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Reparo e Cicatrização Priscila Sá Fisioterapeuta pri_o_sa@hotmail.com Existem basicamente 2 processos de restabelecimento da homeostase frente a uma lesão: Regeneração Reparação de um tecido lesado pela deposição de células neoformadas idênticas às do tecido lesado. Cicatrização Reparação de um tecido lesado pela deposição de tecido fibroso no local da lesão. Os dois processos ocorrem simultaneamente, num balanço dinâmico, mas, em geral, um deles predomina. Esses processos (regeneração e cicatrização) ocorrem de maneira diferente nos diversos órgãos e tecidos. Ex: tecido nervoso, se caracteriza por pouca regeneração e muita cicatrização; Enquanto que fígado e ossos em geral realizam primariamente a regeneração. A pele realiza predominantemente a cicatrização (com exceção do feto). Cicatrização Nome dado ao processo de reparo, o qual se faz à custa da proliferação do tecido conjuntivo fibroso, em que o tecido preexistente fica substituído por cicatriz fibrosa. Denomina-se cicatrização ao fenômeno pelo qual o organismo tende a reparar uma porção lesada LESÃO Sangramento Seccção de capilares, artérias e veias Hemostasia Limpeza, com cuidado! Fase Inflamatória ( 2 dias) – saída dos leucócitos de dentro dos capilares com o objetivo de limpeza. Proliferação do número dos capilares sanguíneos. O extravasamento líquido leva a edema que dá o aspecto aumentado a zona de lesão. Aumento da mitose, preenchendo a zona lesada. 24 primeiras horas Processo da Cicatrização Cicatriz é o resultado final de um conjunto de acontecimentos biológicos que se seguem à ferida, agressão ou injúria, finalizando sempre pela formação de colágeno e epitelização, sem o qual não existe cicatriz. Processo da Cicatrização Processo da Cicatrização Amadurecimento da Cicatriz 3º dia de lesão Depósito de colágeno Duas semanas pós lesão Multiplicação de células epiteliais e acúmulo de colágeno Cor avermelhada amplia-se e torna-se esbranquiçada. Final do 1º mês Lesão recoberta por clareamento e alargamento. CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA Advém da sutura por planos anatômicos. Na cicatrização primária não há perda tecidual. Ex: cicatrização de uma incisão cirúrgica limpa não-infectada, aproximada por suturas. • Pode ocorrer complicações como isquemia peri-sutura em decorrência de técnica inadequada, presença de corpo estranho, coleção de líquidos, hematomas e infecção superficial. • Esses fatores poderão evoluir à deiscência de sutura cirúrgica. CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA Para acelerar o processo de cicatrização secundária pode-se realizar aproximação das bordas da ferida com pontos de sutura simples. CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA TARDIA CICATRIZAÇÃO SECUNDÁRIA Quando a evolução cicatricial da ferida é espontânea chama-se secundária. Cicatrização por Segunda Intenção (feridas com bordas separadas) Caracteriza-se por um grande defeito tecidual, que deve ser preenchido (ex. ulceração inflamatória, na formação de abscessos, etc.) Forma-se muito mais tecido de granulação, que preenche o defeito tecidual. A reação inflamatória é bem mais intensa. A contração da ferida é bem pronunciada na cicatrização por segunda intenção. Requerem cuidados especiais e têm maior propensão à cronificação. FASE INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA Duração de aproximadamente 48 a 72 horas. Caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais de inflamação: dor, calor, rubor e edema. Objetiva preparar o local para o novo tecido que crescerá. Fase Cicatricial FASE INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA Mediadores químicos provocam vasodilatação, aumentam a permeabilidade dos vasos e favorecem a quimiotaxia dos leucócitos - neutrófilos combatem os agentes invasores e macrófagos realizam a fagocitose. FASE PROLIFERATIVA Duração de 12 a 14 dias. Ocorrem neo-angiogênese, produção de colágenos jovens pelos fibroblastos e intensa migração celular, principalmente queratinócitos, promovendo a epitelização. A cicatriz possui aspecto avermelhado. Fase Cicatricial Período no qual ocorre principalmente o balanço entre formação da cicatriz e a regeneração tecidual. Preenchimento da ferida por tecido de granulação (angiogênese + fibroplasia). Migração de queratinócitos para restaurar a continuidade epitelial. Fase Proliferativa Inicia-se 3 a 5 dias após o ferimento e dura até o 21º dia, aprox. FASE DE MATURAÇÃO OU REMODELAÇÃO A terceira etapa pode durar de meses a anos. Reorganização do colágeno. A cicatriz assume a coloração semelhante à pele adjacente. Nesta fase, a cicatrização torna-se mais plana e macia e podem ocorrer defeitos na cicatrização, como quelóides, cicatrizes hipertróficas e hipercromias. Fase de Maturação Inicia-se do 21º dia e dura por mais ou menos 1 ano. Fatores que interferem na Cicatrização Dimensões e profundidade da lesão; Grau de contaminação; Presença de secreções, Hematomas e corpo estranho; Necrose tecidual Infecção local Fatores que interferem na Cicatrização Faixa Etária- idade avançada diminui a resposta inflamatória Estado Nutricional- a hipoproteineimia metabólica sistêmica pode interferir no processo cicatricial. Terapia Medicamentosa Associada- antiinflamatórios, antibióticos, esteróides e agentes quimioterápicos. Cicatrização Íntegra Cicatriz Normotrófica A pele adquire o aspecto de textura e consistência anterior do trauma. Cicatriz Atrófica É assim denominada quando a maturação não atinge o trofísmo fisiológico esperado, surgindo, geralmente, por perda de substância tecidual ou sutura cutânea inadequada. Cicatriz Hipertrófica O colágeno é produzido em quantidade normal, mas a sua organização é inadequada, oferecendo aspecto não harmônico. A cicatriz respeita o limite anatômico da pele. Cicatriz Quelóide É decorrente da contínua produção de colágeno jovem devido à ausência de fatores inibitórios. Cicatriz Hipertrófica e Quelóide Correspondem essencialmente aos mesmos fenômenos, sem que haja diferenças laboratoriais entre eles, embora tenham comportamento clínico diferente. Quelóides são menos comuns e têm predisposição familiar. Estima-se que acometam menos de 6% da população, principalmente negros e asiáticos. Mais comum nos jovens. Regiões muito propensas são: peitoral, deltóide, face, lóbulo de orelha. Causa: desconhecida. Teorias: estresse mecânico, inflamação, colonização bacteriana, reação de corpo estranho. Mecanismos moleculares: estudos têm mostrado que níveis de diversas citocinas estão elevados nas cicatrizes hipertróficas e quelóides. A investigação dessa patologia é dificultada pela ausência de um modelo animal que reproduza as características da cicatriz hipertrófica humana. Cicatriz Hipertrófica e Quelóide Quelóide Menor Elevados e pruriginosos; ultrapassam os limites do traumatismo inicial. Podem se desenvolver até um ano após a lesão. Não regridem espontaneamente e, se excisados, geralmente recidivam. Cicatriz Hipertrófica e Quelóide Quelóide Maior Maiores que 5mm de diâmetro. Podem ser dolorosos, Frequentemente continuama crescer ao longo dos anos. Cicatriz Hipertrófica e Quelóide Cicatriz Hipertrófica e Quelóide Cicatriz Imatura - Vermelha, fracamente elevada e pode ser pruriginosa ou amolecida. - Com o tempo, ela geralmente se torna madura. Cicatriz Madura: - É plana e, em geral, fracamente pálida, mas ocasionalmente mais escura que a pele ao redor. Cicatriz hipertrófica linear - Vermelha, elevada e confinada às bordas originais da incisão. - Geralmente ocorre semanas após cirurgia e pode continuar a crescer em tamanho após alguns meses. - Frequentemente tornam-se menos elevadas com o tempo. Cicatriz Hipertrófica e Quelóide Cicatriz hipertrófica não-linear (“widespread”) - Semelhante a uma cicatriz de queimadura, - É vermelha, elevada e confinada às bordas originais da lesão. Cicatriz Hipertrófica e Quelóide Há falha no restabelecimento do defeito tecidual por uma cicatriz madura, a despeito da restauração da integridade cutânea. Exemplos: úlceras em pé diabético, de pressão sacral ou por estase venosa Cicatrização Inadequada Úlcera de decúbito Cicatrização Inadequada Contração Cicatricial e Contratura Para o cirurgião: fazer uso da contração em locais apropriados e preveni-la em outros. Prevenção: enxertia de pele precoce e imobilização Se houver infecção e o enxerto for retardado, ao fazer a enxertia deve-se remover o tecido de granulação responsável pelo mecanismo da contração. Retração ou excesso de contração Hipopigmentação ou acromia Cicatrizes atróficas Ferimentos em área de pigmentação normal em pacientes com vitiligo. Causas desconhecidas Transtornos da Pigmentação (Discromias) Transtornos da Pigmentação (Discromias) Hipopigmentação ou acromia Cicatrizes atróficas Ferimentos em área de pigmentação normal em pacientes com vitiligo. Causas desconhecidas Hiperpigmentação Mais comum em pessoas morenas. Exposição precoce de uma cicatriz ao sol. Em áreas que sofreram dermoabrasão, por uma considerável hipertrofia da camada basal da epiderme (onde se encontram os melanócitos). Habitualmente, a pigmentação vai diminuindo a partir do 3º mês até desaparecer. O uso de protetor solar e a não-exposição da cicatriz ao sol por 3 meses podem atenuar a hiperpigmentação. Transtornos da Pigmentação (Discromias) Deiscências e Alargamento de Cicatrizes O cirurgião deve escolher a melhor fibra artificial (fio de sutura) para manter as bordas da ferida coaptadas, até que a fibra natural (colágeno) seja produzida. O colágeno é que promove a resistência efetiva da cicatriz. Vasos sanguíneos, elementos celulares, substância fundamental e fibrina contribuem para estabelecer a resistência à tensão nos primeiros 2 a 5 dias. Cicatrização mais lenta: fáscia, tendões e pele (ao contrário das vísceras). Deiscências e Alargamento de Cicatrizes Deiscência Necrose Pós Abdominoplastia Deiscência com evolução de Necrose Cicatrização Obrigada Priscila Sá
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