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Sociologia - 1º Bimestre

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Sociologia – 1º Bimestre
Anthony Giddens
Sociologia tem uma reputação ambivalente: subversiva e cientifica. Ela tem como ponto de partida o questionamento; senso crítico. A sociologia tem um lado equivocado que cobra desta perspectiva respostas cabais sobre os problemas enfrentados pelos seres humanos, se estuda o pensamento racional, motivo pelo qual a torna tão complexa. Ela se difere, portanto das ciências naturais.
	Ciências Naturais (Medicina)		x	Ciências Humanas (Sociologia)
	Estuda-se as células			 	Estuda-se o comportamento humano
O que é? É equivocada a concepção de que a socióloga pertence ao grupo das ciências naturais, que eu deva em razão disso, tentar imitar seus procedimentos e objetivos. A sociologia é uma empreitada intrinsecamente controvertida; embates sociológicos e com falta de consenso para resolvê-los usualmente caracterizam essa situação como sinal de imaturidade da sociologia.
Objetivo? A sociologia lida com os problemas que geram as principais controvérsias e conflitos na própria sociedade; lida, portanto, com um objeto fatualmente observável, depende da pesquisa empírica e envolve tentativas de formular teorias e generalização que darão sentido aos fatos.
Contexto Histórico? A sociologia nasceu a partir de uma época de maciça transformação social. No decorrer de dois séculos, tiveram lugar avassaladoras mudanças sociais que, são ainda mais aceleradas. Elas dissolveram totalmente as formas de organização social em que a humanidade viveu milhares de anos. Essas mudanças estão profundamente ligadas com as duas grandes revoluções dos séculos XVIII e XIX.
Revolução Francesa: corresponde não apenas a um conjunto específico de eventos, mas também a um símbolo de transformações políticas. Uma ordem social completamente transformada por um movimento conduzido por ideias puramente seculares – liberdade e igualdade universais. Nunca antes na história, ouvia-se falar de tantos países que se diziam democratas. Até mesmo a antiga Grécia, que era uma democracia, não tinha como ideais a liberdade (racionalização da política) e a igualdade universal, visto que apenas homens livres e romanos quem votavam, e participavam do Estado. Esse ideal traz consigo a confiança de uma grande mudança, afinal o povo pode e quer mudar os destinos da vida em comum.
Revolução Industrial: ocorre na Inglaterra, no final do século XVIII e se disseminou ao longo do século XIX. A revolução proporcionou grandes mudanças técnicas, ligadas a utilização do vapor para manufaturar a produção e a introdução de novas formas de maquinaria acionada por tais fontes de energia. Entretanto, essas inovações técnicas foram apenas parte de um conjunto muito mais amplo de mudanças sociais e econômicas. A transformação mais importante foi a migração em massa da força de trabalho proveniente do campo para os setores de trabalho industrial em constante expansão, além de promover a expansão das cidades com uma intensidade jamais vista na história. 
A sociedade em constante transformação que facilita a constituição da sociologia, a sociedade está cada vez mais cativada pelo novo. Esse dinamismo que as mudanças carregam, é característica indissociável da sociologia.
Outra grande mudança que as revoluções trouxeram para o mundo moderno foi o crescimento populacional, devido ao aumento da expectativa de vida e o dramático decréscimo da taxa de mortalidade infantil.
A sociologia é impensável na Idade Média, pois há uma valorização do conhecimento cientifico: há uma valorização do conhecimento cientifico: questões sociais, econômicas e políticas novas por abordagens científicas. E é justamente esse pensamento cientifico que diferencia outras épocas e outras áreas como a religião.
Definição para Anthony? Para Giddens a sociologia se ocupa em compreender as mudanças.
Sociologia x Antropologia; a antropologia foi inventada no século IXX, e ela se preocupava em estudar as sociedades não ocidentais. Estudavam grupos aborígenes, que naquela época eram financiados pelo governo inglês que queria, acima de tudo, saber sobre as suas colônias, para que desse modo fossem possíveis às trocas jurídicas.
Esses antropólogos começam a questionar, o porquê esses aborígenes inferiores aos industrialistas brancos, e com isso começam a questionar sua própria sociedade. A partir do momento em que há um distanciamento de práticas cotidianas, começa a se perguntar o porquê agimos de tal forma. O papel dos antropólogos é achar uma solução, que muitas vezes é mais eficaz que as mitificadas ma sociedade.
Mills: pensar sociologicamente requer uma imaginação; exige uma capacidade de ter consciência histórica – cada transformação na sociedade tem um lugar histórico e tudo é passível de mudança. O pensar sociológico requer que a gente enxergue diferenças geográficas e culturais e procura quebrar respostas rápidas e ideias pré-estabelecidas. Esse pensar proporciona crítica das formas existentes da sociedade – nenhum processo social é regido por leis inalteráveis, a sociedade sempre está em constante transformação.
August Comte
Contexto Histórico: 
Comte viveu, alguns anos depois da Revolução Francesa, presenciou o inicio da sociedade moderna. Foi ele quem nomeou a sociologia de ciência social. Comte era um crítico do iluminismo e acreditava que um bom governo devia ser liderado por cientistas e por donos de grandes industriais (ideia essa controvertida na sociologia atual) acreditava que era possível prever o comportamento humano, da mesma forma que é possível prever a forma com que um organismo celular vai reagir em uma determinada temperatura.
Comte era um autor evolucionista; para ele a história da sociedade é uma só. E dentro desta única história, havia três subdivisões:
Teologia: onde houve a explicação da fé; convicção religiosa. Esta na retaguarda da sociedade
Metafísica: sociedade que tem explicação pela argumentação. A ideia de soberania, poder medido (governo de jurista), perdurou por muito tempo na sociedade europeia.
Positivista: observação; ou seja; a ideia de que só pode governar a coletividade que pode fazer leis que dão certo para o público. A sociedade precisava ser curada e os melhores curadores destes males são aqueles que estudam esta sociedade, para que desta forma fosse possível levar a sociedade ao ápice da sociedade, que era o positivismo.
A sociologia se ocuparia da estatística (para manter a ordem) e dinâmica (algo que está em movimento – progresso) 
Durkhein
	Contexto Histórico: Durkhein viveu no final do século IXX, ano marcado pelo nascimento da energia elétrica e o cinema. Durkhein nasceu na França e enfrentou muita turbulência na área da política (por exemplo, a Comuna de Paris). Tem algumas ideias parecidas com a de Comte.
	Contexto Político: 
A Assembleia Legislativa Francesa aprovou uma laicização do Ensino Público Gratuito – começa então, o nascimento do Estado laico, como reflexo da Monarquia Absolutista. O Iluminismo defendia a laicização do Estado. Na França o iluminismo dava apoio ao Estado laico que tem que ser oferecido pelo Estado, sem nenhuma interferência da igreja. E foi exatamente o que aconteceu em 1882, a educação estadual sofreu a laicização, o que causou grande polemica. A preocupação era: sem educação religiosa, como mostrar a moral para as crianças? Como introduzir padrões morais?
1882 – 1884 – Lei Naquet – lei que legalizou o divórcio. Casou conflito pois, condenou a constituição do núcleo familiar, e casou preocupação com a ordem da sociedade e da moral. Foi uma transformação revolucionária. .
Objetivo:
		Por essa razão ele vai se preocupar muito com a coesão social que colocava em questão família/religião. Para Durkhein é fundamental entender o que cela a sociedade; monta a ideia de que somos seres para a sociedade. Não somos seres sociais por natureza, há mecanismos que nos condicionam a isso (família, direito e religião). Durkhein defende que por natureza não somos nada, tudo é questão de educação da sociedade e cultura. A maior preocupação de Durkhein é com o individualismoda sociedade.
As regras do Método Sociológico
Define o objeto método da ciência. O desafio é provar que é possível se aproximar desta ciência. Tem ideias conflitantes com as de Comte quando afirma que a sociologia não pode ser estudada da mesma forma que a Biologia. Para Durkhein a sociedade deve ser estudada pela sociologia que adéqua o comportamento a fatos sociais (fatos sociais como coisas).
Fatos Sociais.
Exterioridade: dimensão da vida coletiva como um fato social. Agir, fazer, sentir, já existem antes mesmo de nascer – práticas religiosas, elementos comportamentais que existem independente do nascimento do individuo;
Coercitivo: não percebemos o peso da sociedade sobre nós, pois fomos domesticados a isso. Caso infringirmos algumas regras sentimos o peso destas regras, e estas regras são tão sutis que a gente não sente, mas quando é transgredida sente o peso da obrigatoriedade desta norma sutil, difundida entre nós.
Generalidade: se manifestam em grupos; o individuo não age por repetição, então eles se difundem e se tornam práticas sociais – a simples imitação não explica tudo.
Suicídio
O suicídio para Durkhein não é psicológico ou biológico, é algo mais amplo que está relacionado na forma de como o individuo se relaciona com a sociedade (Tabela). Devemos olhar para a sociedade para entender este fenômeno. As causas do suicídio vêm de fora pra dentro, e são elas:
Altruísta: o sujeito solidário, que leva em conta o sentimento alheio. Sua existência baseia-se apenas pelo grupo. Ex: homem bomba
Egoísta: falta de sociabilidade – comete suicídio após decepção amorosa – tem afeto apenas sobre uma pessoa, e nada mais importa. Para Durkhein isso é resultado de um processo sociológico.
Anomia – falta de valores morais constitutivos, isto é, valores mundiais. Durkhein vê na anomia um grande problema enfrentado pela sociedade moderna, onde a sociedade é de indivíduos isolados, não é uma sociedade que visa um todo. A anomia está baseada em uma sociedade que não tem pensamentos mínimos em comum. Esse tipo de suicídio é dado em fases de crise política. Ex.: Crise de 1929.
Define-se a sociedade moderna como uma sociedade que tem interesses apenas consumistas. Destaca-se ainda que a sociedade é como um organismo em que todos os seus órgãos tem que funcionar.
	Diálogo com o Direito
	Durkhein está preocupada em saber o que é uma coesão social; a vida em comum está atrelado ao Direito.
Da divisão do Trabalho Social
Como se aprende a viver em sociedade? Formas de ver, agir, pensar, formados por um senso comum. 
	Ocidental
	Sociedades Tradicionais
	Sociedades modernas, capitalistas e industriais.
	IXX – Sociedade colonizada; aborígenes australianos – não capitalistas e não industriais.
Analisa como as duas sociedades produzem coesão social.
Consciência Coletiva: em qualquer sociedade é preciso ter/agir e pensar minimamente da mesma forma para desta forma, manter uma vida em comum.
Liberdade + Consciência Coletiva (para sociedade é um elemento essencial) = 
				INDIVIDUO
Nas sociedades tradicionais existe um coletivismo sobre o individual – não há noção sobre o individuo único.
P.ex.:
Matrimônio: não está ligado aos sentimentos, é uma escolha coletivada, uma troca social, onde o que importa é o grupo. O gráfico abaixo representa:
. 
Consciência Coletiva
Consciência Individual
Existe similitude pois há presença do coletivo;
Depende da similitude para haver coesão;
Direito Repressivo: relevância do direito penal; as sociedades tradicionais dependem da manutenção dos princípios comuns para se manter viva – qualquer coisa que vai contra esses princípios dever ser extinguido. Sobre a pena o autor defende que a pena serve para crescer a vontade de estar sempre em linha com a fidelidade coletiva
Vê o Direito, como a sociedade atual vê os costumes

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