Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A economia Brasileira em Marcha Forçada Adriana Conrado, Bárbara Cagliari Lotierzo, Flávia Fernandez, Heloísa Fimiani, Leandro Almeida, Natália Naomi Nakamura, Tércio Rodrigues e Thiago Alves Antonio Barros de Castro (1938-2011) • 1956 – Formado em Economia pela antiga Faculdade Nacional de Economia da Universidade do Brasil, atual UFRJ • 1963-1973 – CEPAL, junto com Carlos Lessa e Maria da Conceição Tavares • 1977 – Doutorado pela Unicamp • 1992-1993 – Presidente do BNDES (governo Itamar Franco) • 2004 -2010 – Diretor e Assessor de presidente do BNDES, junto com Carlos Lessa Francisco Eduardo Pires de Souza • 1975 – Graduação na Universidade Federal Fluminense • 1978 – Mestrado Unicamp • Doutorado Unicamp • 1994-1995 – Pós-doc London School of Economic and Political Science (LSE) • Hoje – professor na UFRJ • Outros: UFF, IBGE, BNDES, FINEP Introdução •As relações da economia brasileira com o exterior sofreram entre 1983 e 1984 drásticas mudanças: ▫O déficit de transações correntes foi eliminado; ▫Crescimento da dívida foi detido; ▫Reservas foram reconstituídas. •Isso será possível porque o valor das exportações constituirá quase o dobro do das importações Tese •Segundo a interpretação predominante, tais mudanças teriam ocorrido por conta de uma política de ajustamento em 1982 •Barros de Castro discorda: resultados se devem à “estratégia de 74” •O texto discorrerá sobre a economia brasileira entre 1974 e 1984 Conclusões do Autor •A economia deixou o período com uma nova base, na qual não mais se conjugavam crescimento e concentração •Indústria teve suas deficiências estruturais literalmente superadas •O parque manufatureiro do Brasil não cabe mais, sequer como caso-limite, dentro do perímetro do subdesenvolvimento Dados – Contas externas • Argumenta-se que a recuperação nas contas externas de 82/84 derivam do retorno das exportações à níveis normais e da queda além do imaginável das importações; • A retomada do ritmo de exportações se deu em razão de fatores externos (recuperação EUA, fundamentalmente, AL e África); • O comportamento das importações se manteve relativamente estável para a maioria dos produtos; mas caiu em 60% para os setores alvos do II PND; Dados – Ganho de divisas • Castro faz uma análise quantitativa dos ganhos de divisas externas decorrentes do II PND; • O método consiste em comparar o consumo interno dos setores abarcados no II PND com sua produção em 79/80; • A diferença entre o consumo e a produção de 79/80 resulta nas importações virtuais (que seriam necessárias para cobrir a demanda pelos produtos; • A diferença em valor entre importações virtuais e importações efetivas expressaria o ganho de divisas por setores; Dados – Ganho de divisas • Castro estima o ganho de divisas nos setores do II PND em R$2,9 bi, R$3,7 bi, 4,9 bi e 7,4 bi, respectivamente entre 81 e 84; • Isso significa que sem a “estratégia de 74”, seria necessário comprimir os gastos externos nos montantes acima, além do que ocorreu com o ajustamento de 83/84; • Esse ajustamento adicional resultaria, segundo o autor, numa quebra sistêmica de empresas e bancos, beirando o colapso da economia brasileira; Dados – Substituição de importações • A substituição de importações ligada à “estratégia de 74”, se deu no campo de insumos, primordialmente, e bens de capital; • Essas indústrias estão no início do encadeamento produtivo e, não geram, portanto, necessidade de importações (exceto petróleo e programa nuclear); • O estrangulamento externo por escassez de divisas, nesse caso, não se realimenta, ao contrário da ISI clássica; Carlos Lessa • A nova política "colocava no centro do palco da industrialização brasileira, a grande empresa estatal". • "A II PND faz da 'crise do petróleo' a justificativa para a proclamação serena e não traumática do projeto de potência nascida no interior do aparelho do Estado". • "A estratégia de 74 coloca 'o Estado como sujeito e a sociedade como objeto". Crítica a Lessa • II PND "trata-se de um plano cujas propostas centrais encontravam-se profundamente marcadas pela consciência de que o mundo se encontrava mergulhado em grave crise, que tornou patente a vulnerabilidade da economia brasileira. Mas o plano encontra-se também impregnado da decisão de levar o processo de desenvolvimento econômico". • O Estado surge na estratégia de 74 como sujeito e o mercado como objeto. • No plano político, o Estado é sujeito e a sociedade é objeto. Teoria de Bacha • Busca observar fatores determinantes na evolução das contas correntes no Brasil, utilizando os fatores "choques externos", "ônus da dívida externa" e "políticas internas"; • Brasil segundo Bacha: • 76 a 78: ajuste por corte nas importações, suprido pela substituição de importações; • 79 a 80: desaceleração; • 81 a 83: reação domestica tardia, porém eficaz. Crítica a Bacha • Método de Bacha é correto mas se baseia em "premissas inadequadas": • "Mudanças" proporcionadas por políticas internas, por exemplo, são realocação de recursos, não resultados de grandes políticas • Não se pode analisar os resultados de uma política "ano a ano"; • "Há evidentemente que abandonar o suposto da contemporaneidade dos esforços e dos resultados". Maria da Conceição Tavares • Padrão de acumulação; • Ciclo com estrutura setorial desequilibrada; • “Acumulação de Capital e Industrialização no Brasil” (1974); • “Ciclo e Crise” (1978); • Queda nos investimentos privados e desaceleração do crescimento econômico; • O papel do II PND; • Insuficiência de demanda e inflação. Reflexões e Críticas •Houve superação do subdesenvolvimento? ▫ Contexto de 1985 ▫ Contexto atual •Como o subdesenvolvimento é entendido por Barros de Castro? ▫ Nível de industrialização atingido ▫ Mudança na estrutura, “deficiências estruturais superadas” Reflexões e Críticas •Fishlow: Setores estratégicos (bens de capital e insumos básicos) e infraestrutura (energia e transporte), alvo do II PND, permitiram por si só a superação do subdesenvolvimento? Reflexões e Críticas •O fato de ser um regime autoritário interferiu nas medidas que foram adotadas? ▫ Em 1974 governo que acabara de ser empossado não delegou ao mercado as decisões econômicas (Barros de Castro) ▫ Levar adiante o desenvolvimento em meio a crise (Barros de Castro) ▫ Possível tal grau de interferência do Estado numa democracia? ▫ Pressão para redemocratização se intensificaram pós políticas adotadas por Geisel (Hermann) Reflexões e Críticas •Endividamento transfere a necessidade de ajustamento para o futuro? ▫ Crescimento com endividamento •Marcha forçada ▫ Crescimento em momento de crise ▫ Fortes medidas econômicas durante ditadura militar
Compartilhar