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7a. Aula Filos.Comun.Etica- O que sao valores e O que e moral

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FILOSOFIA, COMUNICAÇÃO E ÉTICA
7ª. AULA
O MUNDO DOS VALORES – O QUE SÃO VALORES
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª. ed. São Paulo:Moderna, 2005
O ser humano está sempre avaliando, mesmo inconscientemente. Avaliar – identificar, reconhecer e apreciar o valor – é importante para que possamos escolher bem. E, se viver depende de nossas escolhas, tanto melhor se o fizermos de maneira mais lúcida.
1. Juízos de valor:
Olhando a nossa volta, escolhemos alguns objetos ou algumas pessoas e deles fazemos juízos de realidade: 
Aquela caneta é azul
Este lápis é novo
Maria acabou de sair
Pedro foi comprar pão
A barraca está cheia de frutas
João está orando
No entanto, sempre que formulamos juízos de realidade, é inevitável que façamos também juízos de valor:
A caneta azul não é tão bonita quanto a vermelha (valor estético)
O lápis velho escrevia melhor que este novo (valor de utilidade)
Maria não deveria ter saído antes de terminar o trabalho (valor moral)
O pão está muito caro (valor econômico) 
As frutas fazem bem à saúde ( valor vital)
Orar reconforta o espírito (valor religioso)
Com esses exemplos não esgotamos os inúmeros campos em que o termo valor aparece, tais como na matemática, na física, na medicina, no direito, na música, etc.
2. O que são valores?
Valorar é uma experiência fundamentalmente humana que se encontra no centro de toda escolha de vida. 
Fazer um plano de ação nada mais é do que dar prioridade a certos valores positivos (seja do ponto de vista moral, utilitário, religioso,etc.) e evitar os valores negativos que são prejudiciais, tais como a mentira, a preguiça, a inveja, a injustiça, etc.
O objetivo de qualquer valoração é orientar a ação prática. Ex.: Se o ar é um valor para o ser vivo, é preciso evitar a poluição que compromete a qualidade desse bem indispensável; se a credibilidade é um valor, não podemos mentir o tempo todo, caso contrário as relações humanas se corrompem.
Os valores existem na ordem da Afetividade, uma vez que não ficamos indiferentes diante de alguma coisa ou de uma pessoa, mas sempre somos afetados por elas de algum modo.
Os filósofos definem valor como “o que deve ser objeto de referência ou de escolha” ou, ainda, “um valor é o que vale; e valer é ser desejável ou desejado”.
3. De onde vêm os valores?
Os valores resultam das relações que os seres humanos estabelecem entre si e com o mundo em que vivem. Por isso, os valores são em parte herdados da cultura, e nossa primeira compreensão da realidade se funda no solo dos valores da comunidade a que pertencemos.
Então, valorar varia de acordo com a cultura e a época: diversidade de costumes entre os povos.
Todas as comunidades têm necessidade formal de regras, modelos em todos os setores.
Exemplo: coragem é melhor que covardia e a amizade é um valor desejável para os membros de um grupo. A coragem e a amizade têm apenas um valor formal cujo conteúdo pode variar:
CORAGEM DO GUERREIRO DA TRIBO É DIFERENTE DA CORAGEM DO EXECUTIVO DOS CENTROS URBANOS;
AMIZADE É UM VALOR UNIVERSAL, MAS VARIA CONFORME COSTUMES: NA SOCIEDADE PATRIARCAL A MULHER SE ENCONTRAVA CONFINADA NO LAR E SUBORDINADA AO HOMEM E ERA IMPENSÁVEL QUE ELA TIVESSE AMIGOS DO SEXO MASCULINO FORA DO CÍRCULO DE AMIZADES DO SEU PRÓPRIO MARIDO OU DISTANTE DE SEU OLHAR BENEVOLENTE.
4. Educar para os Valores:
Mesmo que os valores sejam transmitidos pela cultura, não há como desprezar a capacidade humana de criticar os costumes vigentes e ansiar por novos horizontes de ação.
A crítica é menos intensa nas sociedades tradicionais, que conservam seus modelos de comportamento por mais tempo; mas é muito forte em épocas de crises de valores, tal como aconteceu durante o Renascimento. Igualmente , a partir da segunda metade do século XX iniciamos um movimento de mudança de paradigmas, ao passarmos por modificações cruciais em campos tão diversos como a família, a escola, as artes, o Estado.
No entanto, esse movimento não se faz de maneira automática e a tendência predominante nas pessoas é a resistência, buscando a segurança dos valores dados e não questionados.
Exemplo: apesar das muitas décadas que nos separam de Picasso, que revolucionou a pintura contemporânea, e de Stravinsky, que imprimiu novos rumos à música, há os que ainda rejeitam a chamada “arte moderna”. A questão não está no fato de que essas pessoas devessem aplaudir esses inovadores a qualquer custo, e sim de que muitas delas não tiveram sequer ocasião de educar sua sensibilidade para os novos valores estéticos que surgiram, para aceita-los ou rejeitá-los por meio de uma análise crítica.
Conclusão:
Os valores servem para que a sociedade se humanize, mantenha a sua integridade e se desenvolva. Ou seja, refletir sobre os valores ajuda a nos tornarmos melhores para termos uma “vida boa”.
ÉTICA E MORAL – O QUE É MORAL
O que é moral? Para que ser moral?
O que entendemos por “bem” ou “mal” pode definir o tipo de pessoa que queremos ser e qual o compromisso que temos com os valores assumidos.
Como ninguém nasce moral – mas torna-se moral - , é preciso todo um esforço de construção do sujeito ético, empreitada que nem sempre atinge os níveis desejados de amadurecimento.
O SUJEITO MORAL:
1. O anel de Giges
Há uma lenda, transcrita por Platão na sua obra A República , sobre um anel que tornaria invisível quem conseguisse virar o engaste para dentro. Foi o que teria acontecido ao pastor Giges, que vivia a serviço do rei da Lídia. 
Após ter se salvado de um abalo sísmico, retirou de um cadáver o referido anel. Ao perceber que podia ficar invisível quando quisesse, entrou no castelo, seduziu a rainha, tramou com ela a morte do rei e obteve o poder.
Esse mito nos leva a pensar sobre os motivos que estimulam ou coíbem uma ação. Se alguém pudesse ficar invisível em uma loja, não haveria problema em roubar um CD, por exemplo? Pelo menos ele não seria pego em flagrante!
É assim que certas pessoas costumam se comportar: agem bem se forem recompensadas ou para parecer boas e justas ao olhar do outro. Quantas mães aconselham os filhos a agirem bem, “senão, o que dirão os vizinhos?”.
Quantas pessoas evitam cometer infração de trânsito se houver um policial por perto, mas transgridem as regras quando não há quem os vigie?
Esses exemplos embora se refiram à conduta moral, não dizem respeito aos seus níveis mais altos.
Chamamos essa moral de heterônoma (hetero = outro, diferente e nomos = lei), uma vez que o comportamento é regulado exteriormente pelo meio social.
Á medida que amadurecem, o adolescente ou o adulto poderão exercer sua autonomia (auto = próprio), quando passarem a decidir por si mesmos.
Alcançar a autonomia não é um processo automático, pois muitas pessoas nunca conseguirão sair do mundo da heteronomia. É preciso formar o sujeito moral.
A moral é um movimento constante entre o que é bom para nós e o compromisso que temos com os outros.
Sob essa perspectiva, a moral não é um instrumento de subjugação e constrangimento, mas sim de humanização. Ela se traduz na busca do convívio enriquecedor, que torna as pessoas melhores e proporciona a criação de um mundo mais justo.
2. Ética e Moral
A moral é o conjunto de regras de conduta assumidas livre e conscientemente pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal.
A ética, ou filosofia moral, é mais abstrata, constituindo a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral.
Exemplo: São questões éticas indagar a respeito do que é o bem e do que é o mal, o que são valores, qual a natureza do dever, em que consiste a moral autônoma e assim por diante.
3. O sujeito moral:
O sujeito moral intui os valores como fruto da intersubjetividade, ou seja, da relação com os outros. Não é o sujeitosolitário que se torna moral, pois a vida moral se funda na solidariedade: é pelo reconhecimento do outro que cada ser humano se descobre a si mesmo. Intuir o valor é descobrir aquele que convém ao sujeito na medida em que pertence a um grupo.
Há sociedades mais morais e outras menos, dependendo da maneira pela qual facilitam ou dificultam o desenvolvimento da consciência ética dos sujeitos. Isto porque nem sempre as regras morais visam ao bem da comunidade como um todo. 
As classes dominantes podem se apropriar de certos valores e disseminá-los às demais classes. Assim, o que é ensinado como sendo bom para todos, na verdade só é bom para as camadas privilegiadas.
Para manter inalterado o status quo, isto é, a situação vigente, tenta-se silenciar o pensamento crítico.
Exemplo: o fanatismo religioso recusa como herético ( sem religião, sem fé) todo distanciamento da ortodoxia.
Cem anos após a Lei Áurea, os negros brasileiros ainda têm de lutar não só contra os juízos depreciativos feitos pelos brancos, mas também contra a perda da auto-estima devido à herança de submissão.
4. Obrigação e Liberdade:
Percebemos que o ato moral é complexo e a ética não oferece “receitas” para o “agir bem”. Cabe ao sujeito moral viver de maneira dramática as contradições irreconciliáveis entre dois pólos, como o social e o pessoal, a tradição e a inovação e assim por diante.
O ato moral exige conceitos aparentemente contraditórios: obrigação e liberdade.
Se a construção da consciência moral se realiza a partir da aprendizagem da autonomia e da convivência, temos de admitir que o ato moral é um ato de vontade de um sujeito livre.
Por outro lado, a decisão voluntária cria um “dever ser”, já que resulta da consciência da obrigação moral. Não se trata de qualquer obrigação. O dever moral não se cumpre devido a constrangimento externo, mas a partir da norma livremente assumida: só há moral madura quando o indivíduo decide por sua própria iniciativa.
5. A virtude:
A palavra virtude , do latim vir, designa “o homem”, o “varão” (daí o adjetivo “viril”). Virtus é poder, força, capacidade.
Também o termo grego para virtude – arete – significa “excelência”, “mérito”.
Portanto, o virtuoso nada têm de frágil ou servil; ao contrário, virtude é capacidade de ação, é potência.
A virtude, como disposição para querer o bem, exige a coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que dificultam a ação.
Por isso a noção de virtude não se restringe a um ato moral apenas, mas envolve a repetição e a continuidade do agir moral.
6. A construção da personalidade moral:
Agir por temor à punição ou por desejo de elogio é indicativo do estágio de heteronomia, típico do comportamento infantil, enquanto se guiar pela justiça é admitir um princípio ético superior na escala do aprimoramento moral.
Segundo esse critério, o psicólogo KOHLBERG estabeleceu três níveis de moralidade, para avalição do amadurecimento moral do indivíduo desde a infância até a idade adulta:
Nível pré-convencional – moral heterônima – evitar punição e merecer recompensa – individualismo
Nível convencional – reconhece o outro em vários campos(grupo, família,nação) – expectativas interpessoais
Nível pós-convencional – é o mais alto e poucas pessoas são capazes de atingi-lo. Há conflitos entre as regras e os sistemas, entre o direito e os princípios morais.
7. Progresso moral:
Nem toda mudança moral equivale a progresso moral. Quais seriam então os critérios para avaliar o progresso moral? Eis alguns deles:
Ampliação da esfera moral – certos atos, antes garantidos por força legal (direito), por constrangimento social (costumes) ou por imposição religiosa, passam a ser cumpridos por exclusiva obrigação moral autônoma. 
Exemplo: pai divorciado não precisaria da lei para continuar ajudando no sustento de seus filhos menores de idade.
Caráter consciente e livre da ação – a responsabilidade moral depende de um compromisso livremente assumido. Responsável é a pessoa que reconhece seus atos como resultantes da vontade e responde pelas conseqüências deles.
Grau de articulação entre interesses coletivos e interesses pessoais – enquanto nas tribos o coletivo predomina sobre o pessoal, nas sociedades contemporâneas o individualismo exacerbado tende a desconsiderar os interesses da coletividade. É importante o equilíbrio.
8. Ética Aplicada:
Tudo que é tecnicamente possível será ética e socialmente aceitável?
O progresso é sempre desejável, sem que investiguemos suas conseqüências? O trabalho do cientista é neutro?
Ao longo desse debate, desde 11970, surgiram teóricos da chamada ética aplicada – uma reflexão filosófica – em torno de temas como bioética, ética ambiental (ou ecoética) e ética dos negócios.
Bioética – biologia molecular, biotecnologia – debate intenso diante de questões como: manipulação do genoma humano, escolha do sexo do filho, descarte de embriões humanos, clonagem reprodutiva e clonagem para fins terapêuticos, transgenia, vegetais e animais híbridos, biopirataria, etc.
Ética ambiental – relações do ser humano com a natureza como poluições industriais e agrícolas, esgotamento de recursos naturais, agressões que provocam o desequilíbrio do ecossistema (chuvas ácidas, efeito estufa), etc. pondo em risco a vida do planeta. 
Má distribuição de renda que obriga grande parcela da população mundial a viver em estado de miséria e fome.
Ética dos Negócios – responsabilidade social das empresas, inclusão de pessoas com deficiências, combate às formas de racismo e discriminação, recusa da utilização da mão de obra infantil, projetos de educação, cuidado com a transparência da informação, etc.
Que há de comum nesses três ramos da ética aplicada é o diálogo multidisciplinar, que não se restringe aos filósofos, mas se amplia na interlocução com os mais diversos profissionais como medicina, biologia, direito, teologia, economia, sociologia, antropologia, política, psicologia, etc. Além de dar vez às pessoas comuns, leigas no assunto, mas que, afinal, sofrem o impacto dessas alterações.
Conclusão: Viver moralmente não é simples nem fácil, mas pode-se aprender a ser solidário e reconhecer a dignidade de si mesmo e dos outros. É preciso ter alteridade, ou seja, se colocar sempre no lugar do outro.
Mas os problemas que decorrem da crise dos valores não podem ser resolvidos por tentativas isoladas de educação moral do indivíduo, mas deve-se somar a isso a vontade política de alterar as condições doentias da sociedade para a superação da pobreza moral.
Os dois processos devem caminhar juntos.

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