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Metodologia Cientifica Livro

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Metodologia Científica
1ª edição
2017
Metodologia Científica
3
Palavras do professor
Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) à disciplina de Metodologia Cien-
tífica, a qual foi pensada e estruturada a fim de proporcionar a você uma 
visão holística e, ao mesmo tempo, segmentada a respeito das diferentes 
dimensões do conhecimento. Essa é uma das mais importantes discipli-
nas que permeará toda sua trajetória acadêmica em diferentes áreas do 
conhecimento que transitar, pois, sem ela, não há escrita acadêmica. 
Diante desse contexto, para otimizar seus estudos e aprendizagem, a 
disciplina Metodologia Científica foi dividida em quatro unidades, que 
seguem elencadas com seus respectivos objetivos:
Unidade 1 – A produção do conhecimento científico: você entenderá 
que existem vários tipos de construção do conhecimento (senso comum, 
artístico, teológico, filosófico e científico), que estão ligados à especifici-
dade de cada abordagem que ocorre em um dado meio
Unidade 2 – Elaboração de Pesquisa I: você conhecerá os tipos de pes-
quisa que embasam a construção de conhecimentos: pesquisas quanti-
tativas ou qualitativas e suas diferentes vertentes. 
Unidade 3 – Elaboração de Pesquisa II: você compreenderá os valores e a 
contribuição da pesquisa científica para o desenvolvimento da sociedade 
em geral, bem como a necessidade de se estudar metodologia e suas 
relações diretas com nosso cotidiano.
Unidade 4 – Estrutura e publicação da pesquisa científica: para encerrar 
seus estudos nesta disciplina, você analisará as estruturas de publicação 
da pesquisa científica conforme cada ambiente de publicação.
Note, portanto, que esta disciplina permeará toda sua trajetória acadê-
mica, desde a leitura indicada pelo professor de cada área do conheci-
mento até o desenvolvimento de textos produzidos por você em suas ati-
vidades, o que auxiliará na elaboração de seu Trabalho de Conclusão de 
Curso (TCC), de monografias e de artigos científicos.
Bons estudos!
1
4
Unidade 1
Nome completo da Unidade
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, você aprenderá que existem diferentes tipos de conhe-
cimentos e que cada um pode ser aplicado em determinados situações. 
Não existe uma abordagem melhor do que outra, apenas existem abor-
dagens mais adequadas conforme o contexto em que você atua. Assim, 
existe um campo ideal para aplicar o senso comum (e não na elaboração 
de um texto acadêmico!); um outro para a abordagem artística; um outro, 
ainda, para o conhecimento teológico; mais um para o conhecimento 
filosófico; e, é claro, o espaço para o pensamento científico. O importante 
é conhecer as características de cada um destes tipos de conhecimento, 
para usá-los adequadamente.
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar os diferentes tipos de conhecimento;
• Conhecer as relações entre cada um destes modelos de conheci-
mento e a produção científica.
5
Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
1 Conhecimento: aspectos introdutórios
Antes de investigarmos os diferentes tipos de conhecimento, é necessário conceituar o que é conhecimento. O 
conhecimento transita por diferentes áreas e espaços de aprendizagem, sendo que:
Conhecer é atividade especificamente humana. Ultrapassa o mero ‘dar-se conta de’, e significa 
a apreensão, a interpretação. Conhecer supõe a presença de sujeitos; um objeto que suscita sua 
atenção compreensiva; o uso de instrumentos de apreensão; um trabalho de debruçar-se sobre. 
Como fruto desse trabalho, ao conhecer, cria-se uma representação do conhecido – que já não é 
mais o objeto, mas uma construção do sujeito. O conhecimento produz, assim, modelos de apre-
ensão – que por sua vez vão instruir conhecimentos futuros. (FRANÇA, 2011, p. 140)
Vale ressaltar que o conhecimento pode ser construído de diversas formas, desde as mais genéricas até as mais 
específicas. Ou seja, conversar com o colega sobre a regra de algum jogo é conhecimento, assim como analisar os 
componentes de algum medicamento de ponta. Ambas as formas de conhecimento partem de algo em comum, 
com maior ou menor grau de complexidade. O diferencial é a linguagem e a metodologia aplicadas por quem 
constrói o conhecimento, e o pesquisador deve seguir alguns passos pré-estabelecidos. 
Mas o que faz o pesquisador? Se você respondeu pesquisa, tem toda a razão, porém agora cabe outra pergunta: 
como e o que se pesquisa? Perceba, diante dessas questões, que, para esta disciplina, o mais importante são as 
perguntas que fazemos para desvendar determinados mistérios. Esses questionamentos constituem a base das 
atividades do pesquisador e percorrerão toda sua linha de investigação. A isto chamamos de método e suas res-
postas chamamos de conhecimento científico.
Figura 1 – O pesquisador.
Legenda: O pesquisador investiga utilizando um método que gera o conhecimento científico.
Fonte: <https://4.bp.blogspot.com/-miIceBl8_p4/VgRfChZcEgI/AAAAAAAAGBc/YopghVCOIWk/s200/md.0000038994.
gif>. Acesso em: 14 abr. 2017.
Este conhecimento produzido a partir das respostas alcançadas pelas perguntas, conforme observa França 
(1994), surge para o pesquisador como representações da realidade. É um conhecimento construído sobre um 
conhecimento anterior, que amplia os horizontes dos saberes e produz novas perguntas que culminarão em 
novos conhecimentos.
6
Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Diante desse contexto, observe que a construção do conhecimento, seja para entender a regra de um jogo desportivo 
ou uma complexa organização social, ocorre a partir da inquietude, curiosidade e proatividade de quem investiga.
Portanto, conhecimento são cristalizações das dúvidas enunciadas pelas perguntas dos pes-
quisadores.
Sendo assim, o conhecimento aparece como:
[...] a abertura para o mundo, a cristalização (ou enquadramento) do mundo. Conhecer significa 
voltar-se para a realidade, e ‘deixar falar’ o nosso objeto; mas conhecer significa também apre-
ender o mundo através de esquemas já conhecidos, identificar no novo a permanência de algo já 
existente ou reconhecível. O predomínio de uma ou outra dessas tendências tem efeitos negati-
vos, e é através de seu equilíbrio que se pode alcançar o conhecimento ao mesmo tempo atento 
ao novo e enriquecido pelas experiências cognitivas anteriores. (FRANÇA, 2011, p. 43)
Perceba, portanto, que em todos os tempos históricos a humanidade sempre construiu conhecimento, seja de 
uma forma ou de outra, conforme registram Bastos e Keller (2000, p. 54):
A história humana é a história das lutas pelo conhecimento da natureza para interpretá-la e para 
dominá-la. Cada geração recebe um mundo interpretado por gerações anteriores. Esta história 
está constituída por interpretações místicas, proféticas, filosóficas, científicas, enfim, por ideolo-
gias. Cada indivíduo que vem ao mundo já o encontra pensado, pronto: regras morais estabeleci-
das, sociedade organizada, religiões estruturadas, leis codificadas, classificações preparadas. No 
entanto, tal estruturação do mundo não justifica a alguém se sentir dispensado de repensar este 
mundo, porque caso contrário tem-se o lugar comum, a mediocridade e, o que é pior, a alienação.
Podemos identificar, a partir desse entendimento, diferentes formas de conhecimento. Vamos ver cinco delas, 
embora existam muitas outras, como podemos observar no texto de Bastos e Keller (2000).
1.1 Conhecimento do senso comum
Cervo (2010) e França (2001), entre outros, identificam que a primeira forma de conhecimento que temos é a do 
senso comum. Trata-se de uma forma de conhecimento que se adquire de maneira empírica.
Empírico: experiência prática, contato direto e concreto com os fatos do mundo. 
Glossário
7
Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Confira alguns exemplos de conhecimentoque refletem o senso comum:
• Maracujá acalma;
• Gato preto dá azar;
• Pé de coelho dá sorte;
• Esfregar uma aliança de ouro até esquentar e pôr em cima do tersol acaba com ele;
• Cortar os cabelos na lua crescente faz com que os cabelos cresçam mais rápido.
Figura 2 – A superstição como conhecimento comum.
Legenda: O senso comum apresenta conclusões que não são comprovadas com experiências controladas, científicas.
Fonte: <http://files.caminhodapsicologia.webnode.com.pt/200000125-de0b8df055/SUPERS~1.JPG>. 
O senso comum é a forma mais simples para entender como o mundo se organiza e esse entendimento é pas-
sado de geração em geração, representando um conhecimento compartilhado em uma dada comunidade.
Esta forma de construção do conhecimento não é científica, não é filosófica. Ele tem a 
particularidade de, muitas vezes, estar isento de argumentações. O senso comum atende 
as necessidades imediatas da sociedade. Todos nós possuímos conhecimentos de senso 
comum. Quais são os seus?
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
É importante destacar que os conhecimentos de senso comum são usados, também, para resolver problemas 
do cotidiano. Cada um deles é um conhecimento limitado, posto que “não é sistemático, nem eficiente, e não 
permite identificar conhecimentos complexos ou relações abstratas” (GRESSLER, 2003, p. 27).
Para Lakatos e Marconi (1986, p. 18, grifos nossos), o senso comum “não se distingue do conhecimento cien-
tífico nem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido: o que os diferencia é a forma, o modo ou 
o método e os instrumentos do ‘conhecer’”. Todavia, ele recebe pejorativamente a denominação de conheci-
mento vulgar ou popular.
O senso comum também é capaz de produzir aquilo que as ciências chamam de paradigma. O paradigma con-
duz à generalização de atividades sociais: todos fazem, então farei também, sem questionamentos.
Paradigma: exemplo ou padrão a ser seguido; modelo: paradigma político. Fonte: Dicionário 
on-line de Português. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/paradigma/>. Acesso em: 
14 abr. 2017)
Glossário
Mas de que forma ocorre a formação de um paradigma? Vamos citar uma experiência bastante conhecida no 
universo científico: o comportamento de um grupo de macacos enjaulados. Em um estudo para observar o com-
portamento desses primatas, cientistas colocaram cinco macacos em uma jaula. No topo da jaula havia um cacho 
de bananas. Quando um macaco tentava alcançar esse cacho, os cientistas jogavam água nos outros macacos. 
Esta operação foi repetida, até que, quando o macaco que tentava subir para pegar a banana, os outros macacos 
batiam nele, pois não desejavam ser molhados com água fria!
Figura 3 – A construção de um paradigma.
Legenda: Um paradigma estabelecido faz com que os questionamentos deixem de existir.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-8ktSYAbvtDQ/VPMf1jViEwI/AAAAAAAACC8/XJpsNP9F0cY/s1600/macacos-banana-
-paradigma.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2017.
Mas a pesquisa não acaba aí. Depois vem a parte mais importante! Após algum tempo, os cientistas substituíram 
um dos macacos por outro, que nada sabia. Naturalmente, seu instinto o fez subir pelas grades da jaula para apa-
nhar as bananas. O que aconteceu? Imediatamente os outros macacos o impediram de forma violenta.
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
A experiência continuou e os cientistas foram trocando os macacos, até que não restava mais nenhum do grupo 
original, ou seja, nenhum dos macacos na jaula havia tomado o banho de água. No entanto... Quando um novo 
macaco tentava subir para apanhar as bananas, era impedido com violência pelo restante do grupo. Ou seja, 
mesmo não havendo um macaco que tivesse sido atingido pela água, eles reproduziam uma postura social, sem 
questionamentos. Estavam condicionados, reproduzindo o paradigma estabelecido. 
Para Petrin (2014), senso comum é
[...] aquele tipo de conhecimento que se estende a todos os indivíduos e vem, inclusive, sem que 
percebamos, como uma herança genética de geração em geração. Isso é usado diariamente 
mesmo que a gente não se dê conta, em atividades comuns como por exemplo o uso das ervas 
para confecção de chás e cura de doenças. Nós simplesmente confiamos, mesmo sem nos per-
guntar porque funcionam, apenas acreditando em tudo que ouvimos a respeito, principalmente 
dos mais velhos.
Vejamos, agora, outra forma de conhecimento: o artístico.
1.2 Conhecimento artístico
Outro tipo de conhecimento abordado por França (1994) é o conhecimento artístico. Desde a história primitiva, 
os homens utilizam desenhos (pinturas rupestres) com a finalidade de se comunicarem e de se expressarem. 
Registravam suas apreensões, desejos e conhecimentos como trilhas, em que estavam determinados animais 
para caça, para onde poderiam fugir caso fossem atacados por predadores, entre outros.
Assim, a arte rupestre tornou-se uma fonte de registro do conhecimento: os homens primitivos a utilizavam 
como fonte de inspiração e confiança e para formular estratégias para abater animais muito mais fortes e maio-
res que eles. 
Figura 4 – Arte rupestre.
Legenda: A pintura rupestre é uma forma de expressão artística, que também é um modelo de conhecimento.
Fonte: <http://synaptique.uncreated.net/wp-content/uploads/2011/11/rockegypt2.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2017.
Uma outra hipótese para a origem deste tipo de conhecimento é que os homens primitivos buscavam uma sen-
sação de poder sobre o mundo ao seu redor. Assim, ao desenharem uma cena de caça, desejavam antecipar um 
resultado vitorioso. 
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
O conhecimento artístico também apresenta métodos e técnicas próprios, como aponta Araújo (2006, p. 127-142):
Ela [a arte] possui métodos e técnicas, mas é, por definição (embora tal característica seja ideal 
e não ocorra necessariamente na maioria das situações) espontânea, dinâmica e aberta. A arte 
não apresenta discursos fechados e definitivos sobre a realidade, mas, antes, formula enunciados 
abertos às diferentes interpretações, convoca os sujeitos para, com o uso da imaginação, produ-
zirem diferentes representações daquilo que lhes é apresentado. A arte, assim, está muito mais 
voltada para a primeira dinâmica do processo de conhecer, para o “descobrimento” do mundo. 
Portanto, a arte traduz a visão subjetiva de um determinado autor para o mundo, ela espelha a realidade vista 
apenas pela sua experiência, e aquele que a vê pode interpretar o que o autor-artista colocou de uma maneira 
completamente diferente do original. Como você verá, isto não ocorre com o conhecimento científico. 
Figura 5 – Pontos de vista divergentes.
Legenda: O conhecimento artístico permite interpretar um objeto de maneira diferente daquela colocada pelo autor.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-EyiipB_0tZA/Uof9GNtQBEI/AAAAAAAACTg/8rGwze550uQ/s1600/dois-pontos-de-
-vista.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2017.
O conhecimento artístico engloba diferentes formas de expressão: música, literatura, teatro, cinema, artes plás-
ticas, dança etc. Todas essas formas de conteúdos artísticos também espelham a vida em sociedade. Aristóteles 
(1989), dizia que “a arte é a mimese da vida”, ou seja, que a arte imita as ações humanas.
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Figura 6 – Arte e mimese.
Legenda: A arte imita, reflete a vida.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-9uCqHo1vk_Q/TdcYvdsibLI/AAAAAAAACbE/7Df12ZygBzk/s1600/clip_image001.jpg>. 
Acesso em: 14 abr. 2017.
1.3 Conhecimento teológico
O ser humano, como você já viu nesta unidade, sempre se indagou sobre os porquês. Por que nasce uma planta 
e não outra de uma semente? Por que chove? Por que a maré sobe? Por que às vezes nasce um menino e, em 
outras, umamenina? Por que morremos? Para responder a tais perguntas, uma das primeiras abordagens adota-
das foi recorrer ao divino, ou seja, aos deuses ou a um deus, o que reflete no conhecimento teológico ou religioso.
Todos os fatos naturais eram, assim, relacionados a um poder intangível, espiritual, que se revela ao ser humano 
de maneira absoluta e inquestionável. O conhecimento teológico implica em um ato de fé e, portanto, não pode 
ser comprovado. As diferentes civilizações da Antiguidade possuíam um amplo panteão de deuses, relaciona-
dos a diversos fenômenos. No Egito Antigo, por exemplo, encontramos os deuses Rá (deus do Sol e criador do 
mundo), Osíris (deus da morte), Isis (deusa mãe, criadora do Rio Nilo), Set (deus do caos), entre outros.
Panteão: grupo de deuses de uma dada religião.
Glossário
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Os gregos também possuíam uma enorme diversidade de deuses, incluindo os denominados deuses menores, 
que eram responsáveis por tarefas cotidianas. Entre os deuses maiores, destacamos: Zeus (o deus dos deuses, 
chefe supremo), Poseidon (deus do mar), Hades (deus dos mortos), Afrodite (deusa do amor) e Apolo (deus da 
beleza). Estes deuses foram adotados pelos romanos com novos nomes: Afrodite, por exemplo, era chamada de 
Vênus, Zeus transformou-se em Júpiter.
Os índios brasileiros, assim como estes outros povos, também possuíam seus deuses: Tupã (o deus do trovão), 
Anhangá (deus dos mortos), Guaraci (deus dos seres vivos), entre outros.
Mas será que o conhecimento teológico ficou restrito às civilizações da Antiguidade? Na verdade, ele continua 
até os dias de hoje. Com o advento do Judaísmo, ele firmou-se como um conhecimento que provém de um deus 
único, abordagem que foi incorporada pelo Cristianismo e pelo Islamismo, espalhando-se pelo mundo.
Hoje, sempre que você usa a expressão “eu acredito”, está empregando o conhecimento teológico: você não pode provar, 
verificar aquilo que afirma e, portanto, utiliza um recurso que chamamos de “argumento de autoridade”, ou “argumento 
de poder” – Deus, como entidade superior, assim o determina. Perceba que, como tal conhecimento é dogmático, não é 
possível argumentar contra ele (o que, como você verá, ocorre com o conhecimento filosófico e científico). 
1.4  Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico surge na Grécia Antiga, mais precisamente com Tales de Mileto (Mileto hoje fica na 
Turquia) e, graças a ele, é que, hoje, temos o conhecimento científico. Foram os gregos os primeiros que come-
çaram a questionar a origem de tudo, buscando explicações não religiosas, ou seja, utilizando a razão, a lógica. 
Alguns destes filósofos são famosos, além do próprio Tales: Anaximandro, por exemplo, que propunha a existên-
cia de um elemento único que teria dado origem a todo o Universo. Outro muito conhecido é Pitágoras, grande 
matemático, que buscava explicar o universo pelas relações numéricas.
Depois destes pensadores, vieram grandes pensadores que aprofundaram a metodologia do saber filosófico: 
Sócrates, Platão e Aristóteles. Com eles, o conhecimento filosófico chega às suas conclusões sobre o mundo, 
sobre a natureza e sobre os seres a partir de um encadeamento de ideias, que segue uma sequência lógica, cha-
mada de silogismo. Confira:
• Todos os homens são mortais.
• João é um homem.
• Logo, João é mortal.
Perceba que não precisamos matar João, ou esperar que João morra para chegar à conclusão de que ele é mortal: 
é um raciocínio filosófico.
Silogismo: modelo de raciocínio lógico utilizado por Aristóteles. No silogismo, existem três 
assertivas. As duas primeiras se articulam para desembocar na terceira, que é a conclusão, o 
resultado. É um raciocínio, portanto, dedutivo: algo é deduzido do que foi dito anteriormente.
Glossário
13
Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
 A maioria das questões que eram abordadas pela filosofia acabaram sendo abrangidas pelo conhecimento cien-
tífico, que você verá a seguir e que se tornou predominante em nosso meio. No entanto, existem muitas ques-
tões, especialmente as metafísicas, que a ciência ainda não consegue responder, como: qual o sentido da vida? 
De onde viemos? Para onde vamos? Tais questões, por enquanto, não conseguem ser respondidas pela ciência e 
continuam como campo de especulação filosófica.
1.5  Conhecimento científico
As abordagens e reflexões relativas ao conhecimento apresentadas até aqui nos levam aos seguintes questionamentos:
• Como surgiu o conhecimento científico?
• Qual sua importância para a construção de uma organização do conhecimento?
Vamos, juntos, buscar a resposta para estas questões. Mas, antes, vamos ver algumas características do conhe-
cimento científico.
O conhecimento científico é metódico, tem explicação concreta, é validado pelas observações 
empíricas que as teorias trazem à luz e apresenta experiências que podem ser replicadas.
O conhecimento científico pauta-se pela reflexão crítica sobre determinado objeto e suas conclusões são resul-
tados de um processo que envolve: exploração e descoberta, hipóteses (ideias explicativas), análise pelos pares 
(outros pesquisadores) e conclusões (benefícios e resultados). 
14
Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Figura 7 – O ciclo do conhecimento científico.
Conhecimento
científico
Hipótese
Teste/Validação
Conclusões/
Aplicações
Legenda: Para um conhecimento ser considerado científico, ele deve cumprir as etapas de um 
ciclo, que se inicia com a formulação de hipóteses e desemboca em conclusões testadas. 
Fonte: Adaptada de <http://saberciencia.tecnico.ulisboa.pt/imagens/us101/benefitschart1.gif>. Acesso em: 14 abr. 2017.
E quando surgiu esta abordagem? É o que veremos a seguir.
1.5.1 O nascimento da abordagem científica
Vamos contextualizar o cenário em que os procedimentos científicos nasceram. Podemos remontar as origens 
do pensamento científico até a Grécia Antiga. No entanto, a ciência, tal qual a entendemos hoje, só vai adquirir 
seus contornos durante o Renascimento. A ciência renascentista era uma ciência voltada para os fatos naturais, 
articular ciência com sociedade é algo bem recente.
Até o século XIX, a Filosofia era a disciplina que buscava entender as questões naturais, sociais e humanas, mas ela 
não conseguia, por si só, explicar alguns problemas como miséria, desigualdade social, conflitos de classe etc. Os 
pesquisadores desta época não possuíam instrumentais metodológicos para abordar tais assuntos cientificamente. 
Cabe destacar que a evolução humana teve significativa contribuição do método construído pelos pensadores 
desde o século XV, passando por René Descartes, Francis Bacon e Galileu Galilei, que buscavam o conhecimento das 
Ciências Naturais, até o século XIX, com Comte e Durkheim. Estes renomados pensadores dedicaram suas vidas a 
explicar as aspirações sociais humanas por meio de métodos das Ciências Naturais para as Sociais.
Somente em meados do século XX, esses dois franceses, Auguste Comte (1798-1856) e Émile Durkheim (1858-
1917), conseguiram aliar os dois enfoques (aspectos científicos e aspectos sociais): surgiam as Ciências Sociais, 
15
Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
dentro do marco do pensamento positivista, com o objetivo de observar a sociedade como um grande organismo 
vivo, tendo em vista um fato social.
Figura 8 – Os precursores das Ciências Sociais.
Legenda: Émile Durkheim e Auguste Comte foram os precursores das Ciências Sociais.
Fontes: <https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR6LDdCY0a4Q06zI3yp-5oes5Z-1daMXwSpV0Cw-
-lWn-wsM5bNB7Yr1MgI> e <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/0b/10/6a/0b106a9131fcb4e30f88603c4
43c0443.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2017.
• Positivismoé um modelo proposto por Comte para entender e explicar a sociedade utilizando as mes-
mas ferramentas empregadas para analisar a Natureza. Além disso, Comte postulava que era possível 
encontrar leis gerais para explicar os fenômenos e comportamentos humanos, uma abordagem que dará 
origem à Sociologia, como você verá mais adiante. 
• Fato Social é um conceito atribuído à sociedade por Durkheim, que é definido como “toda maneira de 
agir, pensar e de ser que não depende da vontade do indivíduo” (DURKHEIM, 2014).
Perceba, portanto, que tanto Comte como Durkheim pensavam a sociedade como objeto e, a partir disto, influen-
ciaram toda a metodologia científica que você vai aplicar em sua vida acadêmica e profissional. Eles criaram um 
método diferenciado, que não era nem psicológico, nem filosófico, para analisar a sociedade: buscaram eliminar 
a subjetividade e categorizar, ordenar os objetos sociais que analisavam:
Eis portanto uma ordem de fatos que apresentam características muito especiais: consistem em 
maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder 
de coerção em virtude do qual esses fatos se impõe a ele. Por conseguinte, eles não poderiam se 
confundir com os fenômenos orgânicos, já que consistem em representações e em ações; nem 
com fenômenos psíquicos, os quais só têm existência na consciência individual e através dela. 
Esses fatos constituem portanto uma espécie nova, e é a eles que deve ser dada a qualificação de 
sociais. (DURKHEIM, 2014, p. 26)
16
Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Foi assim que surgiu uma nova ciência: a Sociologia, que se debruça sobre as questões gerais da sociedade, pos-
sibilitando vê-las como objetos. O primeiro passo proposto por Comte foi identificar o objeto social a ser exami-
nado. Depois, ele utilizava a Filosofia para uma análise objetiva deste fato, questionando-o e construindo, assim, 
o conhecimento, seguindo regras específicas.
Feita essa contextualizado, seguimos nossos estudos com o seguinte questionamento de Laborit (1988, p. 23): “o 
que é ciência?”. Na sequência, ele mesmo fornece a resposta:
Quando o homem do paleolítico encontrou um mamute, percebeu imediatamente que não podia 
enfrentá-lo. Fugiu correndo e, na incoerência aterrorizada da corrida, caiu e feriu o joelho num 
sílex. Compreendeu que o sílex era mais duro que o joelho. Ora, o homem é o único animal que 
reuniu essas diversas experiências para formular uma hipótese de trabalho [...] uma hipótese [que] 
verificará experimentalmente. Era sem dúvida uma atividade científica. 
Claro que este fato que o autor reporta como ciência não é exatamente aquela ciência à que nos referimos hoje... 
Ciência é o conjunto de teorias que tendem a explicar uma determinada realidade e cujas 
conclusões podem ser repetidas e generalizadas.
Assim, as disciplinas de Sociologia, História, Geografia etc. podem ser entendidas como ciências, porque abrigam 
uma série de teorias para explicar uma determinada realidade, seguindo uma dada metodologia, e cujas conclu-
sões podem ser generalizadas. A Metodologia Científica insere-se neste contexto: também é uma ciência. Não 
por possuir em seu título a palavra científica, mas porque engloba várias teorias e possui um sistema próprio de 
proceder (metodologia), cujas conclusões podem ser generalizadas e aplicadas em outras ciências e, também, 
em sua vida.
Figura 9 – Metodologia Científica.
Legenda: A Metodologia Científica articula-se com outros saberes e apresenta uma maneira 
de ver e entender o mundo que pode ser generalizada para diferentes situações.
Fonte: <http://www.tomartv.com/wpress/wp-content/uploads/2015/08/Ciencia2014.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2017.
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
O filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”, filme anglo-americano de 1968, dirigido e pro-
duzido por Stanley Kubrick, apresenta, em seus minutos iniciais, como ocorre o salto de um 
conhecimento pré-humano para o complexo conhecimento científico. Assista ao filme e 
reflita sobre este processo que permeia a humanidade.
Figura 10 – O salto do conhecimento.
Legenda: Um primata descobre que pode fazer uma ferramenta e inicia-se a jornada do conhe-
cimento humano. (Cena do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Kubrick, 1968).
Fonte: <https://youtu.be/9etefsYMm5o>. Acesso em: 14 abr. 2017.
Evidentemente que o homem paleolítico não tinha consciência do que estava fazendo: ele realizava suas ações 
seguindo seus instintos para sobreviver. No entanto, no momento em que age e começa a pensar no porquê faz 
algo, este homem ancestral passa a elaborar teorias: passa a construir ciência. 
Teoria é toda lei, valor, fundamento e condicionantes que um pesquisador elabora para 
explicar um fenômeno em particular.
É por meio desta e outras regras, capazes de explicar um determinado fenômeno social ou natural, que se cons-
titui uma ciência. Então, podemos entender que a teoria é um tipo de engrenagem capaz de articular relações 
do cotidiano abstratamente, ou seja, é a teoria que retira da realidade o objeto e o transforma em representação. 
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Conhecimento e ciência estão indissociavelmente relacionados e, no mundo em que vive-
mos, o aprendizado se estende pela vida toda. Por isso, é fundamental que você desenvolva a 
competência de aprender a aprender. Veja o vídeo “A cerâmica”, uma animação que mostra 
como o processo de aprendizagem ocorre, do simples para o complexo, envolvendo observa-
ção, repetição, intelecto e emoção. Clique aqui: <https://youtu.be/Pz4vQM_EmzI>. Acesso 
em: 14 abr. 2017.
2 O conhecimento na prática: métodos de apropriação de 
saberes e a produção científica
Já abordamos cinco tipos de conhecimento: o conhecimento de senso comum, o 
conhecimento artístico, o teológico, o filosófico e o científico. Vamos refletir, agora, como tais 
conhecimentos, após construídos, possibilitam ao ser humano produzir saberes.
Perceba: uma coisa é você entender de pintura, por exemplo. Outra coisa é produzir uma obra de arte. Para cada 
esfera de conhecimento são exigidas habilidades e competências específicas. Para cada objeto a ser analisado 
ou produzido, você necessita escolher a matriz correta – conhecimento de senso comum, artístico, teológico, 
filosófico ou científico. Observe as imagens a seguir:
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
Figura 11– Diversidade de objetos x tipo de conhecimento.
Legenda: Cinco tipos de ‘objetos’ produzidos pelo ser humano: chá com ervas curativas; Guernica, obra de Pablo 
Picasso (1936); casamento; dúvidas filosóficas; e a equação que sintetiza a Teoria da Relatividade, de Einstein (1915).
Fonte: Imagens: ID 123RF 43283058 
<http://lounge.obviousmag.org/uma_proposta_irrecusavel/2015/03/a-triste-historia-de-guernica-a-obra-prima-de-
-pablo-picasso.html.jpg?v=20161124090108>. Acesso em: 14 abr. 2017. 
ID: 13332461 
Id: 47505609 
I: 123 RF -13462729
Cada um dos objetos expostos nas imagens está diretamente relacionado a um dos tipos de conhecimento que 
foram abordados nesta unidade. Perceba, no entanto, que as fronteiras entre eles não são absolutas. Por exem-
plo, para produzir a obra Guernica, Picasso utilizou materiais (tintas etc.) que foram desenvolvidos graças aos 
avanços científicos. Também existe uma beleza plástica (conhecimento artístico) na equação de Einstein. Final-
mente, os conhecimentos de senso comum (eficiência de ervas nos tratamentos de certas doenças, por exemplo) 
vêm sendo estudados pela matriz científica.
Assim, você pode perceber que, ao viver em sociedade, você está cercado de conhecimentos e, simultaneamente, 
produz conhecimentos: você é um ser pensante. No entanto, de maneira sistemáticae consciente, você deve 
escolher qual o tipo de conhecimento que irá utilizar, conforme a situação. 
Na academia, o conhecimento que é priorizado é o conhecimento científico, com sua metodologia específica, 
que você estudará no decorrer desta disciplina. Neste momento, vamos adiantar um detalhe muito importante 
na produção científica: as fontes. Onde você colheu os dados que justificam a sua tomada de decisão? Estes 
dados são confiáveis? Seus argumentos estão embasados em informações validadas? Pergunte-se sempre sobre 
isto, antes de chegar a qualquer conclusão! Em um mundo repleto de informações disseminadas virtualmente, 
este cuidado é fundamental.
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Metodologia Científica | Unidade 1 - A Produção do Conhecimento Científico
A internet é muito útil e uma grande aliada do estudante/pesquisador. Mas, cuidado! Para 
a elaboração de trabalhos científicos e acadêmicos, pesquise em portais com credibilidade 
quanto à veracidade dos dados e informações, tais como portais de universidades, institutos 
de pesquisas, órgãos governamentais e similares. 
Claro que não são só as fontes que devem ser consideradas, mas também como você as interpreta e as con-
textualiza. Os dados podem ser distorcidos para contemplar um objetivo ideológico, econômico ou social, que 
são perigos que você, como acadêmico e profissional deve evitar, atuando dentro de um padrão ético que é o 
fundamento de toda verdadeira metodologia científica. Mas isto já é assunto para as próximas unidades. Até lá!
Agora que você já conhece diferentes modelos de conhecimento, pode discutir e debater 
sobre os desafios que encontra hoje em dia. A situação proposta no fórum é muito inte-
ressante. O que você pensa a respeito dela? Como agiria? Coloque sua opinião, debata 
com seus colegas e... produza novos conhecimentos! Corra para o fórum agora mesmo, 
nos encontramos lá.
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Considerações finais
Você chegou ao final desta importante unidade, que introduz e contextu-
aliza a produção do conhecimento. A partir destes fundamentos, iremos 
nos aprofundar na disciplina de Metodologia Científica. Nessa etapa, você 
viu que:
• O conhecimento pode ser construído de diversas formas;
• O conhecimento do senso comum é repassado sem 
questionamentos;
• O conhecimento artístico permite grande flexibilidade de produ-
ção e interpretação individuais;
• O conhecimento teológico é aquele que se refere às experiências 
espirituais e é um saber obtido pela fé, por meio de uma revelação 
divina;
• O conhecimento filosófico é um conhecimento obtido pela lógica, 
que busca entender questões fundamentais, mas sem comprova-
ção empírica;
• O conhecimento científico segue um caminho que envolve a ela-
boração e comprovação de hipóteses.
É diante destas características, entre outras, que o pesquisador irá abor-
dar, de forma mais sistemática, a produção do conhecimento dentro da 
escola. Reconhecer as características das diferentes formas de conheci-
mento permitirá a você, estudante, estruturar melhor os textos científicos 
que desenvolverá em sua trajetória acadêmica e profissional, seja em um 
trabalho para uma disciplina, uma monografia (TCC) ou um artigo cien-
tífico para ser publicado em uma revista ou apresentado em congresso.
Referências bibliográficas
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ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1989. (Cole-
ção Os Pensadores, v. 2.)
ARAÚJO, C. A. A.  A Ciência como Forma de Conhecimento. Ciências 
& Cognição, Rio de Janeiro, v. 8, p. 127-142, 2006. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
-58212006000200014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 29 mar. 2017.
BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a Aprender: Introdução à Metodolo-
gia Científica. Petrópolis: Vozes, 2000.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: 
Makron Books do Brasil, 2010.
DURKHEIM, É. As Regras do Método Sociológico. 3. ed. São Paulo: Mar-
tins Fontes, 2014.
FRANÇA, J. L. et al. Manual para Normalização de Publicações Técnico-
-Científicas. 8. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2011.
GRESSLER, Lori Alice. Introdução à pesquisa: projetos e relatórios. São 
Paulo: Loyola, 2003
LABORIT, H. (1988). Deus não joga Dados. São Paulo: Trajetória Cultural, 
2010.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho Científico. 
7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PETRIN, N. Conhecimento Científico. São Paulo: Estudo Prático, 2014.
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2Unidade 2
Elaboração da Pesquisa I: 
Escolha do Tema, Formulação 
de Problema, Hipóteses e 
Classificações de Pesquisa
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, vamos nos aprofundar na pesquisa propriamente dita, 
analisando desde os principais tipos de investigação que um pesquisador 
poderá aplicar, a fim de desvendar as diferentes dimensões de seu objeto 
de estudo, até as etapas que a compõem, como a delimitação do tema, 
a formulação da problemática e as hipóteses a responder a partir da pes-
quisa científica que se pretende realizar.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os principais tipos de pesquisa que compõem o uni-
verso científico;
• Aprender a delimitar o tema do objeto da pesquisa;
• Compreender como se formula um problema para a pesquisa e 
suas respectivas hipóteses.
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
1  Os tipos de pesquisa científica
Os tipos de pesquisa estão relacionados à forma pela qual o pesquisador irá aplicar a pesquisa propriamente dita. 
Assim, cada tipo apresenta suas especificidades e cada abordagem é mais ou menos eficaz diante da realidade 
que o pesquisar pretende desbravar, diante das soluções que busca para os problemas propostos. Isso porque, 
entre as definições da pesquisa, podemos dizer que ela é “[...] uma atividade voltada para a solução de problemas, 
através do emprego de processor científicos” (BERVIAN; CERVO, 2010, p. 50). 
Figura 1 – Opções de pesquisa.
Legenda: O pesquisador necessita avaliar o cenário de investigação para optar pela melhor abordagem investigativa.
Imagem: 1123RF 21139604
É muito comum, quando iniciamos uma pesquisa, nos perdermos na quantidade de formas diferentes de produ-
zir a decodificação de dados e informações que formarão o conhecimento. Essas formas estão muito ligadas ao 
que aprendemos em nosso cotidiano escolar e social. Por isso, é muito importante, antes de iniciar os procedi-
mentos para realização de uma determinada pesquisa, conhecer as possibilidades de ação a partir dos resultados 
dos dados coletados.
Para onde ir? O que analisar? Como fazer? Utilize todo arcabouço de aprendizados construí-
dos no decorrer de sua trajetória acadêmica, profissional e pessoal, a fim de melhor organizar 
os dados e informações da sua pesquisa. Assim, você poderá submetê-los ao modelo mais 
adequado de investigação, otimizando a precisão dos resultados.
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
Nesse sentido, cada pesquisador deve utilizar uma metodologia (caminho) para a construção de um determi-
nado conhecimento e é natural, diante disto, que se depare com uma quantidade variada de formas de pesquisa. 
Cada uma delas é selecionada em função da forma como o pesquisador se relaciona com os dados de seu traba-
lho, porém tanto na pesquisa pura (básica) quanto na pesquisa aplicada, o alvo é sempre o conhecimento. 
Diante desse contexto vamos estudar, na sequência, os principias tipos de pesquisa existentes no universo cien-
tífico, a saber: pesquisa bibliográfica, pesquisa descritiva e pesquisa experimental.
1.1 Pesquisa bibliográfica
Esta forma de abordagem investigatória tem como característica a análise das bibliografias que foram produzi-
das a respeito de determinado tema,explorando uma problemática e os respectivos desdobramentos expostos 
nas obras. A pesquisa bibliográfica pode ser realizada pelo pesquisador de forma independente ou associada a 
outras formas de pesquisas, como a experimental ou a descritiva, que você verá posteriormente.
Cabe destacar que a pesquisa bibliográfica é considerada como um diálogo entre o pesquisador (que busca o 
conhecimento) e o cientista (escritor da teoria). A partir deste relacionamento, emerge o papel do novo pesqui-
sador: é ele que irá trazer à tona, após analisar as bibliografias pesquisadas, questões de mesma natureza, de 
maneira aprofundada, ou proposições contrárias às que estão estabelecidas.
Figura 2 – Pesquisa bibliográfica.
Legenda: Com a pesquisa bibliográfica, levanta-se o que outros autores inves-
tigaram e analisaram sobre um determinado tema.
Imagem: 17070116
Cumpre, ainda, notarmos que esse tipo de pesquisa científica pode ser realizada em dois formatos: método qua-
litativo e método quantitativo.
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
• Pesquisa bibliográfica qualitativa:
Na pesquisa bibliográfica qualitativa, os atributos da pesquisa são subjetivos. Assim, o pesquisador pode atribuir 
a sua subjetividade, ou seja, na análise das bibliografias de sua pesquisa, ele poderá atribuir valores, não numéri-
cos, mas de qualificações, em sua escrita. 
Figura 3 – A pesquisa bibliográfica qualitativa.
Legenda: Nas pesquisas qualitativas, os dados refletem o uso de variáveis subjetivas.
Imagem: 17976494
Nesse tipo de investigação, o pesquisador poderá construir uma crítica às referências analisadas, propondo uma nova 
abordagem a elas ou atribuir um valor (positivo ou negativo) para corroborar suas hipóteses a partir de suas leituras, 
convicções e experiências. Em suma, o pesquisador utiliza uma matriz de entendimento que reflete sua ideologia. 
 Ideologia: o termo foi utilizado pelo filósofo francês Destutt de Tracy (1754-1836), que uti-
lizou a palavra com o significado de “estudo científico das ideias”. Portanto, sempre que você 
se debruçar para analisar uma ideia, um conceito, uma visão de mundo, estará adotando 
uma determinada ideologia. (PIMENTA, 2012)
Glossário
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Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
• Pesquisa bibliográfica quantitativa
Na pesquisa bibliográfica quantitativa, os atributos pesquisados deixam de ser subjetivos e passam a ser objetivos, 
vistos na forma numérica, com interpretações baseadas nos dados coletados e estratificados matematicamente.
A tabela a seguir ilustra um exemplo de pesquisa bibliográfica qualitativa, referente aos homicídios de mulheres 
no Brasil entre 1980 e 2013.
Tabela 1 – Número e taxas (por 100 mil) de homicídio de mulheres. Brasil. 1980/2013.
Legenda: A tabela apresenta dados sobre Violência contra a Mulher, coletados em estudos de 1980 
a 2013 e publicado em 2015. Na análise destes dados, é possível propor algumas afirmações, como 
queda na violência contra as mulheres em 2007, comparando-se com o ano anterior.
Fonte: Waiselfisz (2015).
A partir da análise dos dados apresentados, vários questionamentos podem ser feitos pelos pesquisadores. Por 
exemplo, ao comparar os dados de 2007 e 2008, o pesquisador verá que houve um aumento significativo no 
número de homicídios, superando os números de 2006. A pergunta inevitável será: por quê?
Nosso pesquisador irá formular várias hipóteses e, ao realizar sua pesquisa bibliográfica, irá se deparar com a 
promulgação da Lei n.º 11.340, intitulada Lei Maria da Penha de 2006. Essa lei
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 
8.º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar 
a Violência contra a Mulher. (BRASIL, 2006). 
Ora, no ano da promulgação da lei, com toda a mídia gerada pelo assunto e o medo das punições, era de se 
esperar que os números da violência caíssem – e, de fato, é isso que os números mostram. Este, portanto, é um 
exemplo de pesquisa bibliográfica de caráter quantitativo (WAISELFISZ, 2015).
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Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
1.2 Pesquisa descritiva
O próprio nome já remete ao universo que envolve esse tipo de pesquisa, na qual o pesquisador irá “observar, regis-
trar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los” (BERVIAN; CERVO, 2010, p. 55). 
A pesquisa descritiva abrange tanto o estudo de fenômenos físicos quanto de fenômenos 
humanos, com maior ênfase nestes últimos. A pesquisa descritiva é uma ótima ferramenta 
para entender como e por que determinados fenômenos sociais ocorrem, relacionando-os 
com outros e identificando, assim, sua natureza.
Os alvos para este tipo de pesquisa são a política, a economia, a vida social, determinados comportamentos 
humanos, entre outros.
Figura 4 – Pesquisa descritiva.
Mestres
Doutorandos
Doutores
Professores
45%
55%
Legenda: Neste exemplo, a pesquisa descritiva analisa a formação acadêmica dos professores de uma dada instituição. 
Fonte: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (2015).
Portanto, o pesquisador que optar em investigar objetos relacionados com as Ciências Humanas, provavelmente 
adotará as ferramentas oferecidas pela pesquisa descritiva, pois fará análises de comportamentos do ser social, 
que se organiza em grupos para construir sociedades, relações sociais, culturais, políticas etc.
Observe que a pesquisa descritiva abrange diferentes abordagens:
• Estudos exploratórios;
• Estudos descritivos;
• Pesquisa de opinião ou motivação;
• Estudos de caso;
• Pesquisa documental.
Vamos nos aprofundar em cada um desses tipos de maneira concisa e objetiva.
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Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
• Estudos exploratórios
Segundo Bervian e Cervo (2010), este estudo tem um caráter científico e não científico, pois se caracteriza pela 
coleta (investigação) do material existente para subsidiar determinado tema a ser estudado. É um estudo menor, 
que tem a função de organizar dados que o pesquisador terá à disposição para começar suas análises mais apro-
fundadas, posteriormente. Desta forma, antes de investir tempo e dinheiro, o pesquisador pode verificar se está 
caminhando na direção correta, se não necessita realizar ajustes na hipótese na amostra e/ou na metodologia. 
O pesquisador terá, ainda, acesso a vários dados, os quais lhe permitirão identificar um grupo social, cultural e 
econômico enquanto representação social. A partir de tal identificação, poderá saber qual o melhor caminho a 
seguir para evitar conflitos entre teoria e pesquisa de campo.
Para conhecer mais sobre os desafios enfrentados pelos pesquisadores quando investigam 
as representações sociais, leia o artigo de Angela Arruda, pesquisadora do Instituto de Psi-
cologia da Universidade do Rio de Janeiro, intitulado “As representações sociais: desafios de 
pesquisa”. Clique aqui: <https://goo.gl/2KoJOv>.
• Estudos descritivos
Este tipo de pesquisa tem como objetivo relatar as características de objetos selecionados e/ou observados para 
análise. O estudo descritivo pressupõe que o pesquisador adote uma postura distanciada, evitando uma visão 
com percepções preconcebidas por experiências anteriores. A proposta é realizar uma escrita fiel ao objeto estu-
dado. Como toda ferramenta, um estudo descritivo também apresenta vantagense desvantagens. Confira.
Quadro 1 – Estudos descritivos – vantagens e desvantagens.
Vantagens Desvantagens
Facilidade de execução Impossibilidade de estabelecer relação 
de causalidade entre fator de estudo e o 
desfecho [...].
Baixo custo Pesquisador fica sujeito a lembranças e 
recomendações dos indivíduos investigados 
(viés).Rapidez nos resultados
Legenda: O estudo descrito agiliza os procedimentos, no entanto pode indu-
zir ao erro porque os dados analisados nem sempre são significativos.
Fonte: Adaptado de Miranda (2009). 
O estudo exploratório tem um caráter investigatório que subsidiará estudos posteriores, mais completos e 
amplos, os quais comprovarão (ou não!) as hipóteses que motivaram o início da pesquisa.
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
• Pesquisa de opinião ou motivação
Este tipo de pesquisa é muito comum, pois transita por diversas possibilidades. Você mesmo já dever ter visto 
ou participado de uma pesquisa deste gênero, em que uma pessoa aplica pesquisas na rua, pedindo um minuto 
de atenção aos transeuntes para que respondam a um questionário. Esse tipo investigação é conhecido como 
pesquisa de opinião.
Empresas comerciais se utilizam dessa metodologia para identificar diferentes características 
e hábitos de um dado segmento da população em uma cidade, região ou país, como gosto, 
tendência a agir de uma ou de outra forma etc. Também se incluem, neste tipo de investigação, 
pesquisas para avaliar satisfação dos clientes com produtos ou serviços prestados.
Desta forma, as empresas, ao coletarem tais informações, compilam os dados e, a partir dos resultados obtidos, 
fazem as adequações necessárias em seus produtos ou serviços para se tornarem mais competitivas e obterem 
maior êxito nas vendas.
Compilar: Condensar alguma coisa (documentos, textos, poesias etc.) numa única obra; 
compilar artigos. Fonte: Dicionário on-line de português. Disponível em: <https://www.dicio.
com.br/compilar/>. Acesso em: 15 abr. 2017.
Glossário
• Estudo de caso
O estudo de caso é uma pesquisa que tem por finalidade analisar um fato específico ocorrido em alguma família, 
grupo social ou comunidade. Ao analisar o caso, o pesquisador pode examinar aspectos que servirão para escla-
recer outras ocorrências, ou serão utilizados para articular conceitos, aprofundar e exemplificar teorias, entre 
outros fatores. Pode também ser aplicado para investigar alguma questão mal estruturada, na qual o pesquisador 
deseja identificar as variáveis que estão em ação (BERVIAN; CERVO, 2010).
De acordo com Oliveira (2001), muitas vezes, o estudo de caso é relevante para validar um processo investigativo, 
pois pode confirmar, pela particularidade do caso, a teoria envolvida no estudo. Os estudos de caso mais comuns 
quando aplicados no meio empresarial são aqueles realizados nas áreas Administrativa, Financeira, Mercadoló-
gica (Marketing), Tecnológica e de Recursos Humanos, entre outras.
• Pesquisa documental
Nesta pesquisa, o investigador compara diferentes documentos coletados a respeito de seu objeto de pesquisa. 
A pesquisa documental também pode ser considerada uma modalidade de pesquisa bibliográfica, mas ela tra-
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
balha com documentos, ou seja, com fontes primárias, dados brutos, ainda não interpretados ou analisados. A 
partir desses dados iniciais, o pesquisador pode realizar uma abordagem comparativa, cotejando os documentos 
com o observado (se possível) na realidade. 
Este tipo de pesquisa é muito comum entre os historiadores, que buscam conhecer a reali-
dade de algum personagem histórico. Por exemplo: Napoleão Bonaparte realmente existiu? 
Como era a sua personalidade? O que fez? Asterix e Obelix foram personagens reais? Eles 
realmente lutaram contra os romanos? O investigador buscará fontes documentais para 
lançar luz a tais questões, ou seja, é a documentação (e não a experimentação) que norteia 
as conclusões elaboradas pela pesquisa.
Figura 5 – Pesquisa documental.
Legenda: Documentos são registros que apresentam ideias, fatos, ocorrências, relatos etc. Qualquer expe-
riência ou intervenção humana pode se transformar em um registro documental. Para efeitos de pes-
quisa acadêmica, tais registros necessitam ser validados conforme a metodologia científica.
Imagem: 13230465
Perceba que tais estudos e pesquisas não ocorrem, necessariamente, de maneira isolada: eles podem se arti-
cular dentro da pesquisa descritiva, um complementando o outro. Por exemplo, ao buscar documentos para a 
pesquisa documental, você poderá ampliar sua abordagem, agregando outros instrumentos que o auxiliem na 
construção de conhecimento. Nesse sentido, você poderá realizar seu processo investigatório, dentro do campo 
do estudo descritivo, comparando dados encontrados para produzir um texto informativo; ou poderá fazer um 
estudo exploratório para aferir hipóteses, complementando, assim, o levantamento documental.
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
1.3 Pesquisa experimental
Esta forma de pesquisa abre outras possibilidades de aplicação do processo investigativo e consequente constru-
ção do conhecimento, pois o pesquisador poderá fazer experiências e testar suas hipóteses controlando variáveis 
no local onde realiza sua investigação.
A pesquisa experimental tem o objetivo de explicar as razões de determinados resultados se 
estabelecerem de determinada forma. O pesquisador experimental busca respostas objeti-
vas para as perguntas que realiza.
Nesse tipo de investigação, o pesquisador poderá utilizar instrumentos, equipamentos e aparelhos técnicos 
capazes de relevar dados, informações e relações existentes no campo observado, controlando as variáveis que 
estão sendo testadas em relação ao objeto de estudo.
Figura 6 – Pesquisa experimental.
Legenda: A pesquisa experimental é composta por observações realizadas, 
usualmente, de forma empírica, geralmente em laboratórios.
Imagem: 52075740
Confira, a seguir, os diferentes formatos de pesquisa que você pode utilizar em seus projetos.
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
Figura 7 – Tipologias de pesquisa.
Legenda: Existem diferentes modalidades de pesquisa e a escolha depende do objeto a ser estudado.
Fonte: Adaptada de Bervian e Cervo (2010, p. 58).
Agora que já conhecemos os principais tipos de pesquisas e suas diferentes possibilidade de aplicação, vamos 
estudar sobre o processo investigativo.
2 Etapas do processo investigativo
Entre as principais etapas de um processo investigatório destacam-se delimitar o tema da pesquisa, formular o 
problema para a pesquisa e formular hipóteses. Vejamos cada uma delas.
2.1 Delimitação do tema
Podemos iniciar essa abordagem com o seguinte questionamento: qual a importância do tema delimitado, ou 
seja, do tema escolhido? A resposta a tal questão depende da análise de três aspectos gerais, a saber: relevância/ 
importância do tema, material disponível e amplitude do tema.
• Relevância/importância do tema
Desde a pré-história, os homens fazem pesquisa, ou seja, muitos e muitos temas já foram abordados e exaus-
tivamente analisados. Isto significa que podemos escolher um tema que já foi tão estudado que se torna difícil 
realizar novos abordagens sobre ele. 
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
Para minimizar a possibilidadede repetirmos uma mesma pesquisa, ou seja, de ‘reinventarmos a roda’, devemos 
realizar um minucioso levantamento bibliográfico (literatura, artigos, resenhas, busca em portais, base de dados 
etc.) acerca deste determinado tema de interesse para verificar se o tema continua relevante e ainda não foram 
esgotadas as possibilidades de novos olhares sobre o mesmo. Uma rápida busca em sites poderá trazer tal resposta.
Com os buscadores virtuais, vamos encontrar uma série de estudos e seus respectivos autores que já trabalharam com 
o tema que pretendemos também abordar. Esta pesquisa nos fornecerá uma base sobre a relevância e importância do 
tema que pretendemos estudar e nos conduzirá a outro fator crucial numa pesquisa científica: a originalidade.
Figura 8 – Portais e base de dados para pesquisa.
Legenda: SciELO, portal que traz farto resultado sobre publicações, organizadas por tema, autor, título e outras variáveis. 
Fonte: Capturada pelo autor, 2017.
• Material disponível para o tema
No levantamento bibliográfico, é fundamental recrutar uma robusta quantidade de escritos sobre o assunto. 
Nesta etapa, devemos ler o resumo dos trabalhos apresentados, separando os que poderão ser úteis e descar-
tando aqueles que não lhe interessam. 
Será neste momento que teremos a percepção da quantidade de autores que trabalharam o tema que preten-
demos pesquisar, verificando se existe uma fundamentação teórica para a pesquisa. Da mesma maneira, vamos 
perceber se o tema é frequentemente estudado ou não.
Todavia, cabe ressaltar que isso não significa que, se o tema possui pouco material literário para consulta, é 
um tema irrelevante. Você deve investigar os motivos que levam a inexistência de bibliografia publicada, o que 
poderá gerar uma pesquisa muito interessante. Da mesma maneira, se o tema apresenta muita produção, isso 
não significa que se esgotaram totalmente as possibilidades de exploração sobre ele. Você poderá, por exemplo, 
explorar as divergências existentes entre múltiplos autores e suas conclusões sobre um mesmo assunto, o que é 
frequente quando há muita publicação analisando um mesmo objeto.
Mas por que isso acontece? A resposta é simples: existe uma imensa variedade de formas de se realizar uma 
pesquisa, como você já viu, então, muitas vezes, vários profissionais de uma área, ao estudarem o mesmo tema, 
podem abordá-lo de diferentes maneiras, encontrando respostas às vezes conflitantes entre si.
• Amplitude do tema
A amplitude do tema é outro aspecto fundamental para a pesquisa, pois nos dará um norte do que pesquisar. Se 
utilizarmos um tema muito amplo, pode ser que a pesquisa realizada não consiga obter materiais suficientes para 
uma investigação mais robusta, ou seja, a pesquisa pode ficar superficial. Agora, se conseguirmos pensar em um 
tema específico, nossa pesquisa pode localizar materiais mais direcionados, e a produção de conhecimento será 
mais fundamentada, ou seja, mais profunda e objetiva.
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
Vamos refletir sobre isso analisando um exemplo de tema generalista versus um tema específico. Acompanhe.
Tomemos o tema generalista A violência na sociedade. É notório que a violência é um problema social cons-
tante em todas sociedades. Assim, o tema é vago por ser amplo demais, pois, conforme definem Coelho, Silva e 
Lindner (2014, p. 11) em “Violência: Definições e Tipologias”: 
Nas duas últimas décadas tem ocorrido um aumento importante dos estudos na área da saúde 
sobre a violência, principalmente nos casos de violência contra a mulher. Isso ocorre por conta 
do reconhecimento da dimensão do fenômeno como um grave problema de saúde pública, por 
sua alta incidência e pelas consequências que causa à saúde física e psicológica das pessoas que 
sofrem violência. Dessa forma, torna-se importante compreender a definição de tipos de violên-
cia que mais ocorrem. A complexidade da violência para Hayeck (2009) aparece na polissemia 
do seu conceito. Deve-se tomar cuidado ao expor um conceito sobre violência, pois ele pode ter 
vários sentidos, como: ataque físico, uso da força física ou até mesmo ameaça.
Em virtude desse tema ser vago, há possibilidade de realização da pesquisa? Evidentemente que sim, porém será 
feita de forma superficial, posto que ela não terá uma base teórica concreta de análise para elaborar conceitos 
e, até mesmo, apontar soluções para a questão pesquisada. Resultado: a pesquisa não terá grande relevância.
Mas e se delimitarmos melhor esse mesmo tema? Poderemos fazer com que este tema, sem perder sua relevân-
cia, torne-se mais específico e faça com que nosso conhecimento seja mais robusto e profundo? Sim, é possível. 
Vamos ver um exemplo.
Consideremos o tema específico A violência física sofrida pelos homossexuais no sistema prisional em Alca-
çuz. Perceba que, neste tema, podemos identificar algumas questões bastante concretas, posto que a investiga-
ção para esta pesquisa nos levará a abordagens bem definidas, como a conceituação de violência física, a pro-
blemática de ser homossexual em um presídio, entre outras. Possibilitará a nós conceituarmos, ainda, o sistema 
prisional e em específico o presídio de Alcaçuz. Nesse caso, teremos um objetivo bem delimitado a seguir e 
dificilmente perderemos o foco.
Figura 9 – Delimitação do tema.
Legenda: Delimitar o tema facilita atingir um ponto específico do assunto a ser tratado.
Imagem: 46573935
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
Vale ressaltar que a escolha de um assunto sobre o qual só recentemente foram publicados estudos deve ser 
evitada, pois uma nova abordagem torna-se mais difícil. 
Por fim, diante do contexto apresentado, podemos dizer que a fase inicial de nossa pesquisa é crucial para obter-
mos sucesso no processo investigativo e que o “o tema deve ser preciso, bem determinado e específico.” (LAKA-
TOS; MARCONI, 2013).
Assista ao vídeo “Delimitação do tema”, que traz dicas importantes para ajudar você nesta 
importante fase, que antecede qualquer pesquisa científica. Clique aqui: <https://youtu.be/
tyiGvdujSPE>. Acesso em: 14 abr. 2017.
A partir da definição precisa do tema, passamos a outra etapa da investigação: formular o problema.
2.2 Formulação do problema de pesquisa
Nessa fase da pesquisa, com o tema definido, algumas questões devem ser feitas. São estas perguntas que serão 
respondidas ao longo da pesquisa e fundamentarão os resultados da investigação. Como analogia, seríamos o 
Sherlock Holmes e seu companheiro Watson, pois nossos questionamentos devem ser precisos, claros e objeti-
vos. Essas perguntas nortearão a escolha de variáveis a serem analisadas e a formulação de hipóteses relaciona-
das ao tema, pois são as respostas a estas perguntas que irão permear a escrita do trabalho.
Conforme Bervian e Cervo (2010, p. 59) “a elaboração clara do problema é fruto de revisão da literatura e da 
reflexão pessoal”. Oliveira (2001, p. 87-88) avança sobre este assunto, colocando que ele se desenvolverá “pelo 
viés destas perguntas que envolvem questões de diferentes ordens, na qual está inserido o problema central, 
cujas respostas advirão das hipóteses e variáveis.” 
Nesse sentido, o tema e o problema são necessariamente questões relacionadas a fatos ou fenômenos. Reto-
mando nosso exemplo sobre violência no presídio de Alcaçuz, como o problematizaríamos? Já partimos de um 
tema geral, a violência, e o tornamos específico – a violência no presídio de Alcaçuz. Que questões poderemos 
colocar sobre o assunto? Confira a seguir.
A partir do tema A Violência física sofrida pelos homossexuais no sistema prisional em Alcaçuz, as possíveis 
perguntas que nortearão o trabalho, poderão ser:• O que gera a violência física em um presídio? Esta questão nos permitirá discutir o conceito de violência 
física e poderá nos levar a descobrir porque os presídios são tão violentos.
• Qual o problema da homossexualidade em presídios? Esta outra indagação nos levará a estudar a ques-
tão da homossexualidade na sociedade brasileira e, consequentemente, a entender conceitos existentes 
nos presídios sobre gênero (masculinidade e feminilidade e suas variáveis).
Entre outras questões que o pesquisador poderá ser motivado a fazer após consultas bibliográficas sobre o 
assunto, nem sempre uma única se destaca. Algumas vezes, a problemática não pode ser respondida em uma 
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Metodologia Científica | Unidade 2 - Elaboração da Pesquisa I: Escolha do Tema, Formulação de 
Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
única pesquisa, mas, muito pelo contrário, ela poderá exigir que o pesquisador desenvolva, ou recomende, novas 
pesquisas e aprofundamentos.
Em suma, um problema pode se apresentar, como sugere Gil (2002, p. 107-109):
a) claro e preciso (todos os conceitos e termos usados em sua enunciação não podem causar 
ambiguidades ou dúvidas); b) empírico, isto é, observável na realidade, que pode ser captado pela 
observação do cientista social através de técnicas e métodos apropriados; c) delimitado; d) pas-
sível de solução (é necessário que haja maneira de produzir uma solução para o problema dentro 
de critérios metodológicos e de cientificidade).
Figura 10 – A problematização do tema.
Legenda: A dúvida é o ponto de partida para o encaminhamento de uma solução.
Imagem: 48488792
Desta forma, concluída essas duas fases iniciais, passamos para a próxima, a qual diz respeito à construção pro-
priamente dita do conhecimento: é a fase de formular a hipótese.
2.3 Formulação da hipótese
A hipótese é a explicação ‘provisória’ de nossa problemática. Portanto, a problemática e a hipótese estão neces-
sariamente ligadas, evidenciando a coesão que nossa pesquisa terá. A hipótese precisa ser testável, ou seja, a 
partir dela tem de ser possível obter dados e resultados que respondam, de maneira genuína, aos questionamen-
tos feitos.
A hipótese é importante porque fornecerá ao pesquisador o delineamento para que ele não fuja do tema princi-
pal e estabeleça quais os caminhos a percorrer para chegar aos resultados finais. Você pode construir suas hipó-
teses utilizando dois métodos:
• Por indução: a hipótese por indução é a resposta feita à nossa problemática a partir do raciocínio que 
emerge de premissas e conclusões empíricas. Em outras palavras, são hipóteses construídas a partir de 
fatos específicos, particulares, a partir dos quais se chega a conclusões gerais.
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Problema, Hipóteses e Classificações de Pesquisa
• Por dedução: a hipótese por dedução é a resposta construída a partir de um raciocínio abstrato, teórico, 
do qual se deduzem leis gerais e previsões que poderão ser observadas, posteriormente, na realidade. Em 
outras palavras, na dedução, o pesquisador parte do geral para o particular. 
Algumas vezes, no decorrer da pesquisa, você perceberá que os questionamentos não são respondidos pelas 
hipóteses levantadas. Isso pode mostrar duas coisas:
• Variáveis que se alteram rapidamente ou mudança de variáveis frente a novas ocorrências/situações; 
• Hipóteses inconsistentes sem aderência com o projeto, com os questionamentos ou fatos observados. 
 Muitas vezes achamos que estamos com todos os materiais necessários para iniciar a escrita 
da pesquisa e, de repente, algum fato novo, algum documento, vem à tona. Por exemplo, a 
liberação de documentos censurados ou sigilosos. Isso aconteceu com alguns documentos 
na Comissão da Verdade sobre a Ditadura Militar, o que possibilitou abrir novas frentes de 
pesquisa, construir novas hipóteses e desconstruir abordagens anteriores.
Isso pode ocorrer com sua pesquisa, contudo, não se preocupe, pois, caso aconteça, não significa que você fra-
cassou como pesquisador. Situações assim acontecem a todo instante no meio acadêmico e científico. O cami-
nho a seguir é revisar o trabalho e buscar novas alternativas e hipóteses. 
Com isso chegamos ao final desta unidade, com atributos intelectuais importantes para você fazer um bom tra-
balho científico e metodologicamente organizado. Bons estudos em suas investigações científicas!
Agora que você já conhece a estrutura básica de como proceder a uma investigação 
científica, os passos fundamentais para realizar uma pesquisa e os diferentes tipos de 
procedimentos investigativos que pode adotar, vá até o fórum e coloque suas sugestões 
e ideias: que tipo de pesquisa realizaria para enfrentar o desafio sugerido? Que objetivos, 
dúvidas e hipóteses você selecionaria? Coloque sua criatividade em ação, mas sempre de 
maneira científica! Debata com seus colegas e seja um verdadeiro detetive.
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Considerações finais
Nesta unidade, você aprendeu que:
• Existem diferentes tipos de pesquisa;
• Entre os tipos de pesquisa mais usuais, encontram-se pesquisa 
bibliográfica, pesquisa descritiva e pesquisa experimental;
• A pesquisa bibliográfica pode ser quantitativa ou qualitativa;
• A pesquisa descritiva abrange estudos exploratórios, estudos des-
critivos, pesquisa de opinião, estudos de caso e pesquisa docu-
mental;
• A pesquisa experimental envolve o controle das variáveis que 
serão analisadas;
• O processo investigativo é realizado seguindo-se passos bem 
determinados, que incluem delimitação do tema, problematiza-
ção e construção de hipóteses;
• As hipóteses podem ser construídas de maneira dedutiva ou 
indutiva.
Referências bibliográficas
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BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei n.°11.340, de 7 de agosto de 2006. Dispo-
nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/
lei/l11340.htm>. Acesso em: 15 abr. 2017.
BERVIAN, P. A.; CERVO, A. L. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: 
Makron Books, 2010. 
COELHO, E. B. S.; SILVA, A. C. L. S.; LINDNER, S. R. Violência: definições 
e tipologias (2014). In: COELHO, E. B. S. (Org.). Atenção a Homens e 
Mulheres em Situação de Violência por Parceiros Íntimos. Florianó-
polis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2015, p. 51-88. Disponí-
vel em: <http://violenciaesaude.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/04/
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GIL, A. C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do Trabalho Científico. 
7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MIRANDA, C. Tipos de Estudo (2009). Disponível em: <https://pt.slideshare.
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PIMENTA, P. P. Os antípodas franceses de Kant. Cadernos de Filosofia Alemã, 
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DY1CF01kKjdk>. Acesso em: 26 mar. 2017.
WAISELFISZ, J.J. Mapa da violência 2015. Os novos padrões da violência 
homicida no Brasil. In: . Caderno complementar 1: Homicídio de mulhe-
res no Brasil. São Paulo: Instituto Sangari, 2015.
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3Unidade 3
Elaboração da Pesquisa II: 
Investigação, Documentação e 
Técnicas de Pesquisa
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, vamos aprofundar nossos estudos a respeito dos proces-
sos de investigação científica, em especial refletir sobre o assunto a ser 
pesquisado, selecionar e delimitar o tema, definir e explicar os objetivos 
gerais e específicos, bem como formular problemas justificando a relevân-
cia da pesquisa. Em seguida, estudaremoscomo desenvolver a pesquisa 
propriamente dita e aplicar tais processos, em que fontes documentais e 
bibliográficas obtêm o maior número de dados e informações adequadas 
ao assunto proposto para pesquisa, os ambientes para se fazer a pesquisa 
dentro do campo da pesquisa exploratória e, o mais importante item da 
pesquisa, o registro dos textos lidos e documentos analisados.
Com isso, vamos entender a relação entre a metodologia da pesquisa e 
os processos de leitura a partir dos documentos e literaturas seleciona-
dos, espelhados em leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura 
reflexiva e leitura interpretativa. Percebemos, então, que, nesta unidade, 
iremos nos aprofundar nos processos de investigação teórica do assunto 
escolhido e na reflexão sobre eles, e entenderemos a metodologia e 
métodos empregados em construção do conhecimento.
Toda essa unidade nos dará um aparato para, no processo de construção 
do conhecimento, na análise do trabalho científico, nunca deixarmos a 
realidade de fora, pois, como já dito e frisado nas unidades anteriores, o 
conhecimento científico serve para provar as ações sociais acometidas.
44
Objetivos de Aprendizagem
• Analisar as dimensões da investigação científica na interface das 
instituições formais de pesquisa e mundo do trabalho;
• Identificar as formas e possibilidades de construir um problema 
da pesquisa;
• Estudar como o problema da pesquisa pode auxiliar na solidifica-
ção da hipótese.
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Metodologia Científica | Unidade 3 - Elaboração da Pesquisa II: 
 Investigação, Documentação e Técnicas de Pesquisa
3.1  Investigação científica: seleção do assunto e delimitação 
investigativa
A investigação científica é fundamental para a construção e sedimentação do conhecimento e engloba neces-
sariamente o objeto a ser estudado e o método a ser utilizado. Investigar é buscar saber, conhecer, compreender, 
vasculhar e revelar determinado acontecimento mesmo diante, muitas vezes, de noções preconcebidas de deter-
minado assunto. 
Isso porque, nos processos de construção do conhecimento científico, podemos nos deparar com dogmas que 
embaracem o avanço a determinado estágio desejado, e, em virtude disso, precisamos estar dispostos, muitas 
vezes, a romper com a barreira da subjetividade, ou seja, com aquelas noções preconcebidas, imergindo, assim, 
no verdadeiro universo que envolve a realidade acadêmica e científica. 
A carreira acadêmica inicia-se com a Iniciação Científica, na qual o (a) discente tende a bus-
car construir, junto a um orientador, uma monografia sobre determinado assunto, tendo a 
possibilidade de defendê-la em uma banca de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Em 
seguida, o (a) discente pode se submeter a uma continuidade dos estudos anteriores em um 
programa de Mestrado, no qual, em média, durante dois anos, pesquisará esse assunto tam-
bém com um orientador. Após a defesa e aprovação de sua dissertação, obtendo o título de 
Mestre, ainda poderá dar continuidade ao estudo do tema em análise, refinando ainda mais 
a pesquisa em outro programa científico chamado Doutorado, sendo igualmente orientado 
por um professor e tendo como objeto de estudo algo inédito. Por fim, poderá dar prossegui-
mento ao estudo de seu objeto em outro programa, o de Pós-Doutorado, etapa que levará 
o pesquisador ao notório conhecimento. Neste programa, o pesquisador também defende 
algo novo, inédito, entre o assunto da pesquisa, geralmente fora de seu país e obterá um 
título de PhD (Philosophy Doctor).
Diante desse contexto, podemos observar que a escolha do assunto é uma etapa bastante importante e com-
plexa no espaço acadêmico e científico, uma vez que leva muitos pesquisadores a um dilema de estudo: o que, 
diante de tantos assuntos, estudar? Ele passará muito dias, meses, e até anos refletindo sobre isso.
Umberto Eco, renomado autor entre o meio acadêmico e literário, em sua obra “Como se faz uma Tese” (1985), 
dedica, na íntegra, um capítulo para falar da escolha do assunto a ser pesquisado. Esse fato reafirma que tal esco-
lha é realmente muito importante para uma investigação científica. 
Eco (1985) cita duas formas de construir uma pesquisa: pela via panorâmica ou pela monográfica. Porém, o que 
importa para nós, é o que ele destaca sobre a escolha do assunto dentro desses dois aspectos, sobre os quais 
registra que “quanto mais se restringe o campo, melhor e com mais segurança se trabalha” (ECO, 1985, p. 10). 
Isso significa que, quanto melhor e com mais maturidade escolhemos o assunto, mais prazerosa será a pesquisa, 
tendo em vista que vamos dedicar anos de nossas vidas estudando sobre tal assunto.
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Metodologia Científica | Unidade 3 - Elaboração da Pesquisa II: 
 Investigação, Documentação e Técnicas de Pesquisa
3.1.1 Seleção do assunto a ser pesquisado
A escolha do assunto da pesquisa requer a exclusão de outros. Mas essa exclusão não pode ser aleatória ou por 
falta de afinidade, simplesmente ‘porque não gosto’. Ademais, a exclusão de assuntos em um trabalho científico 
não deve estar pautada por questões que possam ser justificadas como um assunto saturado ou pouco dado: ela 
deve ser pautada na razoabilidade.
O pesquisador, na escolha de seu assunto, não deve se pautar somente pela sua subjeti-
vidade, pois a subjetividade, para as ciências, não é uma boa “senhora da razão” (COMTE, 
2008, p. 78).
Nesse sentido, para a prática da seleção de assuntos, o pesquisador deve ter critérios bem definidos, pois estes 
serão utilizados para a continuidade da investigação. Esse critério “desempenha função de guia metodológica, 
orientando o investigador em direção ao assunto prioritário” (BERVIAN; CERVO, 1983, p. 74) e, sem esta organi-
zação metodológica, o pesquisador poderá perder-se em algum momento no estudo de seu objeto. 
Gonçalves (2011, p. 02) enumera alguns itens fundamentais como critérios de busca pelo assunto:
1. O tema deve interessar ao aluno. Não adianta escolher temas que sejam impostos ou sobre os 
quais não se tenha qualquer motivação para seu estudo.
2. As fontes de pesquisa devem ser acessíveis. Antes de elaborar um projeto sobre um determi-
nado assunto é preciso saber se as fontes para o seu estudo (documentação, bibliografia, etc.) 
estão ao “alcance material”, ou seja, se estão disponíveis. De nada adiantaria escolher um assunto 
de pesquisa acerca do qual não teria a disponibilidade de acesso ao material, seja pelo fato das 
fontes serem raras ou pela área definida ser ainda muito nova ou altamente especializada.
3. Mesmo que estejam ao meu alcance material, as fontes devem ser manejáveis, isto é, estar ao 
‘alcance cultural’. Posso ter na biblioteca da minha faculdade as obras completas do autor que 
pretendo estudar, mas todas no original em alemão, língua a qual eu não domino, impedindo-me 
de manejar, ou utilizar, aquela documentação. Assim, neste exemplo, teríamos fontes acessíveis, 
mas não manejáveis.
4. Por fim, é preciso refletir se a metodologia e a teoria que pretendo empregar em minha pesquisa 
são adequadas à minha experiência. Não é raro que busquemos nos enveredar por áreas que exi-
jam, previamente, uma série de conceitos e de conhecimentos teóricos. O que ocorre é que não 
dá para ‘improvisar’ em uma pesquisa. É preferível escolher uma abordagem menos ‘ousada’, mas 
perfeitamente executável, do que pretender usar a ‘última teoria’ e não ter domínio sequer dos 
seus conceitos básicos.
Como se vê, não há uma receita milagrosa para a escolha do tema. Este é fruto de muito trabalho 
e pesquisa. O que se pode é tentar aprender com a experiência daqueles que já passaram por 
esses mesmos dilemas e conseguiram ‘sobreviver’ aos seus trabalhos de conclusão e teses de 
pós-graduação.
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 Investigação, Documentação e Técnicas de Pesquisa
Exatamente como Eco (1985) chama atenção

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