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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2017.1 - GABARITO Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad INSTRUÇÕES Esta prova é composta por um caderno de questões e por uma folha de respostas. Antes de iniciar, confira o material que você recebeu. O caderno de questões contém dois textos e nove questões, no total de quatro páginas (incluindo esta página com cabeçalho e instruções). Verifique se o seu está completo. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta. Todas as respostas devem ser apresentadas na folha de respostas. Não serão aceitas respostas escritas no caderno de questões, nem em folhas adicionais, fora do especificado no item anterior. Ao término do trabalho, entregue ao fiscal apenas a folha de respostas, após certificar-se de ter preenchido corretamente o cabeçalho. Leve com você o caderno de questões. Rasuras, com ou sem corretor do tipo liquid paper, poderão ser toleradas, desde que não prejudiquem a legibilidade. A prova é individual, e não é permitido qualquer tipo de consulta, a pessoas ou a materiais de estudo. Releia toda a prova antes de entregar. BOM TRABALHO! TEXTO 1 Desescolarização e diversidade Claudia Costin Há poucos dias, saiu na Folha uma reportagem sobre pais de classe média que decidiram tirar seus filhos da escola, em busca de um novo estilo de vida, de um espaço para vivenciar outros valores e como uma saída para o estresse que a vida escolar provoca nos alunos. A escola é, para muitas crianças e adolescentes, fonte de sofrimento. Isso pode ser causado por uma relação conflituosa com colegas que resulta em exclusão do grupo, por alguns professores que os rotulam ou por conteúdos de difícil aprendizado que os desafiam e que podem lhes trazer a percepção de que são intelectualmente limitados. Mas também é a escola que proporciona aprendizados extremamente ricos: transcender os muros do ambiente familiar e conviver com outras crianças, aprender a transitar num ambiente letrado, descobrir que se podem superar dificuldades e entender conteúdos inicialmente obscuros. Isso, no entanto, não ocorre sem dor. Para o escritor americano Howard Fast, não há crescimento sem a dor da aprendizagem. Sim, a vida escolar combina dores e alegrias, e aprender no convívio social traz sofrimento. Da mesma maneira, aprender a raciocinar matematicamente ou cientificamente e construir soluções para problemas complexos demanda persistência e resiliência, competências que a escola deve desenvolver. A reportagem esclarece que as crianças são reunidas num espaço coletivo para que a desescolarização funcione. Isso ocorre também em situações de "homeschooling", em que, na maior parte dos casos, preveem-se encontros semanais dos alunos. Mas há algo que se perde neste caso, como o aprendizado da diversidade, de viver num ambiente em que colegas vêm de outros meios sociais ou de famílias com outras visões de mundo, assim como a possibilidade de aprender algo que transcenda o repertório restrito dos pais e que permita a aquisição de hábitos para a vida em sociedade, como esperar a sua vez, respeitar a opinião do colega, aprender a organizar horários e tarefas. É certamente possível se pensar em motivos para que crianças e jovens necessitem estar longe da escola por algum período, e soluções, inclusive legais, devem ser construídas para essas situações, mas é importante saber que sempre haverá perdas. Importante será também constatar que escolas segregadas, como as reservadas para apenas uma classe social ou que excluem crianças com deficiência ou desafios familiares, trazem igualmente perdas para a aprendizagem. Perde-se a chance de viver na diversidade e de melhor compreender o mundo em que se está inserido. Afinal é neste mundo que as novas gerações vão viver! Folha de São Paulo. 17/2/17. p.A2. As questões da 1 à 5 se referem ao Texto 1. 1. (1,0) Explique qual é, segundo o Texto 1, a relação entre desescolarização e diversidade. A DESESCOLARIZAÇÃO, SEGUNDO O TEXTO, NÃO FAVORECE O CONVÍVIO COM A DIVERSIDADE, AO CONTRÁRIO DA ESCOLA. 2. (1,0) É comum que um texto argumentativo informe o contexto em que foi produzido, a fim de situar o leitor. Transcreva do Texto 1 o trecho que cumpre essa função. HÁ POUCOS DIAS, SAIU NA FOLHA UMA REPORTAGEM SOBRE PAIS DE CLASSE MÉDIA QUE DECIDIRAM TIRAR SEUS FILHOS DA ESCOLA (...) 3. (1,0) Embora não concorde com a desescolarização, a autora do Texto1 reconhece a validade dos argumentos apresentados pelos adeptos dessa prática. Transcreva do texto o trecho que marca a passagem dos argumentos favoráveis aos argumentos contrários à desescolarização. MAS TAMBÉM É A ESCOLA QUE PROPORCIONA APRENDIZADOS EXTREMAMENTE RICOS (...) 4. (1,0) Explique a função que desempenha, no Texto 1, a citação do escritor Howard Fast. ESSA CITAÇÃO SERVE PARA REFORÇAR O PONTO DE VISTA DA AUTORA. (TRATA-SE DE UM ARGUMENTO DE AUTORIDADE.) 5. (2,0) Indique a que se referem, no contexto, as palavras sublinhadas nos fragmentos do Texto 1 transcritos abaixo. Em seguida, classifique cada uma delas como forma remissiva lexical ou forma remissiva gramatical. a. Da mesma maneira, aprender a raciocinar matematicamente ou cientificamente e construir soluções para problemas complexos demanda persistência e resiliência, competências que a escola deve desenvolver. (4º parágrafo) REFERE-SE A “PERSISTÊNCIA E RESILIÊNCIA”. TRATA-SE DE FORMA REMISSIVA LEXICAL. b. A reportagem esclarece que as crianças são reunidas num espaço coletivo para que a desescolarização funcione. Isso ocorre também em situações de "homeschooling", em que, na maior parte dos casos, preveem-se encontros semanais dos alunos. (5º parágrafo) REFERE-SE A “AS CRIANÇAS SÃO REUNIDAS NUM ESPAÇO COLETIVO” (OU “À PRÁTICA DE REUNIR AS CRIANÇAS NUM ESPAÇO COLETIVO”.) TRATA-SE DE FORMA REMISSIVA GRAMATICAL. TEXTO 2 Os irmãos Raquel e David Baum, de 6 e 4 anos, nunca foram à escola. Já o primogênito da família, Gabriel, de 13, deixou o colégio quando tinha 8. Nenhum deles, no entanto, está sem estudar. A mãe, Sabrina Bittencourt, decidiu aderir à modalidade unschooling (na tradução, desescolarização). Nela, a criança deixa o ambiente escolar para praticar “uma aprendizagem livre e autônoma”. Quem explica é Carla Ferro, filósofa e pesquisadora do assunto: — Essa modalidade permite que as crianças e os adolescentes vivam oportunidades de encontros com outras pessoas; em vez de serem ensinadas, aprendem pelos próprios interesses — explica Carla, que estima um aumento no número de adeptos. — Conheci o unschooling durante minha pesquisa sobre aprendizagem sem ensino, em 2010. Consegui mapear cerca de 300 famílias brasileiras. Hoje, a rede da qual participo tem mais de três mil integrantes. A desescolarização é diferente do homeschooling, quando a criança, em vez de ter aulas na escola, as tem em casa. De acordo com Carla, o unschooling não cria um planejamento de estudo nem um cronograma de aulas ministradas por pais ou professores. Nessa modalidade, a criança aprende aquilo por que se interessa, com a ajuda dos responsáveis, que lhe dão acesso às ferramentas necessárias ou às pessoas que podem ajudar. Há, no entanto, um debate em torno do modelo, que sofre críticas. A pedagoga Lúcia Maria Wanderley Neves acreditaque o aluno possa perder em convivência com estudantes de sua idade. — Tirar a criança da escola pode causar um prejuízo para a socialização — diz Lúcia. — É importante que ela tenha contato com outras da mesma idade. Já a ex-presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia Maria Irene Maluf afirma que essa é uma modalidade muito “trabalhosa” para os pais, que precisam estar preparados para essa opção. — É um trabalho muito difícil. Os pais precisam de preparo e de um padrão cultural para passar à criança. A família tem que sentir uma necessidade de optar por esse tipo de desescolarização. Se for para criar um modismo, não funciona — alerta Maria Irene. No Brasil, o homeschooling e o unschooling não são regulamentados. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), é dever dos responsáveis matricular na escola os filhos com idades de 4 a 17 anos. Atualmente, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 3.179/12, que propõe a inclusão do ensino familiar na LDB. Mas ainda não há previsão de votação da proposta. Além disso, uma ação movida por uma família gaúcha que reivindica o direito de educar seus filhos em casa espera julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Bruno Alfano. O Globo. 19/8/16. Fragmentos adaptados para esta prova. Disponível em http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/desescolarizacao-sera-um-dos-temas-apresentados-no- seminario-internacional-educacao-360-17230828#ixzz4ZGJkeAiK As questões da 6 à 8 se referem ao Texto 2. 6. (1,0) Explique a diferença entre a desescolarização e o homeschooling, de acordo com o Texto 2. NA DESESCOLARIZAÇÃO (OU “UNSCHOOLING”), NÃO HÁ UM PLANEJAMENTO DE ESTUDOS NEM UM CRONOGRAMA DE AULAS. A CRIANÇA APRENDE AQUILO POR QUE SE INTERESSA. NO HOMESCHOOLING, A CRIANÇA TEM AULAS EM CASA. 7. (1,0) Considere a seguinte frase, extraída do 5º parágrafo do Texto 2, para fazer o que se pede, em seguida, nos itens a e b. Tirar a criança da escola pode causar um prejuízo para a socialização. a. Identifique o recurso usado nessa frase para reduzir o grau de certeza. O VERBO “PODER”. b. Reescreva a frase, expressando o mesmo grau de certeza, porém empregando um recurso diferente. POSSIVELMENTE, TIRAR A CRIANÇA DA ESCOLA CAUSA / CAUSARÁ UM PREJUÍZO PARA A SOCIALIZAÇÃO. ou É POSSÍVEL QUE TIRAR A CRIANÇA DA ESCOLA CAUSE UM PREJUÍZO PARA A SOCIALIZAÇÃO. 8. (1,0) Indique um conectivo que poderia ser usado para ligar as duas frases abaixo, transcritas do 7º parágrafo do Texto 2, de modo a explicitar a relação de sentido que elas mantêm no contexto. É um trabalho muito difícil. Os pais precisam de preparo e de um padrão cultural para passar à criança. POIS / PORQUE, ou PORTANTO / LOGO 9. (1,0) O fragmento abaixo é uma transcrição de parte de uma conversa. Reescreva o fragmento, de modo a eliminar suas marcas de oralidade e adaptá-lo à modalidade escrita. Eu pesco aqui por dentro da Ilha do Governador mesmo, né? Mas agora estou em vias de trocar a embarcação. Se eu vier a trocar mesmo, aí eu já quero me aventurar em, mais um pouco pra fora da barra, né? Mas essa lancha que eu tenho atualmente, eu não confio muito porque é a gasolina e tem que ter uma série de cuidados aí que as de óleo não precisam, né? E eu então já estou em vias de trocar essa de gasolina por uma a óleo e aí eu faço mais viagens mais distantes, né? Aí a pescaria também é melhor, né? uma possibilidade: EU PESCO NA ILHA DO GOVERNADOR. MAS AGORA ESTOU EM VIAS DE TROCAR A EMBARCAÇÃO. SE EU VIER A TROCAR MESMO, QUERO ME AVENTURAR MAIS UM POUCO PARA FORA DA BARRA. EU NÃO CONFIO MUITO ESSA LANCHA QUE TENHO ATUALMENTE, PORQUE É A GASOLINA E NECESSITA DE UMA SÉRIE DE CUIDADOS QUE LANCHAS A ÓLEO NÃO PRECISAM. QUANDO EU TROCAR ESSA A GASOLINA POR UMA A ÓLEO, VOU PODER FAZER VIAGENS MAIS DISTANTES, E A PESCARIA FICARÁ MELHOR.
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