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Resumo AV1 Direito Constitucional

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Resumo AV1 – Direito Constitucional I – Prof. Carlos Magno 
 
O que é Constitucionalismo? 
É o movimento social, jurídico e político que tem como principal característica a limitação do 
exercício do poder do Estado (poder arbitrário) por meio do texto constitucional, com o 
objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. 
Conceito de Constituição 
A constituição é a manifestação jurídica basilar que organiza e efetiva a existência jurídica dos 
Estados, uma vez que representa a norma básica que organiza as relações entre governantes e 
governados nos diferentes Estados. O papel da constituição é de estabelecer a organização do 
Estado, definir os direitos fundamentais e estabelecer metas e programas para o futuro do 
Estado. 
Classificação da Constituição 
I – Quanto ao modo de elaboração: Histórica ou Dogmática (Utilizada na CF/88) 
II- Quanto à origem: Outorgada, Pactuada, Cesarista/Bonapartista ou Promulgada (Utilizada 
na CF/88) 
III – Quanto ao conteúdo: Material ou Formal (Utilizada na CF/88). 
IV – Quanto à extensão: Analítica (CF/88) ou Sintetica (CF/1891). 
V – Quanto à forma: Escrita (Utilizada na CF/88) ou Costumeira/Não escrita. 
VI – Quanto à ideologia: Ortodoxa (Somente há uma matriz ideológica) ou Heterodoxa 
(Utilizada na CF/88) 
VII – Quanto à finalidade: Garantia (Período do Estado não intervencionista) ou Dirigente 
(Seus artigos definem objetivos para o futuro e para a atuação estatal.) 
VIII – Quanto à modificabilidade/alterabilidade/estabilidade: 
- Flexiva: são aquelas que permitem a mudança do texto constitucional, por meio do mesmo 
processo ordinário de elaboração e modificações de leis. Equipara-se à lei ordinária. 
 
- Rígida: são aquelas que admitem a modificação de seus textos, mas que exigem que a 
alteração ocorra somente após um processo legislativo mais dificultoso do que o utilizado para 
a elaboração de leis ordinárias. (CF/88) 
 
- Semiflexível ou Semirrígida: estabelecem um processo legislativo mais complexo para a 
modificação da constituição somente para parte de seu texto constitucional, sendo o restante 
modificado nos mesmos critérios de modificação de lei ordinária. Ex.: Constituição Brasileira 
de 1824. 
 
- Super-rígida: é aquela que tem dispositivos inalteráveis por Emenda Constitucional. 
- Imutáveis: aquelas que não aditem qualquer tipo de modificação. Mesmo com o hiato 
constitucional, jamais será preenchida. 
 
Sentidos da Constituição 
- Concepção sociológica: Proposta por Ferdinand Lassalle, enxerga a Constituição sob o 
aspecto da relação entre os fatos sociais dentro do Estado. Para ele havia 
uma Constituição real e uma Constituição escrita. Constituição real pode ser entendida com a 
soma dos fatores reais de poder (Sindicalistas, Militares, Industriais e Agronegócio), enquanto 
a escrita, segundo Lassale, se dá quando a Constituição não abrange os fatores reais, sendo 
denominada por ele como “uma mera folha de papel”. 
- Concepção Política: Defendida por Carl Schmitt, diz que a Constituição é o produto da 
decisão política fundamental. O autor diferencia Constituição de Lei Constitucional. A 1ª traz as 
normas que decorrem da decisão política fundamental, normas estruturantes do Estado, que 
nunca poderão ser reformadas. A 2ª será que estiver no texto escrito, mas não for decisão 
política fundamental, ex: art. 242, §§ 1º e 2º, CF - é matéria adstrita à lei, mas que está 
na Constituição, podendo ser reformadas por processo de reforma constitucional. 
- Concepção Jurídica: Defendida por Hans Kelsen, a Constituição é puro dever-ser, norma 
pura, não devendo buscar seu fundamento na filosofia, na sociologia ou na política, mas na 
própria ciência jurídica. 
Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais 
- Eficácia Contida: As normas constitucionais de eficácia contida tiveram sua abrangência 
restrita após a sua entrada em vigor, pois eram de eficácia plena e foram restritas em sua 
aplicabilidade. 
 
- Eficácia Plena: As normas constitucionais de eficácia plena têm a possibilidade de produzir 
efeitos desde o momento em que são editadas e entram em vigor, pois não dependem de 
outras normas para serem efetivadas. Elas já são completas e estão aptas a serem seguidas de 
imediato. 
 
- Eficácia Limitada: As normas constitucionais de eficácia limitada são o oposto das normas de 
eficácia plena, pois, no momento de entrada em vigor do texto constitucional, não possuem a 
possibilidade de serem aplicadas, por dependerem de regulação específica do legislador 
ordinário para serem regulamentadas. 
 
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
Os direitos fundamentais e os direitos humanos são definidos historicamente pela sociedade 
de acordo com a evolução do pensamento filosófico, jurídico e político do homem. Os direitos 
humanos são aqueles conquistados por meio de lutas pelos homens e que são protegidos 
independente da anuência dos Estados, no âmbito internacional e de forma universal. Os 
direitos fundamentais inicialmente são definidos, pela doutrina, de acordo com o ideal da 
Revolução Francesa da ‘Liberdade, Igualdade e Fraternidade’ e podem ser divididos em três 
dimensões: 
 
- Primeira dimensão de direitos fundamentais: trata dos direitos individuais e está ligada ao 
ideal revolucionário francês da liberdade. Portanto, determina direitos individuais específicos 
para limitar a ação do Estado diante do indivíduo, já que eles criam uma obrigação negativa do 
Estado perante os membros de sua população. 
 
- Segunda dimensão de direitos fundamentais: Há o surgimento dos direitos sociais, culturais, 
econômicos e coletivos. Os indivíduos deixam de ser vistos dentro do contexto da igualdade 
formal e a igualdade assume uma perspectiva material (real), ou seja, percebe-se a existência 
de fatores que podem vir a criar desigualdades entre os homens e a lei busca igualá-los através 
de tratamentos diferenciados para indivíduos diferentes. 
 
- Terceira dimensão de direitos: surge após a Segunda Guerra Mundial com a necessidade de 
uma proteção efetiva da pessoa humana, da expansão dos direitos já existentes e do 
nascimento de novos direitos. O direito à paz, ao desenvolvimento, ao meio ambiente sadio, à 
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e à conservação do patrimônio 
cultural e o direito à comunicação são exemplos de direitos de terceira dimensão. 
 
Características dos Direitos Fundamentais 
- Universalidade: aplicam-se a todos, sem qualquer distinção de gênero, raça, etnia, classe 
social, etc. 
- Historicidade: são históricos, pois são fruto da evolução da história humana. Eles vão se 
desenvolvendocom a evolução histórica humana. 
 
- Concorrentes: são exercidos simultaneamente. Ao mesmo tempo mais de um direito 
fundamental é aplicado. 
 
- Relatividade: não podem ser aplicados sempre de forma absoluta, ou seja, sempre existem 
exceções aos direitos fundamentais, por mais importantes que sejam. 
 
- Inalienáveis e Indisponíveis (Irrenunciáveis): ninguém pode abrir mão de seus direitos ou 
aliená-los com objetivos financeiros; apesar de poder não exercê-los se desejar. 
 
- Imprescritíveis: não possuem tempo de validade, não há intervalo temporal que possa 
invalidá-los. 
 
Hermenêutica Constitucional (Conceito básico) 
 
É consagrada pelo ideal do Neo Constitucionalismo. Pela importância suprema da constituição 
é importante que ela seja abordada por técnicas de interpretação específicas. Interpretar a 
constituição é diferente de interpretar as leis infraconstitucionais. É necessário duas 
abordagens específicas de interpretação. 
A primeira posição da Hermenêutica Constitucional é o chamado: “Interpretativismo”, que 
determina que o intérprete se limita pelo texto e pelos princípios explícitos na constituição. 
A segunda abordagem é a do “Não Interpretativismo”,na qual o intérprete vai além da norma 
e defende a aplicação dos valores constitucionais para a compreensão da constituição. 
 
Teorias do preâmbulo 
 
- Teoria da irrelevância jurídica: o preâmbulo está no âmbito da política, portanto, não possui 
relevância jurídica. 
 
- Teoria da plena eficácia: o preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas 
constitucionais. 
 
- Teoria da relevância jurídica indireta: o preâmbulo faz parte das características jurídicas 
da Constituição Federal , entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas 
desta. 
 
O Supremo Tribunal Federal ao enfrentar a questão conclui que o preâmbulo constitucional 
não se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da política, transparecendo a 
ideologia do constituinte. 
 
 
Poder Constituinte Originário 
É o poder constituinte que tem a capacidade de criar uma constituição, documento que 
organiza juridicamente um Estado. Podem ser classificados em: Histórico (cria a primeira 
constituição do Estado, no caso do Brasil efetivou-se com a elaboração da Constituição 
Imperial de 1824) ou Revolucionário. 
 
São características do Poder Constituinte Originário: 
- Poder Ilimitado: Não encontra limite temático, pode tratar dos temas que deseja; 
- Inicial: É o ponto de partida do regramento de um Estado, ou seja, inaugura a existência do 
ordenamento jurídico e o Estado do ponto de vista jurídico-formal. 
- Soberano: Não reconhece nenhuma força superior a si próprio, nem no âmbito interno ou 
internacional. 
- Autônomo: Pode estruturar a constituição como bem entender, de forma autônoma. 
- Incondicionado: Não se vincula à ordem jurídica anterior, por ser um poder político e não 
jurídico. Não se limita por lei. 
Poder Constituinte Derivado (Reformador, Revisor e Decorrente) 
O poder constituinte derivado é também chamado de poder constituinte instituído, 
secundário, de 2º grau ou remanescente. Não é, tecnicamente, um poder constituinte, mas 
um poder constituído. Ficando a cargo do legislador, no momento da elaboração da 
constituição, como tal poder será exercido. 
Poder Constituinte Reformador 
O poder constituinte derivado reformador estabelece a via ordinária de alteração da 
constituição, tendo caráter pontual e específico. A reforma se dá por meio de Emendas 
Constitucionais, tratadas no art. 60 da Constituição. A reforma deve respeitar um rito jurídico, 
sendo necessários aprovação de 3/5 de cada casa em dois turnos. Ao contrário da revisão, a 
reforma não dispõe de um limite tempo, podendo ser alterada desde a sua promulgação. 
 
Poder Constituinte Revisor 
A revisão é ampla e genérica, sendo exceção, pois é via extraordinária de modificação 
da constituição. A revisão constitucional se dá por meio de emendas constitucionais amplas, 
chamadas de revisionais, que possuem o intuito de analisar a adaptação do novo texto 
constitucional à sua aplicação prática, fazendo-se ajustes. O art. 3º, do ADCT diz que a revisão 
só poderá ocorrer passados cinco anos desde a promulgação da Constituição, em sessão 
unicameral do Congresso Nacional e pela maioria absoluta das duas casas. 
 
Poder Constituinte Decorrente 
O poder constituinte derivado decorrente é o poder outorgado aos entes estaduais da 
federação de editarem as suas próprias constituições. 
 
Poder Constituinte Difuso 
O poder constituinte difuso dá fundamento ao fenômeno denominado de mutação 
constitucional. Por meio da mutação constitucional, são dadas 
novas interpretações aos dispositivos da Constituição, mas sem alterações na literalidade de 
seus textos, que permanecem inalterados, com a premissa de preencher lacuna no texto 
constitucional. Constituem, portanto, alterações informais, decorrentes de fatos e 
transformações políticas, econômicas e sociais. Não é um poder ilimitado, pois lhe é vedado 
ferir determinados direitos e princípios estruturantes.

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