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MACROECONOMIA AULAS 1 A 5

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MACROECONOMIA
A macroeconomia estuda a economia em seu conjunto, em termos agregados, procurando explicar os determinantes dos níveis de produção/renda, de emprego e de preços em geral, numa determinada região. 
Os macroeconomistas procuram explicar porque a renda média é elevada em alguns países e não em outros, porque alguns países são afetados por crises financeiras, porque a renda de um país pode estar muito concentrada etc. 
Os formuladores de políticas macroeconômicas do governo sugeriram os planos de ação, para que sejam atingidas as soluções dos problemas do país.
O SISTEMA MACROECONÔMICO – FLUXO CIRCULAR DE RENDA – AULA 01
Introdução 
A macroeconomia tem por objeto o estudo da economia como um todo. Faz-se, portanto necessário, para a sua compreensão inicial, o entendimento das relações existentes entre os chamados agentes econômicos.
Por meio da apresentação do diagrama do fluxo circular de renda, que mostra um sistema econômico de forma esquemática, podem-se visualizar as interações entre o fluxo de bens e serviços e o fluxo monetário, dentro de um determinado país.
Pode-se dizer que uma economia está ativa ou em funcionamento, a partir do momento em que ocorram transações entre pessoas, entre empresas e, entre pessoas e empresas. A economia, portanto, pressupõe a troca, o comércio.
A forma mais rudimentar ou simplificada de uma organização econômica é a que considera a existência apenas de empresas e pessoas como únicos agentes econômicos, pois, neste caso, já há a nítida separação entre vendedores e compradores, o que não ocorre de forma clara quando a troca é direta entre as pessoas (escambo).
O fluxo circular de renda de uma economia fechada e sem governo
Por empresas ou firmas devem-se entender quaisquer unidades produtoras de bens (produtos) e serviços, que atuem num dos três setores da economia, a saber:
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO 
EXEMPLO: 
• Uma unidade produtora agropecuária (setor primário).
• Uma usina siderúrgica, uma costureira no seu ateliê (setor secundário).
• Um banco de negócios, um consultório médico, uma escola, um motorista com seu táxi (setor terciário).
Serão todos agrupados em uma única categoria denominada “empresas”. Portanto, o conjunto de empresas ofertantes de bens e serviços dos três setores compõe um agente econômico chamado empresas.
O total de toda a produção das empresas, que vem a ser o total da produção desta economia, é a produção agregada, que pode ser medida e receber o nome, por exemplo, de Produto Interno Bruto (PIB).
O segundo agente econômico deste modelo chama-se ”famílias”. Por famílias deve-se entender o conjunto de pessoas desta economia. Em outros termos, as empresas são unidades produtoras e as pessoas que nelas atuam como proprietários e empregados serão agrupadas e consideradas na categoria chamada de famílias.
O produto total de uma economia pode ser medido de diversas formas, recebendo diferentes denominações. O PIB é uma delas.
Os dois únicos agentes econômicos deste modelo são empresas e famílias, mas como ambos se relacionam?
RESPOSTA: As firmas produzem bens e serviços para serem vendidos para as famílias e para tal precisam adquirir insumos, dentre os quais se destacam o trabalho.
Para produzir, então, as empresas precisam adquirir fatores de produção ou alugar os serviços por eles prestados. A remuneração do trabalho são os salários, a da terra são os aluguéis e a do capital, os lucros. Pode-se considerar também que além dos lucros, o capital ainda recebe juros, para cobrir o custo de oportunidade do dinheiro investido na empresa.
Dito de outra forma, o capitalista (dono do capital e, portanto da empresa) vai exigir em troca do dinheiro investido na empresa, que haja um retorno correspondente ao lucro e mais uma parte que cubra o retorno que teria se tivesse investido este dinheiro em outra coisa. Parte-se do princípio de que poderia tê-lo aplicado no mercado financeiro e recebido os juros.
Em suma, a remuneração total das famílias (salários, aluguéis, juros e lucros) compõe a renda da economia. De posse da renda, as famílias têm os recursos financeiros para adquirir o total da produção da economia (PIB).
A negociação dos fatores de produção ocorre no chamado mercado de fatores que engloba os mercados de trabalho, de capital e de terras. A negociação do produto agregado ocorre no mercado de produto, também chamado de mercado de bens e serviços que envolve os mercados de diversos produtos e serviços.
Embora o PIB seja o total da produção de uma economia, seu cálculo é obtido pelo valor da produção comercializada e expressa em unidades monetárias, pois não seria possível somar litros de leite com toneladas de aço e com horas de consultas médicas, por exemplo. O valor total da produção de bens e serviços é obtido pelo somatório dos preços multiplicados pelas quantidades comercializadas.
As empresas ofertam bens e serviços que são demandados pelas famílias e essas ofertam fatores de produção que são demandados pelas firmas.
O custo de produção das firmas é a renda das famílias, que vem a ser o valor de sua despesa com bens e serviços, que se torna a receita das firmas. Este é o chamado fluxo circular de renda, cujo diagrama corresponde a figura.
Na realidade existem ainda mais dois agentes econômicos que compõe, juntamente com as empresas e famílias, o modelo completo da economia:
• Governo 
• Resto do mundo (demais países) 
Dentro do arcabouço do presente curso, vamos considerar uma economia fechada, vale dizer, a que não se relaciona economicamente com outros países. Neste caso, cabe acrescentar apenas o governo ao fluxo circular de renda.
O governo (compreendendo união, estados e municípios) também adquire os mais diversos bens e serviços das unidades produtoras (empresas) para manter funcionando os órgãos públicos que prestam serviços à sociedade (saúde, educação, segurança etc.). Seus recursos provêm basicamente dos impostos  pagos pelas empresas e famílias.
O governo ainda dispende recursos com as famílias através das transferências (aposentadorias, bolsas de estudo etc.) e com as empresas, através de subsídios quando quer incentivar a oferta de alguns produtos.
O fluxo circular de renda, portanto deve ser visto agora da seguinte forma:
• Da renda gerada pelas empresas, nem tudo vai para as famílias, antes, uma parte é desviada para o governo sob a forma de impostos. Mas, em sentido oposto, o governo envia as transferências para as famílias. Do saldo detido pelas famílias (renda disponível), uma parte é destinada ao consumo (C) e outra parte à poupança (a renda não gasta em consumo).
• A poupança é enviada ao setor de intermediação financeira (bancos, por exemplo) que repassa tais recursos financeiros às empresas sob a forma de empréstimos, para que os usem na compra de bens de capital, constituindo os investimentos das empresas (I).
• Os recursos financeiros também podem servir de empréstimos ao governo e/ou mesmo às famílias, se forem deficitários. Quando o governo, as famílias e as empresas são, ao contrário, superavitários, a direção do dinheiro se inverte. A sobra do dinheiro do governo será a poupança do governo, a das famílias, a poupança das famílias e a das empresas, a poupança das empresas. Esses valores vão se direcionar ao sistema financeiro, para financiar os agentes econômicos.
• Na figura foi feita a suposição simplificadora, de que apenas as famílias poupam (poupança privada). Tais recursos são direcionados ao sistema financeiro que vai repassá-los às empresas e ao governo para financiar os seus gastos. Deve-se acrescentar que se as empresas também pouparem, a poupança privada passará a ser a soma da poupança das famílias com a das empresas.
• O governo também gasta recursos financeiros adquirindo uma variedade enorme de produtos e serviços na economia (G).
• Agora se pode ver que a renda da economia, que corresponde ao valor da venda de bens e serviços (Y), é igual ao valor dadespesa total da economia (C + I + G).
Então temos a importante igualdade macroeconômica da contabilidade nacional: Y = C + I + G.
Esta equação mostra que a produção foi vendida aos demandantes: famílias, empresas e governo.
O Crescimento Econômico
O fluxo circular de renda mostra como a riqueza de um país é determinada pelo nível de produção de bens e serviços finais, alcançado pelas empresas que nele atuam. A comercialização de tais produtos e serviços no mercado gera um fluxo monetário que compõe a renda da economia.
Uma vez entendida a forma esquemática de atuação de uma economia fechada, precisamos nos voltar para a compreensão do cálculo do produto agregado da economia. Imaginemos uma determinada economia fechada e sem governo, cujos únicos bens e serviços produzidos e comercializados fossem leite, carne e aulas escolares.
Qual seria a sua produção agregada, em outros termos, qual seria o seu PIB?
Inicialmente iríamos constatar a impossibilidade de se somar grandezas heterogêneas como litros de leite, quilos de carne e horas de aula. Não há como se obter a quantidade total pela adição das quantidades ofertadas. A solução então consiste em se calcular o produto total pelo seu valor comercializado.
Se por exemplo, num determinado ano, tivessem sido produzidos e vendidos 3 litros de leite, 2 quilos de carne e 4 horas de aulas, pelos valores de R$ 5,00, R$ 10,00 e R$ 20,00 respectivamente, então o valor do PIB teria sido: 
3x R$ 5,00 + 2x R$ 10,00 + 4x R$ 20,00 = R$ 15,00 + R$ 20,00 + R$ 80,00 = R$ 115,00.
O produto total deste país, que estamos considerando como sendo o PIB, só pode ser expresso em valor, vale dizer, em termos monetários, sendo que em nosso exemplo a unidade monetária citada é o real.
O PIB de R$ 115,00 é também a renda deste país, que será usada na remuneração dos fatores de produção. Com tais recursos (R$ 115,00) as famílias irão consumir leite, carne e aulas. As empresas receberão então os R$ 115,00 pelas vendas de seus produtos. Este é o fluxo circular de renda.
A esta altura é de se perguntar se tal país estaria condenado a ficar eternamente neste nível de produção correspondente a R$ 115,00. Isto seria a condenação da economia à estagnação. A resposta é com certeza, não. Ao contrário, os países tendem a buscar o progresso, a aumentar o nível de produção de bens e serviços. A este aumento de bens e serviços os economistas dão o nome de crescimento econômico.
O crescimento econômico vem a ser um dos principais objetivos de políticas de governo, uma vez que também é do desejo da população, pois se a sociedade puder ser suprida de mais e mais produtos, seguramente poderá usufruir de maior bem-estar.
Uma sociedade que pode contar com mais escolas, hospitais, alimentos, roupas, segurança, computadores, telefones celulares, automóveis, trens, teatros, cinemas etc., terá melhor condição de vida.
O crescimento econômico consiste não só do aumento da produção do que já existe como também da introdução de novos produtos e serviços. Maior produção vai significar maior demanda de emprego de fatores de produção inclusive de mão-de-obra. 
Para que haja então crescimento econômico é preciso que as empresas possam contar com mais fatores de produção, principalmente capital (máquinas, equipamentos e construções) e mão-de-obra, os dois principais fatores.
O esquema do primeiro fluxo circular de renda não nos permite visualizar a forma pela qual as empresas podem elevar sua produção. Se o PIB do país fosse de R$ 115,00 por exemplo, todos os recursos financeiros estariam sendo gastos na compra de bens e serviços finais (3 litros de leite, 2 quilos de carne e 4 horas de aulas).
Toda a renda da economia já estaria comprometida na compra dos três produtos finais. De onde viriam os recursos financeiros para que as empresas fizessem seus investimentos, que se constituem nas compras de bens de capital (máquinas, equipamentos e construções)?
Neste quadro apresentado não haveria possibilidade de se obter renda extra para as empresas realizarem seus investimentos.
Da mesma forma, os resultados da pesquisa serão publicados e difundidos amplamente permitindo, assim, a sua utilização.
Se elas não gastarem toda a renda adquirida sobrarão recursos financeiros que, em sua totalidade, constituirão a poupança da economia. Estes recursos poderão então ser emprestados às empresas para que possam realizar seus investimentos. Com mais máquinas em operação a produção futura aumentará obtendo-se finalmente o crescimento econômico.
Com os aumentos nas vendas as empresas poderão restituir o dinheiro aos poupadores e ainda com juros. Evidentemente que diante da maior produção a quantidade de moeda (dinheiro) terá que ser aumentada.
Poupança significa um sacrifício da sociedade, uma renúncia a uma parte do consumo presente. Neste sentido as empresas estariam sendo prejudicadas inicialmente com redução das vendas dos produtos finais, mas haveria em contrapartida o aumento de vendas de máquinas em igual valor. Uma coisa compensaria a outra de forma que, no todo, o valor da produção estaria preservada e com possibilidade de crescimento futuro
Vale observar, então, que para haver investimento é preciso que haja poupança, que consiste na parte da renda não gasta em consumo. Sem investimento não há crescimento econômico. Logo, o país que quer crescer precisa poupar.
No segundo fluxo circular observa-se que a poupança pode abranger também a poupança das próprias empresas e a poupança do governo. 
Para a macroeconomia, ou seja, para a economia como um todo, não faz diferença se as empresas usam poupanças próprias ou de outrem, o que importa é que algum grupo da economia deve estar poupando para que seus recursos sejam direcionados aos investimentos.
Os Cálculos do PIB Nominal e do PIB Real
Uma vez entendido o significado de crescimento econômico, vamos voltar ao exemplo do PIB de R$ 115,00. O objetivo agora é mensurar o tamanho do PIB no passar dos anos. 
 
Suponhamos que R$115,00 tenham sido o valor do PIB de 2009. Podemos entender que os preços de cada um dos três produtos utilizados em seu cálculo foram os preços médios que vigoraram em 2009.
O Quadro I, a seguir, apresenta as quantidades e os respectivos preços médios dos mesmos produtos anualmente, no período de 2009 a 2011.
O Quadro II apresenta o cálculo do PIB nominal a preços correntes (preços que vigoraram em cada ano), em 2009, 2010 e 2011.
Pelos valores obtidos no Quadro II, seríamos tentados a dizer que houve crescimento econômico, que a produção do país aumentou de ano para ano
Ocorre, porém que quando o valor do PIB anual se altera, a mudança pode ter ocorrido por variações nas quantidades produzidas e/ou nos preços
Como o que se quer descobrir é se houve mudança na quantidade, usa-se então o artifício de se calcular o valor do PIB na hipótese de não ter havido qualquer variação nos preços.
O valor do PIB assim obtido é chamado de PIB real e as alterações que por acaso sofrer ao longo do tempo decorrerão das variações apenas nas quantidades. Devemos sempre ter em mente que não podemos somar as quantidades e necessitamos sempre multiplicá-las pelos preços.
Agora sim podemos dizer sem dúvida que a quantidade produzida aumentou entre 2009 e 2012, pois os valores evoluíram de 115 para 150 e depois para 175, sem que tenha havido aumento dos preços. Em economia as variáveis reais dizem respeito à quantidade física, ao passo que variáveis nominais expressam valores monetários.
Assim sendo, se o PIB nominal reflete preço multiplicado por quantidade e o PIB real a quantidade, então a divisão do PIB nominal por PIB real vai refletir a variável preço. Se for efetuado este cálculo e depois o resultado for multiplicado por 100, em cada ano, teremos o chamado deflator do PIB, do ano em análise. O deflator é um índice de preços.  O aumento deste índice de preços ao longo do tempo vai mostrar a existência de inflação na economia.
O Quadro IV apresenta a evoluçãodo nível geral de preços no período exemplificado.
Para verificarmos a inflação em termos percentuais, entre 2009 e 2010, por exemplo, devemos efetuar o seguinte cálculo:
Neste caso específico, a inflação se manteve constante em 8% nos dois anos consecutivos. 
EXERCÍCIOS
Considerando as visões mercantilista e clássica, é verdadeiro que:
( ) Os clássicos enfatizavam a importância das variáveis reais, em contraste com o metalismo dos mercantilistas.
( ) O metalismo mercantilista foi absorvido e enfatizado pela teoria clássica, que não concebia riqueza sem moeda com lastro em ouro.
( ) Os clássicos surgiram com o propósito de resgatar os conceitos do pensamento mercantilista, que para eles era o único correto.
( ) Os clássicos rejeitaram o metalismo mercantilista, mas destacaram e aperfeiçoaram a crença de que o governo deveria regular o mercado.
( ) Para os mercantilistas a balança comercial dispensava a atuação do governo, pois o que enriquecia a nação era a demanda interna.
A macroeconomia é:
( ) A divisão da ciência econômica que trata das curvas de custos e da maximização dos lucros individuais das empresas do setor privado.
( ) A divisão da ciência econômica que estuda a maximização dos lucros e da produção das empresas do setor público.
( ) A parte, ou o enfoque, que representa a análise dos grandes agregados individuais de acordo com as necessidades parciais dos consumidores.
( ) O enfoque individual dado ao estudo dos grandes agregados econômicos tais como o produto interno das multinacionais e transnacionais.
( ) A parte da ciência econômica que estuda os grandes agregados econômicos tais como o produto interno bruto e a renda nacional.
Analise as preposições abaixo e assinale a CORRETA.
I - As firmas produzem bens e serviços para serem vendidos para as famílias e para tal precisam adquirir insumos, dentre os quais se destaca o trabalho.
II - A remuneração do trabalho são os salários, a da terra/recursos naturais são os aluguéis e a do capital, os lucros.
III - Pode-se considerar também que além dos lucros, o capital ainda recebe juros, para cobrir o custo de oportunidade do dinheiro investido na empresa.
( ) II e III são verdadeiras e I é falsa
( ) I e II são verdadeiras e III é falsa
( ) I, II e III são verdadeiras
( ) I e III são verdadeiras e II é falsa
( ) I, II e III são falsas GABARITANDO 1-A 2-E 3-C
EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO – AULA 02
Vimos que a macroeconomia estuda os agregados macroeconômicos, como o produto agregado (Y), que é mensurado em termos de valor, sendo igual à renda e à demanda agregada (C+I+G).
O fluxo circular de renda mostrou as variáveis mais importantes que são levadas em consideração na medição da produção e da renda do país (valor do produto agregado), numa economia fechada.
Esta quantificação total faz parte da contabilidade nacional e consiste numa análise ex-post. 
Diz-se, assim, que a medição é feita “após ter ocorrido”.
Neste sentido, a produção vendida (Y) é necessariamente igual à produção comprada (C+ I + G). O que foi vendido é o que foi comprado, no final.
A teoria macroeconômica que passaremos a estudar se refere, no entanto, ao produto planejado. É uma análise “ex-ante”, trata da quantificação do produto planejado, que pode ou não coincidir com o total demandado pelos agentes econômicos.
Visto isto, serão retratadas graficamente três possibilidades de respostas das empresas às variações da demanda agregada.
Suponha inicialmente que prevaleça a suposição dos economistas clássicos de que as empresas como um todo sempre utilizam os fatores de produção em sua máxima disponibilidade.
Esta pressuposição, de que a economia funciona sempre a pleno emprego dos fatores de produção (principalmente da mão-de-obra,) leva à conclusão de que a economia não tem possibilidade de crescer (aumento de Y) em decorrência de aumentos da demanda agregada.
Só haveria crescimento se houvesse maior disponibilidade de fatores.
A função oferta agregada mostra a quantidade total que as empresas, em conjunto, estariam dispostas a vender aos diversos níveis gerais de preços.
A função demanda agregada mostra a quantidade total que os agentes econômicos, em conjunto, estariam dispostos a comprar aos diversos níveis gerais de preços.
Para os economistas clássicos, o desejo por parte da sociedade de aumentar suas compras não levaria os produtores a responder com o aumento da produção. Mesmo que pudessem estar estimulados pelo aumento da clientela, o fato de já estarem produzindo no máximo de suas possibilidades (hipótese do pleno emprego dos fatores de produção) tornaria impossível a oferta alcançar o nível da demanda mais elevado.
Cabe ressaltar que esta era a visão dos clássicos para o curto prazo.
Sabemos que o fator de produção capital é entendido como máquinas, equipamentos e edificações.  Portanto, se os produtores quisessem aumentar a produção para atender o aumento da demanda por seus produtos, e para tanto tivessem que comprar mais máquinas e alterar toda a instalação existente, tendo até mesmo que construir novos prédios, iriam certamente necessitar de um tempo razoável para isto.
Não seria de uma hora para outra que conseguiriam adquirir mais maquinário e realizar suas obras. Tais modificações somente seriam possíveis a longo prazo.
Os produtores poderiam sim elevar a produção no curto prazo aumentando o turno de trabalho e mesmo contratando mais mão-de-obra. 
Pode-se entender que o capital seria constante na função de produção, e daí a barra sobre a letra K.
O deslocamento da demanda, como visto na figura , elevaria o nível geral de preços, mas era pressuposição do modelo que os trabalhadores iriam imediatamente reivindicar e obter reajustes salariais na mesma proporção dos aumentos dos preços, para não terem perdas salariais.
Se por um lado os empresários, que são os empregadores de mão-de-obra, estivessem estimulados a produzir mais e a contratar mais trabalhadores em decorrência do aumento dos preços dos produtos que vendem (aumento de suas receitas).
Por outro os custos de produção elevados na mesma proporção dos aumentos de preços desestimulariam por completo a contratação de trabalhadores extras.
Os salários reais (salários descontados dos efeitos da inflação) não iriam se alterar, e o nível de emprego na economia também não.
O nível de emprego da mão-de-obra seria estabelecido no mercado de trabalho, no encontro da oferta com a demanda de mão-de-obra. Como em qualquer mercado, no encontro das duas curvas fica entendido que a quantidade do que se está ofertando iguala a do que os demandantes estão querendo adquirir, ao nível de preços do mercado.
Especificamente, no caso de mão-de-obra, o equilíbrio do mercado de trabalho deve ser entendido então da seguinte forma: os trabalhadores que foram ao mercado se ofertar por um determinado salário real, que é o de equilíbrio, foram demandados, ou seja, foram contratados.
Como o mercado de trabalho está livre de intervenções governamentais, por hipótese do modelo, o nível de equilíbrio mostra que ao salário de equilíbrio todos estariam contratados. Haveria o acerto entre ofertantes e demandantes. Em outros termos, não haveria desemprego, a menos para os que não quisessem trabalhar ao salário de mercado.
• O desemprego seria então voluntário, mostrando que não haveria, na realidade, desemprego. Por esta premissa, a economia funcionaria a pleno emprego da mão-de-obra.
A quantidade de equilíbrio, a quantidade comercializada, sem dúvida aumentará se ambas as curvas se deslocarem para a direita. O que ocorrerá com os preços vai depender, no entanto, da comparação entre os aumentos da oferta e da demanda. O aumento da demanda eleva preços, enquanto o aumento da oferta diminui preços. 
Na comparação entre os dois aumentos (da oferta e da demanda), pode ser que os preços subam.Se olharmos para o que acontece na atualidade, em nosso país, é fácil encontrarmos exemplos de produtos e serviços que entram na moda, e passam a ser do agrado da população. A demanda aumenta e os produtores tendem a colocar mais produtos no mercado, para atender à demanda crescente. 
Novos empresários tentam entrar neste mercado promissor para que também possam obter lucro. A oferta total tenderá a aumentar com o crescimento da demanda, pois as vendas são certas e a probabilidade de lucros pode ser muito grande.
Ao contrário, quando determinados produtos e/ou serviços deixam de ser desejados pelos consumidores, os produtores reduzem sua produção e oferta. Muitos abandonam os setores em que atuam, passando a se dedicar a outras atividades.
As vendas, evidentemente, não são estimuladas apenas em casos de novos produtos. Quando a demanda se acirra para qualquer que seja o produto, os ofertantes tendem a comparecer com suas mercadorias e serviços atrás de maiores lucros. No caso de queda da demanda, a quantidade ofertada diminui.
Como Keynes diagnosticou que a queda da produção era decorrente de queda na demanda agregada, entendeu que a solução para a saída da crise estava em reanimar os demandantes.
Os consumidores, entretanto, não estavam em condições de contribuir, pois boa parte da população estava desempregada ou sob o risco de ser colhida pela onda de demissões. Poucos iriam se arriscar em grandes compras diante das incertezas. O mesmo poder-se-ia dizer dos empresários quanto à demanda por investimentos.
Para que comprar mais máquinas se as que possuíam estavam, em boa medida, ociosas?
Desta forma, restava para o governo a missão de efetuar gastos e reaquecer a demanda agregada.
A lógica desta política residia no fato de que quando o governo começasse a demandar bens e serviços, os setores impactados iriam começar a ocupar as máquinas ociosas e recontratar mão-de-obra.
Aumentar o turno de trabalho. Haveria aumento de remuneração nesses setores e os trabalhadores de posse de maior renda iriam demandar produtos de outros setores.
Estes, por sua vez, fariam o mesmo gerando renda para outro grupo de trabalhadores, e assim sucessivamente.
Ao final, esta verdadeira reação em cadeia iria reativando a economia e revertendo totalmente o quadro recessivo que vinha fazendo a economia desabar.
Se as empresas estavam produzindo com capacidade ociosa é porque as vendas estavam fracas e não faria sentido espantar agora, com aumento de preços, os clientes, que estariam reaparecendo. Mas, na medida em que a demanda agregada continua a subir, as empresas vão ocupando paulatinamente a capacidade produtiva da economia até chegar ao outro extremo, de operar à plena capacidade produtiva, como pressupunham os clássicos.
Ocorre, porém, que as empresas não passam imediatamente de um extremo ao outro.
Se as empresas partirem da total capacidade ociosa e forem aumentando a produção, bem como ocupando cada vez mais a capacidade instalada, passarão antes por uma situação intermediária, em que ao se verem pressionados pela demanda crescente começarão a responder em parte com aumentos da produção e em parte com aumentos de preços.
Ao chegarem à plena capacidade, todo o excesso de demanda será eliminado unicamente com aumentos de preços, como pressupunham os clássicos.
Ao olharmos a figura , vemos que são valiosas as informações nelas contidas, principalmente ao observarmos algumas políticas de governo.
A corrente de pensamento keynesiana é quase que dominante nos governos, principalmente dos países da América Latina. A realização de gastos por parte do governo é muito utilizada para promover o crescimento econômico. O primeiro problema que decorre da adoção desta chamada política fiscal expansionista está exatamente no fato de não se levar muito em consideração em que parte da curva de oferta agregada o país está operando.
Assim, quanto maior o nível de ocupação da capacidade produtiva no país, menor será a chance de tal política lograr êxito, no sentido de promover o aumento da produção total. Os efeitos desta política seriam muito mais o de causar inflação. A medida será tanto mais acertada quanto maior for o grau de ociosidade da economia.
Em segundo lugar, é preciso que se ressalte, desde já, que o governo tem que promover os seus gastos dentro do que foi estabelecido no programa de orçamento do governo. Para fazer gastos, o governo precisa ter uma receita compatível.
Se o governo gastar mais do que arrecada através dos impostos, principalmente, incorrerá em déficit orçamentário que terá que ser coberto por aumentos dos impostos, ou por empréstimos no mercado financeiro, ou através de emissão de moeda.
Os aumentos dos impostos acabam por frear a renda que os consumidores dispõem para gastar, e assim por frear ou reduzir a demanda agregada.
O empréstimo do governo tende a introduzir, ao menos parcialmente, o efeito “crowding-out” na economia, que vem a ser a contenção da demanda agregada, além de criar um endividamento para o governo.
Em ambos os casos a demanda agregada será contida, comprometendo o próprio crescimento econômico.
Por fim, a expansão monetária, por meio de emissões, elevará a demanda agregada sim, já que haverá mais dinheiro nas mãos dos agentes econômicos. No entanto, poderá desencadear um surto inflacionário, principalmente se a economia se encontrar próxima à plena capacidade produtiva.
Vê-se, então, que o respeito aos limites orçamentários é de fundamental importância para não se comprometer a estabilidade macroeconômica.
O afã dos governos em realizar gastos pode não só frear a economia, como gerar dívidas impossíveis de serem pagas com os recursos gerados pelo próprio PIB, como ocorreu recentemente com alguns países europeus. DIVÍDA. 
Demanda agregada
 As mudanças da demanda agregada, por si só, não teriam condições de alterar os fatores de produção na opinião dos clássicos e, portanto, o produto agregado. Uma importante conclusão deste modelo é que os gastos do governo, a exemplo de qualquer outra variável componente da demanda agregada, não teriam o condão de estimular a economia, não determinariam o crescimento econômico. Se o governo fizesse obras e demandasse material de construção, ou aumentasse suas despesas na compra dos mais diversos produtos e serviços na economia, a oferta agregada não se alteraria1. 
Para os clássicos não há qualquer possibilidade de políticas do governo estimular a economia. A teoria dá suporte aos seus preceitos liberais de não intervenção do governo na economia do país. - Na década de 1930 ocorreu a chamada Grande Depressão. O PIB recuou em cerca de 30% no início da década, nos Estados Unidos, e o desemprego atingiu mais de 25% da força de trabalho. Alguns economistas passaram, então, a por em dúvida a teoria clássica, pois estavam observando uma grande crise no mercado de trabalho. E, ao contrário do que afirmava a teoria clássica, admitia apenas desemprego voluntário, que seria diminuto. 
O economista que sem dúvida mais se destacou no combate à teoria vigente foi o britânico 
John Maynard Keynes, que através do seu livro “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, publicado em 1936, lançou a base do sistema keynesiano, calcado nas evidências dos fatos de seu país. - Para Keynes, o alto desemprego nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e noutros países industrializados, era consequência de uma insuficiência de demanda agregada (Yd). O componente investimento (I) da demanda agregada estava muito reduzido, pois os empresários não se sentiam estimulados a ampliar os seus negócios. A menor demanda desestimulava a produção, a menor produção desestimulava os investimentos, e assim sucessivamente. A menor produção levava ainda as empresas a demitirem alguns funcionários. Pessoas demitidas reduziam o consumo (c) diminuindo a demanda agregada, o que desestimulava a produção e aumentava o desemprego, e assim sucessivamente. A economia não estava produzindo de forma algumaa plena capacidade de produção. Ao contrário, estava operando com grande capacidade ociosa.- Keynes estava convencido de que o nível de produção era determinado, em grande medida, pelo nível da demanda agregada. Neste ponto já há uma enorme divergência com os clássicos, para quem a demanda não teria a menor importância no nível da atividade econômica. 
 A lógica keynesiana estava no fato de que os produtores ofertam bens e serviços para os quais há demanda.
EXERCÍCIOS
1 O valor de mercado de todos os bens e serviços produzidos, num dado período, pelos detentores de fatores de produção, dentro de um determinado pais, é conhecido como:
( ) Renda Liquida emitida do Exterior (RL) ( ) Produto Nacional Bruto (PNB)
( ) Produto Interno Bruto (PIB) ( ) Produto Nacional Liquido (PNL) 
( ) Renda Nacional Liquida (PNL)
		2- Na comparação entre o pensamento clássico e a teoria desenvolvida por Keynes, é correto afirmar que:
( ) Os clássicos acreditavam que a economia era autorregulada, enquanto Keynes enfatizava a importância da ação do governo na economia.
( ) Tanto os clássicos quanto Keynes fizeram as mesmas recomendações para retirar a economia mundial da crise deflagrada em 1929.
( ) A análise clássica era calcada principalmente em variáveis nominais, ao passo que Keynes dava peso exclusivo às variáveis reais.
( ) Para os clássicos a moeda era crucial para estimular a produção, e para Keynes, só teria influência no nível de emprego do país.
( ) Os clássicos postulam que a mão de obra de um país nunca alcança o pleno emprego, o nível de desemprego involuntário é alto.
3- A respeito do O Equilíbrio Macroeconômico, leia e julgue as proposições a seguir e assinale a alternativa correta.
I) Para a teoria clássica, a economia funciona sempre a pleno emprego dos fatores de produção (principalmente da mão-de-obra,), isto leva à conclusão de que a economia não tem possibilidade de crescer em decorrência de aumentos da demanda agregada.
II) Na visão da macroeconomia, a função oferta agregada mostra a quantidade total que os agentes econômicos, em conjunto, estariam dispostos a comprar aos diversos níveis gerais de preços.
III) O fator de produção trabalho é entendido como máquinas, equipamentos e edificações. Portanto, se os produtores quisessem aumentar a produção para atender o aumento da demanda por seus produtos, e para tanto tivessem que comprar mais máquinas e alterar toda a instalação existente, tendo até mesmo que construir novos prédios, iriam certamente necessitar de um tempo razoável para isto.
IV) Para o modelo clássico, há completa flexibilidade de preços e salários e a quantidade de moeda afeta apenas o nível geral de preços (ou seja, a hipótese da neutralidade da moeda).
		
( ) I, II, III e IV são falsas ( ) I, II, III e IV são verdadeiras
( ) II e III são falsas e I e IV são verdadeiras
( ) I e II são falsas e III e IV são verdadeiras
( ) I e III são falsas e II e IV são verdadeiras GABARITANDO 1-C 2-A 3-C 
A MACROECONÔMIA CLÁSSICA – AULA 03
Introdução
O nível de produção de um país é extremamente importante, pois mostra a quantidade de bens e serviços alcançada pelos ofertantes, para atender a demanda da população. Neste sentido, quanto maior a produção agregada, maior o bem estar da sociedade, em termos de bens e serviços adquiridos.
Através da função de produção podem-se inferir as quantidades do produto agregado a serem obtidos, diante das alternativas de emprego dos fatores de produção, principalmente do fator mão de obra.
Pode-se dizer que a macroeconomia se desenvolveu a partir de duas correntes opostas de pensamento.
• Economia clássica: entendia que a economia deveria estar livre das intervenções do governo.
• Economia keynesiana: apregoava a intervenção governamental para estabilizar a atividade econômica e livrá-la de situações de crise.
Muitos economistas consideram que o termo macroeconomia teve origem na década de 1930, quando pesquisas mais intensas começaram a ser realizadas, no sentido de se encontrar as variáveis determinates da renda, emprego e preços. O objetivo final era o de se encontrar uma solução para a crise econômica iniciada em 1929, que afetou os países desenvolvidos.
Foi na realidade Keynes que chamou de “economia clássica” o pensamento econômico que predominava até então. Para ele os economistas clássicos eram os que tinham escrito sobre questões macroeconômicas até 1936.
A economia clássica surgiu como um ataque às doutrinas anteriores que compunham o pensamento mercantilista, que tinha por base dois dogmas: 
• O metalismo: Consistia na crença de que o estoque de metais preciosos daria riqueza e poder à nação.
• A crença: Constia na crença na necessidade da intervenção estatal no desenvolvimento da economia do país.
Os economistas clássicos enfatizavam que os fatores reais e não o estoque de moeda tinham importância na determinação da riqueza das nações. Além disto, acreditavam nas tendências otimizadoras do livre mercado. Para eles, a moeda tinha apenas a função de facilitar as transações (meio de troca).
Portanto, para os economistas clássicos, as variáveis reais (as que refletem quantidades) e não as nominais (expressas monetariamente) eram as determinantes de outras variáveis reais como a produção e o emprego.
As políticas do governo eram vistas como desnecessárias pois os mercados se autorregulavam.
Uma relação fundamental da teoria clássica é a chamada função de produção agregada.
A função de produção agregada pode ser expressa como:
Se supusermos que o acréscimo de produção ocorra por acréscimos sucessivos de um trabalhador (△N = 1) veremos que cada trabalhador adicional acrescenta menos à produção que o anterior. Os trabalhadores que entram no processo de produção são sucessivamente menos produtivos . Tal fato ocorre pela limitação imposta pelo fator fixo no processo de produção.
Definindo-se a produtividade marginal do trabalho (PMgN) como a relação △Y/△N, constata-se o decréscimo da produtividade do trabalhador com acréscimo nos níveis de emprego, como ilustrado na figura 3.2
Desta forma, quando as empresas forem contratar mão de obra levarão em consideração que PMgN é decrescente e só contratarão mais mão de obra se puderem pagar salários mais baixos. A curva de demanda por mão de obra no mercado de trabalho será decrescente em relação ao nível de salários reais 
representado por W/P e que expressa o poder de compra do salário (quantidade de produtos que aquele salário pode comprar). A empresa que contrata mão de obra só estará disposta a contratar mais trabalhadores se os salários reais forem cada vez menores, pois sempre vai tentar pagar o salário correspondente à produtividade marginal do trabalhador adicional, que é decrescente.
Veja o próximo gráfico que mostra a curva de demanda por mão de obra no mercado de trabalho por parte do todas as empresas conjuntamente
Já a curva de oferta por trabalho mostra a disposição dos trabalhadores de aceitarem trabalhar mais por salários reais cada vez maiores.
Veja a curva de oferta de trabalho do conjunto dos trabalhadores traçada em relação ao salário real.
Os trabalhadores só aceitarão trabalhar mais se os salários forem cada vez mais elevados de forma a cobrir o custo de oportunidade que é o sacrifício do lazer.
É no mercado de trabalho, no encontro da curva de oferta de trabalho com a de demanda por trabalho que fica estabelecido o nível de emprego na economia e o nível de salário real dos trabalhadores.
Veja o gráfico abaixo que mostra o nível de emprego da economia estabelecida no mercado de trabalho.
Uma vez determinado o nível de emprego, este determinaria o nível de produção na economia, de acordo com a função de produção, como pode ser visto na figura: 
Vale mencionar que os clássicos consideravam que o mercado de trabalho operava em concorrência perfeita e N  deve ser entendidocomo o nível de pleno emprego da mão de obra. O ponto de equilíbrio do mercado pode ser entendido da seguinte forma:
todos os trabalhadores (N ) que se ofertaram ao salário de mercado (W/P) foram demandados, ou seja, foram empregados (contratados). Só não estariam trabalhando os que não aceitassem o salário de mercado. Só haveria desemprego voluntário, mas não desemprego involuntário.
Importante observarmos como o nível de emprego pode ser alterado e como tal mudança vai impactar na produção.
Suponhamos que no período de tempo analisado tenha ocorrido um crescimento da população, ou um surto migratório e, portanto a quantidade de pessoas dispostas a trabalhar tenha aumentado consideravelmente.
A maior oferta de mão de obra vai fazer com que haja um excesso de trabalhadores desejosos de trabalhar em relação à quantidade de mão de obra que os empresários estão dispostos a contratar, ao nível de salário real vigente (W/P)  .
Esta é a situação típica de mercado em que a oferta fica maior do que a demanda. Em qualquer mercado, quando tal fato ocorre, os preços das mercadorias caem. No caso da mão de obra o seu preço é o salário real que, portanto terá que cair para reequilibrar o mercado, como ilustra a Figura
O deslocamento para a direita da curva N  , que passa a se chamar N  , mostra que para o mesmo nível de salário anterior a oferta de trabalhadores é maior.
Os salários nominais (W) cairão até que o novo equilíbrio seja alcançado ao salário real (W/P).
O nível de emprego no final não é tão alto quanto desejavam os trabalhadores, pois na medida em que os salários foram se reduzindo, muitos trabalhadores foram desistindo de se ofertar, mas muitos empregadores foram aparecendo, aumentando a quantidade demandada de mão de obra. Estes movimentos podem ser vistos ao longo das curvas de oferta e de demanda de mão de obra, entre os dois pontos de equilíbrio. Em relação ao equilíbrio anterior houve aumento do nível de emprego na economia de N  para N .
O nível de emprego no final não é tão alto quanto desejavam os trabalhadores, pois na medida em que os salários foram se reduzindo, muitos trabalhadores foram desistindo de se ofertar, mas muitos empregadores foram aparecendo, aumentando a quantidade demandada de mão de obra. Estes movimentos podem ser vistos ao longo das curvas de oferta e de demanda de mão de obra, entre os dois pontos de equilíbrio. Em relação ao equilíbrio anterior houve aumento do nível de emprego na economia de N  para N .
Voltando então ao fato de o nível de emprego ter aumentado, poderemos constatar que a produção também aumentará.
 Vamos ver como isso acontece observando o gráfico a seguir:
Outra possibilidade de aumento do nível de emprego na economia consiste no aumento da demanda por mão de obra por parte dos empregadores. Teremos então o deslocamento para a direita da curva Nd que mostra que para o mesmo nível de salário anterior a demanda por trabalhadores é maior que a oferta. Os salários nominais (W) aumentarão até que o novo equilíbrio seja alcançado ao salário real (W/P)1.  O nível de emprego no final é mais alto que o anterior, mas inferior ao que desejavam os empregadores, pois na medida em que os salários foram se elevando, muitos trabalhadores foram aparecendo para se ofertar, mas muitos empregadores foram desistindo de contratar a salários mais altos. No final houve aumento da quantidade empregada de mão de obra.
Estes movimentos podem ser vistos ao longo das curvas de oferta e de demanda de mão de obra, entre os dois pontos de equilíbrio na Figura.
Em ambos os casos analisados vimos que a produção será aumentada. Os produtores estão agora em condições de levar seus produtos ao mercado e ofertarem mais do que anteriormente, como demonstra a Figura:
No mercado de produto, ou de bens e serviços, haverá um excesso de oferta ao nível de preços de equilíbrio anterior. Como a oferta é maior do que a procura, os preços cairão até reequilibrar o mercado. Novamente vale relembrar que os preços médios estão representados por um índice de preços (P), que pode ser, por exemplo, o deflator do PIB.
Agora já estamos em condições de responder às duas questões sobre o que ocorreu com o nível geral de preços e, em consequência, com os salários reais em cada uma das duas situações apresentadas.
1 - O novo salário real de equilíbrio como visto é menor que o anterior, pois o salário nominal é menor. Mas o que ocorreu com o nível geral de preços da economia (P), que faz parte também do salário real?
Resposta: Supusemos que a oferta de mão de obra havia aumentado o que ocasionou a queda do salário nominal e a do salário real. A queda no salário real gerou o aumento no nível de emprego, que levou ao aumento da produção. O aumento da produção ocasionou o aumento da oferta agregada e a queda do nível de preços.
Sabemos então que o salário real se reduziu sendo que houve queda do salário nominal e do preço. Como o salário real é uma fração (W/P), a queda do salário nominal puxa o resultado da divisão para baixo, mas a queda do preço puxa o resultado para cima. Neste caso não saberíamos o resultado da fração, pois não estamos trabalhando com números. Mas a representação gráfica do mercado de trabalho na Figura 3.7 já nos deu a resposta mostrando que o salário real caiu. Desta forma a queda do salário nominal mais do que compensou a redução dos preços.
2 - O novo salário real de equilíbrio como visto é maior que o anterior, pois o salário nominal é maior. Mas o que ocorreu com o nível geral de preços da economia (P), que faz parte também do salário real?
Resposta: Supusemos que a demanda de mão de obra havia aumentado levando ao aumento do salário nominal e do salário real, mas a maior demanda elevou o nível de emprego, que determinou o aumento da produção. O aumento da produção ocasionou o aumento da oferta agregada e a queda do nível de preços. Sabemos então que o salário real se elevou sendo que houve aumento do salário nominal e queda do preço. Como o salário real é uma fração (W/P), o aumento do salário nominal puxa o resultado da divisão para cima, assim como a queda do preço. Neste caso não há qualquer dúvida de que a fração aumentaria independentemente dos valores dos componentes do salário real, como mostrou a Figura 3.9.
EXERCÍCIOS
1 - A respeito da macroeconomia clássica, leia as informações a seguir e assinale a alternativa correta.
 I) Economia clássica entendia que a economia deveria estar livre das intervenções do governo. Neste sentido, para os economistas clássicos, as variáveis reais (as que refletem quantidades) e não as nominais (expressas monetariamente) eram as determinantes de outras variáveis reais como a produção e o emprego.
 II) Para a economia clássica, a produtividade marginal do fator trabalho refere-se ao quanto de incremento na produção será dado em função do aumento de uma unidade (a mais) do fator trabalho.
III) Os trabalhadores só aceitarão trabalhar mais se os salários forem cada vez mais elevados de forma a cobrir o custo de oportunidade que é o sacrifício do lazer. Os trabalhadores escolhem o nível de trabalho ofertado com vistas a maximizar a renda real, o consumo e, consequentemente, a utilidade ou satisfação.
IV) O nível de emprego no final não é tão alto quanto desejavam os trabalhadores, pois na medida em que os salários foram se reduzindo, muitos trabalhadores foram desistindo de se ofertar, mas muitos empregadores foram aparecendo, aumentando a quantidade demandada de mão de obra. Estes movimentos podem ser vistos ao longo das curvas de oferta e de demanda de mão de obra, entre os dois pontos de equilíbrio.
( ) I, II, III e IV são falsas ( ) I e III são falsas e II e IV são verdadeiras
( ) I, II, III e IV são verdadeiras. ( ) I e II são falsas e III e IV são verdadeiras
( ) II e III são falsas e I e IV são verdadeiras
De acordo com a teoria dos clássicos:
( ) Qualquer variável componente da demanda agregada tem a capacidade de estimulara economia.
( ) O desemprego voluntário significa que um trabalhador só não tem emprego se não quiser aceitar o salário vigente no mercado de trabalho.
( ) O equilíbrio da economia não está relacionado ao nível dos salários, pois independe do mercado de trabalho.
( ) A capacidade de produção da economia não pode ser alterada mesmo que se considere uma perspectiva de longo prazo.
( ) Os gastos do governo ou a quantidade de moeda na economia podem ser usados como forma de eliminar o desemprego involuntário.
3 - Pode-se afirmar que o produto de uma economia não crescerá, sempre que (marque somente uma das respostas abaixo).
( ) Ambos população e produto estejam crescendo
( ) A população não estiver crescendo. 
( ) O crescimento da produção estiver mantendo, exatamente, o mesmo ritmo de crescimento da população.
( ) A população cresce em maior proporção que a produção.
( ) A taxa de crescimento por pessoa aumente. GABARITANDO 1-C 2-B 3-C
A NEUTRALIDADE DA MOEDA PARA OS ECONOMISTAS CLÁSSICOS – AULA 04
Introdução
Os macroeconomistas sempre se dividem quando são chamados a explicar as variáveis que mais influenciam, principalmente, o nível de produção do país. Tal assertiva torna-se mais verdadeira quando se trata das políticas econômicas mais adequadas para promover o crescimento econômico. Muitos acreditam que o governo não deve interferir na economia, enquanto outros recomendam sua atuação.
Muito se tem discutido sobre o papel da moeda na economia.
Os economistas clássicos, para tratar do assunto, classificaram as variáveis econômicas em dois grandes grupos, ou seja, as separaram em variáveis reais e variáveis nominais.
Nesta aula  será apresentada a teoria quantitativa da moeda dos economistas clássicos,  pela qual procuraram demonstrar que uma política monetária expansionista não conseguiria estimular a produção do país e ainda causaria impactos inflacionários. A política monetária contracionista poderia ser usada, então, para reduzir a inflação sem afetar a produção.
É quase que intuitivo para as pessoas, em geral, que alterações na quantidade de moeda (dinheiro) existente na economia provoquem alterações no nível geral de preços dos bens e serviços.
Até hoje o que divide os economistas, é que as alterações monetárias são capazes de afetar também outras variáveis como: PRODUÇÃO / EMPREGO / SALÁRIOS REAIS / TAXAS DE JUROS. 
Os economistas clássicos foram os primeiros a refletirem sobre esta indagação. Para melhor se entender as relações entre as variáveis econômicas, sugeriram separá-las em dois grupos:
Exemplo: A  renda dos fazendeiros produtores de leite é uma variável nominal, pois é medida em reais (nosso dinheiro), mas a quantidade de leite que produzem é uma variável real, pois é medida em galões.
Importante entender que que os preços de bens e serviços são variáveis nominais, mas os preços relativos são variáveis reais
Exemplo: Se afirmarmos que um quilo de arroz custa R$ 4,00 e o quilo de açúcar custa R$ 2,00, estamos nos referindo a duas variáveis nominais. Se, no entanto compararmos os dois valores por meio de divisão de um pelo outro (R$ 4,00/R$ 2,00), encontraremos o número dois como resultado. 
O que significa o número dois encontrado? Neste caso, vemos que estamos falando do preço do arroz em relação ao preço do açúcar, mas esta relação quer dizer também que se uma pessoa, por exemplo, tiver um estoque com diversos pacotes de um quilo de açúcar e quiser trocar sua mercadoria com outra pessoa que tenha um estoque com diversos pacotes de um quilo de arroz, terá que entregar sempre dois pacotes de açúcar para cada um dos pacotes de arroz a ser adquirido. Se olharmos pela ótica do detentor de arroz, diremos que ele terá que entregar um pacote de arroz, na troca por cada dois pacotes de açúcar que deseja obter.
Vemos que a divisão entre os dois preços resulta numa medida de unidades físicas e, portanto é uma variável real. Um quilo de arroz vale dois quilos de açúcar.
A principal razão dos economistas clássicos terem dividido as variáveis econômicas em dois grupos reside no fato de terem considerado que as variações na oferta de moeda não afetavam as variáveis reais. Esta era a chamada “neutralidade da moeda”
EXEMPLO: Para entendermos a neutralidade da moeda de forma um tanto intuitiva, vamos observar inicialmente à relação entre a moeda e os preços das mercadorias.
Se uma pessoa for ao açougue comprar um quilo de carne por R$ 15,00, estamos dizendo que a carne vale R$ 15,00, que ela está trocando seus
R$ 15,00 por 1 Kg de carne. É isto que vale a carne. Se passarmos para o outro lado do balcão, veremos a mesma transação comercial sob a ótica oposta. O açougueiro está adquirindo reais com a carne que possui. Ele está comprando reais com carne. Então surge a pergunta: Quanto custa R$ 1,00 em termos de carne? Quanto o açougueiro tem que dar de carne para obter R$ 1,00? A resposta seria 1/15 de carne. 
Se estendermos a análise para os diversos produtos da economia, não usaremos mais o preço da carne, mas um índice de preços que reflita o preço médio da economia, ao qual chamaremos de P. 
o valor da moeda é o inverso do nível de preços (valor de M=1/P
Como visto anteriormente ,esta abordagem pode ser estendida também à relação entre dois importantes preços na economia:
• Preços dos serviços de mão de obra; • Preços de bens e serviços em geral.
EXEMPLO: Ao dividirmos o valor do salário de uma pessoa por um determinado índice de preços, encontraremos a quantidade de determinados produtos que o seu salário é capaz de comprar. Esta relação se chama salário real. O salário nominal desta pessoa se mantiver constante ao longo do ano, vale dizer, se ela receber o mesmo salário em todos os meses, que qualquer aumento dos preços fará seu salário real se reduzir. Cairá o seu poder de compra e seu salário medido em quantidade de mercadorias possíveis de serem adquiridas será menor.
O cálculo do salário real, que representa quantidade física, pode ser considerado como o salário nominal corrigido pela inflação.
EXEMPLO: Quando uma pessoa aplica o seu dinheiro é porque espera ganhar uma remuneração por ter deixado de usá-lo no momento. Este ganho são os juros. O percentual que ela vai ganhar com a aplicação chama-se taxa de juros. 
 
Se durante o período em que o dinheiro ficou aplicado tiver havido um surto inflacionário, evidentemente o poder de compra do dinheiro aplicado no final tornou-se menor.
O desenvolvimento da teoria clássica começa pela chamada teoria quantitativa da moeda e esta, por sua vez, parte da chamada equações de trocas.
A equação de trocas é na realidade uma identidade que relaciona o volume das transações medidas a preços correntes com o estoque de moeda multiplicado pela taxa de circulação de moeda.
 
Os clássicos consideravam que a velocidade da moeda era determinada pelos hábitos e tecnologias relacionados aos pagamentos que as pessoas e empresas tinham que realizar. Então, a velocidade de circulação poderia sofrer alterações pelas mudanças nos hábitos dos pagamentos na sociedade.
EXEMPLO: Nos dias de hoje, o uso do cartão de crédito provocou alterações na velocidade de circulação da moeda. Qual a razão disto? Bem, a princípio, o cartão de crédito pode parecer dinheiro, pois é utilizado para pagamento.
Na realidade, entretanto, o cliente não paga no momento em que o utiliza na loja, mas tão somente quando paga o extrato posteriormente. 
O cartão de crédito permite que as pessoas concentrem muitos dos seus pagamentos num único dia e desta forma reduzam a quantidade média de moeda necessária para passar o restante do mês. A menor demanda por moeda faz com que circule menos moeda para um dado nível de PIB nominal (Py).  Então, a moeda terá que trocar mais vezes de mãos, vale dizer, V irá aumentar.
Este é um exemplo de mudança tecnológica que altera o hábito de pagamento das pessoas, mas existem outros fatores, nãosó tecnológicos, que também determinam os seus hábitos de pagamentos e, portanto os prazos entre tais pagamentos.
 
O essencial é que os hábitos de pagamentos, ou seja, a periodicidade entre os pagamentos é que vai determinar a necessidade de certa quantidade de moeda por parte das pessoas e, por consequência, o nível em que V se encontra.
O fato relevante é que os economistas clássicos consideravam que os hábitos das realizações de pagamento não se alteravam de uma hora para outra, podendo-se considerar por isso V constante no curto prazo. A primeira consequência da constância de V, sendo esta variável predeterminada, é que seu papel não é mais o de simplesmente ser definida apropriadamente para igualar MV e Py. A equação das trocas deixa de ser uma mera tautologia. O sinal de identidade será substituído pelo de igualdade e ficará da seguinte forma:
Conclusão da fórmula MV = Py    (4.5)|
Conclui-se assim que apenas as variáveis M e P estão relacionadas e de forma direta. Restaria saber qual a ordem causal, se M determina P, ou vice-versa. A lógica mostra que a inflação é um fenômeno monetário, quanto maior a quantidade de moeda na economia, maior será a disponibilidade de dinheiro na sociedade para aquisição de bens e serviços e maior a pressão sobre os preços. Então, a equação das trocas mostra que se a quantidade de moeda na economia for triplicada, por exemplo, o nível geral de preços também irá triplicar. É M que determina P.
A equação das trocas mostrou que quanto maior a quantidade de moeda, maior o nível de preços na economia. Agora vemos que quanto maior a quantidade da moeda, menor o seu valor em decorrência do aumento de preços.
É importante sabermos que uma das funções da moeda é ser unidade de conta. Medimos os valores dos bens e serviços com moeda.
EXEMPLO: Por exemplo, sabemos que um determinado computador custa R$ 3.000,00 e um determinado carro R$ 30.000,00. Estamos então medindo os valores desses produtos com moeda. Vemos que o valor do automóvel é dez vezes o do computador.
Quando queremos medir comprimento de alguma coisa, por exemplo, usamos o sistema métrico. Nossa unidade seria o metro. Então podemos medir a parede de uma sala e verificar que ela mede 5m
OBSERVAÇÃO: Suponhamos que o Banco Central dobre a oferta de moeda na economia. A consequência seria a queda do valor da moeda pela metade. A unidade de conta perde valor.
Façamos agora uma analogia com o sistema métrico. Suponhamos que tivéssemos também uma desvalorização deste sistema. Se 1m deixasse ser igual a 100 cm e passasse a valer 50 cm. O que ocorreria agora com a medição da nossa parede de 5m? Ela agora iria medir 10m. Mas será que a parede teria realmente aumentado? É claro que não. Isto só ocorreria quando fossem usados mais tijolos, cimento e trabalho de pedreiros. Somente os fatores reais seriam capazes de alterar a parede que aqui corresponde a uma variável real (algo físico).
Quando a moeda perde valor, ocorre uma diminuição do medidor, como ocorreu com o sistema métrico.
Então neste caso teríamos o aumento no cálculo do PIB nominal, em decorrência do aumento de preços (analogia com a nova a medição da parede), mas não haveria aumento do PIB real, que só aumentaria se fossem utilizados mais capital e mão de obra, analogia com os tijolos, cimento e mão de obra.
A neutralidade da moeda pode ser também observada no modelo formal dos gráficos apresentados anteriormente.
O produto agregado da economia (y) é determinado pelos fatores de produção, dada a tecnologia existente, afirmavam os clássicos. No curto prazo, então, o estoque de capital não sofre alteração e a produção é determinada apenas pelo nível de emprego.
Este, por sua vez, é determinado no mercado de trabalho.  Portanto, a produção, que é uma variável real, é determinada pelo nível de emprego, outra variável real, que se relaciona ao salário real.
A maior oferta de moeda afeta as variáveis nominais, mas não as variáveis reais. Não adianta o governo aumentar a quantidade de moeda na economia que não haverá crescimento econômico e só aumento de preços.
Agora podemos analisar a neutralidade da moeda, com base nos pressupostos do modelo. Pela teoria quantitativa da moeda, se a quantidade de moeda na economia aumentar, o nível de preços também aumentará na mesma proporção.
O que ocorrerá, então, com o nível de salário real?
Se P1 dobrar o novo preço P2 será igual a 2P1 (P2=2P1). Vemos que o novo salário real será (W1/P2) = (W1/2P1). Como o numerador não sofreu alteração e o denominador aumentou, a fração diminuiu. Em outros termos, o salário real diminuiu.
Como pode então o salário real sofrer alteração, se não por alterações no equilíbrio entre as duas curvas?
O que os clássicos diziam?
Nesta situação, realmente o salário real não iria se alterar. Diante do aumento de preços, os trabalhadores iriam exigir o dobro do salário nominal anterior. O resultado seria obtenção de um novo salário nominal W2, que corresponderia a 2W1.
Se recalcularmos o salário real, veremos que W2/P2 = 2W1/2P1=W1/P1. O salário real voltou, assim, ao mesmo patamar anterior. A consequência deste reajuste simultâneo do salário nominal com o nível geral de preços é de extrema importância para a teoria clássica, pois mostra que o nível de emprego não seria alterado, continuando em N1, no nosso exemplo. Segue daí que o nível de produção também não sofreria alteração permanecendo em Y1.
Esta é base teórica do modelo para demonstrar a neutralidade da moeda no modelo dos economistas clássicos.
Em termos do equilíbrio macroeconômico, entre oferta agregada e demanda agregada, a maior oferta de moeda não iria alterar a oferta agregada, mas apenas a demanda agregada. A relação entre oferta de moeda e demanda agregada também está baseada na teoria quantitativa da moeda.
Para entendermos esta relação, temos que partir do princípio de que os clássicos pressupunham o equilíbrio entre a oferta de moeda (M) e a demanda por moeda (Md). A oferta de moeda é o estoque de moeda existente na economia, ou seja, a quantidade de moeda que as autoridades governamentais colocam na economia. Já a demanda por moeda representa uma proporção (k) da renda nominal (Py) que as pessoas desejam reter para efetuar os pagamentos de suas aquisições de bens e serviços.
Devemos nos lembrar de que Py é a renda de toda a sociedade. Se cada pessoa guardar um percentual de sua renda em forma de moeda, a sociedade, como um todo, irá preservar um percentual (k) do somatório de todas as rendas que totalizará (Py). 
No equilíbrio, portanto temos a seguinte equação:
o equilíbrio, portanto temos a seguinte equação:    M = Md = KPy    (4.6)
A equação (4.6) mostra também que, no equilíbrio temos a seguinte igualdade:   
 M 1 = Py   (4.7)
 K
Na medida em que as pessoas retêm mais moeda para gastar, ou seja, em que k aumenta, a velocidade de circulação da moeda diminuirá. Portanto 1/k =V. Daí a equação (4.7) acaba por ser a mesma da (4.5).  Da equação demanda por moeda pode-se deduzir a curva de demanda agregada clássica, como será visto a seguir.        
O que ocorre com a curva de demanda agregada agora, se a quantidade de moeda aumentar? Dado que para os clássicos V é constante e y só iria variar com aumentos de variáveis reais (capital e mão de obra), o que não está ocorrendo, provando-se assim que y também está constante, então o efeito do aumento de M será sobre os preços. 
Se considerado o último exemplo, em que y =100 e V =2, se M passar a ser 225, então P subirá de 3 para 4,5. Graficamente temos um deslocamento da curva para cima, pois o mesmo ponto 50 (no eixo horizontal) que correspondia a 3, no eixo vertical, vai corresponder a 4,5, no mesmo eixo vertical, logo yd se deslocou para cima.
Agora temos o resultado completo do equilíbrio macroeconômico. A quantidade de moeda, ao ser aumentada, deslocou a curva de demanda para cima sobre a curv de oferta agregada. Esta não se alterou com o aumento de M. O efeito foi somentesobre o nível de preços, que se forma no encontro da oferta agregada (ys) com a demanda agregada (yd), como mostra a Fig. 
A neutralidade da moeda é vista graficamente assim: O aumento da oferta de moeda desloca a demanda agregada, mas não a oferta agregada. Os preços vão se elevar para reequilibrar o mercado de bens e serviços. No caso de redução da demanda agregada, decorrente da redução da oferta de moeda, haveria queda da inflação, sem causar recessão (queda de y).
Agora temos o resultado completo do equilíbrio macroeconômico. A quantidade de moeda, ao ser aumentada, deslocou a curva de demanda para cima sobre a curv a de oferta agregada. Esta não se alterou com o aumento de M. O efeito foi somente sobre o nível de preços, que se forma no encontro da oferta agregada (ys) com a demanda agregada (yd), como mostra a Fig.
A neutralidade da moeda é vista graficamente assim: O aumento da oferta de moeda desloca a demanda agregada, mas não a oferta agregada. Os preços vão se elevar para reequilibrar o mercado de bens e serviços. No caso de redução da demanda agregada, decorrente da redução da oferta de moeda, haveria queda da inflação, sem causar recessão (queda de y).
EXERCÍCIOS
1- A afirmação de que ¿a moeda é neutra¿ na teoria clássica significa que:
( ) A quantidade de moeda nacional influencia somente os salários reais.
( ) Alterações na oferta de moeda afetam o produto, mas não os preços da economia.
( ) A moeda estrangeira não tem qualquer participação na economia de um país.
( ) A oferta de moeda afeta somente as variáveis nominais da economia.
( ) A quantidade de moeda não afeta o produto nem o nível de preços da economia.
2- Na teoria clássica, a moeda:
( ) É a variável determinante do nível de produção
( ) É neutra sobre a atividade econômica
( ) Varia diretamente com a velocidade da moeda
( ) É demandada para transação e especulação
( ) É essencialmente uma reserva de valor
3- Em relação à teoria quantitativa da moeda:
( ) Exprime a influência da moeda sobre as grandezas reais (emprego, produção)
( ) É determinante da oferta agregada
( ) Mostra que a velocidade renda da moeda varia com a produção do país
( ) Determina o nível de produção da economia
( ) É uma teoria da determinação do nível geral dos preços pela oferta da moeda
 
 GABARITANDO 1-E 2-B 3-E 
O MODELO KEYNESIANO SIMPLIFICADO – AULA 05
Introdução
A premissa dos economistas clássicos era a de que a economia sempre funcionava a pleno emprego dos fatores de produção. O mercado de trabalho, por operar em concorrência perfeita, estava sempre em equilíbrio. 
As variações dos salários nominais e dos preços nas mesmas proporções garantiam a constância dos salários reais, diante de variações nas variáveis nominais. Portanto, a curva de oferta agregada era vertical. Mesmo que a demanda agregada se deslocasse, os produtores não alterariam as quantidades ofertadas, já que as receitas (P) e custos (W) caminhavam juntos sem alterarem a lucratividade do empreendimento.
A premissa da rigidez salarial de Keynes garante que os salários reais se alteram diante de variações de preços, provocados pelos deslocamentos da demanda agregada. Se os preços se elevarem mais do que os salários, a cada aumento de preços, o salário real do trabalhador diminui, tornando a contratação de mão de obra cada vez mais barata.  O maior nível de emprego de trabalhadores garante a maior produção. Se os produtores ofertam mais, de acordo com os aumentos de preços, então está demonstrado que a curva de oferta agregada é positivamente inclinada. Vale dizer, quanto maiores os preços, maiores as quantidades ofertadas.
Segue daí que os deslocamentos da demanda agregada ao longo da curva de oferta passam a ser praticamente o que determina os aumentos ou diminuições da produção.
Nesta aula, será visto o caso extremo que se contrapõe à teoria clássica, pois a curva de oferta agregada atinge o máximo da elasticidade-preço da demanda, tornando-se horizontal.
O modelo keynesiano simplificado
Vimos que a oferta agregada no modelo clássico era totalmente inelástica a preços. Uma vez que os fatores de produção eram imaginados como sendo usados em sua plenitude, não haveria possibilidade de ocorrer ampliação da produção por meio de aumentos da demanda agregada.
A premissa clássica, de que o mercado de trabalho por si só garantia o pleno emprego da mão de obra, foi contestada por Keynes, diante da grande quantidade de pessoas desempregadas na crise de 1929 e nos anos imediatamentes posteriores.
Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego, que se situava em pouco mais de 3% da força de trabalho, em 1929, subiu para mais de 25%, ao final de 1933. Pelo restante da década de trinta, o desemprego seguiu em patamar ainda considerado elevado, tendo atingido pouco mais de 10% anualmente. Na Inglaterra, o desemprego permaneceu entorno de 10%, desde o início da década de 1920 até o final da década seguinte.
De acordo com o diagnóstico de Keynes, a crise se caracterizou pela insuficiência da demanda agregada, não tendo sido causada por qualquer problema de incapacidade produtiva por parte dos ofertantes. 
A crise que havia começado no setor financeiro impôs importante redução de renda à população norte-americana, derrubando a demanda agregada. A quantidade de moeda em poder do público havia apresentado decréscimo de aproximadamente 30%, entre 1929 e 1933.
A redução da demanda agregada levou a economia a acumular um excedente de produção (oferta agregada maior que a demanda agregada). Os produtores passaram a reduzir os preços de seus produtos, como também a própria quantidade produzida, e a demitir parte de seus empregados, fato este que engrossava a lista de desempregados que deixavam de consumir parte da produção. A redução do consumo impunha nova rodada de decréscimo da demanda agregada que, por sua vez, impunha nova queda de produção.
Ao final do processo, que ficou conhecido como a Grande Depressão, o nível do produto agregado encontrava-se bem abaixo do que corresponderia ao de pleno emprego. Ao contrário, o nível de produção total correspondia a uma grande capacidade ociosa na economia. As máquinas estavam em boa parte sem utilização e era significativo o nível de desemprego da mão de obra.
A figura 5.1 reproduz a anteriormente vista na aula 2, que demonstrou o formato da curva de oferta agregada, representada por uma reta horizontal. Ela retrata bem o comportamento dos produtores, ao reagirem às variações da demanda agregada. Em outros termos, em situações de elevada capacidade ociosa, a produção ajustar-se-á à demanda, sem alterações nos níveis de preços.
Se a crise no mercado de bens e serviços decorre da queda da demanda agregada, segue que a reversão do processo - a retomada do crescimento econômico - também ocorrerá se a demanda agregada começar a aumentar (de Yd1 para Yd2, por exemplo), o que corresponderá à mudança do nível de produção de Y1 para Y2, no exemplo da Fig. 5.1. Os produtores voltarão a empregar mais fatores de produção, reutilizando as máquinas ociosas e empregando mais mão de obra, podendo suprir adequadamente seus clientes. É sempre bom lembrar que dentro do pensamento keynesiano, a produção deve atender à demanda, pois é dela dependente.
Sendo a oferta horizontal, as variações de preços são inexistentes enquanto prevalece este cenário; vale dizer, enquanto for abundante a disponibilidade de recursos produtivos. Este é o pano de fundo da análise keynesiana inicial que passaremos agora a abordar
É importante atentarmos para cada um dos componentes da demanda agregada e suas variáveis explicativas.
Iniciaremos o estudo observando a função matemática da despesa dos consumidores no agregado (C).  Keynes considerou que as despesas de consumo das famíliasdependem diretamente do nível de renda disponível (a que sobra depois de pagos os impostos).
Em sua denominada “lei psicológica fundamental”, Keynes afirmava que as pessoas estão dispostas, em sua maioria, a aumentar seu consumo à medida que sua renda aumenta, mas não na mesma proporção. A parte da renda não gasta em consumo é destinada à poupança.
Os dispêndios dos consumidores (C) são normalmente o maior componente da demanda agregada (C+I+G). Nos Estados Unidos, eles costumam representar cerca de 70% do produto agregado, o que significa dizer que o aumento do consumo das famílias pode ser responsável por boa parte do crescimento econômico, o mesmo se podendo dizer do Brasil de hoje. Em contrapartida, a redução do consumo das famílias pode derrubar o PIB do país, provocando recessão.
RENDA CONSUMO / FUNÇÃO CONSUMO TEÓRICA 
Matematicamente, a equação da chamada função consumo é expressa da seguinte forma:
A Figura 5.2 contém a representação gráfica da função consumo. O termo Ca, que graficamente é o intercepto da reta da função consumo, representa o consumo autônomo, que é o valor do consumo quando a renda disponível é zero. É a parte do consumo que não depende da renda. 
Como as pessoas poderiam consumir qualquer coisa, mesmo com renda zero?
A explicação está no fato de a sociedade poder se valer de dinheiro poupado anteriormente. Se o dinheiro for obtido por empréstimo, continua sendo dinheiro poupado de alguém e para a macroeconomia, para a economia como um todo, o fato é que há uma diminuição da poupança.
A função consumo então tem a fórmula de uma equação da reta que cresce com o aumento da renda disponível.
á vimos que o consumo autônomo Ca é uma das partes da função consumo e tem como característica o fato de não depender da renda disponível. Como haverá sempre algum consumo por parte das famílias, mesmo com a renda disponível nula, conclui-se que Ca será sempre um número positivo. Daí a reta da função consumo ter início acima da origem dos eixos.  
Mas o que significa o restante da equação?
Para entendermos melhor o significado do coeficiente c1 da Equação (5.1), devemos nos valer inicialmente do auxílio geométrico da função consumo da Figura 5.2.
Mas o que significa o restante da equação?
Para entendermos melhor o significado do coeficiente c1 da Equação (5.1), devemos nos valer inicialmente do auxílio geométrico da função consumo da Figura 5.2.
Vamos supor que a renda disponível de um país tivesse aumentado de 100 para 140[1] e, por conta disto, os consumidores tivessem aumentado o consumo de 70 para 102. A variação[2] da renda teria sido de 40 (∆YD =140-100) e a variação do consumo de 32 (∆C = 102-70).
Ao observarmos o gráfico da função consumo, verificamos que se dividirmos ∆C por ∆YD, encontraremos a medida da inclinação da reta da função consumo. Evidentemente, tal inclinação não se altera ao longo de toda a reta.
A verificação mais importante de tudo isto é que a inclinação de uma reta é o parâmetro da variável YD da Equação (5.1). No presente caso, o coeficiente c1. Então se pode dizer que:
Esta é a explicação geométrica de c1, mas qual seria a sua interpretação econômica?
A relação ∆C/ ∆YD deve ser entendida como o aumento nos dispêndios com consumo para dado aumento de renda disponível. Se c1=0,8, então este é o valor do incremento dos dispêndios com consumo por incremento unitário de renda disponível. O coeficiente c1 é denominado Propensão Marginal a Consumir (PMgC). Se visto como percentual, poderíamos dizer que 80% do incremento da renda são destinados ao aumento do consumo.
Apresentado c1 em forma decimal, a suposição keynesiana é a de que o consumo aumentará de acordo com o aumento da renda disponível (c1›0), mas em proporção menor que o aumento da renda disponível (c1‹1).
Suponha que a renda disponível seja igual a 100. Se no ponto YD = 100 levantarmos uma reta verticalmente, até cruzar a reta de 45°, a reta vertical medirá também 100. Se escolhermos o ponto em que YD=20, então a reta vertical medirá 20. Descobrimos que, desta forma, tudo que medirmos no eixo horizontal pode ser medido verticalmente também, ou seja, no eixo vertical onde está sendo medido o consumo (C). 
Para que possamos comparar os valores de C com os de YD, de forma visualmente mais fácil. Agora podemos ver que entre YD=0 e o ponto YDE,, o consumo é maior do que a renda disponível. No ponto YDE, o consumo é exatamente igual a renda disponível e para valores de renda disponível superiores a YDE, constatamos que a renda disponível é maior do que o consumo. 
PARA QUE ISSO?
Visto que apenas parte da renda disponível é destinada ao consumo, então a parte restante é direcionada à poupança. A fórmula da poupança pode ser deduzida da função consumo. A função poupança é normalmente representada na literatura econômica mundial pela letra “S” de “saving”, que significa poupança em inglês.
Retirando-se os parênteses e reagrupando os termos chegaríamos a:
S = YD – Ca - c1 YD 
S = – Ca  + (1-c1) YD
Substituindo C pela sua equação, obteríamos: 
S = YD – (Ca + c1 YD)
Se a poupança é a renda disponível não gasta em consumo (dinheiro das pessoas que sobra depois de todos os seus gastos), então a equação da poupança privada pode ser apresentada como: S = YD – C.
A equação da poupança pode ser representada por uma reta que cresce com o aumento da renda disponível, como mostra a Figura 5.3.
Vale observar inicialmente que, quando a renda disponível é zero (origem do eixo horizontal), a poupança é -Ca. Pode a poupança ser negativa como mostra o gráfico? A resposta é sim. Na realidade, está havendo uma “despoupança” - dinheiro guardado anteriormente que será usado para bancar a despesa Ca das pessoas, quando estão sem renda para gastar (YD = 0). À medida que a renda vai aumentando (quando caminhamos para a direita no gráfico), a poupança vai aumentando também, ficando menos negativa no início (trecho em que C‹ YD,, na Fig. 5.2, e YD medida na reta de 45°).
No trecho em que a poupança é negativa, a despesa com consumo é maior do que a renda disponível (C > YD); quando a poupança é zero, o consumo é igual à renda disponível (C = YD), ou seja, as pessoas estariam gastando toda a renda e, quando a poupança é positiva, haveria sobra de dinheiro, pois a renda disponível seria maior do que a despesa com consumo (C< YD).
Denominamos ponto de equilíbrio aquele em que C=YD. Neste ponto, toda a renda disponível está sendo gasta em consumo e nada sobra para a poupança. Por ser esta a renda disponível de equilíbrio, escolhemos colocar a letra “E” na abreviatura YD, ficando então este nível de renda simbolizado por YDE.
Vamos agora voltar à função consumo para observarmos a função poupança. Vimos no exemplo anterior que c1=0,8, o que quer dizer que 80% do aumento da renda vão para o consumo. Então podemos dizer que os 20% restantes vão para a poupança. Assim, concluímos que existe uma Propensão Marginal a Poupar (PMgS), cujo cálculo é : (1- c1)=(1-0,8)=0,2.
No mesmo exemplo anterior, observamos que da renda inicial de 100, as pessoas dedicavam 70 ao consumo, logo os 30 restantes eram destinados à poupança. Quando a renda subiu para 140, elas passaram a gastar 102, donde se pode concluir que 38 passaram a ser destinados à poupança. O aumento da poupança foi de: 8=38-30.
A PMgS é a relação da variação da poupança para uma dada variação da renda disponível, o que significa dizer que pode ser obtida também pela relação ∆S/ ∆YD.
(1-c1) = ∆S/ ∆YD= (38-30)/(140-100)=8/40=0,2
A PMgS é igual à inclinação da função poupança (∆S/ ∆YD) e se mantém constante ao longo de toda a reta.
Há ainda outros importantes conceitos que precisamos conhecer:
Como a soma do consumo com a poupança tem que igualar a renda disponível (70+30=100, no exemplo anterior), vemos que a soma da PMeC com a PMeS tem que ser igual à unidade (100%=1).
Dedução semelhante pode ser feita com as variações.  Sabemos que a variação da renda disponível

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