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REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA

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�PAGE \* MERGEFORMAT�46�
INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE
AGRIMENSURA
ANTÔNIO PITANGA TEODORO MOREIRA DO PRADO
REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA
Aracaju/SE
 2016�
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo desenvolver a discussão sobre responsabilidade , uso e a necessidade de fontes hídricas. 
Palavras-chave: Responsabilidade, necessidade e urgência.
�
INTRODUÇÃO
No Brasil e no mundo, o crescente número de pessoas que fazem uso de da água de forma desordenada e irresponsável vem contribuindo para o caos hídrico que demostra o cenário atual. O mau uso dos recursos é um fator determinante para o caos social em que as grandes e pequenas cidades se encontram, o descaso que assola as cidades é possível perceber os prejuízos decorrentes da prática do consumo inadequado, principalmente se lembrarmos das consequências daí decorrentes que atingem diretamente a natureza.
O Estado e as famílias não se demonstram preparados para enfrentar a problemática, nem tampouco imaginaram que em razão dos seus efeitos o futuro drasticamente prejudicado. Diante de tantos acontecimentos inesperados e do surgimento de tantas perguntas sem resposta, indaga-se: como se deve agir para que seja garantido esse bem mais precioso? Os projetos precisam sair do papel e o pais precisa ser governado por pessoas comprometidas com essa situação.
 O que é esse processo?
Um processo de coleta de água, que busca minimizar o mau uso do recurso e de certa forma diminuir os impactos ambientais existente.
Coleta de água da chuva
Apesar de ser uma técnica relativamente simples, o aproveitamento de água da chuva possui requisitos mínimos que devem ser respeitados para garantir o funcionamento do sistema e, principalmente, para assegurar a qualidade dos volumes coletados.
O telhado ou a laje de cobertura da edificação funcionam como área de captação. Em alguns casos, pode-se pensar em uma rede de distribuição da água para pontos de consumo de água não potável, caso das bacias sanitárias. Em edificações já construídas, entretanto, é indicado optar por sistemas simplificados, uma vez que o custo de novas instalações hidráulicas prejudicará a viabilidade financeira do projeto.
Dois aspectos não podem ser ignorados: o espaço disponível para a instalação do reservatório e, quando a intenção for instalá-lo sobre a laje de cobertura, a capacidade da estrutura para suportar o peso adicional. "A carga extra de um reservatório cheio de água pode não ser suportada por alguns tipos de construção"
A capacidade de reservação deve levar em conta a demanda por água não potável. O número de usuários e seus hábitos de consumo, além das diversas aplicações que essa água pode ter na edificação, como limpeza de pisos e rega de jardins, também precisam ser levados em conta.
Calhas e tubos direcionam facilmente as águas até um reservatório, mas é preciso prever um sistema de tratamento, cuja complexidade vai depender dos usos pretendidos.As substâncias psicoativas, sempre estiveram presentes em nossa sociedade, seja através da medicina, dos ritos religiosos ou até mesmo nas práticas indígenas, porém não se sabe ao certo, como se deu exatamente a formação da terminologia que foi possível originar a palavra drogas.
Tratamento da água de chuva
É imprescindível, alertam os pesquisadores do IPT, desprezar as primeiras chuvas. São elas que vão arrastar os poluentes presentes no ar e lavar a sujeira acumulada na área de captação. As recomendações técnicas indicam um descarte em torno de um a dois litros de água da primeira chuva para cada metro quadrado de telhado. Assim, se a cobertura tem 20 metros quadrados, é necessário desconsiderar um volume entre 20 e 40 litros. 
m sistema mínimo de tratamento das águas pluviais envolve não somente o descarte das primeiras águas, mas a remoção dos sólidos, como folhas, galhos e areia, por meio da utilização de filtro ou tela. "É recomendada a desinfecção com compostos de cloro, quando existir a possibilidade de contato da água com a pele do usuário ou quando o tempo de armazenamento for longo. 
Sistemas permanentes de aproveitamento da água da chuva, instalados com o objetivo de suplementar o abastecimento para fins não potáveis, demandam sistemas mais complexos de tratamento. É possível encontrar no mercado filtros e componentes de desinfecção que devem ser empregados nesses casos.
Armazenamento da água
A qualidade da água está diretamente relacionada com o seu armazenamento. Além disso, o reservatório deve ser protegido de impactos e da luz solar, e também se deve prever uma saída de fundo no reservatório que propicie sua limpeza acumulada na área de captação. 
O mais comum é utilizar a água de chuva para a rega de jardins e plantações, lavagem de carros e pisos e também em descargas de bacias sanitárias. Em condições anormais de abastecimento, desde que se mantenha a forma adequada de coleta, tratamento e armazenamento, é possível considerar o uso para lavagem de roupas, louças e para o banho.
Como ser um empreendedor diante deste recurso.
A qualidade da água está diretamente relacionada com o seu armazenamento. Além disso, o reservatório deve ser protegido de impactos e da luz solar, e também se deve prever uma saída de fundo no reservatório que propicie sua limpeza acumulada na área de captação. 
Armazenamento de água
 Parágrafo único.  Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
A Organização Mundial de Saúde também define o que o que entende por dependência química, e tal conceito que servirá como instrumento de estudo desta pesquisa, definindo-a assim: 
O conceito de dependência química, que servirá como instrumento também no decorrer desta pesquisa, inicialmente será mencionado com base no modo como a a Organização Mundial da Saúde a entende, para quem há todo um ciclo de recorrência referente ao comportamento dos dependentes químicos, geralmente:
a dependência é um estado psíquico e por vezes físico, caracterizado por comportamentos e respostas que incluem sempre a compulsão e necessidade de tomar a droga, de forma contínua e periódica, de modo a experimentar efeitos ou para evitar o desconforto de sua ausência, podendo a tolerância estar presente (Organização Mundial de Saúde, 2010, p.49).
 Além do mais, vemos que nem a nova lei, nem a anterior, relaciona no corpo de sua norma quais substâncias são consideradas drogas, fazem menção apenas as suas manifestações no corpo humano e dessa forma continuaria ofuscando para as autoridades a identificação das substâncias ilegais naquilo que dependeria de sua clareza no texto de base normativo e regulamentador dessa problemática, ou seja, nesse sentido, estaria empregando uma normal penal em branco. No entanto, o artigo 66, da Lei 11.343/2006, vem contribuir diante deste fato recolocando outra orientação a fim de que essa norma perdesse seu efeito por falta da relação, inclusive informativa, com aquilo que poderia estar definido como sendo drogas:
Art. 66.  Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
Diante das discussões já apresentadas, resta apenas nos atermos às especificidades da ideia de drogas, acrescentando no bojo dessa questão dados paralelos, associados a esta temática, qual sejam os conceitos de traficante, de experimentador e de viciado, observados, tendo em vista as colocações de Benfica e Braz, na tentativa de esclarecer, relacionando papéis dos sujeitos em meio à proliferação dessas substâncias, quanto a postura decada um dos indivíduos envolvido nas questões da participação dos atos do mundo das drogas, assim definido, segundo Francisco Benfica e Márcia Vaz (2008, p. 18-19):
Traficante é o indivíduo, viciado ou não, que planta, importa, exporta e distribui a droga aos viciados e experimentadores. Experimentador é o indivíduo que dolosa ou culposamente procura a experiência, sabendo da antijuricidade do fato. Viciado é o indivíduo que apresenta um padrão de comportamento caracterizado pelo uso compulsivo e pela necessidade incessante de drogas e de assegurar o seu suprimento. Este termo tende a ser substituído pelo conceito de “dependente” (grifo dos autores). 
Em relação à dependência química, os mencionados autores afirmam que a dependência, novo termo a ser utilizado e recomendado a partir de 1964, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), surgiu com o intuito de substituir uma outra terminologia, centrada na ideia de vício, na qual esta primeira deveria ser abandonada visto que conservava em si uma maior carga de conotação moral, isso porque na falta da droga os usuários que se acostumam consumi-la apresentam sintomas penosos, levados a um desejo insaciável, por vezes, e a uma necessidade absoluta de consumo. 
Quanto ao quadro que caracteriza a chamada “dependência física”, os autores o definem como o estado de adaptação do corpo, manifestados por distúrbios físicos quando o uso de uma droga é interrompido. Eles exemplificam afirmando que quando uma determinada droga é utilizada em grandes quantidades e frequências elevadas, o organismo se defende estabelecendo um novo equilíbrio em seu funcionamento e adaptando-se a esta substância de tal forma que, na sua falta, funciona mal. Na dependência física, é necessário que a droga torne a ser ingerida para que o corpo volte a funcionar normalmente, por isso mesmo a suspensão do uso desta substância manifesta-se através de um desajuste metabólico no organismo, normalmente caracterizado por sensações de mal-estar e diferentes graus de sofrimento mental e físico, sendo que cada tipo de droga predispõe cada indivíduo a manifestar seu grau de sofrimento mental particular.
O conceito de Dependência de drogas, segundo os autores mencionados, relaciona dois tipos de dependência: dependência física e dependência química, porém, a partir da nova classificação advinda da 9ª reforma na saúde mental, foram levados em conta os aspectos psicológicos e físicos e unificadas as duas nomenclaturas sob a definição de dependência de drogas.
Benfica e Vaz ainda asseguram que as substâncias que eram geradoras da dependência psíquica, eram consideradas drogas leves. No entanto, sabemos que hoje várias drogas aparentemente inconsequente quanto a capacidade de produzir dependência física, ainda assim geram intensa compulsão para o uso de seus consumidores e sérios problemas orgânicos, portanto, a classificação da época para determinadas substâncias tidas como drogas “leves” é inconcebível hoje.
Em outro viés, abordando a questão da dependência psíquica, os autores a conceituam entendendo-a pelo prisma da incontinência: a dependência psíquica é o desejo incontrolado de obter e administrar a droga a fim de obter prazer ou alívio de desconforto. No entanto, atualmente, este conceito de se desloca dessa concepção, pois aceita-se que uma pessoa seja dependente, sem qualificativos, enfatizando-se que a condição de dependência seja encarada como uma quadro clínico.
Benfica e Braz(2008) destacam determinados conceitos nos quais se indicam suas posições a partir de ideias voltadas ao complexo universo de implicações quanto ao quadro descritivo da terminologia que centraliza o problema das drogas.
Outras nomenclaturas ligadas ao objeto de estudo desta pesquisa também foram conceituadas pelos autores, como a dependência física a drogas, um claro indício físico marcado por consequências da abstinência; o hábito, que por vezes leva o indivíduo a manter uma regularidade de práticas, havendo risco de aumento de dosagem; a tolerância, relacionada à manutenção do efeito desejado e para isso o consumidor da substância ilícita tende a aumentar o volume da matéria consumida objetivando manter efeitos por ele já alcançados e, por fim, tais autores caracterizam o conceito de toxicômano relacionado à, entre outros fatores, dependência tanto física quanto psicológica, conforme ressaltam em suas próprias palavras:
Dependência física é o estado caracterizado pelo aparecimento de sintomas físicos ou síndrome de abstinência quando a administração da droga é suspensa. Síndrome da abstinência é o conjunto de sinais e sintomas desagradáveis, opostos produzidos pela droga, que surgem com baixo ou nulo teor da droga no sangue. Hábito: necessidade de usar uma droga, para obter alívio do desconforto físico ou tensão emocional que aquela provoca. Leva à necessidade de um progressivo aumento da dose para conseguir o mesmo efeito. Tolerância: é a diminuição do efeito da mesma dose de uma droga quando administrada de forma repetida por um determinado período de tempo. Isso resulta em necessidade de aumentar a dose para obter o mesmo efeito inicial. Toxicômano é o indivíduo que apresenta um invencível desejo ou necessidade de continuar a consumir a droga ou de procurá-la por todos os meios; apresenta uma tendência a aumentar a dose; e adquire dependência de ordem psíquica e física em face dos efeitos da droga. (Benfica e Vaz 2008, p.18 - 19).
Além do mais, vale ressaltar o entorno da questão das drogas no cenário cuja situação indica como se situa o Brasil em meio ao espinhoso problema.
2.2 Breve histórico das drogas no Brasil
Apesar de sabermos que o uso de substâncias psicoativas está presente em nossa sociedade há décadas, em todas as fases culturais e políticas que o nosso país já ultrapassou, o combate às Drogas nunca deixou de ser um grande desafio envolvendo a iniciativa estadual e as famílias que enfrentam os obstáculos incessantemente na tentativa de não perder seu ente familiar para o submundo sem sentido onde as drogas ganham foros de comando.
Maristela Moraes (2005) afirma que os estudos antropológicos apontam como milenar a prática do uso de Drogas, e que seu uso pode ter ocorrido de forma espontânea na pré-história da humanidade.
Este estudioso afirma ainda que a história do uso de substâncias psicoativas em momentos diferentes do desenvolvimento do nosso país se confunde com as culturas religiosas, envolvendo curandeiros, bruxas e alquimistas.
Apoiando a afirmativa anterior, Ferrreira Filho, Turchi, Laranjeiras & Castelo (2003), citados por Naiara Silva (2013), asseguram que a prática do uso de Drogas não é recente, assim, o uso de Drogas pode ser considerado um fenômeno histórico, cultural, uma vez que envolve os aspectos da formação social, afora os econômicos, as crenças, sendo, também por isso, de fácil acesso, não havendo maiores empecilhos para serem encontradas, além das motivações para sua utilização variarem com o contexto próprio de cada realidade (Conselho Nacional de Justiça, 2011).
O que não se pode negar, também, é a afirmativa de Barbosa (2011) ao comentar a tendência do uso de drogas em meio a acontecimentos habituais da sociedade: “o uso de Drogas está presente na história e evolução da humanidade, inicialmente, apresentava-se apenas nos ritos religiosos, mas com o passar do tempo a prática se difundiu para outras culturas chegando às cerimônias de casamentos, festas e reuniões”.
Também se destaca o fato de que até nas escrituras sagradas o vinho, droga antiga há muito considerada e consumida pela humanidade, se faz presente, descrito em cenas em que esteve em evidência o ato da bebida e por inúmeras vezes isso se percebe no antigo testamento (Cavalcante, 2008).
O uso das substâncias psicoativas sempre traz resultados duvidosos, porém estes nem sempre impactam a sociedade como um todo. Foi necessário aparecerem os resultados maléficos ao ser humano, para que os olhares dos estudiosos pudessem voltar para esta temática com um critério mais evidentee sobre esta afirmativa, Cavalcante (2008, ( s/d) ) corrobora:
As consequências danosas causadas pelo uso de álcool e outras drogas lícitas e ilícitas foram percebidas há muito tempo, sendo algumas descritas por Hipócrates, todavia o interesse por parte do meio científico só começou a surgir a partir do século XVIII, quando a potencialização dos seus efeitos tornaram-se mais visíveis.
Tadeu Lemos, citado por Pedro Fiquene (2011, p.14) vai além em sua colocação, ao comentar sobre o uso dessas substâncias ao longo da história, veja-se:
Há indícios de que o homem usa esse tipo de substância há mais de dez mil anos antes de Cristo (período neolítico), provavelmente como uma forma de vivenciar experiências místicas ou curar seus males. Por muitos séculos as drogas mais usadas pelo homem foram o ópio, a cannabis e o álcool, sempre associadas a suas possíveis propriedades terapêuticas ou em rituais místicos, como uma forma de aproximação com os deuses. Porém, com o passar dos anos, o uso passou a adquirir um caráter recreativo e abusivo.
Diante da afirmativa de Lemos, não há o que opor ao se analisar as dimensões do problema pontadas em Ricardo Moreira e Ubaldo Moraes ( 2008) ao se pronunciarem
 A utilização de drogas pelo ser humano já ocorria desde as civilizações antigas, como os egípcios e os maias, inclusive os índios brasileiros, que já possuíam técnicas para fabricação rudimentar de substâncias calmantes, alucinógenas ou curativas, retiradas, basicamente, de frutos, cascas de árvores e fluidos de animais.
Então, o percurso histórico que enquadra a adesão do homem à convivência com o efeito das drogas é vasto, já atinge milênios, fato materialmente comprovado, notado por documentações de diversas naturezas, porém, no caso da construção da nossa formação cultural, há de se pensar sobre como ou qual droga foi a primeira a proliferar no Brasil? Nesse ponto, há opiniões divergentes, pois existem estudos com olhares diferenciados, tal qual o que se percebe entre os que se opõe colocando a Cannabis Sativa, nome biológico da maconha, e o Ópio como vetor inicial deste problema. Porém, já se distanciando desse foco da história das drogas que envolvem o desenrolar cultural do Brasil, em caráter mais abrangente, Vinícius Queiroz (2008) vai além e é taxativo em sua obra afirmando que “o álcool foi a primeira droga conhecida pelo homem e o ópio a primeira droga ilícita. Sendo o ópio a mais utilizada, tendo em vista que o álcool necessitava do processo de destilação, e o ópio só necessitava do plantio e preparação da papoula e portanto, mais fácil de ser utilizado devido a tecnologia da época”
 Toscano Jr. (2001) ratifica a afirmativa de Queiroz, assumindo outra abordagem, quando diz: “No Brasil o ópio e seus derivados atualmente considerados substâncias ilegais já foram utilizados em várias medicações como em xaropes para tosse ou mesmo para “acalmar as criancinhas”, sendo vendido nas farmácias até o início do século XX. Em outro enfoque, a China, por razões econômicas, se colocou como maior país de consumo do ópio até 1950”.
Fica subentendido que por volta de 1554 a maconha chega ao Brasil através dos escravos, afirma Vinícius (2008), estando o País, até o começo do século 20, sem qualquer controle estatal, sobre as drogas que eram toleradas e usadas em prostíbulos freqüentados por jovens das classes média e alta, filhos da oligarquia da República Velha. 
Apesar de todo registro histórico sobre a chegada das drogas no Brasil, e em países vizinhos como Bolívia, Colômbia e Peru, o Governo Federal não acreditava que um problema localizado, inicialmente sem maiores transtornos, se tornaria na grande avalanche de hoje e, permanecendo inerte, não tomou iniciativas para traçar planos de combate ao tráfico de drogas que resultasse em uma contribuição, nesse aspecto, eficiente. Seja como for, o que se pode também observar, sobre todo esse quadro envolvendo essa gama de informação no território voltado às substâncias reprovadas legalmente, é que, como se formou o caminho percorrido até chegarmos as primeiras leis antidrogas? fato do qual trata o próximo tópico.
	
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA DA LEI ANTIDROGAS NO BRASIL
Apesar da existência milenar do cenário do uso de drogas no mundo, os registros apontam que os estudos sobre drogas não têm ocupado muitos séculos com vastas discussões.
Segundo Ricardo Moraes e Ubaldo Moreira, no mundo, o assunto veio ganhar importância no final do Século XI, in verbis:
No cenário internacional, deve ser ressaltado que o primeiro registro de discussão sobre o tema teve, na realidade, conotações políticas. No final do século XIX, a China despontava como grande produtora de ópio, causando temor na Inglaterra, a grande potência econômica da época. Os ingleses, para evitar o crescimento econômico da China, instituíram diversas medidas sancionatórias à produção e comércio do ópio, como os Tratados de Nanquin e Tientsin, aproveitando-se da chamada Guerra do Ópio, iniciada pelo próprio governo chinês (MORAES, MOREIRA 2008, p. 31).
No Brasil, Marianna Olinger ([s.d.]), p. 3) relata que a primeira disposição legislativa sobre psicotrópicos no Brasil surge em 1851, através do Decreto Lei nº 828 de 29 de setembro, que fala do tema a partir da Polícia Sanitária e da venda de substâncias medicinais e de medicamentos.
Alguns anos à frente, as drogas voltam a ser citada no Código Penal Republicano do ano de 1890, mas este só aborda a questão do tráfico e da venda de entorpecentes, nada relatando sobre o usuário, o consumo desmedido e a necessidade de se olhar para o indivíduo sujeito à sua dependência com mais compromisso, mas é nesse direcionamento que se dispõe Pedro Fiquene (2011, p. 15).
Por não conseguir proibir de forma eficaz o crescimento desenfreado das substâncias entorpecentes com a contribuição da legislação existente na época, houve a necessidade de edição de outras medidas legais após 1914.
Salo de Carvalho (1996, p.20) citado por Carolina Nóbrega (2007, p.22) afirma que no ano de 1932, ocorre a consolidação das leis Penais e com isso, a regulamentação sobre o uso e a comercialização de drogas no Brasil. Porém, a situação agrava-se no início do Século XX, período em que o uso dos tóxicos atinge as classes burguesas e os intelectuais no Brasil e no mundo com mais profundidade.
Diante do cenário em que tudo transcorre, nos anos seguintes diversos dispositivos legais são elaborados tratando do tema em foco. Carvalho (1996) elenca os mais importantes em sua obra, a lembrar entre outros dados esta colocação:
Em abril de 1936, a publicação do decreto 780, modificado pelo Decreto 2.953 de Agosto de 1938, é considerada o primeiro “grande impulso” na luta contra a toxomania do Brasil. Todavia, o primeiro momento Legislativo, no que tange ao ingresso no País o modelo internacional de controle de estupefacientes, dá-se com a edição do Decreto lei 891 de novembro de 1936. Este decreto lei é elaborado de acordo com as disposições da Convenção de Genebra de 1936, e traz normas relativas à produção, tóxico e consumo, juntamente com relação de substâncias consideradas tóxicas e que logicamente, deveriam ser proibidas nos países que ratificassem a orientação da Convenção (CARVALHO, 1996, p.20).
Além do mais, outro fato a considerar, e que se pode tachar de tão renovador, agora no Decreto 891, está em seu artigo 27, onde a taxonomia é prática tida como doença compulsória, passível de internação compulsória ou obrigatória, como se contata no texto do mencionado artigo: “Art. 27: A taxonomia ou a intoxicação habitual, por substâncias entorpecentes, é considerada doença de notificação compulsória, em caráter reservado, à autoridade sanitária local.” 
Nos anos seguintes, encontramos muitas normas que em seu bojo constavam artigos voltados à discussão da ilegalidade e criminalização do uso e venda de drogas. A exemplo daquelas do código Penal, que entrou em vigência em 1942, que possuía em seu artigo 281 a diferenciação entre as condutasdo tráfico e de consumo. Todavia, em 1968, como forma de reprimir as oposições políticas da época, surgiu um novo decreto, o decreto 385/68, o qual, através da ditadura, desejava enrijecer os mecanismos de controle social que objetivavam revogar o artigo 281 do código penal de 42, voltando a equiparar o usuário ao traficante, tornando a penalizá-los de forma idêntica como já havia acontecido no decreto 20930/1932.
Segundo Estela Bomjardim e Ana Maciel ([s,d]), leva-se um tempo para que os legisladores da época pudessem concluir que havia uma substancial diferença entre o usuário e o traficante, pois somente com o novo decreto 5726/71 o artigo 281 do código penal pôde voltar aos moldes do decreto de 32, que já fazia tal diferenciamento. Além de voltar a separar a noção de usuário daquela de traficante no artigo 281, o novo decreto determina o sistema prisional próprio de rito sumário, sendo subsidiado apenas pelo código de processo penal.
Ainda no início de sua vigência, esta lei já recebia críticas de diversos juristas e legisladores, e, com o passar do tempo, casos em concreto apareciam, entretanto no código não se encontrava solução prática. Ou em outras hipóteses, até havia previsão legal de solução, mas sua aplicação era inexequível. De modo que, vê-se ainda com maior afinco a necessidade de um diploma legal que possa sanar todas as brechas que este decreto deixa, fato observado desde quando em outubro de 76, o Presidente da República Ernesto Geisel, sanciona a primeira lei antidrogas do Brasil. 
3.1 Alguns aspectos da Lei 6.368/1976
Sancionada em 21 de Outubro de 1976 através da lei 6.368, pelo então Presidente da República Ernesto Geisel, a primeira lei antidrogas traz muitas inovações.
Separada por capítulos, esta mesma lei se apresenta assumindo a seguinte disposição: do 1º ao 11º artigo, apresenta as normas de prevenções, tratamento e recuperação que envolve os capítulos I e II. 
Dos artigos 12º ao 19º trata dos crimes e das penas, informações que são constatadas através do capítulo III, e, ao final, nos artigos 20º ao 35º, estabelece os procedimentos criminais que devem ser seguidos em caso de acometimento das infrações, formando nesse conjunto de artigos o capítulo IV, além disso discorre sobre algumas decisões nas disposições finais do capítulo V. Sobre este documento legal, Ricardo Gama afirma o aspecto para ele positivo que as medidas desta lei alcança:
Foi um progresso, sendo atestada pelo longo tempo de vigência. Desta forma, ressalta, ainda que tal norma conseguisse atingir o objetivo de sua época ao iniciar a política de prevenção e repressão das práticas de tráfico e uso de drogas. Ricardo Rodrigo Gama (2006, p.26).
 
Todavia, Bomjardim e Maciel( [s.d.] dão uma conotação diferente daquela empregada por Gama, pois elas olham esta nova norma como algo que não foi tão positivo, tendo em vista que no ordenamento jurídico as mudanças provocadas com a chegada dessa norma causa pouca alteração, no tocante ao conceito de traficante, então, visto que percebem uma mudança, mas de teor negativo:
Destarte, a nova lei detinha-se da mesma forma que a anterior à detenção, à prevenção e à punição ao uso de drogas. A diferença mais gritante entre a nova lei e a anterior seria em respeito aos crimes e as penas, disciplinados agora no capitulo III da lei 6368/76. Enquanto a lei antiga penalizava da mesma forma tanto o tráfico quanto o consumo, a nova lei agravou a pena para o traficante e abrandou a mesma em relação ao usuário. Porém continua tão repressiva e tão confusa quanto a anterior, não contendo em seus dispositivos uma definição razoável do que a vem a ser traficante, ou seja, como diferenciar o usuário do traficante? (s/d, p.10).
A preocupação em se evitar as injustiças e criminalização do usuário de drogas é de fácil identificação nas palavras das autoras, conforme elas acrescentam: 
Em que circunstâncias esta lei não dará margens às injustiças sociais que são cometidas reiteradamente em nosso país, condenando pessoas de bens, cujo único erro é o consumo de drogas. Esta lei já nasce com o peso de substituir então uma lei inexequível pelas suas proposições; nasce sem muita discussão legislativa em virtude do seu caráter de urgência; nasce sem preocupação com a problemática social; nasce propondo-se a tentar resolver o problema das drogas, sem proporcionar meios de fazê-lo (s/d, p. 11).
Sergio Ricardo de Souza, (2006, p. 2-3) em sua obra, percebe nas colocações Bomjardim e Maciel um posicionamento salutar, positivo, e ainda considera as colocações em torno do par usuário/traficante, discutindo tal questão:
A legislação antidrogas anterior (lei 6.368/76) há muito estava a reclamar modificações em sua concepção com relação àquelas condutas que causam danos sociais a justificar a aplicação dos meios tradicionais de pena (prisão e multa), separando de forma mais racional aquelas situações em que a conduta do agente se volta mais contra ele próprio do que contra a sociedade, daquelas em que, ao contrário, o agente, cria um risco real, para a saúde publica em geral e, além disso, fomenta uma série de atividades criminosas que se desenvolvem no entorno do comércio de substancias entorpecentes ilícitas.
Apesar de todo apoio doutrinário recebido pela lei de 6368/76, pois esta melhora muito o ordenamento jurídico quanto às diretrizes voltadas ao combate do uso e tráfico das substâncias entorpecentes, além de dar tratamentos diferentes ao usuário e traficante, com o passar do tempo, esta lei já não possuía normas suficientes a combater ou reduzir a criminalidade. Assim, novas discussões foram levantadas e só depois de quase trinta anos uma nova lei foi promulgada, a lei 10409/2002.
3.2 Alguns aspectos da Lei 10.409/2002
Com o intuito de apresentar uma solução para a grande problemática das drogas que se alastra em nosso país como também em outros continentes, a lei 10409/2002 foi promulgada em 11 de janeiro de 2002. 
Referente a esta norma, as opiniões não se harmonizaram, pois as críticas aos artigos desta nova lei não foram poucas. Renata Caixeta Laranjeiras (2012, p. 15) comenta:
Depois de toda evolução histórica, nova lei foi criada 10.409/2002, que teve uma péssima qualidade na definição de crime. Dessa forma a anterior legislação transformou-se em uma verdadeira mistura do direito, a parte penal continuava sendo a de 1976, enquanto a processual, a de 2002.
Outros doutrinadores também comentaram o novo dispositivo legal, a exemplo de Fernando Capez (2008 p. 697), que em sua obra demonstra que a norma agora tinha que ser analisada em dois aspectos:
a) no aspecto penal, a Lei n. 6.368/76, de modo que continuavam vigentes as condutas tipificadas pelos arts.12 a 17, bem como a causa de aumento previsto no art.18 e a diretamente estabelecida pelo artigo 19, ou seja, todo o Capítulo III dessa lei; b) na parte processual, a Lei n. 10.409/2002, estando matéria regulada nos seus Capítulos IV (Do procedimento penal) e V (Da instrução criminal).
Isaac Sabbá Guimarães (2006. p 20) comenta o que ocorreu com a entrada em vigor da lei 10.409, ele diz:
Houve grande inquietação por parte dos estudiosos, aplicadores do direito e doutrinadores, não somente porque nela haviam encontrado inúmeros equívocos legais, mas, sobretudo, porque alguns dos artigos não podia permanecer no dispositivo, pois estes afrontavam veementemente a própria Constituição.
 
Nesta linha, logo se posiciona João José Leal (BOLETIM DO IBCCRIM, Nº 18, setembro de 2002, citado por NÓBREGA, 2007, p.55-56), acerca desta lei: 
ao contrário de trazer consigo a solução para as questões jurídico-penais e processuais relativas à matéria, acabou se constituindo num grande problema de hermenêutica jurídica
Percebendo que a lei de 2002 não havia sido bem recebida, pois sofreu diversos vetos por parte do congresso nacional, O Brasil inicia a elaboração de uma nova lei voltada a esta temática a fim de por freio no grande caos legislativo que se enfrentava.Quatro anos depois de debates e impasses, a lei antidrogas 11.343/2006 é promulgada.
3.3 Alguns apontamentos da Lei antidrogas n. 11.343/2006
Criada sob forte pressão, a lei 11.343/2006 é promulgada em 23 de Agosto, trazendo em seu último artigo, o 75º, a ordem de revogação das leis anteriores.
A nova lei tem uma proposta prevencionista e busca indubitavelmente se comprometer mais abertamente com os princípios e tarefas que visam à recuperação do usuário de drogas. Isso é possível identificar logo quando se analisa a organização dos seus dispositivos.
Dividida em seis capítulos, suas designações permitem extrair a compreensão inicial da estrutura da Lei, como assim ela se apresenta: As disposições preliminares (I), o sistema nacional de políticas públicas sobre drogas (II), as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas (III), a repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas (IV), a cooperação internacional (V) e as disposições finais e transitórias (VI).
 O mestre Luiz Flávio Gomes (2007, p. 27) expões seu pensamento, tecendo comentários de caráter positivo à chegada desta lei. Assegura ele:
Trata-se, portanto, de uma importante mudança ideológica, principalmente porque a nova lei determina a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem estar social.
Nesta mesma obra, Luiz Flávio Gomes (2007, p.7), ressalta a criação do SISNAD, que foi um grande marco no papel das políticas públicas voltadas aos beneficiamento de movimentos de apoio à recuperação dos usuários e dependentes químicos e à tentativa de repressão a grupos organizados em torno da proliferação das drogas, assim confirmando:
A partir da nova legislação criou-se o SISNAD – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, onde sua tarefa é articular, integrar, organizar e coordenar toda política brasileira concernente à prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social dos usuários e dependentes assim como, com a repressão à produção e tráfico ilícito de drogas.
Entre outros benefícios, a lei vigente vem afirmar o que já existia em decretos anteriores. Ela confirma a necessidade de se dispensar um tratamento diferenciado ao usuário e dependente químico em relação a sua prática, usos e costumes. Todavia, ao passo que este assunto possui dispositivo elencado na lei, neste mesmo dispositivo, não há previsão de internação compulsória. Alguns defendem que esta previsão se existente, feriria o princípio da dignidade e da individualidade da pessoa humana. 
Desse modo, percebe-se que o poder Estatal fica tolhido em relação a tomadas de atitudes inerentes ao seu poder repressivo e preventivo, haja vista que, não podem ir além do que está previsto na norma.
Referente a esta temática, Luiz Flávio Gomes se posiciona como outros doutrinadores, de forma crítica explicando:
De acordo com o diploma legal em questão, cabe o juiz determinar ao Poder Público (ou seja, ao setor público que cuida da saúde pública) que coloque a disposição do infrator o referido tratamento. Verifica-se que o tratamento deve ser oferecido (não imposto) ao infrator. É da essência de todo o tratamento a adesão (2007, p. 138).
Assim, pode-se entender que o Poder Público apenas advertirá dos malefícios das drogas à saúde do usuário e dependente, cabendo a ele decidir se segue as orientações de procurar auxílio de um profissional ou se ignora a repreensão e orientação judicial e segue praticando o ato do uso ilícito de drogas.
Outra novidade exposta na norma é a despenalização do usuário de drogas, que nas leis anteriores era equiparado ao traficante, agora, quando pego na utilização da substância ilegal no que depender do previsto no artigo 28, da lei 11.343/2006, terá tratamento diferenciado. No entanto, a classe doutrinadora não vê como promissora a forma pela qual o legislador buscou resolver a problemática. Analisemos o artigo em questão:
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atentará à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Gomes (2007, p. 149) diz que a nova lei deixa claro a impossibilidade de o usuário passar pela polícia. O mesmo será em regra, encaminhado diretamente aos juizados criminais, não sendo aberto Inquérito e sim termo circunstanciado. Com isso, identificamos de pronto, a aplicabilidade do direito da pessoa humana, bem como o compromisso firmado em conceder um tratamento diferenciado ao usuário e dependente do tratamento ao traficante, porém, deve ocorrer o que muitos doutrinadores defendem até hoje, uma superproteção no âmbito penal do usuário e dependente.
Quanto aos mecanismos que deverão ser utilizados para a recuperação e ressocialização dos usuários, um dos objetos deste estudo, isto é previsto no capítulo III da norma. 
Apesar de a lei tratar também esta questão, no âmbito jurídico esse não é um tema que está em constante discussão, o que a muitos deve desapontar, pois o bom tratamento seguido da ressocialização é um forte caminho para enfraquecer o tráfico e os demais malefícios causados pelo uso e pela dependência de produtos nocivos ao ser humano.
No capítulo III da norma, encontramos as diretrizes bases utilizadas no sistema de Saúde do nosso País para o acompanhamento dos usuários e dependentes químicos.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Não é de agora que se ver estudos acerca do alcance e da aplicabilidade de meios legais tendo em vista a responsabilização estatal e considerando o total do segmento social. Mesmo com as imensas barreiras enfrentadas para se fazer exequível a obrigação do Estado, com o passar do tempo, as teorias já existentes foram se consagrando e hoje, representam muito em nosso ordenamento jurídico.
 Para se discutir acerca da Responsabilidade do Estado, é necessário primeiramente, demonstrar alguns conceitos gerais acerca da Responsabilidade Civil, pois estes são imprescindíveis para entendermos como ocorre a responsabilizaçãoCivil do Estado. 
Inicialmente, esclarecendo o ponto de vista linguístico, o significado da palavra Responsabilidade. Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona (2012, p. 45), afirmam que a procedência da palavra do verbo latim respondere, e seu significado, é a obrigação que alguém tem de assumir, com consequências jurídicas de sua atividade.
Faz-se necessário também elucidar, que como pessoa jurídica de direito público, o Estado será responsabilizado pelos atos de seus agentes e funcionários públicos, pois estes atuam em defesa dos seus interesses. 
Assim, é possível compreender que a responsabilidade civil do Estado é uma forma de responsabilização passível de uma reparação devido a algum dano causado a alguém, em que o Estado terá a obrigação de recompor o status anterior da vítima. 
Esta afirmativa encontra-se fundamentado no art. 37, § 6º, da Constitucional Federal vigente, a constituição de 1988:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Diversos doutrinadores buscam explicar o que se concebe como responsabilidade civil da Administração Pública. Para Marcelo Alexandrino e Paulo Vicente (2010, p. 722), a responsabilidade conceitua-se da seguinte forma:
(...) a responsabilidade civil da Administração Pública evidencia-se na obrigação que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus agentes, atuando em nome, ou seja, na qualidade de agentes públicos, causem a esfera juridicamente tutelada dos particulares. 
Já para Sérgio Cavalieri Filho (2010, p.02) “a responsabilidade civil é um dever jurídico sucessivo que surge para recompor o dano decorrente de violação de um dever jurídico originário.” Ou seja, um dever de reparação subsequente a um dano causado.
Se buscado na história, perceber-se-á que o sistema brasileiro de responsabilidade civil era muito simples na antiguidade e as circunstâncias voltadas à ideia central de que o Estado tinha uma obrigação, passava a confirmação de que o Estado simplesmente não seria responsável por qualquer ato desempenhado por seus funcionários, tornando este, um comportamento muito rigoroso, frustrante e imperioso que marcava então aquele período fortemente centrado no poder público, irresponsável civilmente, por isso mesmo qualquer atitude do particular frente ao Estado, seria um ato incontestável, passando a responsabilização a caber diretamente aos funcionários quando demonstrada a culpa, sem a contrapartida do Estado. 
Sabe-se que a irresponsabilidade civil do Estado era a isenção dos seus atos perante a sociedade. Comportamento adotado e sustentado pelos absolutistas que enxergavam o Estado como ser supremo incapaz de cometer erros. 
Corroborando com a colocação anterior, Pablo Stolze Gagliano (2011, p. 230) relata que:
Imperava a ideia de total “irresponsabilidade” do poder público. Vale dizer, o Estado absolutista não admitia a possibilidade da reparação por eventuais danos causados pela Administração, não se aceitando a constituição de direitos subjetivos contra o Estado soberano e absoluto.
Sobre a colocação de Stolze, Marcelo Alexandrino entende que o Estado, como expressão viva da lei e do direito, figura representativa de grande superioridade, estava desobrigado a reparar qualquer erro ou ressarcir por eventuais prejuízos causados, tudo isso confirmando com alegações do tipo: “o rei não erra”. Sobre o que ainda se acresce: “Baseava-se esta teoria na ideia de que não era possível ao Estado, literalmente personificado na figura do rei, lesar seus súditos, uma vez que o rei não cometia erros” (ALEXANDRINO, 2010, p. 722).
Esta teoria reporta a um ato de irreverência do Estado diante da sociedade, tendo em vista que dispunha de privilégios, mesmo quando corroborava com atitudes danosas. 
Maria Helena Diniz (2011, p.663) relata que a ideia absolutista apresentada pelo Estado como um ente todo-poderoso afirmava que contra ele não prevaleciam os direitos individuais. Neste mesmo pensamento, Pamplona filho (2012, p.216) confirma que pela forma de o Estado se comportar diante de todos, demonstra não ser passível de responsabilização, e deixa a sociedade desprovida.
Foi quando em outubro de 1969, através da Emenda Constitucional Nº 1, o Brasil viu-se acolhido pela primeira responsabilização do Estado de forma objetiva, recepcionada pelo código civil brasileiro de 1946, a qual determinava que o Estado deveria submeter-se aos mesmos encargos que submetiam os seus administrados.
 A nova teoria agradou e sua repercussão ao ser acatada fez com que a mesma pudesse ser recepcionada pela Constituição federal de 1988. 
Sofrendo melhoramento na sua interpretação, a responsabilidade objetiva do Estado ganhou duas teorias aliadas, a do risco administrativo, e a do risco integral, as quais teriam a incumbência de explicar de que forma o Estado seria responsabilizado. 
Na Teoria do Risco Administrativo, o Estado é responsabilizado quando surge um ato lesivo, podendo ser dispensado da responsabilidade quando houver excludente de responsabilidade, exemplificado aqui como, caso fortuito, força maior. Já na Teoria do Risco Integral, o Estado assume por completo a responsabilidade, independente de excludente, pois entende-se que a caracterização do dano já é suficiente para que haja a reparação.
Gagliano e Pamplona Filho (2012, p. 237) comentam sobre o sentido da Teoria do Risco Integral: 
A teoria em epigrafe leva a ideia de responsabilização as mais elucubrações. De fato, a sua aplicação levaria a reconhecer a responsabilidade civil e qualquer situação, desde que presentes os três elementos essências, desprezando-se quaisquer excludentes de responsabilidade, assumindo a Administração Pública, assim, todo o risco de dano proveniente da sua atuação.
 
Alexandrino (2010, p. 724) adjetiva a Teoria do Risco Integral de “Injusta, absurda e inadmissível ao Direito Moderno”, e acrescenta: “Segundo essa teoria, basta a existência do evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigação de indenizar para a Administração, mesmo que o dano decorra de culpa exclusiva do particular”.
O pensamento de Alexandrino também era o pensamento de muitos legisladores, por conta disto, o ordenamento jurídico brasileiro aderiu a Teoria do Risco Administrativo, com a qual o Estado indenizará apenas o particular quando houver o dano comprovado, ainda que cometido pelos seus agentes.
Cavalieri Filho (2010, p.243) apresenta seu ponto de vista positivo a esta teoria, ele diz que o mais importante para a aplicabilidade desta é a observância da relação de causalidade entre a ação administrativa e o dano sofrido pelo administrado.
Por fim, insta ressaltar, que a teoria do risco trouxe um reforço do reconhecimento da responsabilidade objetiva, tornando o Estado, responsável pela reparação dos danos causados ao particular ainda que pelos seus agentes, tornando esta teoria a mais utilizada e adequada a nossa sociedade contemporânea.
4.1 Direitos Fundamentais e o Dever Precípuo do Estado
A nossa constituição Federal quando promulgada em 1988, concedeu significados respeitadores aos direitos individuais dos cidadãos, mas quanto aos direitos fundamentais e sociais, esta atenção redobrou-se,ficando bem claro que, quanto a estes últimos, o constituinte queria lhes prestar um significado especial. O número de incisos e parágrafos arrolados nos artigos 5º e 6 º da nossa Constituição, vem demonstrar a amplitude conferida ao texto bem como reforçar a posição de destaque que o constituinte desejou outorgar a esses direitos. 
Partindo da ideia de que os direitos individuais e fundamentais, por sua importância, devem ter eficácia imediata, é que se destaca a grande participação direta dos órgãos estatais na aplicabilidade desses direitos e no dever de guardar.
Gilmar Ferreira Mendes (1996, p.02) coloca, que os direitos fundamentais foram reconhecidos pelo constituinte como elementos integrantes da identidade e continuidade da Constituição, tornando ilegítima qualquer reforma constitucional, conforme prevê o artigo 60, § 4º.
Sabe-se que, desde o reconhecimento dos direitos fundamentais em nossa Carta Maior, o Estado foi o órgão escolhido para garantir o mínimo das condições essenciais que viabilizasse a chegada desses direitos aos cidadãos. Em contrapartida à obrigação positiva do Estado, surge a discussão acerca do limite desta prestabilidade por parte do Estado.
Sobre este assunto, Peter Lecher, citado por Mendes (1996, p.02) comenta que referente à aplicabilidade dos direitos individuais e fundamentais, levando em conta a atribuição de eficácia superior a normas meramente programáticas, deve-se primeiramente, identificar os contornos e limites de cada direito, ou seja, a exata definição do seu âmbito de proteção.
Konrad Hesse citado por Mendes (1996, p. 2) tenta conceituar os direitos fundamentais quando diz:
Os direitos fundamentais são, a um só tempo, direitos subjetivos e elementos fundamentais da ordem constitucional objetiva. Enquanto direitos subjetivos, os direitos fundamentais outorgam aos titulares a possibilidade de impor os seus interesses em face dos órgãos obrigados.
Corroborando com o pensamento de Hesse, Cléve, citado por Larissa Fischer Sbrissia (s/d, p. 15) entende:
Para CLÉVE, a dimensão subjetiva dos direitos fundamentais desempenha três funções: (a) primeiramente, a função de defesa do indivíduo contra a ingerência do poder público que pode tentar impedir a satisfação de um direito fundamental; (b) em segundo lugar, a função de prestação, prevendo que o indivíduo poderá demandar a realização do objeto do direito fundamental; (c) finalmente, a função de não discriminação, significando que o indivíduo deve ter o direito aos bens e serviços necessários à satisfação dos direitos fundamentais.
Logo, podemos compreender que o autor deseja nos ensinar que os direitos fundamentais e sociais devem ser respeitados e aplicados a todos os cidadãos, e que o Estado é quem deve fazer com que esses direitos possam chegar às classes, e, quando na hipótese de sua negligência, fica o cidadão legitimado a demandar o Estado para se fazer realizar o objeto do direito fundamental.
Então, aplicando a afirmação do autor ao objeto de estudo desta pesquisa, podemos dizer que referente à Responsabilidade do Estado com a Dependência Química, no âmbito das possibilidades de tratamentos e ressocialização, inscreve-se nesta perspectiva, prevista nestes artigos bem como na lei específica antidrogas, o dever do Estado quando da disponibilidade de oportunidades de tratamento e de ressocialização dos indivíduos vitimados em decorrência da proliferação das drogas. Diante disso, fica impossível não reunir os direitos fundamentais ao direito à saúde, previsto no capítulo dos direitos sociais do nosso Diploma Maior. 
Ainda que se esteja ciente que o Estado necessita de ter receita para cumprir suas obrigações sociais, em que neste momento destacamos a importância da análise econômica, é inadmissível que a reserva de ações nesse sentido reparador da sociedade, considerando aí a reserva do possível, não seja garantida. 
Buscando demonstrar um sentido universal da aplicabilidade da reserva do possível, Larissa Sbrissia ([s.d.] p. 6) Assegura:
Se os direitos sociais estão fundamentados no conceito de dignidade da pessoa humana, estudar o mínimo existencial é estabelecer os limites impostos pela Constituição como garantias sociais mínimas aos indivíduos para que tenham realizada a sua própria dignidade. Trata-se do desenvolvimento lógico e direto do núcleo essencial dos direitos fundamentais sociais, núcleo este protegido pela intervenção estatal. Além disso, o fato da garantia ao mínimo existencial não estar reconhecida expressamente no texto constitucional, não significa que o constituinte deixou de considerar tal direito. Na verdade ele foi muito além quando previu as garantias sociais.
 Sobre a complexidade existente entre a garantia da reserva do possível e o sistema orçamentário estatal, Sarlet e Timm, citados por Larissa Sbrissia (s/d, p. 3) reforça a necessidade de termos não somente receita disponível, mas também, um sistema governamental justo:
A efetividade dos direitos sociais estaria relacionado a disponibilidade de recursos financeiros por parte do Estado, disponibilidade esta que estaria localizada no campo da discricionariedade das decisões governamentais e parlamentares, sintetizadas no orçamento público.
Diante disto, é possível concluir que nenhum direito é absoluto, pois, sempre dependerá de recursos do Estado para sua disponibilidade e realização. Mas, não se deve esquecer que, o que caracteriza o Estado Democrático de Direito é a garantia dos Direitos Fundamentais e Sociais, o que pressupõe que o orçamento estatal deverá sempre prever os gastos com a garantia desses direitos.
4.2 Políticas Públicas e a Dependência Química
O gerenciamento da vida em sociedade em nosso País é construído através das políticas públicas, que por sua vez constitui instrumento do Estado dirigido pelos Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Apesar de a problemática das drogas já possuir décadas, no tocante a preocupação com esse público, no Brasil, não se tem registro antes da década de 20, mesmo porque, durante este período, não existia regulamentação oficial das drogas ilícitas. 
O que se sabe primordialmente é que as primeiras repressões ao usuário resumiam-se em internação e isolamento social, e estas decisões eram provenientes do campo da justiça e da segurança pública. 
Segundo Letícia Vier Machado e Maria Lúcia Baorini (2013, p.04) “somente em 1938, foi publicada uma regulamentação sobre o assunto, a qual reconhecia a necessidade de se fiscalizar o consumo de drogas”. Foi neste mesmo decreto que se viu a toxomania ser reconhecida como doença de notificação compulsória passível de tratamento ambulatorial, pois não devia ser tratada em domicílio.
Mesmo com o avanço da lei, a sociedade da época ainda alimentava a ideia de que usuário de drogas deveria ser tratado com repressão. Sobre esta afirmativa, Garcia, Leal e Abreu, (2008, p. 268) asseveram: 
Essas primeiras décadas do século XX evidenciam que a problemática das drogas no Brasil esteve, em grande parte de sua história, mais conectada às questões de segurança do que às de saúde pública, tendo como enfoque a repressão em detrimento da prevenção.
Desse modo, pode-se perceber que o problema do consumo de drogas demorou a se tornar uma questão de saúde pública e, consequentemente, de responsabilidade estatal.
O olhar do governo começou a se voltar para este público por intermédio de equipes médicas da Liga de Higiene Mental, que através de suas experiências nos hospitais psiquiátricos, perceberam que se faziam necessárias medidas de urgência para se conter o fenômeno do uso e abuso tóxico, que na época, era de álcool, porém as medidas propostas pelo departamento não foram bem aceitas na esfera governamental.
Apesar desta iniciativa, Cruz, Sáad, & Ferreira, (2003), citados por Baorini (2013, p. 5) afirmam que nos anos seguintes não existiram investimentos para a saúde pública voltados ao tratamento, à prevenção, à ressocialização e à reinserçãosocial. E os cuidados disponibilizados com este público competem a responsabilidade da justiça e da segurança pública, que como informado inicialmente, entendem que somente através da repressão e do isolamento social é possível obter um resultado positivo.
Foi exatamente neste período de maturidade da ideia de se criar políticas públicas específicas à dependência química, que as comunidades terapêuticas, hoje conhecidas como “Casas de Recuperação” ganharam espaço, normalmente com atendimentos focados na modalidade de cunho religioso e não governamental, sendo esse nosso primeiro avanço quanto aos cuidados dos usuários de drogas. Sobre esta afirmativa, Ligia Maria Bittencourt, citada por Ana Regina Machado e Paulo Sério Carneiro (2007, p. 5) confirma:
As orientações legislativas previstas na lei 6.368 favoreceram o surgimento da assistência à saúde para usuários de drogas a partir da década de 1980, quando foram criados os primeiros centros de tratamento (públicos ou religiosos) no Brasil, ligados direta ou indiretamente ao poder público.
 Machado e Carneiro (2007, p.5) ainda destacam outra colocação da autora, que demonstra a importância das redes assistencialistas, pois estas fizeram um excelente papel, mostrando-se preocupadas com o futuro das próximas gerações.
Se em parte esses estabelecimentos especializados emergem para atender a um problema formulado na esfera social da própria comunidade, por outro lado, servem como suporte institucional ao cumprimento da prescrição legal existente na atual legislação brasileira (lei 6.368 de 1976). Esta, entre outras coisas, visa abrir as portas assistenciais do Estado aos dependentes de drogas...(Bittencourt, 1986, p.1-2).
 Foi desta maneira, que a lacuna deixada pelo poder público foi preenchida; até que em 1980, durante o período da ditadura Militar, o Conselho Federal de Entorpecentes foi criado e regulamentando. Com suas principais atividades definidas pelo decreto 85.110 de 02 de setembro, que determinava como objetivo de seu papel uma abrangente atuação no campo instaurado pelo problema das drogas, cuja finalidade é:
Art 4. Propor a política nacional de entorpecentes, elaborar planos, exercer orientação normativa, coordenação geral, supervisão, controle e fiscalização das atividades relacionadas com o tráfico e uso de entorpecentes e substâncias que determinem dependência física ou psíquica.
 Com a grande contribuição do Cofen no estudo, e no controle e assistência referente à problemática das drogas, foi possível conseguir o reconhecimento da dependência química como doença a ser tratada pelos profissionais da psiquiatria, bem como um problema de saúde pública a ser combatido pelos programas específicos elaborados pelo Estado e pela sociedade, quando se passa a enxergar a dependência química como algo além de um comportamento de risco, podendo evoluir também a uma situação de vulnerabilidade, cujo individuo, na constância do uso, atingiria outras esferas de sua vida, tais como a social, econômica e política. 
A partir daí, pode-se dizer que, a maneira de se visualizar e combater a dependência química sofreu alterações positivas.
 Avançando um pouco mais, ocorre em 1991, a criação pelo Ministério da Saúde do SAADQ, Serviço de Atendimento ao Alcoolismo e Dependência Química, que segundo Maria Lúcia Teixeira Garcia, Fabíola Xavier Leal, Cassiane Cominoti Abreu (2008, p.4) foi mais uma iniciativa da coordenação do Serviço Mental.
A atuação do Serviço de Atenção ao Alcoolismo e à Dependência Química voltava-se para ações de prevenção, assistência e tratamento na área de drogas. Visava a reduzir a demanda crescente, através da mudança de percepção da população em relação à questão, modificando o modelo assistencial e estabelecendo ações de apoio e expansão da rede de serviços em saúde mental, notadamente dos serviços alternativos à internação psiquiátrica. 
Em 1995, inicia-se a difusão do Programa de Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que, trabalhando mais próximos à comunidade em geral, conseguiram manter em evidência a questão dos cuidados aos usuários de drogas. Advindo depois desses outros citados anteriormente, a criação do programa que marca a história da saúde mental no Brasil, o CAPS AD, Centro de Atenção Psicossocial, voltado para usuários de álcool e outras drogas, entra em cena. As atividades desenvolvidas e outros aspectos deste programa serão abordados nos próximos tópicos.
Posteriores a estes marcos, acontece a criação de outros programas que, em determinados momentos, substituem instituições existentes no campo de reação contrário às drogas ou apenas complementam movimentos que já estavam em vigência.
Não se pode esquecer que, com o advento da lei antidrogas vigente, 11.343/2006, e dentro dela a criação do SISNAD, Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, ficou ainda mais viável se pensar em um futuro diferente para este público, isso porque esse sistema tem reunido em seus artigos, também princípios e atividades de prevenção, tratamento, reinserção do dependente químico e usuários de drogas, bem como atividades de repressão à disseminação e produção do tráfico delas no Brasil.
4.2.1 Abrangência da Lei antidrogas e o Tratamento Oferecido
A lei 11.343/2006, já abordada no início desta pesquisa, discorre sobre informações restritas ao falar sobre seus princípios, diretrizes, sobre a maneira como o que consta previsto em lei chega ao dependente de fato.
Quanto à sua abrangência, o artigo primeiro dessa lei antidrogas vem informar ao público alvo o que a lei tem como objetivo e o que busca atingir, como aqui se descreve:
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Considerando a diversidade de culturas que nosso país possui, é impossível nesta pesquisa apresentar todos os modelos de tratamento que é disponibilizado ao usuário de drogas e dependente químico, porém, uma coisa não se contesta, a maior parte dos serviços de tratamento para problemas decorrentes do uso de drogas no Brasil pertencem à rede pública de saúde regida pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sistema, se confere à disposição que o modelo de assistência à saúde dos usuários de drogas deve fundamentar-se em aspectos biológicos, psíquicos e sociais, possibilitando dessa forma compreender o indivíduo em sua particularidade. 
Existe em todo o Brasil diversos modelos de tratamento, e todos eles iniciam com a abordagem ao dependente químico, no entanto, a forma de intervir levando em conta o usuário está relacionada ao modo como a equipe desenvolverá o tratamento do usuário, trata-se de uma concepção, e está ligada às primeiras impressões sobre o doente, tais quais sejam: aspectos relacionados à violência, depressão, isolamentos, tratamentos iniciados anteriormente sem sucesso, etc.
É do conhecimento geral que um tratamento de qualquer natureza não é um procedimento fácil e simples de ser executado e, no caso específico da dependência química, cujas ações atingem também a família, depende de muitos indivíduos ao trabalhar na busca de um único resultado, ou seja, a multiplicidade de atitudes a fim de um bem em comum. A importância de se aplicar o tratamento correto a cada indivíduo, evita não somente um tratamento improdutivo, uma chance perdida, mas sobretudo, o agravamento da situação do indivíduo em atendimento.
 Valéria Rocha Brasil (2012, p.67) diz que “não existe tratamento ideal para todos os dependentes, mas sim, o que melhor se aplicar a um determinado sistema, em uma ocasião específica, baseado nas necessidades momentâneas dos clientes”. 
Levando esta afirmativa ao objeto de estudo, também pode-se dizer que nem sempre o método de tratamento quefora utilizado com um dependente e seus familiares dará o mesmo resultado em outro, isso por conta da complexidade e da multifatoriedade que cada síndrome apresenta.
Os tratamentos oferecidos em nosso sistema de prevenção, reinserção e ressocialização devem estar de acordo com as diretrizes e princípios apresentados na lei específica antidrogas nº 11.343/2006.
Os métodos de tratamento mais utilizados no Brasil segundo Miriam Shencker e Maria Cecília de Souza Minayo (2005, p.05) são, resumidamente, estes: 
 Terapia comportamental que se baseia no condicionamento clássico e operante.
Terapia comportamental cognitiva, a qual se baseia no reconhecimento das influências cognitivas. 
Terapia motivacional, que auxilia o indivíduo através da empatia.
As intervenções farmacológicas, usadas na maioria das vezes em adultos com sintomas de dependência grave. 
Terapia dos 12 passos, que defende ações através do reconhecimento de que a droga é um problema de falta de controle, tal que se torna uma doença; 
 A abordagem da comunidade terapêutica, utilizada em adolescentes que estão com dependência severa; 
Intervenção multi sistêmica baseada na família, que age nos indivíduos que estão com relações disfuncionais. 
Além de todos os métodos relacionados acima, Schenker e Minayo (2005, p. 8) citam ainda as fazendas e casas de recuperação mantidas pelas instituições religiosas não governamentais. 
CORRESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE NO COMBATE AS DROGAS
5.1 Adoção de Ações Sociais Antidrogas
5.1.1 Papel da Família
A utilização de drogas tem sido uma problemática constante ao longo da história. Nas ultimas décadas, essa problemática alcançou um patamar alarmante, dizimando cada vez mais crianças, jovens, adultos e até mesmo famílias inteiras, tendo em vista a realidade das suas consequências que atinge cada vez mais cedo a vida dos circunstantes envolvidos nela. 
Vários são os motivos que conduzem os jovens a optar pela utilização das drogas, dentre os quais podemos enumerar: baixa autoestima; pressão externa; obtenção de prazer, oportunidade; curiosidade e influência, motivos estes, segundo Brusamelo (2010), que estão associados a fatores individuais, familiares e sociais.
Braz (2008) esclarece que o diálogo entre as famílias e o usuário de drogas é de extrema relevância para a compreensão dos motivos relacionados à opção pelos tóxicos. Afirma ainda que devem ser evitados julgamentos precipitados, bem como atitudes radicais, como expulsar o filho de casa e/ou tratá-lo com violência, pois não resolverá o problema que se apresenta.
Na mesma linha, o autor sugere que ao jovem usuário e dependente químico, sejam apresentadas outras experiências prazerosas, de modo a motivá-los a vivenciar coisas novas e interessantes, para que ele se mantenha ocupado de forma mais saudável. 
Na prática, a droga tem um efeito devastador, ao passo que não modifica apenas a vida da pessoa usuária, mais de toda a família que geralmente, ou na sua magnitude, não está pronta para lidar com tal situação. 
Juliana Nogueira (2009) esclarece que as famílias não estão preparadas para aceitar tal situação, e muitas vezes a primeira reação é a de negação, período em que se ignora a existência do problema; quando superada esta fase, a realidade vem à tona, de modo que aflora o desespero, o que muita vezes conduz a postura de agressividade e cobrança. Segue-se para a fase da barganha, onde há ofertas de coisas atrativas e de mudanças de ambientes.
A autora explica que infelizmente é corriqueiro isso não adiantar, dando início a terceira fase que é a depressão. A depressão se manifesta tanto no dependente quanto na família. No dependente, a angústia e os sentimentos negativos conduzem a pensar na possibilidade de se tratar ou de se aprofundar ainda mais no consumo de drogas. Para a família, esta fase pode se manifestar também de duas formas: com agressividade ou carinho excessivo.
Nogueira (2009) elucida que a próxima fase é a de aceitação, momento em que a família muitas vezes busca auxílio de profissionais para aprender a lidar com tal situação, reconhecendo que o problema das drogas é uma questão de saúde e que para tanto merece ser tratado.
A família é coo-dependente, pois vive e sofre junto, por essa razão, precisa de ajuda especializada para saber lidar com as peculiaridades de conviver com um dependente químico. A família é o pilar, fonte de sustentação, de apoio, para os jovens e adultos, devendo estar com suas bases bem estruturadas, para ser capaz de fornecer a ajuda necessária ao dependente químico.
 5.1.2 Papel da Educação
É caso pacífico que o processo educacional é iniciado pela família, quando os pais ensinam aos filhos os conceitos do que é certo ou errado, os valores morais, os quais devem ser aplicados na vida individual e em sociedade. Posteriormente entra em cena a escola, onde tem início a instrução sistematizada da criança. Para Brandão (1981, p.116):
A educação está em todos os lugares e no ensino de todos os saberes. Assim não existe modelo de educação, a escola não é o único lugar onde ela ocorre e nem muito menos o professor é seu único agente. Existem inúmeras educações e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto, a educação de uma sociedade tem identidade própria.
Nesse passo a educação no sentindo amplo da palavra pode ocorrer de várias formas, através das informações disponíveis na internet, na mídia televisiva, nas revistas e jornais, afora outros meios. A escola é mais um agente nesse processo contínuo, no entanto, os saberes explorados no âmbito escolar estão voltados para um conteúdo sistematizado, cujas diretrizes são postas pela Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) enumera uma série de temas transversais que devem ser debatidos com o alunado de forma multidisciplinar, dentre os quais merece destaque as questões ligadas à ética, ao meio ambiente, a orientação sexual, a pluralidade cultural, ao trabalho, ao consumo e a saúde. Dentro desta última categoria, orienta-se que haja ampla discussão na escola quanto a questões relacionadas às drogas.
A finalidade última dos Temas Transversais se expressa neste critério: que os alunos possam desenvolver a capacidade de posicionar-se diante das questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença e intervir de forma responsável. Assim os temas eleitos, em seu conjunto, devem possibilitar uma visão ampla e consistente da realidade brasileira e sua inserção no mundo, além de desenvolver um trabalho educativo que possibilite uma participação social dos alunos (PCN, 1999).
Ver-se então, que a escola atual não é apenas um local onde se depositam conteúdos, mas um ambiente propício à formação cidadã dos jovens, preparando-os com plenitude para encarar os desafios de viver em sociedade.
Desafios esses que vão desde a sua inserção no Mercado de trabalho, até os dilemas corriqueiros da adolescência que perpassa pela necessidade de o jovem ser aceito por si mesmo ou por um determinado grupo. 
Nesse rol de incertezas que envolve o adolescente, muitos se deparam com o mundo aparentemente prazeroso proporcionado pelas drogas. Braz (2008, p.4), explica que quando o jovem adentra o mundo das drogas tudo parece ser deslumbrante. Certo de que não se tornará dependente químico, logo se depara com as consequências da escolha equivocada, trilhando assim, muitas vezes, por caminhos repreensíveis a fim de ter o seu vício saciado.
No mesmo viés, explica o autor, que os efeitos das drogas podem variar entre diferentes usuários e no mesmo indivíduo pelo uso de diferentes tipos de droga. Entre seus efeitos enumera a inibição do sono, a diminuição do cansaço e da fome, o efeito de euforia, o relaxamento dos músculos, a falta de ar, a perda da capacidade crítica, a confusão mental, a descoordenaçãodos movimentos, as náuseas, as alucinações, os delírios, a palidez, a taquicardia, o aguçamento dos sentidos, entre outros efeitos.
O problema das drogas é bastante complexo, requer a atenção de pais, professores, gestores e do Poder Público. Braz, (2008, p.5), esclarece que a educação é a melhor solução para o problema das drogas. No entanto, elucida que a responsabilidade não é apenas da escola, mas principalmente dos pais.
Segundo o autor a combinação de uma educação pautada no conhecimento sistematizado associada aos valores morais e éticos é extremamente eficaz no combate as drogas:
Pois, quando o jovem adquire um sentido à sua vida e compreende qual seu papel na sociedade, ele simplesmente não verá razão em perder tempo se intoxicando com porcarias que nada contribuem para sua existência, e pensará melhor antes de fazer algo que invariavelmente prejudicará outra pessoa. (BRAZ, 2008, p. 8).
Braz (2008, p.8) expõe ainda que o professor é um grande formador de opiniões, e exerce forte influência entre o alunado, desse modo a intervenção na escola deve ser clara e direcionada ao público que pretende atingir. No tocante as drogas, as aulas e debates sobre tal temática devem ser enfatizadas em valorizar a vida, a pessoa humana, o prazer em fazer escolhas, deve ainda demonstrar atividades prazerosas como alternativa ao prazer ilusório oferecido pelas drogas.
Na mesma perspectiva, explica o autor que a abordagem repressiva surte pouco efeito, por isso sugere uma educação que resgata os valores morais. A forma de responsabilização ou “punição” aplicada às crianças e adolescentes com o intuito de afastá-los da marginalização e das drogas é vista por alguns segmentos da sociedade como uma forma de camuflar as distorções das desigualdades sociais, no entanto, faz-se necessário uma análise mais aprofundada, pois as questões que permeiam a marginalização dos jovens apresentam diversas ramificações como, por exemplo, questões familiares, educacionais, sociais, políticas, afora outras.
Dito isso, é fato lembrar a conscientização social acerca da responsabilidade de cada cidadão no desenvolvimento das crianças e adolescentes, a fim de afastá-los das ilicitudes, porque o usuário de droga não é um problema apenas da família a qual pertence, nem tampouco apenas da comunidade, é um problema social, onde qualquer um, em qualquer lugar das sociedades formadas em quaisquer continentes poderá ser atingido pelos seus maus efeitos.
Uma sociedade composta por pessoas conscientes da sua responsabilidade humanitária é uma sociedade preocupada em garantir e efetivar o pleno desenvolvimento desse público tão carente de ações afirmativas tanto individuais quanto coletivas. 
Assim, a fim de garantir o futuro promissor aos jovens, sejam eles usuários de entorpecentes ou não, faz-se necessária uma corrente multidisciplinar formada não só por profissionais capacitados nas mais diversas áreas, como educadores, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, políticos, gestores, assim como o Estado, além da família mais próxima, pais e mães, jovens colegas e cada indivíduo mesmo anônimo, ou seja, qualquer pessoa responsável pelo bom andamento social. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou demonstrar que a discussão sobre a dependência química, nos dias de hoje, deixou de ser apenas um problema de desvio de comportamento, mas sim, a relação no processo de doença/saúde, tanto nos âmbitos conceituais, de formação e atuação de profissionais capacitados, quanto nas questões voltadas às políticas públicas como a de recuperação de indivíduos dependentes e de promoção da saúde. 
Conseguimos compreender também, que as questões do uso de substâncias psicoativas, bem como os conceitos de saúde e doença, sempre estiveram presentes nos principais contextos de evolução do homem, sejam eles históricos, culturais ou sociais. Todavia, a partir do século XX, os resultados dessas relações apareceram de forma alarmante, causando preocupação à sociedade e tornando-se um problema de saúde pública. Desde então, não se fala do uso de drogas apenas como uma questão de interação biológica, mas, como um problema do indivíduo em sua integralidade, no qual a dependência química é uma das mazelas a ser combatidas.
Ressalta-se ainda, a importância do papel do Estado, como aquele que desde o surgimento da problemática em nosso País, esteve consciente da séria necessidade de se elaborar políticas públicas exequíveis e de resultados positivos; a importância do papel da família, como pioneiros nas ações de prevenção e guarda das crianças e adolescentes; e do papel da educação, com suas diretrizes de bases que almejam sempre a evolução no teor da educação humana, como a educação crítica e consciente do seu alunado.
Buscou-se destacar ainda nesta pesquisa, a necessidade de se alertar para o grave problema das substâncias nocivas, de forma sistematizada, abordando-se a atual situação das drogas em nosso País, e com a finalidade de chamar a atenção ao campo da prevenção, na tentativa de lembrar a existência das garantia dos direitos fundamentais e sociais previstos em nossa constituição através dos princípios e objetivos norteadores elencados na lei específica 11.343/2006.
Deste modo, notamos que a dependência química, bem como os meios de intervenção, prevenção e tratamento, devem ultrapassar as barreiras do preconceito e aliar-se à sociedade como um todo, tendo o Estado a desempenhar um papel fundamental que - de porte da legislação atinente, consciente da importância do seu papel como gestor, ao enfrentar a problemática de forma ativa – se define em procurar diminuir as desigualdades que estão presentes no contexto social, desenvolvendo, nesse campo particular de reação contra as drogas, políticas públicas, eficientes e impactantes, especialmente voltadas àquele que nesta relação é quem mais necessita de atenção, de suporte bem estruturado, permanente e eficaz, o usuário e dependente químico.
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REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 18. ed. ver. e atual. Rio de Janeiro, RJ: Forense; São Paulo, SP, Método, 2010.p.722.
BARBOSA, J.L. Visão Histórica e contextualizada do uso de Drogas . Em São José, Prefeitura Municipal , Secretaria de Saúde, organizado por Maria Tais de Melo. Disponível em <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015957>.pdf, acesso em 11 de março de 2016
BRASIL, Constituição Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>, acesso em 11 de abril de 2016
BRASIL. Decreto Nº 2.994, DE 17 DE AGOSTO DE 1938, disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-2994-17-agosto-1938-348813-publicacaooriginal-1-pe.html>, acesso em 20 de março de 2016. 
BRASIL. Decreto-lei nº 891, de 25 de novembro de 1938, disponível em : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del0891.htm> acesso em 24 de março de 2016.
BRASIL. Lei nº. 11.343, de 23 de Agosto de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm" ��� <>, acesso em 07 de março de 2016.
BRASIL, Rocha, Valéria. Construção e Desconstrução da dependência de drogas: do indivíduo às famílias. São Paulo, 2012. Tese Doutorado em Psicologia Clínica, Pontifica Universidade Católica de São Paulo, PUC. Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arquivos/22/TDE-2013-04-02T09:27:11Z 13509/Publico/Valeria%20Rocha%20Brasil>.pdf, acesso em 25 de abril de 2016. 
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BRASIL, lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>, acesso em: 31 de março de 2016.
BATISTA, Nilo. Política criminal com derramamento de sangue. Revista Brasileira de Ciências Criminais. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 20, 1997, p. 133.- monografia.
BONJARDIM,

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