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Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível Universidade Federal Rural do Semi-Árido Campus Pau dos Ferros Fenômenos de Transporte Prof. Bel. William Vieira Roteiro de Aula 1. Descrição e classificação do escoamento; 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido ; 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares; 4. Considerações Sobre o Escoamento Turbulento em Tubos e Dutos Circulares; 5. Perda de Carga; 6. Equação de Energia; 7. Cálculo da Perda de Carga; 8. Dimensionamento de bombas e turbinas. 2 Podemos classificar o escoamento de um fluido da seguinte forma [Classificação de FOX (2011)]. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 3 Mecânica dos Fluidos dos Meios Contínuos (?) Não Viscoso µ=0 Viscoso Laminar Turbulento Compressível Incompressível Interno Externo Viscoso? Laminar? Turbulento? ▪ Os fluidos reais apresentam viscosidade. Essa grandeza é responsável por balizar a facilidade ou a dificuldade de um fluido escoar. ▪ Newton através de uma simples relação matemática relacionou a taxa de deformação de um fluido com a tensão de cisalhamento atuante em regime laminar, de modo que, Onde a constante de proporcionalidade é a viscosidade do fluido (µ). Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 4 u y ▪ Para uma gama de fluidos conhecidos, como a água e a maioria dos gases esta relação é válida. ▪ No caso de suspensões coloidais, géis, amido, petróleo, etc., o comportamento da tensão de cisalhamento não é linear (Fluidos não Newtonianos). Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 5 Qual a origem da viscosidade? ▪ Associa-se a viscosidade dos fluidos as forças internas de ligação das moléculas (forças de campos entre átomos). ▪ Como a interação molecular varia com a temperatura, a viscosidade também será função da temperatura. Logo, Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 6 ( )T ▪ A viscosidade apresentada até o momento foi a dinâmica (µ), entretanto, existe uma outra forma de determinação: a viscosidade cinemática (𝜐), onde, Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 7 Viscosidade Referência Unidade Dinâmica Sistema Internacional (S.I.) N⋅s/m² Sistema CGS Poise Cinemática Sistema Internacional (S.I.) m²/s Sistema CGS Stoke Para fluidos reais, isto é, aqueles que possuem viscosidade, o regime de escoamento apresenta-se de duas formas: Laminar e Turbulento. ▪ Laminar: para fluidos em baixas vazões o escoamento se comporta como lâminas ou camadas sobrepostas sem perturbação. Dessa forma, as trajetórias das partículas fluidas são bem definidas (ocorrência em baixa velocidade e/ou alta viscosidade). Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 8 Turbulento: diferentemente do caso anteriormente citado, no regime de escoamento turbulento a trajetória das partículas fluidas não é bem definido. Além disso, apresenta-se como tridimensional, ocorrendo movimento em todas as direções somado ao movimento principal. Dessa forma, ocorre o mistura de fluido entre camadas subjacentes Emprego de equações semi-empíricas e dados experimentais. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 9 Laminar Turbulento ▪ Osborn Reynolds estudou o escoamento interno de fluidos viscosos. Em seu experimento ele montou uma tubulação transparente com um regulador de vazão e nela inseriu um corante. ▪ Regulando a vazão para diversas situações, Reynolds percebeu empiricamente que a determinação do regime de escoamento se dá pelas seguintes variáveis: (1) Massa específica (ρ); (2) Viscosidade (µ); (3) Velocidade (ν); (4) Diâmetro da tubulação (D). De modo que, Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 10 Re vD vD Número de Reynolds (Re) ✓ Laminar: Re < 2.000; ✓ Transição: 2.000≤ Re ≤ 2.400; ✓ Turbulento: Re>2400. Caracterização do Ensaios de Osborn Reynolds Video Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 1. Descrição e classificação do escoamento 11 Considere um tubulação circular com uma região de entrada conforme a figura abaixo. Inicialmente na entrada da tubulação o perfil de velocidade é constante de módulo Uo. ▪ Pela condição de não deslizamento da parede da tubulação, a velocidade deve ser nula em toda a extensão do tubo; ▪ A força de cisalhamento retarda a velocidade do fluido enquanto este percorre um comprimento de entrada, havendo a formação de uma camada limite; Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido 12 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido 13 ▪ Após o comprimento de entrada o velocidade de velocidade do fluido não muda mais ao longo de x. Dessa forma, dizemos que nessa condição o escoamento é completamente desenvolvido. ▪ Vale ressaltar que a partir do comprimento de entrada o escoamento é completamente viscoso. ▪ Nossos estudos referentes ao escoamento interno, viscoso e incompressível se concentrarão sempre após o comprimento de entrada. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido 14 Posição no Tubo Perfil de Velocidade Na entrada do tubo x = 0 u = Uo Na região em desenvolvimento x ≤ L u = u(x,r) Na região plenamente desenvolvida x > L u = u (r) Experimentalmente foi verificado que o gradiente de pressão ao longo do escoamento não é constante enquanto o fluido ainda está no comprimento de entrada. Entretanto, após o perfil de velocidade atingir a condição de completamente desenvolvido o gradiente de pressão assume valor constante. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido 15 ▪ O comprimento de entrada, por sua vez, é função do número de Reynolds (Re). Empiricamente, Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido 16 0,06 0,06 Re L vD D 1/64,4(Re) L D Laminar Turbulento EXEMPLO 1 Água flui em um tubo de 20 cm de diâmetro e é usada para preencher um recipiente de 400 cm³. Determine o tempo necessário para preencher o recipiente se: ▪ Considere µ = 1,003 Pa.s a) Tempo máximo se o escoamento for laminar; b) Tempo mínimo se o escoamento for turbulento. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido 17 EXEMPLO 2 Calcule o comprimento de entrada máximo e mínimo para o regime laminar e turbulento nas seguintes situações: a) Em função de D. b) Para o diâmetro do EXEMPLO 1. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 2. Região de entrada e escoamento completamente desenvolvido 18 ▪ Concentraremos agora nossos esforços para o escoamento laminar e interno de um tubo ou duto, isto é, aqueles em que Re < 2000. Dessa forma, considere uma tubulaçãocom as características da Figura abaixo por onde escoa um fluido em regime laminar. ▪ Nosso objetivo agora é determinar uma relação entre as forças motrizes do escoamento e a sua modificação devido a ação da viscosidade. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 19 Como estamos tratando de um regime laminar, ou seja, bem comportado da velocidade, a velocidade do escoamento possui apenas uma componente. Utilizaremos a partir daqui a equação de Navier-Stokes para determinar o perfil do escoamento com as seguintes considerações: (1) Escoamento Unidimensional e laminar; (2) Escoamento Completamente Desenvolvido; (3) Escoamento Axissimétrico; (4) gx=0; (5) Vθ =Vr = 0; (6) Regime Permanente. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 20 ˆ ˆˆ ( ) ( )esc r x esc xV v r v v i V v r u r Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 21 2 Direção r: ² ²1 1 2 ² ² ² ² Direção : 1 1 r r r r r r r x r r x r r x v v vv v v v v vp v v g rv v t r r r x r r r r r r x v v v v v v v p v v g rv t r r r x r r r r ² ²1 2 ² ² ² ² Direção x: ² ²1 1 ² ² ² r x x x x x x x x r x x x v vv v r r x v v v v v v v vp v v g r t r r x x r r r r x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 22 Após as devidas simplificações e tomando a linha de equação referente à direção do escoamento, segue que, Após as integrações sucessivas, xdvd r pr dr dr x 1 2 ² ( ) ln 4 r p u r C r C x Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 23 Usando as seguintes condições de contorno: I. C.C. 1: u(R)=0; II. C.C. 2: d(u)/dr|r=0 = 0 Ao aplicarmos as C.C, obtemos o perfil de velocidade para o problema, em que, Podemos também calcular a vazão do sistema, 1 ( ) ( ² ²) 4 p u r r R x ( )2Q VdA u r rdr Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 24 Logo, Por fim, Lembrando que e 0 1 ( ² ²) 2 4 R p Q r R rdr x 4 8 R p Q x 2 D R p P x L Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 25 Chegamos a Isolando o termo acima para pressão, temos o seguinte resultado: Dessa forma, para escoamento LCD, concluímos que: ✓Para uma tubulação retilínea a perda de pressão agora é função não só da velocidade (diâmetro e vazão) e da altura (z), mas também da viscosidade (tensão de cisalhamento). ✓Se não há variação de z ou V, a atividade viscosa se apresenta na variação da pressão. 4 128 PD Q L 4 128 LQ P D Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 26 Chegamos a Isolando o termo acima para pressão, temos o seguinte resultado: Dessa forma, para escoamento LCD, concluímos que: ✓Para uma tubulação retilínea a perda de pressão agora é função não só da velocidade (diâmetro e vazão) e da altura (z), mas também da viscosidade (tensão de cisalhamento). ✓Se não há variação de z ou V, a atividade viscosa se apresenta na variação da pressão. 4 128 PD Q L 4 128 LQ P D Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 27 EXEMPLO 3 Calcule a vazão em um conduto de ferro fundido, sendo dados D = 10 cm, ν = 0,7x10-6 m²/s e sabendo-se que dois manômetros instalados a uma distância de 10 m indicam, respectivamente, 0,15Mpa e 0,145Mpa (γH2O = 10 4 N/m³). Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 28 Como percebido, embora um dado tubo circular esteja situado sobre a mesma cota e não apresente variações em seu diâmetro, uma diferença de pressão foi oferecida ao fluido. Nas condições citadas, se esta tubulação atendesse as restrições da equação de Bernoulli obteríamos, por sua vez, uma diferença de pressão ∆𝑃 nula, isto é, (1) Não há variação de diâmetro V1=V2; (2) Não há variação de cotas altimétricas. 2 2 1 1 2 2 1 2 2 2 p v p v z z g g g g (1) (1)(2) (2) Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 3. Escoamento Laminar em tubos e dutos circulares 29 Dessa forma, torna-se evidente que o balanço de energia entre as seções do escoamento não é mais constante, havendo, portanto, conversão da energia do escoamento em outra forma de energia menos organizada (calor). Logo, a linha de energia não será constante ao longo do escoamento, bem como a pressão em tubulações retilíneas e uniformes. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 4. Considerações Sobre o Escoamento Turbulento em Tubos e Dutos Circulares 30 O escoamento turbulento apresenta similaridades com o regime laminar. Contudo, não é possível obter analiticamente uma fórmula de queda de pressão ao longo do escoamento. ▪ Assim como no caso laminar, ao longo de um escoamento de um fluido viscoso em regime turbulento uma parcela da energia do escoamento é perdida em uma outra forma de energia. Como quantificamos essa perda? Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 5. Perda de Carga 31 Para quantificar a perda de energia em um escoamento, utilizaremos novamente a Primeira Lei da Termodinâmica escrita através do Teorema de Reynolds aplicado a um escoamento conforme o ilustrado na figura abaixo: ² 2 s cisa outros VC SC V Q W W W e dV u gz p V dA t Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 5. Perda de Carga 32 Aplicado as seguintes considerações: (1) Regime Permanente; (2) Inexistência de trabalho de cisalhamento – O volume de controle não contempla as paredes da tubulação. (3) Inexistência de outros trabalhos. ² 2 s cisa outros VC SC V Q W W W e dV u gz p V dA t 0 (2) 0 (3) 0 (1) Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 5. Perda de Carga 33 É importante relembrar que Ws refere-se ao trabalho de eixo: trabalho produzido por bombas, turbinas e demais máquinas. Pela convenção de sinais, consideramos que as energias adicionadas (BOMBAS) a um dado sistema possui sinal negativo, enquanto as energias retiradas (TURBINAS) possuem sinal positivo. Trabalho de Eixo Sinal Adicionada (Bombas) Negativo Retirada (Turbinas) Positivo bomba s Turbina W W W Fenômenos de Transporte– Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 5. Perda de Carga 34 Logo, Aplicando a regra da cadeia para a taxa de calor e integrando a equação acima para as superfícies de controle 1 e 2, segue que, 1 2 ² ² 2 2 bomba Turbina V V Q W W u gz p V dA u gz p V dA 2 2 2 2 1 1 1 2 2 1 2 2 bomba TurbinaW W V p V pdQ u u gz gz dm m m Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 5. Perda de Carga 35 No intuito de obter uma equação com dimensão de Energia por peso, multiplicaremos ambos os lados desta por 1 𝑔 . Portanto, Definiremos a partir daqui o termo como a perda de carga do escoamento (𝐻𝑓). 2 2 2 2 1 1 1 2 2 1 1 2 2 bomba TurbinaW W V p V pdQ u u z z g dm mg mg g g g g A perda de carga (𝑯𝒇) representa a conversão irreversível de energia mecânica em energia térmica no escoamento 1 2 1 dQ u u g dm Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 6. Equação de Energia 36 Definiremos também o termo referente à bomba e à turbina da seguinte forma, bomba bomba W H mg turbina turbina W H mg Carga da Bomba ou Altura Manométrica da Bomba Carga da Turbina ou Altura Manométrica da Turbina Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 6. Equação de Energia 37 Por fim, a equação trabalhada até o presente momento apresentará a seguinte forma: A equação acima é denominada de Equação de Energia Energia Mecânica do estágio 1 Energia Mecânica do estágio 2 Carga da Turbina Carga da Bomba Perda de Carga 2 2 1 1 2 2 1 2 2 2 bomba turbina f V p V p z z H H H g g g g Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 6. Equação de Energia 38 Formas Usuais da Equação de Energia • Sem Bomba e Turbina: • Com Bomba e sem Turbina: • Sem Bomba e com Turbina: 2 2 1 1 2 2 1 2 2 2 f V p V p z z H g g g g 2 2 1 1 2 2 1 2 2 2 bomba f V p V p z z H H g g g g 2 2 1 1 2 2 1 2 2 2 turbina f V p V p z z H H g g g g Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 39 Numa gama de problemas uma ou mais variáveis do escoamento podem ser desconhecidas. Caso não houvesse uma maneira alternativa de calcular a perda de carga, a Equação de Energia para estes casos não teria solução. Desse modo, a partir de agora são apresentados alguns resultados experimentais e semi-empíricos que visam quantificar a perda de carga nos escoamentos de fluidos viscosos e incompressíveis. PROBLEMAS TÍPICOS: I. Determinar a perda de carga, para um determinado tubo (L e D) e uma dada vazão; II. Determinar o comprimento L de uma tubulação para uma dada perda de carga, diâmetro e vazão; III. Determinar a vazão para um dado tubo (L e D) e de perda de carga conhecida; IV. Determinar o diâmetro D de um tubo para um dado comprimento L, perda de carga e vazão. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 40 A perda de carga nos escoamentos pode acontecer de duas formas: contínua ao longo da tubulação, também conhecida como PRIMÁRIA ou por meio de acessório (válvulas, conexões, etc.), ou ainda perda de carga SECUNDÁRIA. De modo que, CONTÍNUA (𝑯𝒇,𝒄) LOCALIZADA (𝑯𝒇,𝒍) , , ,f T f c f lH H H Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 41 ,f cH ,f lH REPRESENTAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA AO LONGO DE UMA TUBULAÇÃO Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 42 A perda de carga contínua ou primária é calculada por meio da Equação Universal da Perda de Carga de Darcy-Weisbach. Onde, 𝑓 = Fator de atrito; L = Comprimento total da tubulação; D = Diâmetro da tubulação; V = Velocidade média do escoamento; g = Gravidade. O fator de atrito é uma constante e recebe abordagens diferentes para o caso laminar e turbulento. 2 , 2 f c L V H f D g Diagrama de M Colebrook Haaland oody Re,f D Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 43 ▪ Para o caso laminar, ▪ Para o caso turbulento, 64 (Re) Re f 2 , 64 Re 2 f c L V H D g Rugosidade Relativa Todo material, por mais polido que seja, possui rugosidades. Essas rugosidades são responsáveis por diminuir a energia do escoamento através da perda de carga localizada. A rugosidade absoluta (𝜺) depende do tipo de material empregado na tubulação. A rugosidade relativa, por sua vez, é a razão entre a rugosidade absoluta e o diâmetro da tubulação (e -adimensional). Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 44 e D Quando não especificado, a rugosidade absoluta pode ser adotada como sendo a média entre os valores extremos. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 45 Com posse desses valores, podemos calcular o fator de atrito por meio da Fórmula de Colebrook ou de Haaland. ▪ Equação de Colebrook (Transcendental ou iterativa): ▪ Equação de Haaland (explicita): Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 46 1 2,51 2,0log 3,7 Re D f f 2 0,9 5,74 0,25 log 3,7 Re Df As equações mostradas anteriormente produzem resultados com um erro de até 2% do valor real. Sendo que a mais precisa delas é a Equação de Colebrook. Uma outra maneira de determinar o fator de atrito é por meio do Diagrama de Moody: Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 47 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 48 DIAGRAMA DE MOODY Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 49 MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA: (1) Determinar a velocidade do escoamento para cada diâmetro de uma dada tubulação; (2) Calcular o número de Reynolds definindo se o regime é Laminar ou Turbulento; (3) Caso o escoamento seja Turbulento, determinar a rugosidade relativa da tubulação; (4) Determinar o fator de atrito; (5) Somar todos os comprimentos lineares; (6) Calcular a perda de carga contínua pela equação universal. EXEMPLO 4 Calcule a perda de carga contínua para uma tubulação de PVC de 50 mm distribuída espacialmente conforme a figura abaixo. Dado: 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1000 𝑘𝑔/𝑚³ 𝜇á𝑔𝑢𝑎 = 1,003 ∙ 10 −3 𝑃𝑎 ∙ 𝑠 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 50 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 51 0,0225 0,0003 FATOR DE ATRITO PARA EXEMPLO 4 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 52 São empregados acessóriosnas tubulações para que sejam atendidas as demandas de projeto. Ex.: O emprego de curvas e joelhos para ligar tubos horizontais a verticais. O emprego de válvulas e registros para controlar a vazão de escoamento. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 53 K - Coeficiente de perda de carga; Le – Comprimento equivalente da tubulação em metros de tubulação retilínea. Para as perdas secundárias ou localizadas são devido à perda de energia do fluido ao passar por esses acessórios. Estas ainda são calculadas segundo a seguintes fórmulas: , ² 2 f l V H K g , ² 2 e f l L V H f D g São parâmetros fornecidos pelos fabricantes dos acessórios Método dos coeficientes de perda de carga Método dos comprimentos equivalentes Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 54 VALORES DE Le/D PARA DIVERSOS ACESSÓRIOS Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 55 VALORES DE COEFICIENTES DE PERDA DE CARGA PARA DIVERSOS ACESSÓRIOS Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 56 MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA LOCALIZADA: (1) Verificar e quantificar todos os acessórios presentes na tubulação; (2) Procurar nas tabelas os valores dos coeficientes de perda de carga ou dos comprimentos equivalentes; (3) Calcular a perda de carga localizada para cada acessório; (4) Somar todas as parcelas relativas à todos os acessórios presentes ao longo da tubulação. ➢ Calcular a perda de carga total através da soma das perdas localizadas adicionada da perda contínua. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 57 EXEMPLO 5 Calcule a perda de carga localizada pelo método dos coeficientes de perda de carga para uma tubulação de PVC de 50 mm ilustrada na figura abaixo com os seguintes acessórios: - 3 cotovelos 90º. K= 0,9; - 1 válvula de pé. K=1,75; - 1 Válvula de retenção. K=2,5. Dados: 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1000 𝑘𝑔/𝑚³ 𝜇á𝑔𝑢𝑎 = 1,003 ∙ 10 −3 𝑃𝑎 ∙ 𝑠 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 58 ENTRADA E SAÍDA DE TUBULAÇÕES (a)Saída do tubo. (b)K=1 (b) Entrada do tubo. K – depende do tipo de entrada Slide 56 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 59 r/D K 0,02 0,28 0,06 0,15 >0,15 0,04 ENTRADA DE TUBULAÇÕES Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 60 EXPANSÕES E CONTRAÇÕES ABRUPTAS Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 61 EXPANSÕES E CONTRAÇÕES GRADUAIS Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 62 MÉTODO GERAL PARA DETERMINAÇÃO PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS (1) Escrever a equação de energia, excluindo parâmetros inexistentes no escoamento; (2) Determinar velocidade do escoamento para cada diâmetro da tubulação; (3) Determinar o número de Reynolds e a rugosidade relativa das tubulações; (4) Determinar o fator de atrito; (5) Encontrar as perdas de carga continua e localizadas; (6) Determinar a variável do problema com o dados conhecidos a partir dos passos anteriores. Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 63 EXEMPLO 6 Água a 10°C escoa de um reservatório grande para um menor através de um sistema de tubos de aço galvanizado novo com costura de 5 cm de diâmetro. Determine a elevação z1 para uma vazão de 6 L/s. Dado: 𝜌10º𝑐 = 1000 𝑘𝑔 𝑚3 𝑒 𝜇10º𝐶 = 1,3 ∙ 10 −3𝑃𝑎 ∙ 𝑠 Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 8. Dimensionamento de bombas e turbinas 64 Pela definição de carga de bomba e da turbina podemos obter também uma equação que representa a potência de uma bomba ou turbina em um escoamento. Lembrando que , Onde . Sendo assim, Note que é na verdade a potência da bomba (Pbomba), já que possui unidade de J/s. bomba bomba bomba bomba W H W H mg mg m Q bomba bombaW H Q g g bomba bombaW H Q bombaW Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 8. Dimensionamento de bombas e turbinas 65 Logo, Por similaridade, a potência da turbina pode ser calculada como sendo: No entanto, as bombas não funcionam com total eficiência, isto é, a conversão da energia produzida na bomba e inserida no escoamento não acontece de forma integral. Onde, - η é a eficiência da bomba (valor unitário). bomba bombaP H Q turbina turbinaP H Q bomba bomba H Q P Fenômenos de Transporte – Escoamento Interno, Viscoso e Incompressível 7. Cálculo da Perda de Carga 66 EXEMPLO 7 Determine a potência real da bomba existente no sistema hidráulico dos EXEMPLOS 4 e 5 com eficiência de 80% Dados: 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1000 𝑘𝑔/𝑚³ Fenômenos de Transporte – Escoamento de Fluidos Não Viscosos Dúvidas? E-mail: william.vieira@ufersa.edu.br
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