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AULA III - REQUISITOS DO SERVIÇOS PÚBLICOS

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Prof. Zanzoni
REQUISITOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”
Famoso “L.I.M.P.E.”
“A Adm Pub Direta e Indireta ...” (Estrutura Organizacional do Estado para alcançar o interesse público  precisa de organizar).
Atividades Típicas: fundamentalmente prestando serviço à Sociedade.
Atividades Atípicas: de igual para igual com o “particular” na exploração de uma atividade econômica (coloca a Adm na condição de “empresário”).
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Órgão não possui “PJ”
Controle Hierárquico
Subordinação
Órgão (Min)
Controle Finalístico
Vinculação
CENTRALIZAÇÃO
Descentralização
Desconcentração
Adm Pub Direta
(Centralizada)
U / E / DF / Mun.
Presid.
M M A
AD
IBAMA
AI
Entidades Administrativas 
A / FP / EP / SEM
(CF, Art 37, XIX)
Entidades possuem “PJ”
Dept.
AI
Outorga (Lei)
Titularidade;
 Execução.
Delegação (Contrato/Ato)
 Execução
(Concessão / Permissão / Autz.)
Social (Ent. Paraestatais / 3º Setor)
 Sistema “S”;
 OS;
 OSCIP.
A Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo em âmbito federal, diferencia as duas figuras jurídicas, ao definir:
ÓRGÃO - como “a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da Administração indireta”;
ENTIDADE – como “unidade de atuação dotada de personalidade jurídica”.
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O controle hierárquico é resultado do exercício do Poder Hierárquico. Logo, decorre da forma como está estruturada e organizada a Administração Pública, sendo conseqüência do escalonamento vertical dos órgãos e cargos no âmbito do Poder Executivo. Deste controle decorrem as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades administrativas. E ainda, por meio dele, as autoridades acompanham, orientam e revêem as atividades dos servidores.
Diferente do controle finalístico que consiste, simplesmente, no controle de legalidade da atuação administrativa, de verificação do cumprimento do programa geral do Governo determinado em lei, não tendo fundamento hierárquico, porque não há subordinação entre a entidade controladora e a controlada. É o que acontece com as pessoas jurídicas da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista), que são controladas finalisticamente pela Administração Direta, sem que haja qualquer hierarquia entre essa e aquelas.
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DICA DO DIA
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http://oglobo.globo.com/pais/onibus-funcionam-sem-licitacao-em-13-capitais-do-pais-9598716
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Requisitos do Serviço Público
A CF/88 (art. 175, parágrafo único, inciso IV) fala em “serviço adequado”, sem definir essa expressão. 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Por causa dessa menção feita pela CF, a Lei 8.987/1995 entendeu por bem estabelecer requisitos mais ou menos genéricos para que um serviço público enquadre-se como “serviço adequado”.
Tudo o que há sobre serviço adequado em nosso Direito legislado está no art. 6º da Lei 8.987/1995, a saber:
“Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.”
(ESAF/Especialista em Pol. Públ. e Gest. Gov/MPOG/2002) No âmbito do serviço público, a noção de serviço adequado abrange as seguintes condições, exceto:
a) cortesia na sua prestação
b) atualidade
c) modicidade nas tarifas
d) continuidade
e) gerenciamento participativo
COMENTÁRIOS:
Voltando à questão, é fácil constatar que as letras “a” a “d” trazem princípios enumerados no § 1º do art. 6º. A letra “e” fala em “gerenciamento participativo”. Isso não integra o conceito de serviço adequado. 
Gerenciamento participativo seria a exigência, pela lei, de que houvesse participação dos usuários dos serviços no conselho de administração ou outro órgão administrativo da concessionária ou permissionária. Essa exigência não existe (seria um excesso de interferência na autonomia privada, uma vez que a delegatária é pessoa privada, não integrante da Administração).
Gabarito: letra “e”.
Comentando:
REGULARIDADE
Não eventualidade.Manutenção da qualidade do serviço. 
CONTINUIDADE
Também denominada princípio da permanência (não deve parar)
EFICIÊNCIA
Fazer certo as coisas.
Obs: relacionam-na à eficácia e à efetividade
SEGURANÇA
ATUALIDADE
Compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
GENERALIDADE
A doutrina ensina que generalidade traduz a obrigação de prestar o serviço a todos quantos o solicitem, sem exclusão de populações ou áreas “menos lucrativas”.
CORTESIA NA PRESTAÇÃO
MODICIDADE DAS TARIFAS
A remuneração pelo serviço deve ser razoável, vedada a obtenção de lucros extraordinários ou prática de margens exorbitantes pelas delegatárias.
Obs: os contratos poderão prever mecanismos de revisão de tarifas, a fim de manter o equilíbrio econômico-financeiro (art. 9º, § 2º)
(CESPE/Analista Judiciário TST/Área Administrativa/2003) 
Serviços públicos adequados, de acordo com a legislação vigente, são os que satisfazem as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 
A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, enquanto a generalidade está ligada à melhoria e à expansão do serviço.
COMENTÁRIOS:
Novamente, uma questão sobre os §§ 1º e 2º do art. 6º da Lei 8.987/1995.
A primeira frase, em que são enumerados os princípios que integram o conceito de “serviço adequado”, está certa. Ela reproduz o § 1º do art. 6º.
A segunda frase, que trata especificamente da atualidade está errada. Atualidade diz respeito não só à modernidade (o que é mais ou menos intuitivo), mas também à conservação, à melhoria e à expansão do serviço (vejam que, pelo menos para mim, expansão não parece ter nada a ver com “atualidade”, mas como a Lei diz que tem, então tem).
Generalidade não está definido na lei mas traduz a obrigação de prestar o serviço a todos quantos o solicitem, sem exclusão de populações ou áreas “menos lucrativas”, não tendo qualquer ligação com melhoria e expansão do serviço, que dizem respeito à atualidade.
Item errado (E).
(CESPE/ACE-TCU/2004) Os requisitos do serviço público identificam-se com o conteúdo dos princípios da permanência ou continuidade, da generalidade, da eficiência, da modicidade e da cortesia.
COMENTÁRIOS:
Esse item do CESPE “escolheu” alguns dos princípios que estão arrolados no § 1º do art. 6º da Lei 8.987/1995. 
Para o princípio da “continuidade”, apresentou o sinônimo “permanência”, nome usualmente empregado pela doutrina; também, na “modicidade”, não usou a expressão legal, que é “modicidade das tarifas”.
De qualquer forma, nenhum desses fatos, nem o de não ter enumerado todos os princípios que estão no § 1º do art.
6º (lista, aliás, que não é exaustiva), torna o item errado.
Item certo (C).
(CESPE/ Escrivão PF/2002) Considere a seguinte situação hipotética.
Certa empresa era concessionária de serviço público de telefonia. Por motivos técnicos, divulgou, pela imprensa oficial e em veículos de imprensa de grande alcance, que determinadas centrais telefônicas ficariam inoperantes durante algumas horas em dia próximo, a fim de que, nelas, se fizessem serviços de manutenção preventiva.
Nessa situação, a despeito das cautelas adotadas pela empresa, é juridicamente correto afirmar que houve ofensa ao princípio da continuidade dos serviços públicos, o que por sua vez, poderia justificar a aplicação de penalidade à empresa por parte do poder concedente.
COMENTÁRIOS:
Esse item do CESPE leva-nos, prontamente, ao § 3º do art. 6º da Lei 8.987/1995.
Tal dispositivo legal relaciona situações em que a paralisação da prestação do serviço público é justificada, não configurando lesão ao princípio da continuidade.
São três situações: emergência, razões de ordem técnica ou de segurança (como a manutenção periódica, ou reparos preventivos), e inadimplemento do usuário, “considerado o interesse da coletividade” (por causa dessa restrição, por exemplo, uma escola ou um hospital não poderá ter sua energia elétrica “cortada” se deixar de pagar a conta).
A emergência, evidentemente, não pressupõe aviso prévio (se fosse possível aviso prévio, não seria emergência). As outras duas situações, obrigatoriamente, exigem aviso prévio.
O caso descrito no item enquadra-se perfeitamente no inciso I do § 3º.
Juridicamente, não houve quebra da continuidade, portanto, não é cabível aplicação de sanção por essa paralisação.
Item falso (F).
Direitos e Obrigações do Usuário
O art. 7º da Lei nº 8.987/1995 estabelece como DIREITOS:
 I - receber serviço adequado;
 II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;
 III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente. 
 IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;
 V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço;
 
Além disso, as concessionárias de serviços públicos nos Estados e no DF são obrigadas a oferecer ao consumidor e usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de 6 datas opcionais para escolherem os dias de vencimentos de seus débitos (art. 7º-A)
OBRIGAÇÃO
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.
Obrigado!
REFERÊNCIAS:
 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 20ª ed. São Paulo: Método, 2012;
 Constituição Federal de 1988;
 Lei nº 8.987/1995;
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