmas no campo 
da informação. Esses reflexos podem ser observados, principalmente, na cultura 
contemporânea”. Nesse ponto, a autora traz à tona o conceito de Novas Tecnologias de 
Comunicação e Informação (NTCIs), amplamente ligado à ideia de novas mídiase de 
cibercultura.
Para Manovich (2005), cibercultura é “o estudo dos vários fenômenos sociais associados 
à Internet e a outras novas formas de comunicação em rede” (MANOVICH, 2005, p. 22). 
Para o autor, a distinção possível entre cibercultura e novas mídias pode ser resumida 
por: «a cibercultura concentra-se no social e na rede; as novas mídias concentram-se 
no cultural e na computação” (MANOVICH, 2005, p. 27).
Para Dizard Jr (2000), é muito evidente o crescimento dos avanços tecnológicos e do 
mundo virtual no nosso cotidiano. O autor tem uma visão mais integralista, ao propor 
que “a mídia velha divide o mundo entre produtores e consumidores: nós somos 
autores ou leitores, emissores ou telespectadores, animadores ou audiência; como se 
diz tecnicamente, essa é a comunicação um-todos. A nova mídia, pelo contrário, dá 
a todos a oportunidade de falar assim como de escutar. Muitos falam com muitos – e 
muitos respondem de volta” (DIZARD JR, 2000, p. 23).
Dizard Jr (2000) ainda propõe que, para que as «velhas mídias» permaneçam existindo, 
é necessária uma sinergia com as mídias atuais, tendo que haver uma adaptação às 
realidades tecnológicas e econômicas em vigor.
Para debatedores, as velhas e as novas mídias estão em conflito
Câmara dos Deputados
O deputado Emiliano José (PT-BA), integrante da frente parlamentar em defesa da 
liberdade de expressão e democratização da comunicação, afirmou que há uma 
luta política entre as velhas e as novas mídias. “Queremos que as múltiplas vozes 
da sociedade brasileira tenham o direito de falar, de se expressar”, defendeu.
29
mídias e tecnologias│Unidade ii
O parlamentar é um dos debatedores da audiência pública promovida pela 
Comissão de Direitos Humanos sobre o tema. As velhas mídias, segundo o 
deputado, atacam judicialmente os novos meios de comunicação porque se 
sentem ameaçadas. “A velha mídia quer ter o monopólio do discurso da vida 
brasileira”, disse.
A própria seleção dos fatos que merecem ser noticiados, de acordo com o 
deputado, já é dirigida pelos interesses da “velha mídia”. Emílio José destacou, 
ainda, que a imprensa deve ser crítica, mas não irresponsável. “A regulamentação 
do direito de resposta é uma necessidade”, afirmou.
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) chama a atenção para a complexidade 
das mudanças que as novas mídias trazem para a sociedade. Ele considera 
um equívoco separar as novas e as velhas mídias. Wyllys defendeu uma nova 
legislação para a comunicação. “Nem tudo na Internet é bom. Da mesma maneira 
que é um espaço democrático, é palco para a expressão do ódio, do preconceito 
e de campanhas difamatórias”, alertou.
Já a deputada Érica Kokay (PT-DF) classificou o cenário atual como uma ditadura 
da comunicação tradicional, que está nas mãos de dez famílias. “Não há 
espaços para os contrapontos. A mídia invade a cidadania e impõe opiniões e 
comportamentos. Precisamos desenvolver o pensamento crítico da sociedade”, 
afirmou. A audiência foi encerrada.
A partir dos conhecimentos adquiridos neste capítulo, reflita e responda.
Hoje, discute-se, no meio acadêmico, que o termo “novas mídias” deveria ser 
substituído por “mídias atuais”, pois já não são tão novas assim. Você concorda?
As velhas mídias perdem seu poder com o surgimento de novas mídias?
Os desafios da profissão de jornalista continuam no contexto nas novas mídias?
30
CAPítulo 2
novas mídias e cibercultura
Imagem: Creative Commons.
Formatei meu HD
Numa tarde em Itapuã
Na Rua da Poesia
Sentada à beira-mar
Ele não tinha software livre
E por isso começou a travar
Fechando seu código-fonte
Bem ali, a céu aberto
Mostrando que certo
É programa de índio
Que sabe navegar
Então sorri a ver navios
Até a maré baixar
(Conexão à beira-mar, Marina Mara)
31
mídias e tecnologias│Unidade ii
Como é de se imaginar, outro conceito bastante importante para os nossos estudos 
sobre novas mídias é cibercultura. De acordo com Baratto e Crespo (2013), o termo 
cibercultura é muito popular, mas não há uma definição fechada. Para eles, a cultura é 
um reflexo da ação humana que permitiu a criação do computador e, consequentemente, 
da cultura digital. “Cabe ressaltar, aqui, que a cultura não se transforma em digital, mas, 
sim, ela busca se adequar ao cenário digital, ao mundo virtual” (BARATTO; CRESPO, 
2014, p. 17).
Eles apresentam os elementos constituintes da cibercultura: o ato de compartilhar; o 
conceito de (des) territorialidade; o conceito de produção; a tecnologia e racionalização; 
a cultura digital e educação; e o sentimento de autonomia. Em suma, “a cultura digital, em 
qualquer definição que possa ser dada, constitui-se, em essência, de compartilhamento, 
desterritorialização, racionalização, unificação e autonomia” (BARATTO; CRESPO, 
2014, p. 24).
Para Pierre Lévy (1999), um dos principais autores da área, cibercultura “especifica, 
aqui, o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de 
modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento 
do ciberespaço” (LÉVY, 1999, p. 17).
A cibercultura dá forma a um novo tipo de universal: o universal sem 
totalidade. E, repetimos, trata-se, ainda, de um universal acompanhado 
de todas as ressonâncias possíveis de serem encontradas com a filosofia 
das luzes, uma vez que possui uma relação profunda com a ideia de 
humanidade. Assim, o ciberespaço não engendra uma cultura do 
universal porque, de fato, está em toda parte, e sim porque sua forma 
ou sua ideia implicam de direito o conjunto dos seres humanos (LÉVY, 
1999, p. 119).
Bergmann (2007) ressalta que a cibercultura “se trata de um novo espaço de comunicação, 
de sociabilidade, de organização, acesso e transporte de informação e conhecimento” 
(BERGMANN, 2007, p. 05).
Para a autora, é importante entendermos, também, o que é ciberespaço, que, para ela, 
significa “um espaço de práticas sociais cuja função não é a de inibir ou acabar com 
práticas antigas; a escola virtual como forma de organização do ensino, substituindo 
a escola real, a comunidade virtual como substituta da comunidade real, e, por fim, a 
cidade virtual em substituição a cidade real” (BERGMANN, 2007, p. 05).
32
UNIDADE II│míDIAs E tEcNologIAs
A autora ressalta que a inteligência coletiva é a última finalidade da cibercultura, o que 
traz outras implicações nesse âmbito. Para ela, a inteligência coletiva “Seria o modo de 
realização da humanidade, favorecido pela rede digital universal, sem que saibamos, 
a priori, que resultados podem resultar a partir da conexão das pessoas em rede, uma 
vez que as organizações colocam em sinergia seus recursos intelectuais” (BERGMANN, 
2007, p. 05).
o que é cibercultura?
Por Luísa Barwinski, Tecmundo
Alguém já deve ter perguntado a você como seria viver uma semana inteira sem 
os aparatos tecnológicos que nós tanto usamos hoje em dia. A resposta deve ter 
variado, mas o conteúdo não ficou muito longe de querer saber qual tecnologia 
você estaria abrindo mão. É quase impraticável, não? Mas não fique preocupado, 
existem milhões de pessoas que compartilham desse mesmo sentimento.
Antes de começarmos a entender o que é exatamente a cibercultura, é preciso 
entender dois conceitos anteriores. Ambos estão fortemente relacionados com 
a nossa ligação com a tecnologia. Existem gerações diferentes e, com elas, 
diferenças grandes com relação à necessidade do uso de aparatos tecnológicos 
para executarmos algumas tarefas.
Aqui, vai um pouco de teoria. Existe um mito grego para a origem do fogo que 
narra a história de Prometeu, um titã que, junto com seu irmão Epitemeu, deveria 
criar os homens e os animais. Como Epitemeu já havia esgotado seus recursos 
criando atributos como asas, garras, olhos superpoderosos e força nos animais, 
coube a Prometeu criar um diferencial para o homem.
Para resumir o mito, Prometeu subiu ao Olimpo e roubou o fogo – que era 
propriedade exclusiva dos deuses – e o deu aos homens. Agora, a vantagemsobre os outros animais estava posta. A partir dessa história, compõe-se o 
pensamento “prometeico”, ou seja, o de quem acredita na técnica como algo 
bom para o homem e o seu desenvolvimento.
Na contramão, vêm os defensores de Fausto, ou seja, aqueles que não concordam 
com a dependência da técnica para o crescimento das pessoas e sociedades. Essa 
linha de pensamento é originada na obra do autor alemão Goethe, em “Fausto”.
33
mídias e tecnologias│Unidade ii
Nesse livro, Dr. Fausto é um médico decidido a superar o conhecimento da sua 
época e, para isso, faz um pacto com o demônio Mephístoles. O final do trato é, 
realmente, o inferno. Assim, pode-se dizer que as pessoas que veem a tecnologia 
como uma “armadilha” são adeptas do pensamento “fáustico”.
Tecnologia: gostar ou não?
Depois de você ter observado alguns critérios sobre a relação das pessoas com a 
tecnologia, é hora de partir para um conceito maior. A cibercultura é entendida 
como um conjunto de espaços, atitudes, rituais e costumes que as pessoas 
desenvolvem quando entram em contato com a tecnologia. Assim, é possível 
entender como algumas pessoas lidam com a situação.
É fácil entender. Normalmente, o indivíduo que está bem inserido nesse contexto 
tende a não perceber que se trata de algo que vem acontecendo desde a década 
de 1970. Entretanto, os laços tecnológicos ficaram mais estreitos a partir da 
popularização da Internet e das tecnologias móveis, como os telefones celulares, 
smartphones e computadores portáteis.
As gerações mais jovens têm muita afinidade com a tecnologia. Se resolvêssemos 
resumir o conceito de cibercultura, teríamos uma divisão da cultura 
contemporânea marcada pelo digital e o estudo das técnicas. Dessa forma, 
podemos ver uma série de reflexos da cultura offline na vida online. Afinal de 
contas, a Internet nada mais é do que um potencializador de comportamentos.
Para entender o que é a cibercultura, é importante adotar o pensamento 
prometeico, ou seja, aquele que é favorável à tecnologia, como um referencial 
para comparações. Isso porque as características de uma pessoa inserida nesse 
contexto estão mais conectadas aos hábitos de uma vida “moderninha”.
Portanto, se você já se deu ao trabalho de ler este texto enquanto navega pela 
Internet, ouve suas músicas e aguarda alguma mensagem no seu celular ou 
Twitter, desista, você é parte da cibercultura e, por mais que tente negar, participa 
de forma bastante ativa. Surpreso? Pois suas atitudes e comportamentos ajudam 
a formar o que se chama de “ciberespaço”.
34
UNIDADE II│míDIAs E tEcNologIAs
Os conceitos referentes às novas mídias nem sempre são fechados e restritos. 
Tendo em vista essa afirmação e após todas as últimas leituras e reflexões, 
responda: qual a ideia que você tem sobre cibercultura?
35
CAPítulo 3
mídia e cotidiano
Imagem: Plugcitarios.com.
A internet vai acabar? Entenda o que disse 
Eric Schmidt, do google
Por João Kurtz, Portal Techtudo
“A Internet vai desaparecer”, essa foi a declaração de Eric Schmidt, ex-CEO do 
Google, que chocou tanta gente na última semana. Mas, não se preocupe. O 
atestado de óbito conferido a Internet por Schmidt se refere apenas a um 
possível futuro da rede, que está ligado à sua evolução e não extinção.
Ao longo do painel no Fórum Econômico Mundial, o ex-CEO da gigante de 
buscas explicou sua “previsão apocalíptica”.
“Existirão tantos endereços IP e tantos dispositivos, sensores e coisas para vestir, 
que estaremos interagindo com elas sem mesmo senti-las, elas serão parte da 
nossa presença o tempo inteiro”, afirmou.
O ex-CEO acrescentou, ainda, que, no futuro, os cômodos serão dinâmicos, 
promovendo uma maior interação entre o usuário e a sala em que ele se encontra.
36
UNIDADE II│míDIAs E tEcNologIAs
O que Schmidt quer dizer com isso?
O que Schmidt quer dizer com o termo “desaparecer”, portanto, é justamente o 
contrário do que foi se inicialmente pensado. O ex-CEO não está pregando o fim 
da Internet, e sim uma expansão tão grande, que vai ficar difícil definir os limites 
entre o real e o virtual, entre o online e o off-line.
Um dos fatores que apontam para essa tendência é a Internet das Coisas, 
termo usado para designar novos dispositivos que podem se comunicar entre 
si por meio da rede. No início, a tecnologia era utilizada apenas por celulares, 
mas, hoje, é possível encontrar diversos produtos capazes de se comunicar, 
como eletrodomésticos e até lâmpadas que podem ser ligadas ou desligadas a 
distância.
Para Schmidt, portanto, o que está ocorrendo é um movimento de convergência, 
no qual a Internet está cada vez mais presente e ligada a nossas atividades 
diárias. Nesse contexto, não é exagero dizer que a Internet vai desaparecer dos 
nossos olhos, da navegação tradicional via browser, para ser substituída por algo 
ainda mais comum e tão presente, que será difícil viver sem ela.
Eric Emerson Schmidt é presidente do conselho do Google, ex-chefe executivo 
(CEO) do gigante de buscas e doutor (Ph.D) em Ciência da Computação pela 
Universidade da Califórnia em Berkeley.
Fonte: Portal Techtudo.
<http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/01/Internet-vai-acabar-entenda-o-que-
disse-eric-schmidt-do-google.html>.
Novas mídias surgem como amparo para um mercado cada vez mais exigente e 
ansioso por inovação. Destacar-se da concorrência não é tão simples e necessita muita 
criatividade e trabalho.
A criatividade está em toda parte, sacos de pão, lojas de conveniência, estacionamentos, 
academias, farmácias, lavanderias, salão de beleza, metrô, táxi, mobiliário urbano e, 
nesse exato momento, pode estar surgindo em outro lugar.
E as inovações não param por aí. Você está com fome, pede uma pizza e, quando o 
entregador chega, eis que surge aquela caixinha com um anúncio impresso em sua parte 
superior com o novo lançamento de uma construtora. No meio de uma mordida e outra, 
você fica sabendo quantos quartos e o valor das prestações de mais um empreendimento 
imobiliário. Não tem jeito, é mídia para toda parte.
37
mídias e tecnologias│Unidade ii
Prática e teoria
Tantas novas alternativas deixam a gente louco, às vezes. Para os profissionais da área, 
fica a tentativa constante de empreender novas possibilidades, de fazer acontecer, e de 
forma diferente do outro, de preferência. Para o consumidor, socorro!
Seja onde for que você estiver agora, pense bem. Não tem como correr. Então, se você 
não pode com eles, junte-se a eles. Quem sabe não tem por aí uma empresa que aluga 
espaço no seu próprio corpo durante um tempo para vender seus produtos?
Diversos tipos de mídias e tecnologias estão sendo usadas pelas instituições no Brasil 
e no mundo, como forma de comunicação, das mais simples às mais rebuscadas. 
Vale lembrar que nem todas são novas mídias/tecnologias, na sua maioria, é um 
aprimoramento de mídias já existentes, dando uma nova funcionalidade, mudando a 
aparência ou mesclando diversos tipos de mídias. Vejamos, a seguir, alguns exemplos.
Mídia exterior
 » Busdoor e backbus
 » Empena
 » Frontlight e backlight
 » Mídia aeroportuária
 » Mídia em metrô
 » Mídia em táxis
 » Mobiliário urbano e outdoor
Mídia impressa
 » Identidade visual
 » Folders
 » Cartazes
 » Folhetos, mala direta
 » Publicações
38
UNIDADE II│míDIAs E tEcNologIAs
 » Jornais
 » Revistas e sinalização
Mídia digital
 » Banners em sites
 » Anúncios em redes sociais
 » Links patrocinados em sites de busca
 » E-mail marketing
 » Portais
 » Mídia outofhome
mídia digital out of home
A mídia digital out of home é um novo meio de comunicação que surgiu neste novo 
milênio. Ela atinge os consumidores quando eles se encontram fora de suas casas, no 
momento certo. Seja no momento de decisão de compra nos pontos de venda ou em 
ambientes que exijam um tempo de espera forçada.
Por exemplo: monitores instalados em shopping centers, redes de supermercados, bares 
e restaurantes ou aqueles estrategicamenteinstalados e transmitindo programação 
segmentada, para públicos que se encontram em ônibus, elevadores, metrôs, trens, 
consultórios etc.
Normalmente, monitores são instalados em pontos estratégicos, lugares onde haja 
um alto fluxo de pessoas, podendo ou não permanecerem no lugar por um certo 
tempo. Provavelmente, você já viu em elevadores, banheiros, corredores de shopping, 
restaurantes, bares, escolas, em pontos de venda (PDV), entre outros. O conteúdo 
exibido nesses monitores pode ser atualizados em tempo real, com conteúdos diferentes 
para cada ponto estratégico, possibilitando um maior retorno da eficácia da informação 
veiculada, seja ela publicitária ou informativa, bem como manter os clientes entretidos, 
no caso de uma permanência no local.
39
mídias e tecnologias│Unidade ii
outras formas de sinalização
Existem, também, outros tipos de sinalização em que poderíamos chamar de “novas 
mídias” ou de “formas criativas”, isto é, a mesma mídia apresentada de uma nova forma. 
Apresentamos, neste capítulo, até agora, uma visão de mídias mais baseada na 
exploração das marcas no nosso dia a dia. Mas e as mídias tradicionais (rádio, TV, 
jornal impresso, revista), qual a presença delas no nosso cotidiano?
A mídia em nossas vidas: informação ou 
manipulação?
Por Christiane Lima, Elo Internet
Semana passada, o final de uma novela paralisou o país, em um fenômeno sem 
precedentes, que levou até a presidente Dilma Rousseff a adiar comício por 
conta do último capítulo. Particularmente, não assisto, mas não dá para ignorar 
um fato como esse.
O “The Washington Post”, um dos jornais norte-americanos mais respeitados e 
lidos em todo o mundo, relatou o poder de influência das novelas na vida dos 
brasileiros, em seu artigo “Brazil’s Novelas May Affect Viewers’Lifes” (Novelas do 
Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores). Um dos trechos do artigo diz: 
“No Brasil, um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro 
país, exceto o Reino Unido, novelas têm um efeito mais duradouro ao influenciar 
escolhas no estilo de vida, dizem os pesquisadores. As novelas tornaram-se uma 
parte muito importante na sociedade brasileira”.
A população é facilmente influenciada pela mídia, principalmente quando está 
relacionada a novelas. Nestas, heróis nacionais são criados – ficcionais ou não. 
Acaba uma novela e inicia outra e os modelos de comportamentos, beleza, 
moda e outros vão se alterando. Mudam os personagens, a trama e os assuntos 
abordados e a sociedade vai respondendo a esse estímulo produzido. Os padrões 
difundidos são copiados e seguidos, porém as pessoas não conseguem adaptá-
los a uma vida real, o que gera ansiedade, angústia e frustração.
40
UNIDADE II│míDIAs E tEcNologIAs
Assistir televisão, navegar na Internet, falar ao celular são coisas do cotidiano 
da maioria da população mundial. Somos, todos os dias, bombardeados por 
diversas mídias que, em comum, têm o objetivo de nos vender alguma coisa: 
uma ideia, um produto, um sonho etc. E essa tecnologia influencia o tempo todo 
a sociedade e, em consequência, a educação, tanto informal quanto formal. 
Podemos afirmar que a vida e a interação humana são mediadas e controladas 
pelos meios de comunicação. E é nesse ambiente de interação com o mundo 
e significação que desde pequena a criança é colocada à frente da televisão e 
esta então se apresenta como parte integrante da família por ser uma boa “babá 
eletrônica”. Como negar a influência da TV, presente na quase totalidade dos 
domicílios brasileiros, sobre as formações das identidades sociais?
A influência das mídias digitais no dia a dia
Bruna Coura, Plugcitários
Imagem: Creative Commons
As mídias digitais estão presentes na nossa rotina há alguns anos, mas só há 
pouco tempo é que deixaram de ser apenas uma ferramenta de entretenimento. 
Hoje, elas assumem um papel indispensável na vida das pessoas.
O aparelho celular, por exemplo, que, antes, servia apenas para fazer ligações 
ou enviar mensagens de texto, acabou se tornando um computador de bolso, 
passando a ser chamado de smartphone – aliás, um nome justo, tendo em vista 
sua funcionalidade. A mesma ideia serve para os tablets.
http://plugcitarios.com/2015/03/a-influencia-das-midias-digitais-no-dia-a-dia/
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mídias e tecnologias│Unidade ii
Depois dos aplicativos, a inserção desse tipo de mídia na vida das pessoas se 
tornou realidade e se consolidou de forma tão natural que chega a ser espantoso. 
Podemos controlar muita coisa por meio do celular, quase tudo se faz por meio 
de um aparelho com conexão à Internet – transações bancárias, agendamento 
médico, análise da melhor rota no trânsito, assistir um filme, interagir com 
amigos ou até mesmo conhecer gente nova.
O lado bom desses novos meios fazendo parte do cotidiano é a facilidade e 
agilidade que trazem para a vida das pessoas. Não é mais necessário se aborrecer 
com filas imensas para pagar uma conta no banco. Hoje em dia, qualquer 
pessoa pode baixar o aplicativo do seu banco e pagar suas contas no conforto 
da sua poltrona de casa, no dia e hora que quiser. O lado ruim é a dependência 
emocional que elas podem causar nas pessoas, mas nada que uma dose de bom 
senso não resolva.
Após a leitura dos dois últimos textos, reflita sobre a presença das mídias na 
sua vida. Em seguida, faça uma estimativa de quantas horas por dia você gasta 
consumindo velhas (TV, rádio, impressos) e novas mídias (Internet nos mais 
diversos dispositivos). O que podemos inferir a partir do resultado?
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unidAdE iiiCulturA digitAl
CAPítulo 1
geração Y e tecnologia
Imagem: Reprodução/Exame.abril.com.br/Ilustração: Mariana Coan
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
(Geração Coca-Cola, Legião Urbana)
Você, alguma vez, já ouviu alguma referência ao termo “geração Y»? Conhecido 
também como geração da Internet, ele faz referência às pessoas que nasceram por volta 
de 1980, época de extremo desenvolvimento tecnológico, o que certamente afeta no 
comportamento da geração.
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cultura digital│uNidadE iii
Para Vasconcelos et al. (2010), podemos considerar três perfis atuais de geração: baby 
boomers, que são os nascidos até o ano de 1964; geração X, que compreende os nascidos 
ente 1965 e 1977; e geração Y, que são as pessoas nascidas a partir de 1978. Hoje, já se 
fala em geração Z, conceito informal que está em desenvolvimento e faz alusão aos 
nascidos a partir do ano de 1995.
Os autores destacam que a geração Y tem sido fonte de muitas pesquisas, de diversas 
áreas, devido ao interesse do impacto da tecnologia nas pessoas que nasceram em uma 
época digital. As peculiaridades dessas pessoas, que, para Vasconcelos et al. (2010), são 
filhas da tecnologia, envolvem o ritmo para mudanças, necessidade de interatividade, 
acesso à informação e diferentes relações com o mundo do trabalho.
Vasconcelos et al. (2010, p. 229) elencam uma série de características dos integrantes 
dessa geração: “permanente conexão com algum tipo de mídia; são habituados a 
mudanças e dão valor à diversidade; preocupam-se com questões sociais e acreditam 
nos direitos individuais; são mais criadores do que receptores; são curiosos, alegres, 
flexíveis e colaboradores; formam redes para alcançar objetivos; priorizam o lado 
pessoal em relação às questões profissionais; são inovadores e gostam da mobilidade; 
são imediatistas, impacientes, auto-orientados, decididos e voltados para resultados; 
não lidam bem como restrições, limitações e frustrações”.
Por fim, os autores destacam que “essa geração encara o trabalho como desafio e diversão 
e preza por um ambiente informal com transparência e liberdade, além disso, busca 
aprendizado constante e não tem medo da rotatividade de empregos” (VASCONCELOS 
et al., 2010, p. 229).
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UNIDADE III│cUltUrA DIgItAl
imagem: reprodução/projeto Websegura.
Crianças de 6 anos dominam tecnologia 
digital melhor que adultosPor Juliette Garside, do The Guardian, Tradução de Rodrigo Neves para o 
Observatório da Imprensa
Uma criança de seis anos sabe mais sobre tecnologia digital do que um adulto 
de 45 anos, afirma o órgão regulador de mídia do Reino Unido, Ofcom, em seu 
relatório anual sobre os consumidores britânicos, lançado no começo de agosto.
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cultura digital│uNidadE iii
“Estas crianças estão moldando as comunicações”, disse Jane Rumble, chefe 
de pesquisa de mídia no Ofcom. “Por terem crescido na era digital, elas estão 
desenvolvendo hábitos de comunicação completamente diferentes de gerações 
mais velhas, mesmo comparado-as com os jovens entre 16 e 24 anos”.
O Ofcom criou um “coeficiente digital”, um teste que analisou como 800 crianças 
e 2 mil adultos do Reino Unido usam diversos dispositivos digitais, como tablets 
e smartphones, e qual o conhecimento deles sobre tecnologia.
As crianças de 6 a 7 anos se saíram melhor nos testes que adultos entre 45 e 
49 anos, com um coeficiente médio de 98 contra 96. O auge de entendimento 
digital se dá nos jovens entre 14 e 15 anos, com um coeficiente médio de 113, e 
esse número cai gradualmente nas faixas mais velhas, sofrendo bruscas quedas 
ao chegar na faixa dos idosos.
A forma como as crianças deste milênio se comunicam entre si e consomem 
entretenimento é tão diferente das gerações anteriores que analistas, agora, 
consideram as crianças melhores indicadores do futuro da comunicação do que 
os adolescentes e os jovens adultos.
A partir da leitura do texto, reflita sobre os diferentes usos e as diferentes 
percepções sobre tecnologia que pessoas de gerações diferentes podem ter.
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CAPítulo 2
tiCs e ntiCs
imagem: creative commons.
As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) são “recursos tecnológicos que, 
se estiverem integrados entre si, podem proporcionar a automação e/ou a comunicação 
de vários tipos de processos existentes nas atividades profissionais, no ensino e na 
pesquisa científica, na área bancária e financeira, religiosa etc.” (MICHEL, 2009, p. 09).
Segundo a autora, as TICs, então, são “tecnologias usadas para reunir, distribuir e 
compartilhar informações» (MICHEL, 2009, p. 09), como, por exemplo, sites da Web, 
equipamentos de informática (hardware e software), telefonia, quiosques de informação 
e balcões de serviços automatizados.
Corroborando com Michel (2009), Miranda (2007, p. 43) aponta que o termo TIC 
«se refere à conjugação da tecnologia computacional ou informática com a tecnologia 
das telecomunicações e tem, na Internet, e mais particularmente na World Wide Web 
(WWW), a sua mais forte expressão”.
Para a autora, os temos TICs e NTICs “parecem redundantes, pois a referência à 
novidade nada acrescenta à delimitação e clarificação do domínio. Mais ainda, o que é 
novo hoje deixa de o ser amanhã” (MIRANDA, 2007, p. 43).
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cultura digital│uNidadE iii
Já autores como Peçanha (2011) compreendem essa questão por outro ponto de vista. A 
autora aponta que o processo de produção e uso de jornais, revistas, rádio, cinema, vídeo 
etc. compreendem tecnologias específicas, as chamadas TICs, e a Internet possibilitou 
um incremento no termo, o que deu origem às NTICs.
O avanço tecnológico das últimas décadas garantiu novas formas de uso 
das TICs para a produção e propagação de informações, a interação e a 
comunicação em tempo real, ou seja, no momento em que o fato ocorre. 
Surgiram, assim, as novas tecnologias de informação e comunicação, as 
NTICs. Nessa categoria, é possível, ainda, considerar a televisão e, mais 
recentemente, as redes digitais, a Internet. Com a banalização do uso 
dessas tecnologias, o adjetivo “novas” vai sendo deixado de lado e todas 
são chamadas de TICs, independentemente de suas características 
(PEÇANHA, 2011, p. 19).
Para Otero Garcia (2012), antes do advento da Internet, o termo TICs se referia a 
jornais, revistas, rádio etc. Isso mudou na era digital, quando o termo passou a ser 
chamado de NTICs. O autor faz uma proposição: “atualmente, conforme já dissemos, 
com o uso cada vez mais comum das NTICs, tratá-las simplesmente por TICs parece-
nos mais adequado (e, por que não de tecnologias da inteligência?)” (OTERO-GARCIA, 
2012, p. 286).
Após ler um pouco sobre várias visões sobre TICs e NTICs, formule suas próprias 
definições para os dois termos.
Como gerenciar a pegada de carbono das 
tiCs
Soluções existem e, à medida que as companhias de tecnologia se conscientizam 
sobre a importância deste problema, elas adotam as medidas apropriadas
Por José Renato Gonçalves, 2015.
Estudos recentes estimam que a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 
é responsável por mais de 10% do consumo de energia do mundo – e à medida 
que evolui, é provável que passe a usar cada vez mais.
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UNIDADE III│cUltUrA DIgItAl
O consumo varia – recarregar um smartphone ou um tablet requer pouquíssima 
eletricidade, porém assistir a uma hora por semana de vídeo em um aparelho 
móvel consome mais eletricidade que o uso de dois refrigeradores por um ano. 
Isso se deve à energia dispensada para ligar e depois desligar os servidores de 
vídeo de um datacenter, além do consumo do equipamento de rede.
No entanto, graças aos avanços em eficiência energética para as TICs – que 
dobraram a cada um ano e meio, pelos últimos seis anos – os telefones e tablets 
de hoje, reconhecidos pelo baixo consumo, usam cada vez menos energia – 
2kWh e 12kWh, respectivamente. Por outro lado, há milhões deles em uso todos 
os dias.
O datacenter é a área das TICs mais faminta por energia – estima-se que eles 
consumam entre 1 a 2% da energia do mundo – e uma pesquisa recente mostrou 
que o custo com energia e disponibilidade são as principais preocupações entre 
os operadores de datacenter.
As TICs, como um todo, respondem por mais de 830 milhões de toneladas 
de dióxido de carbono (CO2), colocando-as junto à indústria de aviação para 
emissões de CO2 globais.
Por isso, a pegada de carbono das TICs não pode ser ignorada e deve ser vista 
como um desafio. O Bell Labs conduziu uma pesquisa de tendências energéticas 
para o mundo sempre online de hoje e previu que, em 2017, teremos mais de 3,9 
bilhões de usuários de Internet, levando a um crescimento de 400% em tráfego 
de dados e de 720% para vídeos. Com isso, a eficiência energética das TICs nunca 
foi tão importante.
Como podemos, neste contexto, torná-las mais eficientes?
Soluções existem e, à medida que as companhias de tecnologia se conscientizam 
sobre a importância deste problema, elas adotam as medidas apropriadas. Já foi 
dito, por exemplo, que uma grande economia de energia pode ser alcançada 
trocando as aplicações de negócios para ambientes em nuvem.
A realocação de espaços de servidores pequenos e ineficientes e dos serviços 
hospedados localmente para a nuvem pode reduzir os custos com energia em 
87%. O uso de servidores compartilhados e baseados na nuvem permite o uso 
compartilhado de energia e, como efeito, faz para a energia usada na computação 
o que a carona compartilhada faz para as emissões da indústria de automóveis.
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cultura digital│uNidadE iii
Outras maneiras de fazer com que os datacenters se tornem espaços mais 
eficientes e que tenham impacto direto sobre a pegada de carbono são a gestão 
do fluxo de ar, uso minimizado de ar condicionado e implementação de free 
cooling – técnica que explora a existência de diferenças de temperatura entre 
ambientes, para a produção de refrigeração.
Impacto da Internet das Coisas e mais
O advento da Internet das Coisas (IoT) também pode ter um efeito positivo. 
Opções possibilitadas pela tecnologia, que passaram a surgir graças à 
evolução da própria tecnologia, incluem aplicativos móveis como soluções 
de videoconferência e gestão de prédios inteligentes via M2M – ambos com 
impactos ambientais positivos. O efeito geral do IoT é também projetado como 
positivo, com novas soluções, como as citadas acima, cortando em mais de16,5% 
as emissões de gases – uma redução de 9,1 giga toneladas de CO2 até 2020.
Além dessas soluções, a tecnologia está inventando novas formas de 
tornar o mundo, como um todo, mais verde. As TICs tornaram possível o 
desenvolvimento da tecnologia smart grid, possibilitando à Internet transportar 
grandes quantidades de energia de dados, para fazer com que o acelerado 
desenvolvimento urbano traga mais espaços para trabalhar e que sejam 
energeticamente eficientes.
A já mencionada videoconferência contribui para a redução do número de voos 
para reuniões de negócios. Então, a Internet tem um impacto de dois lados no 
meio ambiente e na sua própria pegada de carbono: encontrar maneiras de usar 
a tecnologia de forma mais inteligente e inventar soluções novas e mais verdes 
a todo momento.
Gigantes da indústria de tecnologia já se comprometeram com políticas verdes e 
investem constantemente em iniciativas ambientais. À medida que a tecnologia 
continua a evoluir, as TICs que devem se fazer cada vez mais verdes, para o bem 
de todos.
Fonte: Portal Cio
<http://cio.com.br/tecnologia/2015/09/15/como-gerenciar-a-pegada-de-carbono-das-tics/>.
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UNIDADE III│cUltUrA DIgItAl
Com base no texto e nos aprendizados até esse momento, explique como o uso 
das TICs interferem cada vez mais no modo em que vivemos.
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CAPítulo 3
Convergência midiática, interação e 
interatividade
Imagem: Creative Commons.
Veja o que sugere o texto abaixo, de B. Piropo, do Portal Techtudo.
As TVs Inteligentes dominarão o mercado
Por B. Piropo, Techtudo
Há quase exatamente dois anos o conceituadíssimo Grupo Gartner previa que 
quase 85% das televisões de tela plana fabricadas em 2016 serão “inteligentes”. 
Agora, o mesmo Grupo Gartner prevê que, no ano seguinte, 2017, a transmissão 
de vídeo ao vivo pelos usuários será um evento tão corriqueiro que os vídeos 
pessoais ocuparão o lugar dos autorretratos, os populares selfies.
O grupo Gartner, penso eu, dispensa apresentações. Em todo o caso, se você 
não o conhece, pode descobrir, na página About Gartner, que se trata de uma 
“empresa de consultoria, líder mundial em pesquisas sobre Tecnologia da 
Informação”, uma empresa capaz de fornecer aos clientes toda a informação 
necessária para tomar corretamente suas decisões.
Foi fundada em 1979, tem sede em Connecticut, EUA, e tem, em seu corpo de 
colaboradores, mais de 1.500 analistas de pesquisas. Em suma: é uma das fontes 
de informação mais ricas e fidedignas no campo da Tecnologia da Informação.
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UNIDADE III│cUltUrA DIgItAl
Já “TV inteligente” todo mundo sabe o que é. Ou não? Bem, depende.
Imagem: Reprodução/Techtudo.
Pergunte por aí e, provavelmente, quem tem alguma ideia do assunto responderá 
que “é uma televisão conectada à Internet”. O que, de fato, não deixa de ser 
verdade. Por outro lado, talvez, exprima uma visão demasiadamente limitada do 
que efetivamente vem a ser uma TV Inteligente.
A Wikipedia afirma que é uma televisão com a Internet integrada e funcionalidades 
de “Web 2.0”, um exemplo de convergência tecnológica entre computadores e 
televisores. O que também é verdade.
O Grupo Gartner, por sua vez, na primeira das pesquisas citadas, define 
a típica Televisão Inteligente (“Smart TV”) como “uma TV que tem a 
habilidade de usar uma conexão de alta taxa (banda larga) para efetuar 
buscas na Internet por conteúdos em vídeo e exibir o conteúdo encontrado”, 
o que já é um pouco mais específico, mas ainda deixa muita margem para 
diferenças substanciais.
Então, antes de voltar a discutir as implicações dos relatórios Gartner, 
vamos reservar alguns minutos para examinar essas diferenças.
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cultura digital│uNidadE iii
Para começar, uma TV Inteligente, mesmo conectada à Internet, não goza 
da liberdade oferecida por um computador. Seu dono somente pode usar 
os aplicativos, ou apps, fornecidos com ela ou adquiridos na “loja” de seu 
fabricante ou associado.
O número e tipo desses aplicativos variam muito conforme a marca e 
o modelo da TV. O Skype, por exemplo, é bastante comum, o YouTube é 
quase obrigatório, assim como o Picasa. Quase todas oferecem acesso ao 
Netflix, um serviço que põe à disposição do usuário uma enorme coleção 
de filmes, documentários e quase todo tipo de vídeo mediante um módico 
pagamento mensal.
Algumas dispõem de um número limitado de jogos e quase todas permitem 
acesso às principais redes sociais, como Twitter, Facebook etc. Outras dão 
acesso a sítios de notícias e a edições de jornais ou revistas que podem ser 
lidos facilmente na tela de alta definição.
Alguns modelos oferecem um programa navegador, o que amplia bastante 
a possibilidade de explorar os sítios da rede. O problema é que, se você 
pretende usar sua TV Inteligente para gerenciar seu correio eletrônico 
refestelado na poltrona da sala ou adicionar comentários a postagens das 
redes sociais, vai ter que digitar alguma coisa.
Até mesmo para visitar o sítio desejado terá que digitar seu URL na barra de 
endereços do navegador. E digitar usando a combinação de controle remoto 
e teclado virtual exibido na tela é uma tortura. Se é essa sua intenção, o ideal 
é uma TV que seja fornecida com mouse e teclado ou que permita a conexão 
a teclado e mouse sem fio de computador.
Porém, ainda que se equipe a TV Inteligente com esses periféricos, há que 
lembrar que uma TV Inteligente é uma TV, não um computador. Ou seja: 
é um dispositivo concebido para fins de entretenimento, não para executar 
qualquer atividade produtiva. Considere, então, que toda sua “inteligência” 
não passa de uma funcionalidade adicional da TV e, mesmo quando 
equipada com os devidos acessórios, não substituirá um computador 
(outra coisa é conectar um pequeno computador ligado à Internet a, por 
exemplo, uma entrada HDMI de uma TV “burra”, porém de tela plana, 
ampla e de alta definição; nesse caso, com um bom conjunto de teclado e 
mouse sem fio, você terá um sistema capaz de satisfazer suas necessidades 
de entretenimento e, além disso, acessar a Internet e, de lambuja, rodar os 
programas instalados no micro.
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UNIDADE III│cUltUrA DIgItAl
Por fim, há que discutir a questão da Internet. Se você já não dispõe de uma 
conexão de alta taxa de transmissão (banda larga) em sua casa, vai ter que 
contratar uma apenas para a TV, o que, talvez, não seja a melhor das ideias. 
E, se no bairro ou região onde mora não é possível obter uma conexão de 
alta taxa de transmissão, nem pensar em TV Inteligente.
Quem adquire e instala uma destas TVs sem conexão de alta taxa à Internet 
até poderá alegar que a TV é inteligente, mas ela se comportará de forma tão 
estúpida quanto qualquer TV convencional. Na verdade, comprar uma TV 
como estas para assistir programas sobre “celebridades” e congêneres serve, 
apenas, para evidenciar que, embora a TV seja inteligente, definitivamente 
o mesmo não ocorre com seu dono.
E, finalmente, como conectar a TV à Internet? Os modelos mais antigos 
só permitiam que essa conexão fosse estabelecida via cabo com conector 
padrão RJ45, aquele tipicamente usado para redes de computadores, para 
ligar o aparelho de TV a uma saída do “modem” ou roteador que recebe e 
distribui o sinal da Internet para computadores. 
Já as mais modernas trazem integrado um dispositivo que permite conexão 
direta à uma rede doméstica (que, presumivelmente, está conectada à 
Internet de alta taxa) via WiFi, desde que seu roteador possa funcionar 
como “ponto de presença” (ou de irradiação de sinal) WiFi, bastando que se 
configure a televisão adequadamente, entrando com a devida senha.
E, por último, existem os modelos intermediários, conhecidos por “WiFi 
Ready”, que, para aqueles que, mesmo ligados à área de TI, usam o 
português como idioma preferencial, significa “prontas para receber o sinal 
WiFi”. Esses modelos exigem o uso de um pequeno receptor de sinal WiFi 
que, em geral, é conectado a uma porta USB da televisão. Alguns vendedores

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