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1 Universidade Federal da Grande Dourados Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia Química Licenciatura e Bacharelado Disciplina: Química Geral I Ligações Químicas Profª. Drª. Bárbara Tirloni Dourados, agosto de 2013. 2 Por que se forma uma ligação química??? Porque a energia do sistema diminui Ligação Química 3 Quando uma molécula será formada??? • Uma molécula será formada somente se for mais estável e tiver menor energia do que os átomos individuais. • A formação de ligações químicas envolve normalmente só os elétrons do nível mais externo do átomo e, através da formação de ligações, cada átomo adquire uma configuração eletrônica estável. Ligação Química 4 Os átomos adquirem configuração estável de 3 formas: Perdendo, recebendo ou compartilhando par de elétrons Tipos de Ligações 5 • Eletropositivos: cujos átomos perdem um ou mais elétrons com facilidade; • Eletronegativos: cujos átomos recebem elétrons com facilidade; • Elementos com reduzida tendência de receber ou doar elétrons. Os elementos podem ser classificados em: 6 • elemento eletropositivo + elemento eletronegativo = Ligação Iônica • elemento eletronegativo + elemento eletronegativo = Ligação Covalente • elemento eletropositivo + elemento eletropositivo = Ligação Metálica Os elementos podem ser classificados em: Dependendo do caráter eletropositivo ou eletronegativo dos átomos envolvidos, 3 tipos de ligações químicas podem ser formadas: 7 • Envolve a transferência completa de um ou mais elétrons de um átomo para outro. Ex.: NaCl Os elementos podem ser classificados em: Ligação Iônica 8 • Envolve o compartilhamento de um par de elétrons entre dois átomos. Ex.: NH3 Os elementos podem ser classificados em: Ligação Covalente 9 • Os elétrons de valência são livres para se moverem livremente por todo o cristal. Os elementos podem ser classificados em: Ligação Metálica Poucas ligações são totalmente iônicas, covalentes ou metálicas. A maioria das ligações são intermediárias entre esses três tipos e possuem algumas características de duas delas, às vezes das três. 10 • É consequência da atração eletrostática entre íons com cargas opostas; Quando se formam ligações iônicas? • Formam-se ligações iônicas quando elementos eletropositivos reagem com elementos eletronegativos; Exemplo: • Quando sódio e cloro reagem entre si, o elétron do nível mais externo do átomo de sódio (1s2 2s2 2p6 3s1) é transferido para o átomo de cloro (que apresenta configuração eletrônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5), de modo a formar íons sódio, Na+, e íons cloreto, Cl-. Os elementos podem ser classificados em: LIGAÇÃO IÔNICA 11 • A atração eletrostática entre os íons positivos e negativos os mantém juntos num retículo cristalino. O processo é favorecido pois os dois átomos atingem configuração eletrônica estável de gás nobre, tal que NaCl é formado. • Pode ser ilustrado por diagrama de Lewis, no qual os elétrons externos são representados por pontos: Na + Cl [Na]+ [ Cl ]- átomo de sódio átomo de cloro íon sódio íon cloreto Ligação Iônica 12 • A energia necessária para a formação de ligações iônicas é favorecida, em sua maior parte, pela atração coulômbica entre íons de cargas opostas. Os elementos podem ser classificados em: Ligação Iônica • Forte atração coulômbica explica as propriedades típicas dos sólidos iônicos: - Altos pontos de fusão - Fragilidade Ligação Iônica 13 • Os metais são efetivamente grandes e apresentam uma quantidade muito grande de orbitais atômicos que interagem para produzir orbitais moleculares que se estendem por toda a amostra; • As propriedades mais conhecidas dos metais resultam deste tipo de ligação e da deslocalização dos elétrons por todo o sólido; • É característica dos elementos com baixas energias de ionização. Ligação Metálica LIGAÇÃO METÁLICA 14 O que é a Energia de Ionização? • É a energia necessária para arrancar 1 elétron de um átomo no estado gasoso D im in u i Grupo A(g) A + (g) + e - (g) • Nesse sentido aumenta o tamanho do átomo, diminuindo a atração nuclear sobre os elétrons. Ligação Metálica Período Diminui • Nesse sentido diminui a carga nuclear (número atômico) dos átomos, portanto, diminui a atração do núcleo sobre os elétrons. 15 Propriedades Gerais dos Metais • Condutores de eletricidade e calor; • Apresentam brilho metálico característico – altos índices de reflexão; • São maleáveis e dúcteis; • Formam ligas com facilidade. Ligação Metálica 16 Condutividade • Todos os metais são condutores de eletricidade e calor; Fatores que explicam a condutividade e as ligações nos metais Nº de elétrons na CV Presença de orbitais desocupados na CV • A condutividade dos metais decresce com o aumento da temperatura; Ligação Metálica 17 Condutividade dos Sólidos Inorgânicos • A condutividade elétrica origina-se da mobilidade dos elétrons em resposta ao campo elétrico oscilante de um feixe de luz incidente ou a uma diferença de potencial; • A alta condutividade térmica também é consequência da mobilidade eletrônica; Critério para distinguir entre um condutor metálico e um semicondutor Dependência de sua condutividade elétrica em relação à temperatura Ligação Metálica 18 Condutor Metálico: Condutividade elétrica decresce com o aumento da temperatura; Semicondutor: Condutividade elétrica aumenta com o aumento da temperatura; Sólido Isolante: Condutividade elétrica muito baixa; Supercondutores: É uma classe especial de materiais que têm resistência elétrica zero abaixo de uma temperatura crítica. Ligação Metálica 19 A explicação sobre propriedades características dos metais TEORIA DAS BANDAS Ligação Metálica 20 Formação de Bandas pela Sobreposição de Orbitais Atômicos A sobreposição de um grande nº de OAs em um sólido produz um grande nº de OMs com energias muito próximas BANDA – praticamente contínua de níveis de energia As bandas são separadas por falhas, que são valores de energia para os quais não há orbitais moleculares Ligação Metálica 21 Banda s – formada a partir de orbitais s Banda p – formada a partir da sobreposição de orbitais p Banda d – formada pela sobreposição de orbitais d Ligação Metálica 22 (a) Pelo fato dos orbitais p terem uma energia maior que os orbitais s da mesma CV, frequentemente temos uma separação de energia entre as bandas s e p (a) (b) (b) Se as bandas se espalham por uma ampla faixa de energia e as energias dos OAs s e p são similares Sobreposição das bandas Ligação Metálica 23 • A sobreposição dos orbitais s, p e d pode ocorrer em muitos compostos sólidos, particularmente para os orbitais de valência mais espalhados espacialmente, formando bandas. A descrição dos níveis de energia em qualquer material sólido pode ser expressa em termos de BANDAS Ligação Metálica 24 O que é o Nível de Fermi? É o orbital mais alto ocupado a T = 0; ele encontra-se próximo ao centro da banda Quando a banda não está completamente preenchida,os elétrons próximos ao nível de Fermi podem ser facilmente promovidos para níveis vazios vizinhos. Eles são móveis e podem deslocar-se com uma relativa liberdade através do sólido E a substância um condutor elétrico Ligação Metálica 25 Isolante: Um sólido é um isolante se uma quantidade suficiente de elétrons está presente para preencher completamente uma banda e existe uma grande separação de energia até o próximo orbital vazio disponível Ligação Metálica 26 • A discussão mais elementar da ligação covalente se baseia no compartilhamento de pares de elétrons; • Essa abordagem foi introduzida por Lewis em 1916; • Desde então, nosso entendimento de ligação tem sido muito enriquecido, experimental e teoricamente, em especial por meio do desenvolvimento da Teoria dos Orbitais Moleculares. LIGAÇÃO COVALENTE 27 • Lewis percebeu que ele poderia justificar a existência de um grande número de moléculas propondo a REGRA DO OCTETO Cada átomo compartilha elétrons com seus átomos vizinhos para atingir um total de oito elétrons de valência Ligação Covalente O H H 28 • A maioria dos átomos leves atinge uma configuração eletrônica estável quando estão rodeados por 8 elétrons; • Esse octeto pode ser formado por elétrons provenientes do próprio átomo e por elétrons “compartilhados” com outros átomos; • Assim, os átomos continuam a formar ligações até completarem um octeto de elétrons. Essa tendência é conhecida como Regra do Octeto. A Regra do Octeto Ligação Covalente 29 • Explica as VALÊNCIAS observadas em um grande número de casos; • Contudo há exceções, por exemplo, o hidrogênio torna-se estável com apenas dois elétrons; • O átomo de oxigênio completa o octeto compartilhando dois de seus elétrons, para formar a molécula de água (H2O): A Regra do Octeto Ligação Covalente O H H O HH Diagrama de Lewis 30 • Apesar das exceções, a regra do octeto é muito útil e EXPLICA satisfatoriamente o nº LIGAÇÕES FORMADAS em moléculas simples • Contudo NÃO fornece nenhuma explicação sobre a ESTRUTURA DAS MOLÉCULAS; • Os elementos do segundo período da tabela periódica obedecem muito bem a regra do octeto, mas os elementos dos períodos seguintes apresentam desvios em relação a ela. A Regra do Octeto Ligação Covalente 31 - Jeremy I. Musher (1969) MOLÉCULA HIPERVALENTE: contém um ou mais elementos que apresentam mais que 8 elétrons na camada de valência = Expansão do octeto Exemplos: PCl5: SF6: AX5 bipirâmide trigonal AX6 octaédrica 10 elétrons 12 elétrons Ligação Covalente ClP Cl Cl Cl Cl P Cl Cl Cl Cl Cl S F F F F F F S F F F F F F 32 • A explicação da hipervalência e da expansão do octeto, geralmente, invoca a disponibilidade de orbitais “d” parcialmente preenchidos de baixa energia, os quais podem acomodar elétrons adicionais; • Entretanto, a verdadeira razão para a raridade da hipervalência no segundo período: pode ser devido a dificuldade geométrica de se agregar mais do que quatro átomos ao redor de um único átomo central pequeno, podendo, de fato, ter pouco a ver com a disponibilidade de orbitais “d” . A Regra do Octeto Ligação Covalente 33 • O modelo RPECV é uma simples extensão das ideias de Lewis sendo surpreendentemente eficiente na previsão das FORMAS das moléculas poliatômicas Modelo da Repulsão dos Pares de Elétrons da Camada de Valência Ligação Covalente 34 • Foi proposta por Linus Pauling que recebeu o Prêmio Nobel em Química em 1954; • Foi a 1ª teoria quanto-mecânica a ser desenvolvida, e pode ser considerada como uma forma de expressar os conceitos de Lewis em termos de funções de onda; Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente 35 • Primeira descrição da ligação covalente em termos de orbitais atômicos; • Superposição de orbitais atômicos formação de ligação; • A força da ligação é proporcional à superposição dos orbitais atômicos; Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente 36 • Pela TLV, as ligações se formam quando elétrons desemparelhados de orbitais atômicos da camada de valência formam pares • Os orbitais atômicos que eles ocupam se superpõem frontalmente para formar ligações ou lateralmente para formar ligações . Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente : : 37 • Geralmente, o número de ligações formadas por um átomo é igual ao número de elétrons desemparelhados existentes no estado fundamental. • Contudo, em muitos casos os átomos podem formar mais ligações do que as previstas dessa maneira. • Isso ocorre através da excitação do átomo (fornecendo-lhe energia), quando elétrons emparelhados no estado fundamental são desemparelhados e ocupam orbitais vazios adequados Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente Aumenta o nº de elétrons desemparelhados e, consequentemente, o número de ligações 38 Duas deficiências: Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente • a incapacidade de explicar a tetravalência do C; • ângulos de ligação. Superadas pela introdução de dois aspectos novos: - PROMOÇÃO - HIBRIDIZAÇÃO 39 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente PROMOÇÃO: Excitação de um elétron para um nível de maior energia durante a formação da ligação. 1º) Promoção do elétron de um orbital de menor energia para um de energia mais alta (não espontâneo = requer energia); 2º) Esta energia consumida é compensada pela formação da ligação química (libera uma determinada quantidade de energia). 40 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação Covalente C no estado excitado: [He] 2s1 2px 1 2py 1 2pz 1 2s 2p Após a promoção de um elétron do orbital “2s” para um orbital “2p” vazio, o átomo de C fica com quatro elétrons desemparelhados disponíveis para a ligação!!! C no estado fundamental: [He] 2s2 2px 1 2py 1 2s 2p Somente dois orbitais “2p” incompletos estão disponíveis para a ligação!!! 41 Ligação Covalente HIBRIDIZAÇÃO: A combinação linear das funções de onda dos orbitais atômicos. Orbitais atômicos do mesmo átomo se combinam para formar orbitais híbridos que podem interagir mais efetivamente com os orbitais de outros átomos, produzindo ligações mais fortes. • Foi concebida para descrever algumas moléculas do tipo AXn (A = átomo central ligado a n átomos X) 42 Ligação Covalente É um engano comum admitir que a hibridização é a causa de uma determinada estrutura molecular A razão pela qual uma dada estrutura é adotada é a sua energia • A hibridização é uma etapa teórica. O estado hibridizado não pode ser detectado nem mesmo espectroscopicamente; • As energias dos orbitais híbridos não podem ser medidas, apenas estimadas teoricamente. HIBRIDIZAÇÃO 43 Ligação Covalente A combinação dos orbitais s e p é aceita sem reservas, mas o envolvimento de orbitais d na hibridização está sujeito à controvérsias Para haver uma combinação efetiva as energias dos orbitais envolvidos devem ser aproximadamente iguais Exemplo: BF3 Por que? HIBRIDIZAÇÃO 44 Para elementos do terceiroperíodo em diante: Há a possibilidade de utilização dos orbitais d para formar ligações Ligação Covalente Participação do Orbital d nas Ligações em Moléculas 45 Ligação Covalente • Geralmente os orbitais d são muito volumosos e de energia muito elevada para permitir uma combinação efetiva com os orbitais s e p • Diversos fatores influenciam no tamanho dos orbitais. O mais importante é a carga do átomo. Exemplo: PCl5 Participação do Orbital d nas Ligações em Moléculas 46 PCl5 • Se o átomo de P estiver ligado a um elemento bastante eletronegativo, esse elemento atrai mais fortemente os elétrons da ligação introduzindo δ+ no P. • Os elétrons serão atraídos em direção ao núcleo provocando uma contração dos orbitais • De modo que os orbitais 3d fiquem com uma energia suficientemente próxima de 3s e 3p permitindo a hibridização Ligação Covalente 47 FÓSFORO NO PCℓ5: ESTADO FUNDAMENTAL ESTADO EXCITADO 3d 3s 3p 3p 3s 3d Ligação Covalente 48 HIBRIDIZAÇÃO: sp3d • Átomo de P depois de compartilhar 5 elétrons com átomos de Cl na molécula de PCl5: 3s 3p 3d Ligação Covalente • Fósforo: 5 ligações = 5 lóbulos (orbitais) 5 orbitais híbridos sp3d • Hibridização sp3d – geometria bipirâmide trigonal • Eletronegatividade contração dos orbitais d ligações !!! PCl5 49 Ligação Covalente ClP Cl Cl Cl Cl P Cl Cl Cl Cl Cl Geometria: bipirâmide trigonal 50 Por que o PH5 não existe? • Átomos de H não são capazes de provocar uma CONTRAÇÃO tão acentuada nos orbitais d Parece provável que os orbitais d realmente participem das ligações nos casos em que ocorre uma CONTRAÇÃO SIGNIFICATIVA dos mesmos Ligação Covalente 51 Por que o PH5 não existe? • Átomos de H não são capazes de provocar uma CONTRAÇÃO tão acentuada nos orbitais d Parece provável que os orbitais d realmente participem das ligações nos casos em que ocorre uma CONTRAÇÃO SIGNIFICATIVA dos mesmos Ligação Covalente 52 ENXOFRE NO SF6: ESTADO FUNDAMENTAL ESTADO EXCITADO 3d 3s 3p 3p 3s 3d Ligação Covalente 53 HIBRIDIZAÇÃO: sp3d2 • Átomo de S depois de compartilhar 6 elétrons com átomos de F na molécula de SF6: Ligação Covalente 3s 3p 3d 54 Geometria: Octaédrica Ligação Covalente • Enxofre: 6 ligações = 6 lóbulos (orbitais) 6 orbitais híbridos sp3d2 • Hibridização sp3d2 – geometria octaédrica SF6 S F F F F F F S F F F F F F 55 Nº de Orbitais mais externos Tipos de hibridização Distribuição dos orbitais híbridos no espaço Exemplos 2 sp Linear BeF2 3 sp2 Trigonal Plana BF3 4 sp3 Tetraédrica CCl4 5 dsp3 Bipirâmide Trigonal PCl5 6 d2sp3 Octaédrica SF6 7 d3sp3 Bipirâmide Pentagonal IF7 4 dsp2 Quadrática [Ni(CN)4] 2- Alguns conjuntos importantes de orbitais híbridos: Ligação Covalente 56 • Ligação : tem simetria cilíndrica ao redor do eixo internuclear. Os orbitais s e pz são os únicos que contém essa propriedade. A densidade se concentra entre os dois átomos e sobre o eixo que une os dois átomos. • Ligação : se origina da sobreposição lateral entre dois orbitais p (px ou py). Ligação Covalente A forma da molécula é determinada pela ligação e pelos pares isolados, e não pelas ligações . As ligações simplesmente diminuem o comprimento das ligações. 57 • Uma ligação simples é uma ligação • Uma ligação dupla é uma ligação mais uma ligação • Uma ligação tripla é uma ligação mais duas ligações Quantas ligações e quantas ligações existem em: (a) CO2? duas e duas (b) CO? uma e duas Ligação Covalente 58 Falhas da TLV: - Não fornece explicação dos espectros eletrônicos e nem porquê as propriedades magnéticas variam com a temperatura; - Há dúvidas sobre a participação de orbitais d na hibridização, o que tem contribuído para o declínio dessa teoria; Vantagens da TLV: - Continua sendo muito usada, e ela fornece uma base para a descrição simples de moléculas inorgânicas pequenas. Ligação Covalente 59 Surgiu como um modelo aprimorado de ligação química, dentro do contínuo esforço para explicar de forma adequada certas propriedades moleculares (ex.: paramagnetismo do O2). Teoria dos Orbitais Moleculares 60 Teoria de Ligação pela Valência • Linus Pauling; • Os elétrons de valência estão localizados entre os átomos (ou são pares isolados); • Orbitais atômicos semi- preenchidos sobrepõe-se para formar ligações. Principais diferenças: Teoria dos Orbitais Moleculares • Robert Mulliken; • Os elétrons de valência são deslocalizados; • Os elétrons de valência estão em orbitais (chamados de orbitais moleculares) que se espalham por toda a molécula. 61 • Princípio da conservação: N orbitais atômicos N orbitais moleculares; • A ocupação dos orbitais moleculares segue a regra de Hund e o princípio de exclusão de Pauli; • Regra de Hund – a configuração mais estável, em orbitais de mesma energia, é aquela em que existe o maior número possível de elétrons com spins paralelos; • Princípio de Exclusão de Pauli – cada orbital molecular pode ser ocupado por até dois elétrons e devem estar emparelhados (↑↓). 62 Princípio Básico: Combinação linear de orbitais atômicos dos átomos constituintes (CLOA) Formação de orbitais moleculares, deslocalizados sobre toda a molécula H1sa H1sb H1sa + H1sb Ψab = ca a + cb b Função de onda que descreve os OMs formados através da CLOA Coeficiente “c” mostra o quanto cada OA contribui para cada OM 63 Os sinais relativos dos coeficientes na CLOA têm papel muito importante na determinação das energias dos orbitais; Os sinais relativos determinam se os orbitais atômicos interferem construtiva ou destrutivamente em diferentes regiões da molécula e, portanto, conduz a um aumento ou a uma redução da densidade eletrônica nessas regiões. Coeficientes (c) na CLOA: 64 As funções de onda dos orbitais atômicos são combinados matematicamente para produzir as funções de onda dos OMs resultantes, que mostram a(s) região(ões) de maior probabilidade de encontrar o elétron. Funções de Onda (Ψ): 65 O quadrado da função de onda (Ψ2) de um elétron nos dá informações acerca da distribuição de probabilidade para o elétron na molécula; Um elétron em um orbital molecular é provavelmente encontrado onde o orbital tem uma grande amplitude e não será encontrado em nenhum de seus nós. 66 Distribuição Espacial dos Orbitais Moleculares: 1) os OAs tiver energias comparáveis; 2) os OAs se sobrepor de maneira significativa. A combinação entre dois OAs de átomos vizinhos levando a formação de dois OMs será efetiva se: 67 Consequências para a formação da ligação química: SOBREPOSIÇÃO Orbital Molecular Ligante (Ψ+) – se origina da interferência construtiva entre dois OA vizinhos. Aumento na densidade eletrônica da região internuclear. 68 Consequências para a formação da ligação química: SOBREPOSIÇÃO Orbital Molecular Antiligante (Ψ-) – se origina da interferência destrutiva entre dois OA vizinhos, que cancelam suas amplitudes, dando origem a um plano nodal entre os dois núcleos. Diminuição dadensidade eletrônica da região internuclear. 69 Consequências para a formação da ligação química: SOBREPOSIÇÃO • Apresenta mesma energia que os OA originais; • A ocupação deste orbital não estabiliza nem desestabiliza a molécula; • É um OM que consiste em um único orbital em um átomo, talvez porque não exista um OA no átomo vizinho com a simetria correta para ele se sobrepor. Orbital Molecular Não-Ligante 70 Diagrama dos Níveis de Energia dos Orbitais Moleculares para a molécula de H2 A molécula de H2 tem uma energia menor que a dos átomos separados porque os dois elétrons podem ocupar o orbital molecular ligante (Ψ+) Ambos elétrons contribuem para a redução da energia 71 Tipos de Orbitais moleculares Orbitais σ: formados pela sobreposição dos orbitais atômicos que têm simetria cilíndrica em torno do eixo internuclear (z). Um orbital σ pode ser formado de várias maneiras: 72 Tipos de Orbitais moleculares Orbitais π: formados pela sobreposição lateral dos orbitais atômicos px e py - contém um plano nodal no eixo interplanar. 73 Tipos de Orbitais moleculares Orbitais δ: formados pela sobreposição dos orbitais atômicos d. Interação lateral de dois orbitais dx 2 -y 2 74 Planos Nodais – regiões onde a densidade eletrônica (Ψ2) é nula, pois Ψ é nula (troca de sinal da função de onda); Plano Nodal • Importante para definir as energias dos orbitais; • Quanto mais planos nodais maior o caráter antiligante maior a energia 75 Combinação de Orbitais Atômicos s-s para formar Orbitais Moleculares σ São possíveis duas combinações lineares das funções de onda: 1) Aquela em que os sinais das duas funções de onda são iguais; 2) Aquela em que os sinais das duas funções de onda são diferentes; 76 Combinação de Orbitais Atômicos s-p para formar Orbitais Moleculares σ • Um orbital s pode se combinar com um orbital p, desde que seus lóbulos estejam orientados ao longo do eixo que une os dois núcleos 77 Combinação de Orbitais Atômicos p-p para formar Orbitais Moleculares σ • Um orbital p pode se combinar com outro orbital p, desde que seus lóbulos estejam orientados ao longo do eixo que une os dois núcleos. 78 Combinação de Orbitais Atômicos p-p para formar Orbitais Moleculares π • Ocorre a sobreposição lateral entre os orbitais atômicos p. 79 Combinação de Orbitais Atômicos p-d para formar Orbitais Moleculares π • Como os orbitais não se encontram ao longo do eixo que une os dois núcleos, a interação deve ser do tipo π 80 Combinação não-ligante de orbitais • As simetrias dos orbitais atômicos são diferentes Algumas combinações não-ligantes de OAs 81 Orbitais de Fronteira: Homo e Lumo HOMO – orbital molecular ocupado de mais alta energia – é o último a ser ocupado LUMO – orbital molecular vazio de mais baixa energia Lumo – σ*2px Para a molécula de F2: Homo – π*2p 82 Propriedade de Ligação Ordem de Ligação: quantifica o número de ligações entre dois átomos. O.L. = ½(nº de elétrons ligantes – nº de elétrons antiligantes) Quanto maior é a ordem de ligação entre um dado par de átomos, maior é a força da ligação. 83 Ex. da aplicação da teoria de OMs para Moléculas Diatômicas Homonucleares A molécula de O2: Configuração Eletrônica: σ2s2, σ*2s2, σ2px 2, π2py 2, π2pz 2, π*2py 1, π*2pz 1 Ordem de Ligação = (8-4)/2 = 2 A existência de dois elétrons desemparelhados com spins paralelos explica porque o oxigênio é paramagnético O: 1s2, 2s2, 2p4 Para O2: 12 elétrons de valência podem ser acomodados em 8 OMs. 84 Ex. da aplicação da teoria de OMs para Moléculas Diatômicas Homonucleares A molécula de He2: Ordem de Ligação = (2-2)/2 = 0 Configuração Eletrônica: σ1s2, σ*1s2 Não há formação de ligações e essa molécula não deve existir!!! He: 1s2 Para He2: 4 elétrons de valência podem ser acomodados em 2 OMs. 85 Ex. da aplicação da teoria de OMs para Moléculas Diatômicas Heteronucleares A molécula de CO: Ordem de Ligação = (8-2)/2 = 3 Configuração Eletrônica: 1σ2, 2σ2, 1π4, 3σ2 C: 1s2, 2s2, 2p2 O: 1s2, 2s2, 2p4 Para CO: 10 elétrons de valência podem ser acomodados em 8 OMs. 86 Em resumo, T.O.M. • Conservação do número de orbitais • Energia O.M. ligante < Energia O.A. < Energia O.M. antiligante • A ocupação dos orbitais moleculares segue a regra de Hund e o Princípio da Exclusão de Pauli • A combinação é mais eficaz quando as energias dos orbitais é similar 87 Ressonância • Algumas moléculas têm estruturas que não podem ser expressas corretamente por uma única estrutura de Lewis. Ex.: íon nitrato, NO3 -: • As três estruturas de Lewis diferem somente na posição da dupla. Elas são igualmente válidas e possuem a mesma energia. A evidência experimental é que as ligações do íon nitrato são todas iguais. • Ressonância = fusão de estruturas que têm o mesmo arranjo de átomos e arranjos diferentes de elétrons. Ela distribui o caráter de ligação múltipla sobre uma molécula e diminui sua energia. 88 Ressonância • A estrutura resultante da fusão é um híbrido de ressonância das estruturas de Lewis que contribuem; • Os elétrons que podem ocupar posições diferentes nas estruturas de ressonância são chamados de elétrons deslocalizados; • Consequência importante da ressonância = estabiliza a molécula pelo abaixamento da energia total 89 Carga Formal • A carga formal representa o número de elétrons que um átomo ganha ou perde quando participa de uma ligação perfeitamente covalente com outros átomos; • Exagera o caráter covalente das ligações, quando supõe que todos os elétrons são compartilhados igualmente; • A soma das cargas formais em uma estrutura de Lewis é igual à carga total da espécie; Geralmente a estrutura de menor energia é aquela com: a menor carga formal nos átomos; a estrutura na qual ao elemento mais eletronegativo é atribuída uma carga formal negativa e ao menos eletronegativo é atribuída uma carga formal positiva. 90 Carga Formal Carga Formal = V – (L + ½ S) V = número de elétrons de valência (original) do átomo L = número de elétrons presentes nos pares isolados S = número de elétrons compartilhados Ex.: KSCN 91 Eletronegatividade • A eletronegatividade é uma medida do poder de atração de um átomo sobre um par de elétrons de uma ligação • LIGAÇÃO COVALENTE POLAR = é uma ligação entre dois átomos com cargas elétricas parciais provenientes da diferença de eletronegatividade. EX.: +H-Cl- • Cargas parciais dão origem a um momento de dipolo elétrico (). •Dois átomos de uma ligação covalente polar formam um dipolo elétrico, uma carga parcial positiva próxima de uma carga parcial igual porém negativa. 92 Eletronegatividade • Se a diferença de eletronegatividade é muito grande, como em NaCl e KF, é melhor considerar iônica a ligação; • Não existe uma linha divisória clara entre as ligações covalentes e iônicas. Entretanto, uma regra útil diz que, se a diferença de eletronegatividade é de cerca de 2 unidades, o caráter iônico é tão alto que é melhor considerar iônica a ligação. 93 Polarizabilidade • A polarizabilidade, , de um átomo é a sua capacidade sofrer distorção na nuvem eletrônica. • Nos íons volumosos e muito polarizáveis, o núcleo do íon exerce um efeito relativamente pequenosobre os elétrons mais externos, que estão muito distantes. Como resultado a nuvem eletrônica de um ânion volumoso é facilmente distorcida • A ligação química dos compostos formados por cátions e ânions muito polarizáveis têm forte caráter covalente. 94 Referências Bibliográficas: [1]. P. Atkins, L. Jones, Princípios de Química, 3ª edição, Editora Bookman, Porto alegre, 2006. [2]. M. Mahan, Química um curso universitário, 4ª edição, Editora Edgard Blüncher LTDA. [3]. RUSSEL, J. B., Química Geral - Volume 1, 2ª Edição, Editora Makron Books, São Paulo, 1994.
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