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4 – ARISTÓTELES: A JUSTIÇA COMO VIRTUDE 1- O tema da justiça na teoria aristotélica situa-se no campo ético, da Ciência prática. Campos das ciências: Produtiva, Teorética (ou contemplativa) e Prática 2- Concepção antropológica (concepção de homem) de Aristóteles: - O homem é por natureza um ser gregário – Se realiza em plena sociedade Animal político por natureza: zoon politikon. - Ser político – Decide os rumos da polis - Ser racional – Exerce sua racionalidade no convívio político 3- Virtude para Aristóteles É uma aptidão ética humana que apela para a razão prática. - É o justo meio. A virtude está no equilíbrio. Capacidade do homem conhecer e colocar em prática o seu conhecimento. Logo, a justiça é uma pratica humana que discerne o bom e o mau, o justo e o injusto, colocando-o em prática. 4- Justiça como virtude. 4.1-Ponderação entre dois extremos: da injustiça por excesso - da injustiça por carência. Meio justo: equilíbrio reside no fato de um não invadir o campo que é devido ao outro, não ficando com algo para mais ou para menos. 4.2 - Adquire-se a virtude pelo hábito, reiteração das ações em determinado sentido, com conhecimento de causa e com o acréscimo da vontade deliberada. 5 – O justo total. 5.1 - Consiste na virtude de observância da lei, no respeito àquilo que é legítimo, e que vige para o Bem da comunidade. 5.2- O justo total é a observância do que é regra social de caráter vinculativo. O hábito humano de conformar as ações ao conteúdo da lei. 5.3 – É a realização da justiça nesta acepção (justiça total); justiça e legalidade são uma e a mesma coisa, nesta acepção do termo. 8- Distinção entre o homem justo e o homem virtuoso. O homem é justo ao agir na legalidade, O homem virtuoso quando, por disposição de caráter, orienta-se segundo esses mesmos vetores (legalidade), mesmo sem a necessária presença da lei ou conhecimento da mesma. O homem é virtuoso ao agir corretamente sem depender da lei. 6- Justo particular Justiça: se aplica o princípio de igualdade Há duas espécies de justiça: - Justo particular distributivo: - Justo particular corretivo 6.1 - Justo particular distributivo: ( Justiça distributiva) - Conferir a cada um o seu. - Proporcionar a cada qual aquilo que lhe é devido dentro de uma razão de proporcionalidade participativa, pela sociedade, evitando-se, a qualquer um dos extremos que representa o excesso e a falta. - Perfaz-se em uma relação tipo público-privado. - Situação de subordinação: uma atribuição a membros da comunidade de bens pecuniários (dinheiro), de honras, de cargos, assim como deveres, responsabilidades, impostos. a) Tem critério de subjetividade: estimação dos sujeitos analisados. O princípio de igualdade exige neste ponto uma desigualdade de tratamento, pois diferente os méritos, diferentes devem ser os prêmios. b) O que seria injustiça: quando pessoas desiguais recebem a mesma quantia de encargos e benefícios e quando pessoas iguais recebem quantias desiguais de benefícios e encargos Exemplo: Não se pode tributar a renda da mesma forma para aquele que pouco ganha em relação àquele que muito ganha, é tudo na medida do ganho de cada qual. 6.2- O que é o Justo particular corretivo? a) É aplicada Situação de coordenação: iguais entre iguais – particulares entre Particulares. b) Não são (medidos) considerados os méritos diferentes. Mede-se impessoalmente o benefício e o prejuízo que as partes os sujeitos podem experimentar. c) Critério de igualdade perfeita e absoluta: reestabelcer o equilíbrio rompido entre as partes: igualdade aritmética: permite a ponderação entre a perda e os ganhos. d) Não se observa o mérito dos indivíduos, a condição dos mesmos. 6.2.1 - Dois âmbitos diversos: Relações estabelecidas a) Justo comutativo: voluntariamente (vontade dos interessados): Correção aplicável às transações do tipo compra e venda, da locação, de empréstimo, contratos onde prevalece a liberdade de vinculação e de estipulação. b) Justiça reparativa (judicial) – Justiça é a reparação de uma desigualdade involuntária entre uma das partes. O sujeito ativo de uma injustiça recebe o respectivo sancionamento por ter agido com causador de um dano provocado a outro. Causa de furto, adultério, evenenamento, falso testemunho. 7- Justo doméstico: Justiça para a mulher, para o filho e para com os escravos, para aqueles que não participam das decisões da polis. 8- justo político: (dessa não participam os filhos, as mulheres, e os escravo – são atingidos obliquamente) 8.1 - justo legal: a) Parte das prescrições vigentes entre cidadão de determinada polis surgida no nómos. b) Conjunto de disposições vigentes na polis. Vontade do legislador. - Possui força na convenção. Tem caráter particular. Em princípio, tanto podia ser cumprido de uma maneira com de outra, mas que, depois de ter sido assumido por lei, já não é indiferente, mas obrigatório. 8.2 - Justo natural: a) parte que encontra sua fundamentação não na vontade humana preceituada, mas na própria natureza. b) não depende : de qualquer decisão, de qualquer ato de positividade, de qualquer opinião ou conceito. - Tem caráter universal. c) é aquilo que é válido sempre e em toda parte, intrinsecamente, independente da vontade humana. 9 - Qual a relação entre equidade e justiça? - Trata-se de uma excelência ainda maior daquela já contida no conceito do que é bom. - Correção das regras da lei. As leis prescrevem conteúdos de modo genérico, indistintamente, dirigindo-se a todos sem diferenciar, portanto, possíveis nuances e variações concretas, fáticas, fenomênicas de modo que surgem casos para os quais, se aplicam a lei em sua generalidade, neste caso a injustiça poderá ser causada por meio do próprio justo legal. - É nesta situação que ocorre a equidade para solucionar os problemas da lei.