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agostinho - existencia de deus

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INSTITUTO SÃO BOAVENTURA
	
	Disciplina: Filosofia da Teologia
	
	Professor: Fr. Márcio
	
	Curso: Filosofia – 2.2017
	
	Estudante: Ricardo Rodrigues Lima
Contribuição de Agostinho ao problema de Deus: Demonstração da existência de Deus baseada na presença da verdade na mente humana
Agostinho nunca pôs em dúvida a existência de Deus. A questão do “se Ele é” não se apresentava como problema para ele. Entretanto, aquilo que lhe inquietava era a questão do “o que Deus é”. Agostinho ignorava se Deus era ou não governador de todas as coisas, desconhecendo o caminho que leva até o próprio Deus. Como ele mesmo afirma nas confissões:
Por isso nunca deixei de acreditar na vossa existência, apesar de ignorar o que éreis e desconhecer que o governo das coisas humanas Vos pertencem. (...) Porém, sempre acreditei que existíeis e cuidáveis de nós, não obstante ignorar o que devia pensar da vossa substância, ou que caminho nos levaria ou reconduziria a Vós.[1: Confissões, VI, 5, 7-8.]
No comentário aos salmos, Agostinho refere-se a Deus como alguém “a quem ninguém consegue conhecer, e a quem não é permitido a alguém ignorar”. Acredito que ele queira ressaltar que inobstante nos fosse vedado conhecer a sua substância nesta vida, a sua existência era manifesta a todos, por toda a natureza criada. Como ele mesmo argumenta na sua obra A Trindade:[2: Comentário aos salmos, v. II, 74, 9.]
A existência de Deus não é proclamada somente pela autoridade dos livros santos, mas toda a natureza que nos cerca e à qual pertencemos, proclama que reconhece a existência de um Criador excelso.[3: A Trindade, XV, 4, 6.]
Para agostinho todo homem capaz de percepção, encontra-se, de certa forma, enclausurado em sua própria percepção, ou seja, a percepção que lhe advém de um determinado objeto só a ele pertence. Todavia, os objetos de sua percepção são comuns a outrem. A isto ele fala na sua obra O Livre-Arbítrio:
Está, pois, claro que os objetos percebidos por nossos sentidos corporais, sem entretanto os transformarmos, ficam, entretanto, estranhos à natureza de nossos sentidos. E assim são eles um bem comum, porque não são convertidos nem transformados em algo próprio nosso, e por assim dizer, naquilo que é de nosso uso privativo.[4: O Livre-Arbítrio. II, 7, 19]
Com isso, basta saber se há objetos comuns à razão, como há aos sentidos. E sem dúvida que há: as verdades matemáticas. Temos os números que podemos dizer que são perceptíveis aos sentidos, entretanto, as leis que os regem e as relações entre eles não pertencem aos sentidos, e nem a uma razão particular, mas são comuns a todos os seres racionais.
A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS PELA VERDADE
Agostinho elabora algumas fases da prova da existência de Deus. Primeiro ele fala sobre a ordem ou gradação dos fatos fundamentais. No qual, graças às verdades básicas ele acredita que até mesmo o homem que duvida sabe que existe, vive e pensa. A esta afirmação, ele se indaga sobre qual desses conceitos possa ser o supremo ou mais perfeito.
Nesta primeira fase ele compreende o pensar como o conceito mais perfeito para se chegar à existência de Deus.
A pedra existe, mas não vive nem pensa, O animal vive e existe, mas não pensa. O homem conhece e, conhecendo, vive e existe. De forma que o pensar envolve os dois outros conceitos, sendo, portanto, o mais perfeito. [5: BOEHNER, Philotheus e GILSON, Etienne. A prova da existência de Deus, p. 154]
Depois, ele trabalha sobre a ordem do conhecimento sensível. Para se chegar a certa hierarquia do saber, ele começa pelo mais evidente: o sensível. Como se sabe, tem sentidos que tem seus objetos exclusivamente próprios, como por exemplo, a vista que apreende as cores, ou o ouvido que apreende os sons. Tem-se também, objetos com vários sentidos como, por exemplo, a figura e forma dos corpos, sensível à vista e ao tato.
(...) tal conhecimento não pode ser provir dos próprios sentidos externos; pressupõe a existência de uma força superior, capaz de julgar os sentidos, a saber, de sentido interior. (...) nós sentimos, e sabemos que sentimos. Este conhecimento pode proceder dos sentidos externos; também ele deve atribuir-se, (...) ao sentido interior. [6: Idem. Ibidem. p. 154-155]
Ulteriormente, Agostinho fala sobre a ordem do conhecimento intelectivo. Aqui, ele percebe que aquele que julga, sem ser julgado, é superior e mais perfeito que este outro. Sendo assim, ele vê a razão como o que há de mais elevado no homem, perguntando-se o que poderia ser superior à razão, a cujo julgamento esta se deve submeter.
Agostinho verifica que se aquilo que estiver acima da razão não é uma realidade suprema, segue-se que esta realidade é algo mais supremo ainda. A isto ele conclui que “em qualquer caso, basta verificar que existe algo acima da razão, para dispormos de uma prova da existência de Deus”. [7: BOEHNER, Philotheus e GILSON, Etienne. A prova da existência de Deus, p. 154]
Pois bem, Agostinho volta à pergunta, se, a regra eterna, presente em nossa mente e superior a razão é o próprio Deus. Ele esboça resposta, dizendo que tais normas e regras tornam-se expressas em todos os nossos julgamentos. Não se tratando de uma impressão física, mas de uma impressão espiritual.
O que toca diretamente à prova da existência de Deus, a pergunta se existe, acima destas regras e normas eternas algo ainda mais elevado é de somenos importância para Agostinho.
Com isso, Agostinho conclui que
Está entendido. Pois batar-me-á, então, mostrar a existência de tal realidade que, ou bem aceitarás como Deus; ou bem, caso haja outro ser acima dela, concordarás que esse mesmo ser é verdadeiramente Deus. Assim, haja ou não algum ser superior a essa realidade, será evidente que Deus existe, desde que, com a ajuda desse mesmo Deus, eu tiver conseguido demonstrar, como o prometi, a existência de uma realidade superior à razão.[8: O Livre-Arbítrio. II, 6, 14]
CONCLUSÃO
O caminho da prova, segundo Agostinho, é de fácil compreensão. Ele exige apenas um termo, a saber, que encontremos algo superior a nossa razão, quer esta realidade seja o próprio Deus, quer seja a verdade. Para chegar a esta constatação, percorremos a seguinte via: do que é exterior passamos ao que nos é interior. 
Feito isso, pelos motivos que aduzimos, descobrimos em nosso intimo, segundo agostinho, que nos é superior. Com isso, encontramos Deus. Destarte, ao menos no âmbito natural, não importa se esta presença divina em nós se dê tão somente pela iluminação das regras eternas, o fato é que, uma vez provada a existência de algo superior à nossa razão, é comprovada, demonstrativamente, a existência de Deus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agostinho de Hipona. In. Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona. Acesso em: 19/09/2017.
AGOSTINHO. A Trindade. [Trad.: Agustinho Belmonte; Rev.: Nair de Assis Oliveira]. – São Paulo: Paulus, 1994.
__________. A verdadeira Religião. [Trad.: Nair de Assis Oliveira; Rev.: Gilmar Corazza] – São Paulo: Paulinas, 1987.
__________. Confissões. [Trad.: Maria Luiza Jardim Amarante; Ver.: Antônio da Silveira Mendonça]. – São Paulo: Ed. Paulinas, 1984.
__________. Lettera 162. Disponível em: http://www.augustinus.it/italiano/lettere/index2.htm. Acesso em 19/09/2017. 
__________. O livre-arbítrio. [trad., Org., Int., notas: Nair de Assis Oliveira; rev.: Honório Dalbosco ]. – São Paulo: Paulus, 1995.
CAMPOS, Sávio Laet B. Agostinho: A prova da existência de Deus pela verdade. Disponível em: http://filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/Agostinho_Prova_Pela_Verdade.pdf. Acesso em: 20/09/2017.
FRAZÃO, Dilva. Santo Agostinho: Filósofo e Teólogo romano. Disponível em: https://www.ebiografia.com/santo_agostinho/. Acesso em: 20/09/2017.
NELLESSEN, Carlos Augusto B. Santo Agostinho: vida e obra. Disponível em: http://www.agostinianomendel.com.br/santo-agostinho-vida-e-obra/. Acesso em: 19/09/2017.
PEREIRA, Roberto. A existência de Deus segundo Santo Agostinho. Disponívelem: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3704816. Acesso em 17/09/2017.

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