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Aula 1 Reforma Sanitária Utilizado pela primeira vez no Brasil em função da Reforma Sanitária Italiana; Nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início da década de 1970; • A expressão ficou esquecida por um tempo até ser recuperada nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional de Saúde, quando foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da Saúde. É importante destacar que as mudanças esperadas pela Reforma Sanitária não abarcavam apenas o sistema de saúde, mas todo o setor saúde, introduzindo uma nova ideia na qual o resultado final era entendido como a melhoria das condições de vida da população. Proposições do Movimento da Reforma Sanitária: • Saúde como direito de todo o cidadão; • Garantia de acesso da população às ações de saúde de cunho preventivo e/ou curativo com integração das ações em um único sistema; • Descentralização da gestão, tanto administrativa, como financeira; • Controle social das ações de saúde. Sérgio Arouca participou de perto de todas as conquistas que envolveu a Reforma Sanitária: • Apresentou o documento “Saúde e Democracia” (documento com propostas para melhoria da saúde da população); • Presidiu a 8ª Conferência Nacional de Saúde. O Movimento da Reforma Sanitária propôs alternativas para um novo sistema de saúde com características democráticas. 8ª Conferência nacional de saúde Aconteceu em março de 1986 em Brasília, Foi o Marco do Movimento da Reforma Sanitária; Propostas básicas: • Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado; • Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde; • Descentralização administrativa e financeira para os Estados e Municípios; • Promoção do Controle social pelo Estado. Resultados da 8ª Conferência Nacional de Saúde permitiu a conformação do projeto da Reforma Sanitária, através de quatro aspectos principais: • O conceito abrangente de saúde; • Saúde como direito de cidadania e dever do Estado; • A instituição de um Sistema Único de Saúde; • A participação da comunidade exercendo o controle social. Constituição federal de 1988 A consagração do Movimento da Reforma Sanitária e das discussões realizadas na 8ª Conferência Nacional de Saúde foi possível com a Constituição Federal de 1988. Nesta, a saúde se tornou um direito inalienável de todos os cidadãos; Artigo 196 - “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Aula 2 Carta de Ottawa é um documento apresentado na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa (Canadá), em novembro de 1986. Trata-se de uma Carta de Intenções que busca contribuir com as políticas de saúde em todos os países, de forma equânime e universal O documento estabeleceu CINCO PRINCÍPIOS que considerou importante no direcionamento de estratégias de saúde: Princípio 01: Construir Políticas Saudáveis Princípio 02: Criação de ambientes favoráveis Princípio 03: Reforçar a Ação Comunitária Princípio 04: Desenvolver Competências Pessoais Princípio 05: Reorientar os Serviços de Saúde Promoção da saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado de completo bemestar físico, mental e social, o indivíduo. A Promoção da Saúde não é uma responsabilidade exclusiva do setor da saúde, pois exige estilos de vida saudáveis para atingir o bem-estar. Tem como objetivo reduzir as desigualdades existentes nos níveis de saúde das populações e assegurar a igualdade de oportunidades e recursos, com vista a capacitá-las para a completa realização do seu potencial de saúde. Portaria nº 687 de 30 de março de 2006 - Dispõe sobre a promoção em saúde no Brasil enfrentamento dos desafios de produção da saúde em um cenário social e histórico cada vez mais complexo e que exige a reflexão e qualificação contínua das práticas sanitárias e do sistema de saúde. Aula 3 Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde no Brasil; A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício; O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade Princípios Doutrinários do SUS Universalidade – O Sus é universal, ou seja, todos tem direito ao SUS não importando classe social, cor da pele se brasileiro ou estrangeiro. Equidade – A equidade é diferente de igualdade. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Integralidade – O ser humano é um ser composto por várias dimensões interligadas e em equilíbrio. Este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Princípios Organizativos Regionalização e Hierarquização: A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis Descentralização e Comando Único: Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Participação Popular: A sociedade deve participar no dia a dia do sistema. Para isso, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde Participação da iniciativa privada no SUS Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde Lei nº 8142 de 28 de dezembro de 1990 Participação popular O Sistema Único de Saúde, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I - A Conferência de Saúde - Reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. II - O Conselho de Saúde - órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. Financiamento do Sistema Único de Saúde Para receberem os recursos do FUNDO NACIONAL DE SAÚDE os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária; III - Plano de saúde; IV - Relatórios de gestão; V - Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). Aula 4 - PACS (programa agentes comunitários de saúde) Início do século XX: visitadores sanitários e inspetores sanitários surgiram para controle da peste e febre amarela; A primeira experiência de Agentes Comunitários de Saúde, como uma estratégia abrangente de saúde pública estruturada, ocorreu no Ceará em 1987; Em 1991, o Ministério da Saúde passou a adotar o PACS como política, mais ou menos nos mesmos moldes do Ceará. O Agente Comunitário de Saúde é capacitado para reunir informações de saúde sobre uma comunidade; Atividades do Agente Comunitário de Saúde • Acompanhamento de gestantes e nutrizes; • Incentivoao aleitamento materno; • Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança; • Garantia do cumprimento do calendário da vacinação e de outras vacinas que se fizerem necessárias; • Controle das doenças diarreicas; • Controle da Infecção Respiratória Aguda (IRA); • Orientação quanto a alternativas alimentares; • Utilização da Medicina popular; • Promoção das ações de saneamento e melhoria do meio ambiente As atividades desenvolvidas pelos ACSs são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro lotado em uma Unidade de Saúde (na proporção máxima de 30 ACSs para cada enfermeiro). Este atua como instrutor-supervisor; • O enfermeiro é responsável por realizar as capacitações dos ACS; • As capacitações são realizadas de acordo com as necessidades identificadas na comunidade . PSF (programa saúde da família) Como consequência de um processo de desospitalização e humanização o programa tem como ponto positivo a valorização dos aspectos que influenciam a saúde das pessoas fora do ambiente hospitalar; ESF (estratégia de saúde da família) Em 1996, surge um novo modelo de financiamento para a atenção básica à saúde. Com este novo modelo de financiamento foi possível converter o PSF em uma estratégia de reestruturação dos serviços de Atenção Básica e este passou a ser chamado de Estratégia de saúde da Família (ESF). PROESF (Projeto de Expansão e Consolidação Saúde da Família) Voltada para a organização e o fortalecimento da Atenção Básica à Saúde no país; • Visa contribuir para a implantação e consolidação da Estratégia de Saúde da Família em municípios com população acima de 100 mil habitantes e a elevação da qualificação do processo de trabalho e desempenho dos serviços, otimizando e assegurando respostas efetivas para a população, em todos os municípios brasileiros; O PROESF estruturou-se em três componentes técnicos, que representam os investimentos financiados com recursos do Projeto. Componente 1 Apoio à Conversão do Modelo de Atenção Básica de Saúde Componente 2 Desenvolvimento de Recursos Humanos Componente 3 Monitoramento e Avaliação A ESF incorpora as bases conceituais presentes na "Vigilância da Saúde", que incluem o planejamento e a programação da oferta de serviços a partir do enfoque epidemiológico, incluindo também a compreensão dos múltiplos fatores de risco à saúde, e a possibilidade de intervenção sobre os mesmos com estratégias como a promoção da saúde; Princípios da Estratégia Saúde da Família • Adscrição de clientela: Definição precisa do território de atuação; • Territorialização: Mapeamento da área, compreendendo segmento populacional determinado; • Diagnóstico da situação de saúde da população: Cadastramento das famílias e dos indivíduos, gerando dados que possibilitem a análise da situação de saúde do território; • Planejamento baseado na realidade local: Programação das atividades segundo critérios de risco à saúde, priorizando solução dos problemas. Aula 5 - Norma Operacional Básica (NOB) 01/96 Responsabilizar os municípios pela prestação de serviços de saúde e pela gestão do sistema de saúde, visando integralidade da atenção às pessoas pela assistência à saúde. A responsabilidade municipal não exclui o papel da família, da comunidade e dos próprios indivíduos, na promoção, proteção e recuperação da saúde. Campos da atenção à saúde definidos pela NOB compreende três grandes campos: • da assistência - as atividades são dirigidas às pessoas, individual ou coletivamente. É prestada no âmbito ambulatorial e hospitalar, bem como em outros espaços • das intervenções ambientais - inclui as relações e as condições sanitárias nos ambientes de vida e de trabalho. • das políticas externas ao setor saúde - interferem nos determinantes sociais do processo saúdedoença das coletividades, de que são partes importantes questões relativas às políticas macroeconômicas, ao emprego, à habitação, à educação, ao lazer e à disponibilidade e qualidade dos alimentos. Financiamento do SUS Está condicionado à contrapartida deste nível de governo em atender às prerrogativas da Lei nº 8142/90: • Fundo de Saúde; • Conselho de Saúde; • Plano de saúde; • Relatórios de gestão. O repasse financeiro ocorre por meio da “transferência fundo a fundo”. No início da criação do SUS, a grande maioria dos recursos que chegava aos municípios vinha de um repasse fixo do Governo Federal, uma parcela fixa (piso assistencial básico) que hoje é conhecida como PAB fixo. Piso de Atenção Básica Fixo (PAB fixo) - Calculado pela multiplicação de um valor per capita fixado pelo Ministério da Saúde pela população de cada município e do Distrito Federal. O valor é publicado em portaria específica; Piso de Atenção Básica variável (PAB variável) - Parcela variável do recurso federal que é repassada à medida que os municípios realizam ações e políticas de saúde específicas (PACS, PSF, ESF, saúde bucal etc.). Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS) 01/2002 Preconiza: • Planejamento integrado; • Garantia de acesso; • Hierarquização dos serviços de saúde; • Resolubilidade e racionalização de recursos. Estabelece dois tipos de gestão para habilitação dos municípios: • Gestão plena de atenção básica ampliada; • Gestão plena do sistema municipa Regionalização : Para maior eficiência dos serviços de saúde, cada Estado, segundo a NOAS 01/2002, deverá ser dividido em partes menores visando facilitar o planejamento das ações e execução das mesmas. Pacto pela saúde É um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde. O Pacto pela Saúde é composto por três componentes: • Pacto pela Vida - Conjunto de compromissos sanitários expressos em objetivos de processos e resultados de acordo com a análise da situação do país e suas prioridades. Os objetivos e prioridades do Pacto pela Vida são: ♦ Saúde do idoso; ♦ Controle do câncer de colo uterino e mama; ♦ Mortalidade infantil e materna; entre outros. • Pacto em Defesa do SUS - Ações concretas e articuladas para reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos. As suas prioridades são: 1. Implementar um projeto de mobilização social. 2. Elaborar e divulgar a Carta dos Direitos dos Usuários do SUS. • Pacto de Gestão do SUS - Estabelece as responsabilidades de cada ente federado de forma a reduzir as competências concorrentes. Tem por finalidade: ♦ Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS; ♦ Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS. Aula 6 - PNAB e ESF é resultado da experiência acumulada de vários atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. Função da Atenção Básica na rede de atenção à saúde: • Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização; • Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo; • Ordenar a rede: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários. O objetivo da Redes de Atenção à Saúde (RAS) é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica. Especificidades da Equipe de Saúde da Família • Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000,respeitando critérios de equidade para essa definição; • O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família; • Cada profissional deve está vinculado a apenas uma equipe de Saúde da Família, com exceção do profissional médico que poderá atuar em no máximo duas equipes de saúde da família e com carga horária total de 40 horas. Núcleos de apoio à saúde da família (NASF) objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade; não se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo. O acesso ao profissionais devem ser regulados pelos profissionais da equipe de saúde da família; São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada, apoiando os profissionais das equipes de Saúde da Família. Aula 7 - Modelo de atenção e serviços de saúde Refere-se ao cuidado, à assistência, à intervenção, às ações e práticas de saúde. O componente de “prestação da atenção” abriga a noção de modelo de atenção referindo-se ao cuidado, à assistência, às intervenções, às ações ou às práticas de saúde. É uma representação esquemática e simplificada de um sistema de saúde, no que tange à prestação da saúde. É uma espécie de lógica que orienta as ações e organiza os meios do trabalho (saberes e instrumentos) utilizados nas práticas de saúde. Indicam um determinado modo de dispor dos meios técnicos científicos existentes para intervir sobre riscos e danos à saúde. Modelo Sanitarista baseou-se em campanhas sanitárias para combater as epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola; Foram implementados programas de vacinação obrigatória, desinfecção dos espaços públicos e domiciliares e outras ações de medicalização do espaço urbano, que atingiram, em sua maioria, as camadas menos favorecidas da população; Modelo Médico Assistencial Privatista É o mais prestigiado e o que predomina no Brasil. Esse modelo reforça a atitude dos indivíduos de só procurarem os serviços de saúde quando se sentem doentes; Centrado na figura do médico especialista, É predominante curativo, privilegia a doença em sua expressão individualizada, como objeto de sua intervenção; • Voltada para o atendimento da demanda espontânea, ou seja, para atender aos indivíduos que procuram os serviços de saúde; • A forma de organização da produção de ações de saúde é a rede de prestação de serviços, privilegiando o hospital; • O modelo médico assistencial privatista está presente na medicina liberal, nas cooperativas médicas, na medicina de grupo, no seguro-saúde e também nos serviços públicos (hospitais, centros de saúde e laboratórios). Características do Modelo Médico Assistencial Privatista • Individualismo; • Saúde/doença como mercadorias; • Ênfase no biologismo; • Historicidade da prática médica; • Medicalização dos problemas; • Privilégio da medicina curativa Modelo de Vigilância da Saúde deve reunir um conjunto de ações, programas, conceitos e projetos que tenham como objetivo final promover, proteger e recuperar a saúde da população, garantindo, assim, um acréscimo em sua qualidade de vida. É visto como eixo central de um processo de reorientação dos modelos assistenciais do Sistema Único de Saúde e utilizado como estratégia para reorientação a saúde da família; • Está relacionado às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. Apresenta sete características básicas: 1) Intervenção sobre problemas de saúde (danos, riscos e/ou determinantes); 2) Ênfase em problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos; 3) Operacionalização do conceito de risco; 4) Articulação entre ações promocionais, preventivas e curativas; 5) Atuação intersetorial; 6) Ações sobre o território; 7) Intervenção sob a forma de operações Propõe uma redistribuição de poder entre os três entes federativos, com mudanças e adequações de papéis em cada um deles; • Reforça o papel do Estado na regulação da oferta de serviços e coordenação dos problemas e situações de saúde que extrapolem as bases territoriais dos municípios; • Traz na sua concepção a importância da atenção primária como ordenadora e coordenadora dos serviços de saúde; • Pressupõe oferta organizada das ações programáticas a partir dos principais agravos e grupos populacionais prioritários (mulheres, crianças, idosos); Aula 8 – Paradigma Saúde como ausência de doença - A doença teria uma só causa. Cada germe, neste sentido, seria responsável pela produção de uma doença; Surge, nesse período, a noção que saúde era a ausência da doença, isto é, a ausência de um agravo causado por um germe. Ocorreu, então, um esforço acadêmico direcionado à mudança do ensino médico Paradigma flexneriano este paradigma passou a nortear a formação dos futuros médicos e outros profissionais da área da saúde; Ficou caracterizado por uma concepção mecanicista do processo saúdedoença, pelo reducionismo da causalidade aos fatores biológicos, pelo foco da atenção sobre a doença e o indivíduo, pelo culto à doença e não à saúde e pela devoção à tecnologia. •Mecanicismo; • Biologismo; • Individualismo; • Especialização; • Curativismo. Tem foco na doença; • Individualidade do sujeito; • Estrutura-se pela livre demanda; • Não pressupõe definição de território para atuação; • O cuidado é curativo e reabilitador; • Tende a apresentar baixa resolutividade no primeiro contato; • Gera altos custos econômicos e sociais; • Restringe-se a ações unilaterias; • Nega possibilidades de relações interpessoais constantes desumanizando o cuidado em saúde Relatório Flexner x Relatório Dawson Dawson tem o crédito de ter proposto pela primeira vez o esquema de rede de atenção em saúde; • Apresentou através do seu relatório entre outros, os conceitos de: Território; Populações adscritas; Porta de entrada; Vínculo/acolhimento; Referência; Atenção primária como coordenadora do cuidado. Mudança de Paradigma • A construção social de um novo sistema de saúde implicou em um processo que exigiu mudanças na concepção do processo saúde-doença; • O sentido da mudança foi de uma concepção negativa de saúde para uma concepção positiva de saúde; • Com a mudança de concepção, passa-se do Paradigma Flexneriano para o Paradigma de Produção Social da Saúde. A prática sanitária da atenção médica, neste sentido, volta-se para a vigilância em saúde. Conceito negativo de saúde Está associado com a morbidade e, no seu extremo, com a mortalidade prematura; centrada no modelo biomédico e nas medidas hospitalocêntricas. A saúde é vista tão somente como ausência de doença. Nenhum outro fator é considerado na produção da doença; O foco de atenção, estudo e tratamento é a doença em si. Todas as ações são realizadas com a intenção de controlar a evolução da doença fazendo com que o indivíduo retorne ao estado de não doença. Conceito positivo de saúde Enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas de cada indivíduo; Caracterizado como a capacidade de se ter uma vida satisfatória e proveitosa, confirmada geralmente pela percepção do bem-estar geral; Resiliência É a capacidade humana universal de enfrentar as adversidades da vida, superá-las, ou até de se transformar positivamente através delas. Paradigma de Produção Social da Saúde Percebeu-se que o conceito de saúde, tomado como a ausência de doença, requer organização dos serviços sob a forma de atenção médica individual; O estado de saúde é um processo que está permanentemente em transformação, deve ser entendido como um campo de conhecimento interdisciplinar, assistido na ótica da intersetorialidade, em coerência com o conceito de saúde como expressão da qualidade de vida. Princípios do Paradigmade Produção Social da Saúde • O corpo humano é um organismo biológico, psicológico e social; • Saúde e doença são condições que estão em equilíbrio dinâmico e são determinadas por variáveis biológicas, psicológicas e sociais, todas em constante interação; • A origem das doenças é sempre multifatorial; • A melhor maneira de cuidar de pessoas que estão doentes se dá por ações integradas, realizadas através de trabalho em equipe multidisciplinar; • A saúde não é patrimônio ou responsabilidade exclusiva de um grupo ou de especialidade profissional. É orientado pela vigilância da saúde que assume a responsabilidade de reconstruir as práticas de saúde para dar conta da globalidade do processo saúdedoença; • A vigilância em saúde, neste sentido, deve orientar a reformulação das práticas assistenciais e coletivas A vigilância da saúde está implicada de forma integral com as diferentes dimensões do processo saúdedoença. • Essas dimensões são: ♦ Necessidades sociais de saúde; Atuação com enfoque em grupos de risco; Gestão da agenda para atendimento de demandas programadas e espontâneas; Articulação das atividades de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação. Aula 10: Princípios norteadores da estratégia de saúde da família - RESUMÃO A Estratégia Saúde da Família incorpora os princípios do SUS e se estrutura a partir da Unidade Saúde da Família (USF); É uma estratégia proposta pelo Ministério da Saúde para reorientar o modelo assistencial a partir da atenção básica. Ela procura reorganizar os serviços e reorientar as práticas profissionais na lógica da promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação; Suas ações são norteadas pelo princípio da Vigilância da Saúde, da integralidade, da intersetorialidade, multidisplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Integralidade e Hierarquização • O cumprimento desses dois princípios pressupõe que os profissionais envolvidos nas equipes de saúde compreendam que seus serviços estão organizados em níveis de complexidade crescentes, desde o nível local de assistência até os mais especializados; Territorialização e Adscrição da Clientela • trabalha com território de abrangência definido; • É responsável pelo cadastramento e acompanhamento da sua população adscrita; • Estabelece que para áreas mais vulneráveis é necessário que as equipes se responsabilizem pelo cuidado de uma população ainda menor do que o recomendado, aproximando de 2.000 pessoas por equipe. Equipe Multiprofissional Composta por um enfermeiro, um médico generalista ou de família, um técnico ou auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS); Equipes de apoio com profissionais especialistas e de outras categorias poderão atuar complementando às ações da Saúde da Família através do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Caráter substitutivo Substituição das práticas tradicionais de assistência, com foco nas doenças, por um novo processo de trabalho, centrado no indivíduo, família, território (comunidade) e na vigilância à Saúde . Promoção da saúde Consiste em atividades dirigidas para a transformação dos comportamentos dos indivíduos, focando nos seus estilos de vida, considerando o contexto familiar e cultural em que está inserido; Prevenção de doenças • Toda medida tomada antes do surgimento de uma dada doença ou de um conjunto de condições mórbidas com vistas a que tal condição não ocorra; Ex.: Imunização; campanha relacionada à utilização do cigarro, álcool e drogas etc. Prevenção primária: quaisquer atos destinados a diminuir a incidência de uma doença em uma população, reduzindo o risco de surgimento de casos novos; • Prevenção secundária: quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência de uma doença em uma população, reduzindo sua evolução e duração; • Prevenção terciária: quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas em uma população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas à doença. Incidência - Número de casos novos de doença surgidos em determinada população em determinado intervalo de tempo; Prevalência - Número total de casos existentes de doença em determinada população em determinado período de tempo. Multidisciplinaridade, Pluridisciplinaridade, Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade • Multidisciplinaridade é caracterizada pela justaposição de várias disciplinas em torno de um mesmo tema ou problema, sem o estabelecimento de relações entre os profissionais. • Pluridisciplinaridade Uma área do saber preenche eventuais lacunas da outra área (por exemplo: reuniões de discussão de casos realizadas entre membros de categorias profissionais que trabalham na Saúde da Família). • Interdisciplinaridade Estabelecimento de canais de trocas entre os campos do saber em torno de uma tarefa a ser desempenhada conjuntamente (por exemplo: convergência de psiquiatria, psicologia, psicanálise, sociologia e saúde coletiva operada pelas iniciativas da saúde mental). • Transdisciplinaridade É uma abordagem que visa a unidade do conhecimento. Procura estimular uma nova compreensão da realidade, articulando elementos que passam entre, além e através de diferentes disciplinas, em uma busca por maior compreensão sobre determinada patologia, problema de saúde. Intersetorialidade Uma forma articulada de trabalho que pretende superar a fragmentação do conhecimento e das estruturas sociais para produzir efeitos mais significativos na saúde da população. Princípios da Política Nacional de Humanização • Transversalidade: É reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido • Indissociabilidade entre atenção e gestão: Trabalhadores e usuários devem buscar conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde; • Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos: Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem ordens. As mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada um. Acolhimento É uma potente ferramenta para o trabalho na Saúde da Família. É construído de forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo; A partir da escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das práticas de saúde. Gestão participativa deve criar espaços para realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em particular com inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão; Ambiência Os profissionais da saúde da família devem criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas;
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