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6 Cicatrização

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Reparo e Cicatrização 
Priscila Sá 
Fisioterapeuta 
pri_o_sa@hotmail.com 
Existem basicamente 2 processos de restabelecimento da 
homeostase frente a uma lesão: 
Regeneração 
 Reparação de um tecido lesado pela deposição de células 
neoformadas idênticas às do tecido lesado. 
Cicatrização 
 Reparação de um tecido lesado pela deposição de tecido 
fibroso no local da lesão. 
Os dois processos ocorrem 
simultaneamente, num balanço 
dinâmico, mas, em geral, um 
deles predomina. 
Esses processos (regeneração e cicatrização) ocorrem 
de maneira diferente nos diversos órgãos e tecidos. 
Ex: tecido nervoso, se caracteriza 
por pouca regeneração e muita 
cicatrização; 
Enquanto que fígado e ossos em 
geral realizam primariamente a 
regeneração. 
A pele realiza predominantemente 
a cicatrização 
(com exceção do feto). 
Cicatrização 
 Nome dado ao processo de reparo, o qual se faz à 
custa da proliferação do tecido conjuntivo fibroso, em 
que o tecido preexistente fica substituído por cicatriz 
fibrosa. 
Denomina-se cicatrização ao fenômeno pelo qual o 
organismo tende a reparar uma porção lesada 
LESÃO Sangramento Seccção de capilares, 
artérias e veias 
Hemostasia Limpeza, com cuidado! 
Fase Inflamatória ( 2 dias) – saída dos leucócitos de 
dentro dos capilares com o objetivo de limpeza. 
Proliferação do número dos 
capilares sanguíneos. 
O extravasamento líquido 
leva a edema 
que dá o aspecto aumentado 
 a zona de lesão. 
Aumento da mitose, 
preenchendo a zona lesada. 24 primeiras 
horas 
Processo da Cicatrização 
Cicatriz é o resultado final de um conjunto de acontecimentos 
biológicos que se seguem à ferida, agressão ou injúria, 
finalizando sempre pela formação de colágeno e epitelização, 
sem o qual não existe cicatriz. 
Processo da Cicatrização 
Processo da Cicatrização 
Amadurecimento da Cicatriz 
 3º dia de 
lesão Depósito de colágeno 
 Duas 
semanas pós 
lesão 
Multiplicação de células epiteliais e 
acúmulo de colágeno 
Cor avermelhada amplia-se e torna-se 
esbranquiçada. 
 Final do 1º 
mês 
Lesão recoberta por clareamento e 
alargamento. 
CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA 
 Advém da sutura por 
planos anatômicos. 
 
 Na cicatrização primária 
não há perda tecidual. 
 
Ex: cicatrização de uma 
incisão cirúrgica limpa 
não-infectada, 
aproximada por suturas. 
• Pode ocorrer complicações como isquemia peri-sutura 
em decorrência de técnica inadequada, presença de 
corpo estranho, coleção de líquidos, hematomas e 
infecção superficial. 
 
• Esses fatores poderão evoluir à deiscência de sutura 
cirúrgica. 
CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA 
 Para acelerar o processo de cicatrização 
secundária pode-se realizar aproximação 
das bordas da ferida com pontos de sutura 
simples. 
 
CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA 
TARDIA 
CICATRIZAÇÃO SECUNDÁRIA 
Quando a evolução cicatricial da ferida é 
espontânea chama-se secundária. 
Cicatrização por Segunda Intenção 
(feridas com bordas separadas) 
 
 Caracteriza-se por um grande defeito tecidual, que deve ser 
preenchido (ex. ulceração inflamatória, na formação de 
abscessos, etc.) 
 Forma-se muito mais tecido de granulação, que preenche o 
defeito tecidual. A reação inflamatória é bem mais intensa. 
 A contração da ferida é bem pronunciada na cicatrização por 
segunda intenção. 
 Requerem cuidados especiais e têm maior propensão à 
cronificação. 
 FASE INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA 
 
 
 Duração de aproximadamente 48 a 72 horas. 
 
 Caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais 
de inflamação: dor, calor, rubor e edema. 
 
 Objetiva preparar o local para o novo 
tecido que crescerá. 
 
 
Fase Cicatricial 
FASE INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA 
Mediadores químicos provocam vasodilatação, aumentam a 
permeabilidade dos vasos e favorecem a quimiotaxia dos 
leucócitos - neutrófilos combatem os agentes invasores e 
macrófagos realizam a fagocitose. 
 FASE PROLIFERATIVA 
 
 Duração de 12 a 14 dias. 
 
 Ocorrem neo-angiogênese, produção de 
colágenos jovens pelos fibroblastos e intensa 
migração celular, principalmente queratinócitos, 
promovendo a epitelização. 
 
 A cicatriz possui aspecto avermelhado. 
 
Fase Cicatricial 
 Período no qual ocorre 
principalmente o balanço 
entre formação da cicatriz e 
a regeneração tecidual. 
 
 Preenchimento da ferida por 
tecido de granulação 
(angiogênese + fibroplasia). 
 
 Migração de queratinócitos 
para restaurar a 
continuidade epitelial. 
Fase Proliferativa 
Inicia-se 3 a 5 dias após o ferimento e dura até o 21º dia, aprox. 
FASE DE MATURAÇÃO OU 
REMODELAÇÃO 
 A terceira etapa pode durar de meses a anos. 
 
 Reorganização do colágeno. 
 
 A cicatriz assume a coloração semelhante à pele 
adjacente. 
 
 Nesta fase, a cicatrização torna-se mais plana e 
macia e podem ocorrer defeitos na cicatrização, 
como quelóides, cicatrizes hipertróficas e 
hipercromias. 
 
 
 
Fase de Maturação 
Inicia-se do 21º dia e dura por mais ou menos 1 ano. 
 
Fatores que interferem na 
Cicatrização 
 Dimensões e profundidade da lesão; 
 
 Grau de contaminação; 
 
 Presença de secreções, Hematomas e corpo 
estranho; 
 
 Necrose tecidual 
 
 Infecção local 
Fatores que interferem na 
Cicatrização 
 Faixa Etária- idade avançada diminui a 
resposta inflamatória 
 
 Estado Nutricional- a hipoproteineimia 
metabólica sistêmica pode interferir no 
processo cicatricial. 
 
 Terapia Medicamentosa Associada- 
antiinflamatórios, antibióticos, esteróides e 
agentes quimioterápicos. 
 
Cicatrização Íntegra 
Cicatriz Normotrófica 
 A pele adquire o aspecto de textura e 
consistência anterior do trauma. 
Cicatriz Atrófica 
 É assim denominada quando a maturação 
não atinge o trofísmo fisiológico esperado, 
surgindo, geralmente, por perda de 
substância tecidual ou sutura cutânea 
inadequada. 
Cicatriz Hipertrófica 
 O colágeno é produzido 
em quantidade normal, 
mas a sua organização é 
inadequada, oferecendo 
aspecto não harmônico. 
 
 A cicatriz respeita o 
limite anatômico da 
pele. 
Cicatriz Quelóide 
 É decorrente da contínua produção de 
colágeno jovem devido à ausência de 
fatores inibitórios. 
 
Cicatriz Hipertrófica e Quelóide 
 Correspondem essencialmente aos 
mesmos fenômenos, sem que haja 
diferenças laboratoriais entre eles, 
embora tenham comportamento clínico 
diferente. 
 Quelóides são menos comuns e têm 
predisposição familiar. 
 Estima-se que acometam menos de 6% 
da população, principalmente negros e 
asiáticos. 
 Mais comum nos jovens. 
 Regiões muito propensas são: peitoral, 
deltóide, face, lóbulo de orelha. 
 Causa: desconhecida. 
 
 Teorias: estresse mecânico, inflamação, colonização 
bacteriana, reação de corpo estranho. 
 
 Mecanismos moleculares: estudos têm mostrado que 
níveis de diversas citocinas estão elevados nas cicatrizes 
hipertróficas e quelóides. 
 
 A investigação dessa patologia é dificultada pela ausência de 
um modelo animal que reproduza as características da 
cicatriz hipertrófica humana. 
Cicatriz Hipertrófica e Quelóide 
Quelóide Menor 
 
Elevados e pruriginosos; 
ultrapassam os limites do 
traumatismo inicial. Podem se 
desenvolver até um ano após 
a lesão. Não regridem 
espontaneamente e, se 
excisados, geralmente 
recidivam. 
Cicatriz Hipertrófica e 
Quelóide 
 Quelóide Maior 
 
 Maiores que 5mm de diâmetro. 
 Podem ser dolorosos, 
 Frequentemente continuama crescer ao longo dos 
anos. 
Cicatriz Hipertrófica e 
Quelóide 
Cicatriz Hipertrófica e 
Quelóide 
Cicatriz Imatura 
 
- Vermelha, fracamente elevada e pode ser 
pruriginosa ou amolecida. 
- Com o tempo, ela geralmente se torna 
madura. 
 
Cicatriz Madura: 
 
- É plana e, em geral, fracamente pálida, mas 
ocasionalmente mais escura que a pele ao 
redor. 
Cicatriz hipertrófica linear 
 
- Vermelha, elevada e confinada às bordas originais da incisão. 
- Geralmente ocorre semanas após cirurgia e pode continuar a 
crescer em tamanho após alguns meses. 
- Frequentemente tornam-se menos elevadas com o tempo. 
Cicatriz Hipertrófica e 
Quelóide 
Cicatriz hipertrófica não-linear (“widespread”) 
 
- Semelhante a uma cicatriz de queimadura, 
- É vermelha, elevada e confinada às bordas originais da 
lesão. 
Cicatriz Hipertrófica e 
Quelóide 
 Há falha no restabelecimento do defeito tecidual por uma 
cicatriz madura, a despeito da restauração da integridade 
cutânea. 
 
 Exemplos: úlceras em pé diabético, de pressão sacral ou por 
estase venosa 
Cicatrização Inadequada 
Úlcera de decúbito 
Cicatrização Inadequada 
Contração Cicatricial e Contratura 
 Para o cirurgião: fazer uso da 
contração em locais apropriados 
e preveni-la em outros. 
 
 Prevenção: enxertia de pele 
precoce e imobilização 
 
 Se houver infecção e o enxerto 
for retardado, ao fazer a enxertia 
deve-se remover o tecido de 
granulação responsável pelo 
mecanismo da contração. 
Retração ou excesso 
de contração 
 Hipopigmentação ou acromia 
 Cicatrizes atróficas 
 Ferimentos em área de pigmentação normal em pacientes com 
vitiligo. 
 Causas desconhecidas 
Transtornos da Pigmentação 
 (Discromias) 
Transtornos da Pigmentação 
 (Discromias) 
 Hipopigmentação ou 
acromia 
 
 Cicatrizes atróficas 
 Ferimentos em área de 
pigmentação normal em 
pacientes com vitiligo. 
 Causas desconhecidas 
Hiperpigmentação 
 
 Mais comum em pessoas morenas. 
 Exposição precoce de uma cicatriz ao sol. 
 Em áreas que sofreram dermoabrasão, por 
uma considerável hipertrofia da camada 
basal da epiderme (onde se encontram os 
melanócitos). 
 Habitualmente, a pigmentação vai diminuindo a partir do 3º 
mês até desaparecer. 
 O uso de protetor solar e a não-exposição da cicatriz ao sol 
por 3 meses podem atenuar a hiperpigmentação. 
Transtornos da Pigmentação 
 (Discromias) 
Deiscências e Alargamento 
 de Cicatrizes 
 O cirurgião deve escolher a melhor 
fibra artificial (fio de sutura) para 
manter as bordas da ferida coaptadas, 
até que a fibra natural (colágeno) seja 
produzida. 
 O colágeno é que promove a 
resistência efetiva da cicatriz. 
 Vasos sanguíneos, elementos 
celulares, substância fundamental e 
fibrina contribuem para estabelecer a 
resistência à tensão nos primeiros 2 a 
5 dias. 
Cicatrização mais lenta: fáscia, tendões e pele (ao contrário das vísceras). 
Deiscências e Alargamento de Cicatrizes 
 
Deiscência 
Necrose Pós Abdominoplastia 
Deiscência com evolução de 
Necrose 
Cicatrização 
Obrigada 
Priscila Sá

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