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Aula 01 SIA - Civil II - 2013

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Disciplina: Direito Civil II – (Obrigações)
Aula 01 - Conceito de obrigações - Conceito de Direito das Obrigações - Diferenças entre responsabilidade, obrigação e sujeição - Direitos Reais e Direitos Obrigacionais - Figuras Híbridas: obrigações “propter rem”; ônus reais; obrigações com eficácia real. – Fontes das Obrigações: fonte mediata e fonte imediata
 
TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES
(art. 233 a 420 do CC)
1 – Introdução
 
Direito Romano
No Império Romano, há mais de dois mil anos, resolvia-se a questão do não cumprimento de uma obrigação de forma pessoal, ou seja, o devedor inadimplente pagava sua dívida com a sua liberdade ou com sua vida. Quando havia “concurso de credores”, o devedor era levado às margens do Rio Tibre e seu corpo fragmentado em diversas partes, oferecendo-se as partes aos seus credores de acordo com a proporcionalidade do montante de seus créditos (Lei da XII Tábuas).
Somente com a edição da LEX POETELIA PAPIRIA (428 a.c.), se tornou possível eliminar a sanção pessoal, sibstituindo-a pela patrimonialidade da sanção ao inadimplemento.
Em 1804, o Código Napoleônico, marco para todas as codificações do Século XIX e início do Século XX retoma a noção da impessoalidade da obrigação, influenciado pelas transformações econômicas vivenciadas a partir do Renascimento e pelo grande afluxo de trocas comerciais entre nações.
Atualmente as hipóteses de contrição pessoal são somente as elencadas no art. 5º, inciso LXVIII da CF, que se refere aos débitos advindos da obrigação alimentar, eis que não mais é possível a prisão civil do depositário infiel.
Obrigações; relações sociais, relações jurídicas; sociedades e seu mundo de valores; complexidade social; dependência uns dos outros; necessidade de contratar; fazer algo e receber em troca.
Obrigações de cunho não jurídicos: morais, religiosas
Obrigações de cunho jurídicos – protegida pelo Estado; força coercitiva advinda da norma, lei ou contrato.
Relações entre a liberdade do indivíduo e as obrigações impostas pela sociedade para a vida social.
No Direito Romano a obrigação possuía um cunho eminentemente pessoal. Ex.: poder de tornar o indivíduo um escravo por cota de endividamento.
Obrigações oriundas das relações de consumo;
Obrigação de restituir um pagamento indevido;
Obrigação de reparar o dano, com dolo ou com culpa;
É no Direito das Obrigações que se encontra o suporte econômico da sociedade; é por meio dele que circulam as riquezas e bens
Obrigações em relação ao Estado: obrigações tributárias.
OBS: As obrigações decorrentes do Direito de Família serão tratadas em Civil V e VI
2 – Definição:
Obrigação, etimologicamente, vem do vocábulo latino obrigare, que significa atar, unir, impor um determinado compromisso.
Mesmo dentro do nosso ordenamento jurídico, obrigação é expressão plurívoca, comportando diferentes significados. Pode-se afirmar que obrigação confere idéia e comprometimento de uma pessoa a uma situação moral, religiosa, social, etc. Pode-se ainda indicar documento probatório de obrigação, como as Obrigações do Tesouro Nacional (OTN´s). Ainda pode dar o sentido de designação de dever de respeitar direitos genéricos alheios (obrigações do casamento = fidelidade, lealdade, respeito, etc).
Em sentido técnico-jurídico, no entanto, a obrigação assume uma idéia mais restrita, dando conta do vínculo existente entre pessoas, pelo qual uma assume uma prestação em favor de outra, vinculando o seu patrimônio.
3 - Conceitos:
Clovis Bevilácqua 
“Obrigação é a relação transitório do Direito que nos constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, em regra economicamente apreciável, em proveito de alguém que, por ato nosso ou de alguém conosco juridicamente relacionado, ou em virtude de lei, adquirir o direito de exigir de nós uma ação ou omissão”
Washington de Barros 
“Obrigação é a relação jurídica de caráter transitório, estabelecida ente o devedor e o credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio.”
Silvio Venosa 
“Obrigação é a relação jurídica transitória, de cunho pecuniário, unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma prestação à outra.” (a responsabilidade não integra o conceito).
Caio Mário 
É o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra uma prestação economicamente apreciável.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
			
ASPECTOS ATIVOS				ASPECTOS PASSIVOS
		
 DIREITO DE CRÉDITO			 DEVER DE PRESTAR
Características Conceituais:
Relação é de cunho jurídico; não é pessoal; é inerente ao direito.
Transitória: deverá extinguir-se; há uma relação de tempo; não há obrigação perene; Há, neste aspecto, uma diferença entre o Direito Obrigacional e o Direito Real.
Credor e devedor – pessoalidade do vínculo, há um sujeito ativo e um sujeito passivo; diferentemente dos direitos reais que é erga omnes.
Prestação: atividade do devedor em prol do credor, que pode ser positiva ou negativa.
É o patrimônio do devedor que deverá responder, mesmo quando da obrigação personalíssima, quando se resolve por perdas e danos. Direito das obrigações possui cunho pecuniário; sem este aspecto econômico, pode ser obrigação jurídica (obrigações do casamento), mas não se insere no mundo do Direito das Obrigações. 
Obrigação de servir às forças armadas e obrigações do proprietário de cumprir certos regulamentos administrativos – sentido lato; não há o aspecto pecuniário, a figura do credor.
Obrigação com título negociável – obrigação no mercado financeiro.
 	 DUALIDADE DA OBRIGAÇÃO
	
						DÉBITO (dever de prestar)
						GARANTIA (direito de exigir / permite sanção)
IMPORTÂNCIA ATUAL DO DIREITO OBRIGACIONAL
	O direito creditório equilibra as relações entre o credor e devedor, pois é nele que a atividade econômica do homem encontra sua ordenação, visto que delineia certos conceitos jurídicos como várias espécies de contrato, a transmissão das obrigações etc., intervindo na produção no consumo de bens e na distribuição ou circulação de riquezas.
FONTES DAS OBRIGAÇÕES
- Art. 186 c/c 927 do CC
- Segundo Silvio Rodrigues, a lei, a vontade humana e o ato ilícito são fontes das obrigações. Entende o autor que a lei será sempre fonte remota.
- Segundo Caio Mário só há duas fontes das obrigações: a vontade e a lei
- Venosa: a lei será sempre fonte imediata, podendo existir outras fontes mediatas, tais como, atos, fatos, negócios jurídicos.
- Segundo Orlando Gomes, há situações de fato que a lei atribui efeito de gerar obrigações (pagamento indevido, declaração unilateral de vontade, enriquecimento sem causa, etc); na verdade o fato condicionante será a fonte da obrigação.
OBS: a sentença não é fonte de obrigação; a decisão judicial apenas reconhece uma obrigação. Os efeitos de sucumbência são acessórios à situação jurídica estabelecida.
- Concluindo : 
fonte Imediata – lei; 
outras fontes - contrato, ato ilícito e a declaração unilateral de vontade.
DIFERENÇA ENTRE OS DIREITOS PESSOAIS E DIREITOS REAIS (propter rem)
Quanto ao sujeito de direito
Direito pessoal: tem sujeito ativo e passivo
Direito real: segundo a teoria clássica, tem apenas o sujeito ativo
Quanto à ação
Direito pessoal: ação pessoal contra determinado indivíduo
Direito real: ação real contra quem detiver a coisa, sendo oponível erga omnes
Quanto ao objeto
Direito pessoal: prestação
Direito real: coisa corpórea ou incorpórea
Quanto ao limite
Direito pessoal: é ilimitado
Direito real: é limitado
Quanto ao modo de gozar o direito
Direito pessoal: exige intermediário
Direito real: supõe o exercício direto, pelo titular, do direito sobre a coisa
Quanto à extinção
Direitopessoal: extingue-se pela inércia
Direito real: conserva-se até que haja uma situação contrária em proveito de outro titular
Quanto ao direito de seqüela – é uma prerrogativa do direito real
Quanto ao abandono – é característico do direito real
Quanto ao usucapião – é modo de aquisição de direito real
Quanto à posse – comente o direito real é suscetível a ela
Quanto ao direito de preferência – restrito ao direito real de garantia
Caso Concreto 1
Da leitura do material didático, autor Flávio Tartuce, p. 03-39, responda:
a)     É correto afirmar que as normas de Direito Obrigacional são hoje as que mais se aplicam com frequência? Explique sua resposta.
b)     Os princípios da eticidade e da socialidade se aplicam ao direito obrigacional? Ao responder, explique os princípios.
c)     Há diferença entre obrigação, dever, responsabilidade, ônus e estado de sujeição? Explique sua resposta e dê um exemplo de cada situação
Gabarito: 
a)     Entende-se que sim, pois, conforme fria o autor a partir da citação de Fernando Noronha (p. 04) é possível conceber a hipótese de uma pessoa viver uma vida inteira sem necessidade de conhecer o Direito das Sucessões, ou a maior parte do Direito de Família (casamento, regimes de bens), ou até as partes mais significativas do Direito das Coisas. Mas não é possível viver à margem daquelas atividades do dia-a-dia regidas pelo Direito das Obrigações.  Daí sua importância.
b)     O princípio da eticidade impõe a boa-fé objetiva e a propriedade às relações jurídicas. O princípio da socialidade a observação a boa-fé. Portanto, princípios plenamente aplicáveis às relações obrigacionais, ainda mais quando se considera a obrigação como um processo (?processo de colaboração contínua e efetiva entre as partes) (p. 05-06).
c)     O dever jurídico se contrapõe ao direito subjetivo, tratando-se, portanto, de um comando emanado do direito objetivo, impondo-se a todos, como o dever de não danificar o patrimônio alheio. Obrigação é uma relação jurídica de caráter patrimonial e transitória entre credor e devedor que possui por objeto o cumprimento de uma prestação como aquela que decorre de um contrato de compra e venda.  O ônus se caracteriza pela necessidade de se observar um determinado comportamento para obtenção de uma vantagem em proveito próprio, como levar a registro no Cartório de Títulos e Documentos um contrato para gerar efeitos em face de terceiros. O estado de sujeição se caracteriza quando a pessoa é obrigada a se sujeitar a uma determinada situação como é o caso dos impedimentos matrimoniais. Trata-se de poder  jurídico do titular do direito, não havendo correspondência a qualquer outro dever. A responsabilidade é a consequência patrimonial do descumprimento de uma obrigação, portanto, trata-se de dever derivado, como o caso das indenizações. (p. 15-20)
 
Caso Concreto 2
Identifique as fontes das seguintes obrigações:
a) Obrigação alimentar decorrente de parentesco. 
b) Obrigação de indenizar uma pessoa que foi atropelada. 
c) Pagar uma recompensa. 
d) Pagar o café comprado na cantina durante o intervalo. 
e) Pagar uma  nota promissória. 
 
Gabarito: 
a) Tem por fonte o fato jurídico parentesco ? determinado pela lei (ato jurídico em sentido estrito). b) Tem por fonte um ato ilícito cuja consequência é o dever de indenizar. 
c) Tem por fonte um ato unilateral. 
d) Tem por fonte um contrato de compra e venda (negócio jurídico bilateral). 
e) Tem por fonte um título de crédito. 
 
Questão Objetiva
Assinale a alternativa correta:
a)     A obrigação se refere a um dever de realizar uma prestação, portanto, é dever jurídico derivado, decorrente, por exemplo, de um contrato de compra e venda.
b)     A responsabilidade é a consequência patrimonial do descumprimento de uma obrigação, tratando-se, portanto, de dever jurídico originário, como é o caso do dever de indenizar.
c)     A servidão é uma espécie de obrigação “propter rem” uma vez que limita a fruição e a disposição da propriedade.
d)     A obrigação de pagar o condomínio é considerada um ônus real.
e)     O vínculo jurídico é considerado o elemento abstrato ou imaterial das obrigações uma vez que é o liame que une o sujeito ativo ao sujeito passivo, conferindo ao primeiro o direito de exigir do segundo uma determinada prestação.
 
Gabarito: Letra E é a correta. 
Letra A - a obrigação é um dever jurídico originário. 
Letra B - a responsabilidade é um dever jurídico derivado. 
Letra C - a servidão é considerada uma obrigação com ônus real. 
Letra D - a obrigação é pagar o condomínio é “propter rem”.
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