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CASO CONCRETO JURISPRUDÊNCIA PENAL IV

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CASO CONCRETO – AULA 3
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AOS DELITOS DE TRÁFICO DE DROGAS E FAVORECIMENTO REAL. MEDIDA DE INTERNAÇÃO. REITERAÇÃO EM ATOS INFRACIONAIS GRAVES. INCIDÊNCIA DO ART. 122, INCISO II, DO ECA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. I - A Primeira Turma do col. Pretório Excelso firmou orientação no sentido de não admitir a impetração de habeas corpus substitutivo ante a previsão legal de cabimento de recurso próprio (v.g.: HC 109.956/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 11/9/2012; RHC 121.399/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 1º/8/2014 e RHC 117.268/SP, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 13/5/2014). As Turmas que integram a Terceira Seção desta Corte alinharam-se a esta dicção, e, desse modo, também passaram a repudiar a utilização desmedida do writ substitutivo em detrimento do recurso adequado (v.g.: HC 284.176/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe de 2/9/2014; HC 297.931/MG, Quinta Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe de 28/8/2014; HC 293.528/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe de 4/9/2014 e HC 253.802/MG, Sexta Turma, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 4/6/2014). II - Portanto, não se admite mais, perfilhando esse entendimento, a utilização de habeas corpus substitutivo quando cabível o recurso ordinário, situação que implica o não conhecimento da impetração. Contudo, no caso de se verificar configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, recomenda a jurisprudência a concessão da ordem de ofício. III - A medida socioeducativa de internação está autorizada nas hipóteses taxativamente previstas no art. 122 do ECA (v. g. HC 291.176/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 21/8/2014). IV - In casu, resta clara a incidência da hipótese prevista no inciso II do art. 122 do ECA, uma vez que, inobstante o paciente ter cometido atos infracionais equiparados aos delitos de tráfico de drogas e favorecimento real, que, prima facie, se apresentam sem violência ou grave ameaça a pessoa, há informação nos autos de reiteração no cometimento de outros atos infracionais da mesma espécie, cumprindo, inclusive, medidas socioeducativas outras. Assim, presente o requisito necessário à imposição da medida socioeducativa de internação (precedentes). Habeas corpus não conhecido.
(STJ - HC: 315783 SP 2015/0025944-7, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 11/06/2015, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 23/06/2015)
CASO CONCRETO – AULA 4
HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE ROUBO SEGUIDO DE MORTE. FORMAÇÃO DEQUADRILHA ARMADA. PRISÃO PREVENTIVA. MODUS OPERANDI. PERICULOSIDADESOCIAL. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA COMPOSTA POR POLICIAIS MILITARES.FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. 1. A jurisprudência desta Corte tem proclamado que a prisão cautelaré medida de caráter excepcional, devendo ser imposta, ou mantida,apenas quando atendidas, mediante decisão judicial fundamentada (art. 93, IX, da Constituição Federal), as exigências do art. 312 doCódigo de Processo Penal. Isso porque a liberdade, antes de sentençapenal condenatória definitiva, é a regra, e o enclausuramentoprovisório, a exceção, como têm insistido esta Corte e o SupremoTribunal Federal em inúmeros julgados, por força do princípio dapresunção de inocência, ou da não culpabilidade. 2. O decreto de prisão preventiva está lastreado na necessidade dese resguardar a ordem pública em razão da periculosidade socialevidenciada pelo modus operandi do roubo, praticado por agentesfortemente armados contra agência bancária em município do interiordo Rio Grande do Sul. 3. Registrou o magistrado de primeiro grau a presença do chamadopericulum libertatis, tendo em vista cuidar-se de quadrilha compostapor policiais da Brigada Militar, que se valiam de armas de usorestrito e chegaram inclusive a trocar tiros, durante a fuga, com apolícia. 4. Destacou, ainda, o grau de organização da quadrilha que,principalmente por ser integrada por policiais militares, dividia astarefas para a consecução dos crimes. As armas, segundo a denúncia,eram adquiridas no Uruguai. Ademais, chegou o grupo a "invadir umaunidade militar do Exército Brasileiro, em Itaara, para subtrair umfuzil". 5. Ordem denegada.
(STJ - HC: 213034 RS 2011/0161834-5, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de Julgamento: 06/09/2011, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/09/2011)
CASO CONCRETO – AULA 5
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. TORTURA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DE MAUS TRATOS. FUNDAMENTAÇÃO EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL DO ACÓRDÃO. COMPETÊNCIA DO STF. 1. Tendo a Corte local utilizado fundamentação exclusivamente constitucional para classificar a conduta do recorrido como maus tratos, em razão da inconstitucionalidade da Lei nº 9.455/97 no ponto em que definiu a tortura como crime comum, não cabe a este Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de recurso especial, o exame da questão. 2. Agravo regimental improvido.
(STJ - AgRg no REsp: 1450092 MG 2014/0096685-6, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 09/06/2015, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/06/2015)
CASO CONCRETO – AULA 1
E MENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (ART. 321 DO CP) E CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP). DELITOS AFIANÇÁVEIS. DENÚNCIA BASEADA EM INQUÉRITO POLICIAL. NOTIFICAÇÃO DO DENUNCIADO PARA APRESENTAÇÃO DE DEFESA PRELIMINAR ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA (ART. 514 DO CPP). OBRIGATORIEDADE. FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUE NÃO OCUPA MAIS O CARGO OU FUNÇÃO PÚBLICA. INAPLICABILIDADE DO PROCEDIMENTO ESPECIAL PREVISTO NO ART. 514 DO CPP. ORDEM NÃO CONHECIDA. 1. O habeas corpus é inadmitido contra o indeferimento de liminar em outro writ requerido a Tribunal Superior, sendo certo que no julgamento do HC n. 85.185, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 1º.9.06, o Pleno desta Corte rejeitou a proposta de cancelamento da Súmula 691, formulada pelo relator, e reconheceu a possibilidade de atenuação do enunciado da Súmula 691 para a hipótese de flagrante constrangimento ilegal. Nesse sentido, o HC n. 86.864-MC, Pleno, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 
de 11.5.07. 2. Ordem não conhecida.
(STF - HC: 93444 SP, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 31/05/2011, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-122 DIVULG 27-06-2011 PUBLIC 28-06-2011 EMENT VOL-02552-01 PP-00055)
CASO CONCRETO – AULA 2
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES DE EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (ART. 159, CAPUT, DO CP) E RESISTÊNCIA (ART. 329, § 2º, DO CP). PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE SUPERIOR A 4 (QUATRO) ANOS E NÃO EXCEDENTE A 8 (OITO) ANOS. REGIME INICIAL SEMIABERTO (ART. 33, § 2º, ALÍNEA B, DO CP). CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS GRAVOSO. POSSIBILIDADE. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O regime inicial de cumprimento da pena não resulta tão-somente de seu quantum, mas, também, das circunstâncias judiciais elencadas no artigo 59 do Código Penal, a que faz remissão o artigo 33, § 3º do mesmo Código. Destarte, não obstante a pena ter sido fixada em quantidade que permite o início de seu cumprimento em regime semiaberto, nada impede que o juiz, à luz do artigo 59 do Código Penal, imponha regime mais gravoso. Precedentes: HC 104.827, Primeira Turma, Relator o Ministro Luiz Fux, DJ de 06.02.13; HC 111.365, Primeira Turma, Relator o Ministro Luiz Fux, DJ de 19.03.13; ARE 675.214-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 25.02.13; HC 113.880, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 17.12.12; HC 112.351, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 08.11.12; RHC 114.742, Primeira Turma, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJ de 08.11.12; HC 108.390, Primeira Turma, Relatora a Ministra Rosa Weber, Dj de 07.11.12. 2. In casu, a) o recorrente foi condenado a9 (nove) anos e 4 (quatro) meses de reclusão e a 2 (dois) meses e 10 (dez) dias de detenção, em regime inicial fechado, pela prática, respectivamente, dos crimes previstos nos artigos 159, caput (extorsão mediante sequestro) e 329, § 2º (resistência), ambos do Código Penal; b) O magistrado singular fixou o regime fechado para o início do cumprimento da pena por considerar que os antecedentes e a personalidade do recorrente, bem como as circunstâncias em que foi praticado o delito eram desfavoráveis, consoante destacou o membro do Parquet, verbis: “(...) 3. Quanto ao regime inicial de cumprimento de pena, destacou o acórdão impugnado: Quanto ao ponto, verifica-se que a Corte impetrada, não obstante haver reduzido a reprimenda do paciente para patamar inferior a 8 (oito) anos, acabou por concluir que ‘o regime fechado é o que melhor se amolda ao caso em apreço, devendo prevalecer’, tendo em vista a quantidade de pena definitivamente aplicada bem como a reincidência do paciente (fls. 66). Além do mais, ao contrário do que afirma o impetrante na inicial, evidencia-se que o juiz singular considerou desfavoráveis ao paciente os antecedentes, a personalidade e as circunstâncias em que foi praticado o delito, e, por isso, fixou sua pena-base acima do mínimo legal (fls. 48). 4. Conforme tem decidido essa Suprema Corte ‘não é dado dissociar o tópico atinente à fixação do regime daquele que, precedentemente, justificara a fixação da pena acima do mínimo legal e ao qual se remete a sentença. Não é o habeas corpus a via própria para aferir, in concreto, da ponderação dessas circunstâncias pelas instâncias de mérito’ (HC 86565/SP, rei. Min. Sepúlveda Pertence). Nesse mesmo sentido: ‘A fixação do regime inicial de cumprimento da pena não resulta tão-somente de seu quantum, mas, também, das circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal, a que faz remissão o art. 33, § 3o do mesmo Código. Segue-se daí que, não obstante a pena ter sido fixada em quantidade que permite o início de seu cumprimento no regime semiaberto (oito anos de reclusão), nada impede que o juiz imponha regime mais gravoso quando as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal forem desfavoráveis, como no caso sub examine.’ (HC nº 109132/MG, rei, Min. Luiz Fux, DJ 10.10.2011). 5. Assim, verifica-se que, além da pena-base do paciente haver sido fixada acima do mínimo legalmente previsto, a quantidade da pena ficou superior a 4 anos de reclusão (6 anos e 2 meses e 20 dias), não se podendo olvidar que o paciente é reincidente, circunstâncias que indicam o modo fechado para o início do cumprimento da pena, conforme o disposto no art. 33, § 2º, alínea a, e § 3º, do Código Penal. 6. Isso posto, opino pelo desprovimento do recurso”; c) a Corte Estadual, em sede de habeas corpus, estendeu ao recorrente os efeitos do acórdão que deu parcial provimento ao recurso de apelação interposto por corréu, reconhecendo que o crime de extorsão foi praticado na modalidade tentada (e não consumada, como decidiu o juiz de primeira instância) e reduziu, por conseguinte, a pena privativa de liberdade para 6 (seis) anos, 2 (dois) meses e 20 (vinte dias) de reclusão, mantendo, todavia, o regime inicial fechado com fundamento na quantidade da pena definitivamente aplicada bem como na reincidência do ora recorrente. 3. Recurso ordinário em habeas corpus a que se nega provimento.
(STF - RHC: 116945 DF, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 18/06/2013, Primeira Turma)

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