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RESUMO DIREITO CONSTITUCIONAL AV1

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Direito constitucional 1 
Conceito 
 
O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público, didaticamente autônomo, que 
estuda a organização e o funcionamento do Estado e a defesa dos direitos e garantias 
fundamentais. 
 
Segundo a teoria clássica, dual, o direito se divide em Direito Público e Direito 
Privado. O Direito Constitucional está inserido no Direito Público e pode ser 
chamado de Direito Público fundamental, pois se ocupa da lei fundamental e 
principal do Estado, ou seja, a Constituição. 
 
Essas normas não admitem disposição em contrário, ainda que haja acordo entre as 
partes. 
 
No âmbito privado prevalece o acordo de vontades, ou seja, as leis são uma opção e 
as partes podem estabelecer-se de forma diversa, desde que haja um consenso. 
 
A constituição, por exemplo, prevê a proteção dos direitos fundamentais do homem e 
o Estado não tem liberdade de desobedecer ou violar esses direitos, uma vez que o 
Estado deve obedecer a norma constitucional de forma cogente (obrigatória). 
 
O objeto de estudo do Direito Constitucional é a constituição e as normas 
constitucionais. 
O papel da constituição é de estabelecer a organização do Estado, definir 
os direitos fundamentais e estabelecer metas e programas para o futuro do 
Estado 
 
Os principais conteúdos tratados pelo Direito Constitucional e pelas constituições dos 
Estados são: os direitos e garantias fundamentais; a estrutura e organização do 
Estado e de seus órgãos; o modo de aquisição e a forma de exercício do poder; a 
defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas e os objetivos 
socioeconômicos do Estado. 
 
Constitucionalismo 
O Constitucionalismo é o movimento social, jurídico e político que tem como principal 
característica a limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto 
constitucional, com o objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. 
 
Na Idade Média, o grande marco do Constitucionalismo foi a Magna Carta 
de 1215, assinada pelo rei inglês João I, mais conhecido como João sem terra. 
Os principais documentos criados para a efetivação dos direitos foram o Petition of 
Rights (1628), o Habeas Corpus Act (1679), o Bill of Rights (1689) e o Act of 
Settlement (1701). 
 
O Constitucionalismo na contemporaneidade recebe o nome de 
Neoconstitucionalismo, sendo fruto de uma série de princípios constitucionais 
do século XX. Antes de se abordar de forma específica o Neoconstitucionalismo, 
é importante tratar de alguns constitucionalismos que o precedem. 
O Constitucionalismo Social é o movimento que passou a prever na constituição 
os direitos sociais, como por exemplo, o direito à saúde, à educação, 
à moradia, à alimentação, dentre outros. 
 
No Brasil, a Constituição de 1934 (terceira constituição brasileira) foi a primeira a 
prever a defesa de direitos sociais5. 
 
O Transconstitucionalismo é outro movimento de observação do 
Constitucionalismo que trata da relação que há entre o direito interno e o 
Direito Internacional para a melhor tutela dos direitos fundamentais. 
 
O Neoconstitucionalismo surgiu após a Segunda Guerra Mundial, 
como fruto do movimento do Pós-positivismo, tendo como marco teórico a Teoria da 
Força Normativa da constituição. O principal objetivo do Neoconstitucionalismo é 
buscar uma maior eficácia da constituição, em especial dos direitos fundamentais. 
 
Conceito de Constituição 
Na concepção de Niklas Luhmann, a constituição é um acoplamento estrutural entre o 
direito e a política, considerada como a lei máxima da sociedade. Portanto, o que 
viabiliza a conexão entre o direito e a política, como ciência da organização, 
administração e estruturação das vontades populares nos Estados Democráticos, é a 
constituição.12 
 
A primeira concepção de constituição importante de ser abordada é a 
Constituição em Sentido Sociológico, cujo principal responsável foi o autor 
Ferdinand Lassale, considerado como o precursor da social democracia alemã 
no século XIX. Para Lassale, a constituição é a soma dos fatores reais de poder 
que emanam do povo, uma vez que a constituição não é somente uma folha 
de papel. Assim, todo agrupamento humano tem uma constituição. No pensamento 
de Lassale percebe-se a existência de duas constituições: uma constituição 
real, que corresponde à soma dos fatores de poder que regem o Estado, 
e uma constituição escrita, que, quando não cumprida, apresenta-se apenas 
como uma folha de papel13. 
 
Cal Schmitt define a Constituição no Sentido Político e afirma que ela é 
“uma decisão política fundamental do povo”14. A posição decisionista é apontada 
por Schmitt, pois entende a constituição como um reflexo das escolhas, 
decisões, tomadas para a gestão do Estado. 
 
A mais importante concepção de constituição é a Constituição no Sentido 
Jurídico. Nessa concepção, Hans Kelsen afirma que a constituição é a lei mais 
importante de todo ordenamento jurídico. Diante dessa afirmativa, ele conclui 
que o ordenamento jurídico é um sistema hierárquico de normas, no qual a 
norma principal é a constituição. Kelsen representa o ordenamento jurídico de 
forma piramidal, colocando no topo da pirâmide a constituição, como norma 
que valida a existência de todo o ordenamento jurídico brasileiro16. 
 
A constituição existe em dois planos para Kelsen: no plano lógico-jurídico 
e no plano jurídico-positivo. A visão lógico-jurídica refere-se ao ideal da norma 
hipotética fundamental presente nos Estados, ou seja, trata do fundamento lógico, 
valorativo, no qual o legislador constituinte irá se basear para a elaboração 
da norma constitucional positiva. No plano jurídico-positivo trata da constituição 
como norma suprema positivada. 
 
 
Classificação das Constituições 
Quanto à origem 
A constituição é chamada de “promulgada”, “democrática” ou “popular” 
quando é elaborada com a participação do povo que irá ordenar, por meio 
da democracia direta ou da democracia representativa (eleição direta de uma 
Assembleia Nacional Constituinte). No Brasil, foram instituídas de forma democrática 
as constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.18 
 
As constituições nomeadas como “outorgadas” ou “impostas” são aquelas 
elaboradas sem a participação popular, impostas pelos governantes ao povo. 
Elas são o resultado de uma manifestação unilateral daqueles que exercem a 
gestão do Estado. No Brasil, foram instituídas de forma outorgada 
 
Há, ainda, na classificação de José Afonso da Silva, as constituições nomeadas 
como “cesaristas”. Elas são fruto de uma elaboração autoritária pelo 
Estado, mas passam por aprovação popular posterior por meio de plebiscito. 
 
Paulo Bonavides cita, também, a classificação de “constituições Pactuadas”, 
como aquelas que se efetivam por meio de um pacto realizado entre o rei (Executivo) 
e o Legislativo, determinando que o monarca tenha que se sujeitar a limites 
constitucionais. 
Ex.: Magna Carta de 1215, na qual os barões ingleses obrigaram o rei 
João I (João sem terra) a assinar e conceder direitos de liberdade e propriedade21. 
 
Quanto à forma 
As constituições escritas são aquelas materializadas em um documento escrito 
a fim de se buscar instrumentalizar e garantir a obediência de suas determinações. 
Todas as constituições brasileiras são escritas. 
 
As constituições não escritas não são codificadas e, portanto, não se materializam 
de forma específica como constituição. Essas constituições baseiam se nos costumes 
e, por isso, são utilizadas em Estados com consuetudinárias. 
Ex.: Constituição Inglesa em que parte das normas são costumeiras. 
 
Quanto ao modo de elaboração 
A constituição nomeada como “dogmática” é aquela elaborada em um único período, 
de uma só vez, sofrendo influências da época e do momento em que foi elaborada. A 
constituição “histórica” é elaborada
“aos poucos”, pois surge com o passar do tempo e 
com a evolução da sociedade24. 
 
Quanto à extensão 
As constituições extensas são classificadas como “prolixas” ou “analíticas” 
e são aquelas que, além de versar sobre os conteúdos básicos de uma constituição, 
optam por abordar outros assuntos no texto constitucional, e por isso 
ficam bastante estendidas 
As constituições “concisas” ou “sintéticas” possuem um conteúdo restrito 
ao que é estritamente necessário de ser tratado pela constituição. 
 
Quanto à finalidade 
É nomeada como “constituição garantia” aquela que pretende garantir os direitos 
fundamentais frente ao Estado, determinando limites para a atuação do Estado. 
 
A constituição será “dirigente” ou “programática” quando os seus artigos definirem 
objetivos para o futuro e para a atuação estatal. 
O legislador constituinte “dirige” a atuação futura dos órgãos governamentais. 
As constituições dirigentes possuem, portanto, as chamadas “normas programáticas”, 
que requerem uma atuação futura do governo para serem efetivadas. 
 
Quanto à estabilidade 
São classificadas como “constituições imutáveis” aquelas que não aditem 
qualquer tipo de modificação. Esse tipo de constituição não é popular, devido 
à dificuldade que ela coloca para a atualização do texto constitucional às novas 
demandas sempre trazidas pela evolução da sociedade27. 
 
As “constituições rígidas” são aquelas que admitem a modificação de seus 
textos, mas que exigem que a alteração ocorra somente após um processo legislativo 
mais dificultoso do que o utilizado para a elaboração de leis ordinárias. 
 
As constituições “semi-rígidas” estabelecem um processo legislativo mais 
complexo para a modificação da constituição somente para parte de seu texto 
constitucional, sendo o restante modificado nos mesmos critérios de modificação 
de lei ordinária. Ex.: Constituição Brasileira de 1824. 
 
As “constituições flexíveis” são aquelas que permitem a mudança do texto 
constitucional, por meio do mesmo processo ordinário de elaboração e modificações 
de leis. 
 
A constituição brasileira de 1988 é classificada como uma constituição rígida 
pela maioria dos autores, pois possui um processo legislativo dificultado 
para a modificação do texto constitucional. Entretanto, para Alexandre de 
Moraes ela se classifica como um a constituição super rígida, pois além de 
possuir essa rigidez, possui artigos que são imutáveis, conhecidos como 
Cláusulas Pétreas (Art. 60, § 4º, Constituição). 
 
Quanto ao conteúdo 
MATERIAL - As constituições que possuem apenas conteúdos essencialmente 
constitucionais são chamadas de ‘materiais’, pois cuidam somente de matérias, 
assuntos constitucionais, e reservam à legislação infraconstitucional os outros 
conteúdos 
FORMAL - As constituições formais, além do conteúdo material, tratam de assuntos 
extras, colocados na constituição por escolha do legislador constituinte, mas 
que poderiam estar previstos em outras normas 
 
Quanto à sistemática 
As constituições, em relação à sua sistemática, são classificadas como ‘codificadas’ 
quando estão contidas em um só texto, em um só código. 
 
As constituições variadas são as que são compostas por mais de um texto 
normativo, sendo formadas por um conjunto de leis32. 
 
Elementos das Constituições 
Elemento orgânico’, que organiza a estrutura do Estado. Ex.: Art. 2o, 18 e 92 da 
Constituição 
da República de 1988. 
 
O segundo elemento é conhecido como ‘elemento limitativo’, que objetiva 
restringir o exercício do poder do Estado, ao determinar a obrigação do Estado de 
respeitar os direitos fundamentais dos indivíduos 
 
elementos sócio-ideológicos’, que tratam das diferentes 
ideologias previstas no texto constitucional de um Estado. Ex.: Art. 3o e 170 da 
Constituição da República de 1988. 
 
elementos formais de aplicabilidade’ estabelecem regras 
e orientam na própria aplicação do texto constitucional. Ex.: preâmbulo 
da Constituição, disposições constitucionais transitórias e Art. 5o, §1o da 
Constituição36. 
 
Normas Constitucionais: aplicabilidade e Eficácia 
Normas Constitucionais de eficácia plena 
As normas constitucionais de eficácia plena têm a possibilidade de produzir 
efeitos desde o momento em que são editadas e entram em vigor, pois não dependem 
de outras normas para serem efetivadas. Elas já são completas e estão 
aptas a serem seguidas de imediato. 
 
Normas Constitucionais de eficácia contida 
As normas constitucionais de eficácia contida tiveram sua abrangência restrita 
após a sua entrada em vigor, pois eram de eficácia plena e foram restritas em 
sua aplicabilidade. 
 
As normas de eficácia contida poderão ser restritas: 
• pelo legislador infraconstitucional. (Ex.: art. 5º, VIII; art. 5º, XIII; art. 37, I 
da Constituição de 1988); 
 
• por outras normas constitucionais. (Ex.: arts. 136 a 141 da Constituição 
de 1988); 
 
• por conceitos jurídicos consagrados na doutrina e na jurisprudência. 
(Ex.: conceito de ordem pública na aplicação do art. 5º, XXV da Constituição 
de 1988). 
 
Normas Constitucionais de eficácia limitada 
As normas constitucionais de eficácia limitada são o oposto das normas de eficácia 
plena, pois, no momento de entrada em vigor do texto constitucional, não possuem a 
possibilidade de serem aplicadas, por dependerem de regulação específica do 
legislador ordinário para serem regulamentadas. 
 
Hermenêutica das Normas Constitucionais 
Interpretativismo”, que determina que o intérprete se limita pelo texto e pelos 
princípios explícitos na constituição39. 
 
Não Interpretativismo”, na qual o intérprete vai além da norma e defende a aplicação 
dos valores constitucionais para a compreensão da constituição40. 
 
Método Hermenêutico Jurídico Clássico (ou método de Savigny), no qual o 
intérprete utiliza-se dos métodos tradicionais de interpretação 
das leis, como o método gramatical ou literal. 
 
interpretação histórica, que verifica a genealogia da lei, que se preocupa com o 
momento histórico de criação da lei. 
 
O método lógico utiliza-se de raciocínios lógicos para entender a lei e também faz 
parte dessa perspectiva clássica. 
 
método teleológico, que analisa os objetivos pelos quais a lei foi criada, também está 
nesse contexto de método hermenêutico clássico. Portanto, o método hermenêutico 
jurídico clássico utiliza-se dos mesmos métodos de interpretação das leis para 
interpretar a constituição. 
 
O Método Tópico Problemático, que parte do problema para chegar na 
interpretação adequada na norma. 
 
O Método Científico Espiritual, que busca o espírito, a vontade da constituição, 
para compreendê-la. 
 
O Método Normativo Estruturante, no qual o interprete deve buscar o real sentido da 
norma constitucional, que não se confunde com o texto constitucional. 
 
Método Hermenêutico Concretizador de Konrad Hesse, no qual o intérprete 
parte de uma pré-compreensão da norma para depois fazer um círculo 
hermenêutico indo do fato à norma e da norma ao fato quantas vezes for necessário 
para sua compreensão46. 
 
O Método Comparativo, no qual o intérprete compara o texto da constituição 
do seu Estado com a constituição de outros Estados47. 
 
Princípio da Unidade: Estabelece que quando houver conflito entre normas 
constitucionais elas devem se compatibilizar, ou seja, esse conflito não 
deve ser solucionado como critérios de medição de qual seria a norma mais 
importante. 
 
Princípio da Máxima Efetividade (ou Eficiência): Determina que o intérprete 
deve extrair das normas constitucionais a maior eficácia, eficiência, possível, 
mesmo que sejam normas programáticas49. 
 
Princípio da Força Normativa da Constituição: Idealizado por Konrad 
Hesse e estabelece que a constituição deve durar o máximo possível, evitando-se
ao 
máximo as reformas constitucionais, o que gera uma estabilidade e segurança 
jurídica50. 
 
Princípio da Concordância Prática (ou Harmonização): Trata do conflito 
de direitos fundamentais, afirmando que eles devem se harmonizar na sua 
aplicabilidade51. 
 
Princípio da Justeza (ou conformidade funcional): Afirma que o intérprete 
não pode alterar as competências constitucionais52. 
 
Princípios da Integração (força integradora): Nos casos de conflitos de 
normas constitucionais, o intérprete deve prestigiar a norma que busca uma maior 
integração politica e social do Estado53. 
 
Princípio de Presunção de Constitucionalidade das leis: As leis presumem- 
se constitucionais até que haja prova em contrário54. 
 
Proporcionalidade. Esses princípios não devem se confundir, pois são distintos. 
O princípio da razoabilidade tem sua origem nos Estados Unidos, decorrendo 
do devido processo legal substantivo (substantive due process of law). Segundo a 
razoabilidade, analisa-se se o ato praticado pelo poder público é razoável, ou seja, se 
o ato não é razoável ele não será constitucional. 
 
Princípio da Proporcionalidade é diferente, tendo sua origem no Tribunal 
Constitucional Alemão e trata da verificação da limitação dos direitos fundamentais, 
por meio da legislação. O princípio da proporcionalidade utiliza-se de vários critérios 
para ser observado, como o da necessidade, adequação e, em especial, o critério 
da proporcionalidade em sentido estrito, que coloca na balança dos direitos 
constitucionais em conflito. 
 
Preâmbulo e Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
A constituição brasileira se divide em três partes: o preâmbulo, a sua parte 
permanente e os atos de disposições constitucionais transitórias. 
 
Preâmbulo da Constituição 
O preâmbulo é a parte preparatória do texto constitucional, a própria palavra 
“preâmbulo” significa introdução. O preâmbulo brasileiro encontra-se, portanto, 
antes do artigo 1o da Constituição e determina que: 
 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) após o artigo 250 
A principal diferença do ADCT, para a parte permanente do texto constitucional, 
é o fato de não ter um caráter permanente, ou seja, tem o objetivo de ser 
aplicado de forma transitória, por um tempo determinado. As normas constidas 
presentes no ADCT têm o objetivo de regulamentar o período de transição 
que se dá do regime jurídico estabelecido pela antiga constituição para o regime 
jurídico estabelecido pela nova constituição. 
 
Poder constituinte originário 
O poder constituinte originário é o poder constituinte que tem a capacidade 
de criar uma constituição, documento que organiza juridicamente um Estado. 
A constituição é um documento jurídico normativo que fará nascer um novo 
Estado do ponto de vista jurídico-formal. Ou seja, o exercício desse poder faz 
surgir, inaugurar, um novo Estado. O Estado nasce do documento editado pelo 
poder constituinte originário8. 
 
As características desse poder constituinte originário são: 
INICIAL: É o ponto de partida do regramento de um Estado, ou seja, 
inaugura a existência do ordenamento jurídico e o Estado 
do ponto de vista jurídico-formal. 
SOBERANO: Não reconhece nenhuma força superior a si próprio, nem 
no âmbito interno ou internacional. 
 
AUTONOMO: Pode estruturar a constituição como bem entender, de 
forma autônoma. 
 
INCONDICIONADO: Não se vincula à ordem jurídica anterior, por ser um poder 
político e não jurídico. Não se limita por lei.* 
 
ILIMITADO JURIICAMENTE: Não encontra limite temático, pode tratar dos temas que 
desejar.* 
 
Espécies de poder constituinte originário 
O poder constituinte originário histórico (ou fundacional) será aquele que 
cria a primeira constituição do Estado, no caso do Brasil efetivou-se com a elaboração 
da Constituição Imperial de 1824. 
 
Todas as demais constituições serão criadas por meio do poder constituinte 
originário revolucionário, que é o poder que cria uma nova constituição, em 
substituição à anterior, gerando uma profunda ruptura com a ordem jurídica anterior do 
Estado. 
 
Poder constituinte derivado 
O poder constituinte derivado é também chamado de poder constituinte instituído, 
secundário, de 2o grau ou remanescente. O poder constituinte derivado 
tem esses sinônimos porque tecnicamente ele não é um poder constituinte, 
mas um poder constituído, uma vez que no momento da elaboração da constituição 
o legislador constituinte irá determinar juridicamente como o poder 
constituinte derivado será exercido. Portanto, a própria constituição estabelecerá 
como deverá ser exercido, daquele momento em diante, quando se desejar 
alterá-la. É exatamente por essa característica que recebe o nome de poder 
constituinte “derivado”, pois deriva do exercício do poder constituinte originário, 
que traça suas características na constituição. 
 
Espécies de poder constituinte derivado 
Decorrente, Reformador e Revisor 
 
SUBORDINADO: Sujeita-se a uma ordem jurídica implementada, na constituição, 
justamente porque é instituído, juridicamente, pelo poder constituinte originário. É, 
portanto, um poder jurídico e não de fato. 
 
LIMITADO: A constituição impõe limites para a modificação da constituição,que são os 
limites de seu exercício. Ex.: Limitação de conteúdo (cláusulas pétreas). 
 
CONDICIONADO: Está vinculado a condições para fins de seu exercício. Seu 
exercício é limitado e possui condições pré-estabelecidas. 
 
Poder constituinte derivado revisional 
A revisão é ampla e genérica, sendo exceção, pois é via extraordinária de modificação 
da constituição. A revisão constitucional se dá por meio de emendas constitucionais 
amplas, chamadas de revisionais, que possuem o intuito de analisar a adaptação do 
novo texto constitucional à sua aplicação prática, fazendo- se ajustes. 
 
Poder constituinte derivado reformador 
 
O poder constituinte derivado reformador estabelece a via ordinária de alteração da 
constituição, tendo caráter pontual e específico, tratando de temas particulares do 
texto constitucional, em obediência aos limites impostos na própria constituição. 
 
Poder constituinte derivado decorrente 
O poder constituinte derivado decorrente é o poder outorgado aos entes estaduais da 
federação de editarem as suas próprias constituições. Nas federações há mais de um 
poder constituinte, pela existência do poder constituinte decorrente. 
 
O federalismo brasileiro, por ter características próprias, determina que os entes 
federativos brasileiros não tenham a mesma liberdade do federalismo estadunidense. 
Os estados-membros podem editar suas próprias constituições, mas o poder 
constituinte decorrente é limitado a obedecer os ditames e estar de acordo com a 
Constituição da República. 
 
Nova constituição e ordem jurídica anterior 
1 – nova constituição entra em vigor imediatamente. 
2 – A nova revoga inteiramente a antiga. 
3 – Recepção – por uma necessidade pratica o conteúdo das normas infra 
constitucionais relativas a antiga constituição tem seu conteúdo recepcionado na nova 
ordem constitucional desde que com ela seja compatível. 
4 – Irretroatividade – em regra, a nova constituição não produz efeitos retroativos, 
salvo previsão expressa que não gere prejuízos aos direitos dos cidadãs . 
5 – Desconstitucionalização – usar 1 norma da constituição antiga para sanar um 
problema que a nova constituição não previu. 
 
 
Teoria da repristinação 
A Teoria da Repristinação estabelece a possibilidade de que uma lei que já tenha sido 
revogada volte a ter validade. O ordenamento jurídico brasileiro não permite a 
repristinação de forma tácita, apenas quando há uma previsão formal na nova lei. 
 
 
Emenda Constitucional 
. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pode ser apresentada pelo
presidente 
da República, por um terço dos deputados federais ou dos senadores ou por mais da 
metade das assembleias legislativas, desde que cada uma delas se manifeste pela 
maioria relativa de seus componentes. 
 
PROJETO DE LEI 
Um projeto de lei pode ser proposto por qualquer parlamentar (deputado ou senador), 
de forma individual ou coletiva, por qualquer comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, pelo Presidente da República, pelo 
Supremo Tribunal Federal, pelos Tribunais Superiores e pelo Procurador-Geral da 
República. A Constituição ainda prevê a iniciativa popular de leis, permitindo aos 
cidadãos apresentar à Câmara dos Deputados projeto de lei, desde que cumpram as 
exigências estabelecidas no §2º do art. 61. Outra forma de participação popular que a 
sociedade dispõe para propor projetos de lei é a apresentação de sugestões 
legislativas (SUGs). 
 
CASOS CONCRETOS: 
 
Caso concreto semana 1 
Correto, a primeira parte fala de Lassale, que defende o sentido sociológico ao afirmar que 
uma constituição só seria legitima a partir do momento em que se submetesse aos fatores 
reais de poder, sendo esta a constituição real e efetiva. A segunda parte fala de Konrad Hesse 
dizendo que a constituição deve impor-se sobre estes fatores não tomando uma postura 
exclusivamente passiva, onde as normas jurídicas e a realizada sejam consideradas em um 
condicionamento reciproco. Por fim, fala-se de Kelsen e o sentido jurídico no qual a 
constituição seria o equivalente a norma positiva suprema, ou seja, um conjunto de normas 
que regula a criação de outras normas. 
As 3 estão corretas 
 
Caso concreto semana 2 
a) Dando mais flexibilidade para a interpretação da constituição conforme a evolução da 
sociedade brasileira. 
b) Eclética e heterodoxa 
 
Caso concreto semana 3 
Errada, pois trata-se de um ato licito (fumar) e a contratação de empregados para 
testar os produtos não poderia ser considerado um ato ilícito, sendo assim também 
podemos observar o dispositivo da livre iniciativa profissional. 
Lembrando que o empregador deve obedecer as normas de segurança e diminuição de risco. 
 Caso aula 4 
A afirmação esta incorreta, pois a norma prevista neste artigo e uma norma de 
aplicabilidade contida que significa dizer que o constituinte originário permitiu que o 
legislador infraconstitucional regulamenta-se a matéria dando base a matéria restritiva. 
Em resumo esta norma e de eficácia contida e aplicabilidade direta.

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