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Seminário 4 - Pedro Malan (2013)

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BRI0026 - História Econômica e Social
do Brasil no Século XX
Seminário IV
Malan e as Relações Econômicas 
Internacionais do Brasil (1930-1964)
Ansgar Bienert
Beatriz Carreta
Fernanda Conforto
Júlia Cardoso
Rodrigo Winther
Vinicius Dalbelo
Pedro Malan
� Vida escolar no Colégio Santo Inácio
(colégio tradicional frequentado pela elite carioca)
� Graduado em Engenharia Elétrica pela PUC-Rio
� Doutorado em Economia pela Univ. de Berkeley
Tese: “O lugar do Brasil na Economia Internacional”
� Presidente do BC no Governo Collor (1993-94)
� Ministro da Fazendo no Governo FHC (1995-2002)
� Atualmente atua como consultor de Itaú e Globex
História Geral da Civilização Brasileira
� Obra ampla, de referência, sem paralelo na produção 
intelectual brasileira
� Analisa “diferentes campos da formação histórica do país, 
da organização material da sociedade às formas da cultura 
e do pensamento”
� Abrange cronologicamente toda a História do Brasil até 64 
� Publicada nos anos 70 por Sérgio Buarque de Holanda
(sua última obra em vida)
� Uma compilação de textos de vários especialistas
� Dividido em 3 tomos (Colônia, Império e República)
Tomo III, Volume 11, Capítulo II
� Último tomo foi finalizado por Bóris Fausto após a morte 
de Buarque
� Volume 11: Economia e Cultura (1930-64)
� Capítulo II: o texto se trata de um “ensaio” sobre as 
“relações econômicas internacionais do Brasil” entre 
1945-64
� Bastante descritivo do ponto de vista histórico
� Suas inúmeras citações a muitos outros autores servem 
como um guia historiográfico do período
� Dificuldade de identificar uma “tese central” bem definida
A Nova Ordem Internacional em gestação 
nos anos 40
� Objetivo: “investigar a forma pela qual a 
economia e a sociedade brasileiras 
responderam” aos eventos em âmbito 
internacional que ocorreram nesses anos.
� “...eliminar a possibilidade de um ressurgimento dos 
regimes nacional-capitalistas no pós-guerra, através 
da elminação das barreiras ao livre fluxo de bens e 
serviços, da multilateralização do comércio por meio 
da convertibilidade entre as moedas dos principais 
países, e da criação de organismos internacional 
encarregados de estabalecer as normas, os códigos 
de conduta e as sanções cabíveis sobre os países.”
� EUA: conter o avanço soviético e integrar o 
capitalismo à escala mundial
� Bipolaridade
A Nova Ordem Internacional em gestação 
nos anos 40
Argumento do autor
“...é impossível desvincular as relações econômicas 
internacionais ou a política externa do Brasil das 
bases sociais e políticas de sustentação do 
Estado brasileiro e das significativas 
transformações que experimentaram a estrutura 
produtiva e as relações sociais de produção no 
período. Os elementos de continuidade e de 
ruptura na política externa brasileira não são 
inteligíveis senão a partir de uma compreensão 
dessas transformações – e de sua relação com 
um sistema mundial...”.
A América Latina e o Brasil sob a Hegemonia 
dos EUA
“Talvez em nenhum outro continente a avassaladora 
presença dos EUA se fazia sentir tão amplamente 
quanto a América Latina do imediato pós-guerra. 
Pela primeira vez na História, adquiriram o virtual 
monopólio de influência na região, constituindo 
praticamente sua única fonte de capitais, da 
assistência técnica e militar e seu mais importante 
mercado...”
A América Latina e o Brasil sob a Hegemonia 
dos EUA
O Caso do Brasil
� “Talvez em nenhum outro país da América 
Latina fosse tão alto o nível de expectativas 
quanto a essa cooperação como no Brasil 
após a queda de Vargas em outubro de 
1945...”
� Parceiro privilegiado na América Latina?
� A Estrutura do Brasil
� Tentativa frustrada de estabelecer uma “relação 
especial” com os EUA
� “A Comissão deve dar particular atenção à
capacidade do Brasil para expansão econômica 
através do uso máximo de seus recursos internos. 
A Comissão não deve se dedicar à apreciação dos 
méritos de projetos específicos ou analisar a 
desejabilidade de obter financiamento externo, A 
Comissão deve, no entanto, considerar medidas 
destinadas a encorajar o fluxo de capital privado 
para o Brasil.”
Governo Dutra (1946-1950)
As expectativas frustradas
� Relaxamento das restrições à saída de 
divisas do Brasil
� Política liberal de câmbio como solução para 
o desequilíbrio na balança de pagamentos
� Act of International Development
� “estabelecimento de comissões econômicas 
mistas para negociar conjuntos de objetivos 
para ajuda técnica e econômica”
Governo Dutra (1946-1950)
As expectativas frustradas
“No momento (Vargas) advoga, possível por
razões internas, uma política socialista e 
definitivamente nacionalista… Caso se torne o 
próximo presidente, deverá seguir esta linha, o 
que poderá colidir com a política que estamos
tentando propagar no campo das relações
internacionais.”
(ACHESON, 1950)
Segundo Governo Vargas (1951-1954)
Condições internacionais na 1ª metade dos anos 50
� Discurso interno;
� Relações entre BR e EUA;
� Base de sustentação.
Segundo Governo Vargas (1951-1954)
Condições internacionais na 1ª metade dos anos 50
� Divergências no Executivo
� Participação externa;
� Intervenção Estatal na Economia;
� Efeitos Externos agravantes
� Guerra Fria;
� Negligência norte-americana;
• Déficit em Conta Corrente→ Perda de Apoio
Político.
Segundo Governo Vargas (1951-1954)
Condições internacionais na 1ª metade dos anos 50
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
� JK assume o governo em época de 
instabilidade
� Reputação desenvolvimentista
� Programa de Metas
� O problema do café & papel do capital 
estrangeiro
� “Essa redução (...) das exportações brasileiras 
de 1951 até 1958 e sua estagnação no triênio 
1958-1960 poderiam ter comprometido (...) o 
esforço de acumulação de capital e de 
industrialização nos anos 50 devido à escassez 
de dívidas, não fora o recurso de capital 
estrangeiro de risco (investimento direto) e de 
empréstimo que marcou o período.”
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
� O papel da política pan-americanista
� “A ofensiva de Kubitschek em favor da Operação 
Pan-Americana prossegue com a percepção do 
Governo brasileiro de que o momento histórico era 
apropriado para capitalizar politicamente a 
insatisfação reinante com a política norte-
americana e aumentar, com uma política externa 
voltada para a obtenção de capitais públicos norte-
americanos, a projeção natural do 
desenvolvimentismo.”
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
� Ruptura com o FMI
� Programa de Metas x Programa de 
Estabilização Monetária
� “(...) a intransigência do Fundo Monetário 
(...), do ponto de vista político, foi 
extremamente benéfica para Kubitschek.”
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
� JK
� “Convém que se compreenda (...) que o 
desenvolvimento do Brasil não é uma pretensão 
ambiciosa, um desvario, um delírio expansionista, 
mas uma necessidade vital. Desenvolver (...) é
sobreviver, gravem bem os que não estão em 
condições de colaborar conosco, que não 
necessitamos apenas de conselhos... mas de 
cooperação (...), que é altamente rentável a quem 
dispuser a ajudar-nos.”
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
A Política Externa Independente (início dos 60)
� Um contexto internacional e doméstico mais 
constrangido
� Hegemonia dos EUA em concorrência com a URSS
� Um aumento do interesse dos EUA como 
consequência do a
� Ausência de alianças sólidas durante o governo 
Quadros
A Política Externa Independente (início dos 60)
� A PEI : inovadora e contestada
� Uma política voltada pela autonomia
� Ideário Pan-Americano
� Utilização de política externa para fins internos
� Busca de autonomia relativa frente aosEUA
� Cuba, relações com URSS, anticolonialismo, 
questão China na ANU
A Política Externa Independente (início dos 60)
� A PEI : inovadora e contestada
� Uma defesa de autodeterminação e da não-
intervenção coerente
� Pressão militar e civil com respeito a Cuba
� Deterioração da situação política interna em 
detrimento da PEI
A Política Externa Independente (início dos 60)
� A política econômica internacional entre 
pressões internas e exigências externa
� Uma política ortodoxa com efeitos estruturais limitados
� Política ortodoxa pela primeira vez após a II Guerra Mundial
� Déficit global e orcamentário, dívida, inflação
� Ausência de mudancas estruturais no comércio e na estrutura da 
balança de pagamentos
� Oposição interna maior mas apoio exterior
� Pressão militar e civil com respeito a Cuba
A Política Externa Independente (início dos 60)
� A política econômica internacional entre 
pressões internas e exigências externa
� Reviravoltas e passividade durante o governo Goulart
� Política orçamentária expansionista, sobre-valoração cambial
� Plano Trienal, com medidas ortodoxas, não aplicado
� Contradição entre os objetivos internos e externos
� Progressiva paralisação decisória e oposição interna crescente
� “Essas ‘fases’, porém, foram menos ‘decisões’ de diferentes 
Presidentes e respectivas equipes de Governo que possibilidades 
ou sugestões...”.
Qual a relevância para a análise da Política Externa Brasileira as 
características do presidente?
FC
Questões
� “”
A lógica/metodologia de análise é contrastante ao pensamento 
cepalino?
Há uma tendência a tratar as mudanças econômicas brasileiras no 
período como um processo “de fora pra dentro”, um reflexo da 
estrutura político-econômica externa (sobretudo levando em conta 
a influência norte-americana)?
A “política de substituição de importações” vista como uma 
vontade/decisão autônoma e soberana do governo brasileiro é
colocada em xeque?
RW
Questões
Questões
� Recuo dos EUA e afirmação de prestígio dos EUA após Baía dos 
Porcos?
� Malogro da PEI? Por que distinção da política econômica interna-
cional na organização do texto?
� Defesa pelo autor da PEI porque tem em conta “objetivos de longo 
prazo” (sem colocar fonte)
� Qualificação de “sério esforço” enquanto após mostra abandono 
rápido?
AB

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