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Profª Eleonora – Slide de aula Revisão:Revisão: Termodinâmica e BioenergTermodinâmica e Bioenergééticatica Profª Eleonora – Slide de aula As leis da termodinâmica governam o comportamento de sistemas bioquímicos As leis da termodinâmica são princípios gerais aplicados a todos os processos físicos (e biológicos), e são fundamentais porque determinam as condições sob as quais processos específicos podem ou não ocorrer. Revisão:Termodinâmica A Primeira Lei da Termodinâmica estabelece que a energia total, de um sistema e seu ambiente, é constante. Em outras palavras, a energia contida no universo é constante; energia não pode ser criada nem destruída. A energia, entretanto, pode ter diferentes formas. Calor, por exemplo, é uma forma de energia. Calor é a manifestação de uma energia cinética associada com o movimento randômico (aleatório) de moléculas. Por outro lado, a energia pode estar presente como energia potencialenergia potencial – energia que será liberada na ocorrência de alguns processos. Dentro de sistemas químicos, a energia potencial é liberada para possibilitar que átomos possam reagir uns com os outros. A Primeira Lei determina que qualquer energia liberada na formação de energia química pode ser: � usada para quebrar outras ligações, � liberada como calor ou � mantida de alguma outra forma. Profª Eleonora – Slide de aula Outro conceito termodinâmico importante é o de entropia – a medida do grau de desordem de um sistema ou aleatoriedade. A Segunda Lei da Termodinâmica estabelece que a entropia total, de um sistema e o seu ambiente, sempre aumenta. A Segunda Lei, a princípio, parece contradizer a experiência comum, particularmente com relação a sistemas biológicos. Muitos processos biológicos - tais como, a formação de uma estrutura bem definida como a de uma folha a partir de dióxido de carbono e outros nutrientes - claramente aumentam o nível de ordem e, portanto, diminuem a entropia. A entropia pode ter diminuído no local de formação de tal estrutura ordenada, apenas se em outra parte do universo a entropia aumentou na quantidade igual ou maior. O local de diminuição da entropia é frequentemente associado à liberação de calor, que aumenta a entropia do ambiente. Este processo pode ser analisado em termos quantitativos. � A entropia (S)entropia (S) de um sistema pode mudar no decorrer da reação química de um valor ∆∆SSsistemasistema se o calor flui do sistema para seu ambiente, então o conteúdo de calor, também denominado de entalpiaentalpia (H)(H), será reduzido de uma quantidade ∆∆HHsistemasistema Profª Eleonora – Slide de aula Para aplicar a Segunda Lei, as alterações na entropia do ambiente devem ser determinadas. Se o calor flui do sistema para o ambiente, então a entropia do ambiente aumentará. A alteração determinada na entropia do ambiente depende da temperatura; a mudança na entropia é maior quando o calor é adicionado a um ambiente relativamente frio do que quando o calor é adicionado a ambientes a altas temperaturas, que já se encontram num alto grau de desordem. � Para ser mais específico, a alteração na entropia do ambiente será proporcional à quantidade de calor transferido do sistema e inversamente proporcional a temperatura (T) do ambiente. Em sistemas biológicos, TT (temperatura absoluta e graus Kelvin, K) é considerada como sendo constante. Assim, a alteração na entropia do ambiente é dada por: T HS sistemaambiente ∆ −=∆ (1) Profª Eleonora – Slide de aula Multiplicando por ––TT, tem-se: sistemasistematotal STHST ∆−∆=∆− (4) A função −−TT∆∆SS tem unidades de energia e é denominada de energia livreenergia livre ou energia livre de energia livre de GibbsGibbs, desde que Josiah Willard Gibbs desenvolveu esta função em 1878: sistemasistema STHG ∆−∆=∆ (5) � A alteração na energia livre, ∆G, será utilizada no nosso curso para descrever as reações energéticas da bioquímica. A alteração total da entropia é dada pela expressão: ambientesistematotal SSS ∆+∆=∆ (2) Substituindo a equação (1) na equação (2) tem-se: T HSS sistemasistematotal ∆ −∆=∆ (3) Profª Eleonora – Slide de aula � Assim, a mudança de energia livre deve ser negativa para um processo ocorrer espontaneamente. A variação da energia livre é negativa quando - e apenas quando - a entropia total do universo é aumentada. T HS sistemasistema ∆ 〉∆ (6) Rearranjando tem-se TT∆∆SSsistemasistema >> ∆∆HH, ou em outras palavras, a entalpia irá aumentar se, e apenas se: 0〈∆−∆=∆ sistemasistema STHG (7) Segunda Lei da Termodinâmica estabelece que, para um processo ocorrer a entropia do universo deve aumentar. A equação (3) mostra que a entropia total aumentará se, e apenas se: Profª Eleonora – Slide de aula Revisão: Bioenergética Energia obtida da oxidação do NADH Para responder a esta questão é preciso conhecer as diferenças potenciais dos pares redox envolvidos. Esta diferença de potencial pode ser calculada pela equação de Nernst: reduzidasubstância oxidadasubtância nF RTEE ln'0 += Onde: EE00’’ = potencial padrão em pH 7 e a 25ºC; RR = Constante dos gases = 8,31 J.K-1.mol-1; TT = 298 K; nn = número de elétrons transferidos; FF = Constante de Faraday = 96480 J V-1 mol-1 O potencial padrão para o par redox NAD+/ NADH é: VE NADH NAD 320,0 '0 −=+ A razão NAD+/ NADH, sob determinada condição metabólica, deve ser conhecida. Vamos considerar, por exemplo, uma relação de 3. A introdução deste valor na equação (1) resulta: (1) V F RTE NADH NAD 306,03ln2 320,0 −=+−=+ O potencial padrão para o par redox H2O/O2 é: (2) VE O OH 815,0'0 2 2 += � Quanta energia é liberada durante a respiração mitocondrial ou, para ser mais exato, qual a diferença em energia livre nos processos redox mitocondriais? Profª Eleonora – Slide de aula A pressão parcial de oxigênio no ar é introduzida para a avaliação do potencial real para [O2]: 2ln2 815,0 2 2 pO F RTE O OH += (3) A pressão parcial de oxigênio no ar (pO2) é cerca de 0,2. Introduzindo este valor na equação (3) resulta: VE O OH 805,0 2 2 = A diferença de potenciais, portanto, é: VEEE NADHNADOOH 11,1 2 2 +=−=∆ + (4) A energia livre (energia livre (∆∆G)G) é relacionada à ∆∆EE pela equação: EnFG ∆−=∆ (5) Dois elétrons são transportados na reação. A introdução de ∆G na equação (5) mostra que a energia livre durante a oxidação de NADH pela cadeia respiratória é: 1214 −−=∆ molkJG � Observação: A síntese de ATP, sob determinada condição metabólica, necessita de uma variação de energia de ∆G ≅ 50 kJ.mol-1. A energia liberada com a oxidação de NADH poderia, portanto, ser suficiente para gerar quatro moléculas de ATP, mas de fato a quantidade de ATP formado por oxidação de NADH é menor. Profª Eleonora – Slide de aula Um gradiente de prótons atua como um estado intermediário rico em energia durante a síntese de ATP A energia livre para a síntese de ATP a partir de ADP e fosfato é calculada pela equação de van’t Hoff: A energia livre padrão para a síntese de ATP é: 1' .5,30 −+=∆ molkJG o ]].[[ ][ln' PADP ATPRTGG o +∆=∆ (6) As concentrações de ATP, ADP e fosfato na matriz mitocondrial são muito dependentes do metabolismo. Considerando-se as concentrações típicas de: ATP = 2,5 x 10-3 mol/L; ADP = 0,5 x 10-3 mol/L; P = 5 x 10-3 mol/L. Quando estes valores são introduzidos na equação (6); onde, R = 8,32 J/mol.K e T = 298 K; a energia necessária para a síntese de ATP é avaliada como: 1 .8,47 −+=∆ molkJG Este valor é, naturalmente, variável porque depende das condições metabólicas. Vamos considerar um valor médio de 50 kJ.mol-1 para ∆∆GGATPATP. � Quanta energia é realmente necessária para a síntese de ATP? Profª Eleonora – Slide de aula Se a membrana é permeávela íons contrários ao próton (isto é, a ânions), a carga do próton será compensada, desde que cada próton seja acompanhado de um ânion através da membrana. Esta é a maneira como um gradiente de concentragradiente de concentraçção de prão de próótonstons pode ser gerado. A energia livre para o transporte de prótons de A para B é: ].[][ ][ln 1− + + =∆ molJ H H RTG A B (7) Se a membrana é impermeável a contrários, a compensação de carga para o próton transportado não é possível. Neste caso, a transferência de apenas uns poucos prótons através da membrana resulta na formação de um potencial de membranapotencial de membrana (∆ψ∆ψ), medido como uma diferença de voltagem através da membrana. Por convenção, ∆ψ∆ψ é positivo quando um cátion é transferido em direção da região mais positiva. � O transporte de prótons através da membrana pode ter diferentes efeitos Profª Eleonora – Slide de aula (A) Membrana permeável a íon contrário ∆∆∆∆ pH B A H+ Cl- [H+]A[H+]B (B) Membrana impermeável a íon contrário - ∆∆∆∆ ψψψψ H+ + O transporte de prótons através de membrana biológica Quando a membrana é permeável, a um íon contrário ao próton (A), resulta na formação de um gradiente de concentração de prótons. Quando a membrana é impermeável, a um íon contrário ao próton (B), resulta na formação de um potencial de membrana. Profª Eleonora – Slide de aula A energia estocada no gradiente de prótons, corresponde à alteração de energia livre, durante o fluxo de elétrons do espaço inter-membranas para a matriz mitocondrial pode ser calculada pela equação: ∆Ψ+=∆ + + F H H RTG I M ][ ][ln (10) Onde: MM = matriz mitocondrial II = espaço intermembranas ∆ψ∆ψ = diferença de voltagem entre o espaço intermembranas e a matriz mitocondrial. A energia livre para o transporte de prótons de A para B, portanto, consiste de soma de energias livre para a geração de um gradiente de concentração de H+ e um potencial de membrana. ∆Ψ+=∆ + + F H H RTG A B ][ ][ln (9) Voltagem e energia livre são ligadas pela seguinte equação: ψ∆⋅=∆ FmG (8) Onde: mm = carga do íon (1 no caso do próton) FF = constante de Faraday (96480 J V-1 mol-1). Profª Eleonora – Slide de aula A conversão de um logaritmo natural em logaritmo decimal resulta: ∆Ψ+⋅=∆ + + F H H RTG I M ][ ][log3,2 (11) O fator logarítmico é a diferença de pH negativo entre o espaço intermembranas e a matriz: pHHH IM ∆−=− ++ ][log][log (12)Rearranjando: ∆Ψ+∆⋅−=∆ FpHRTG 3,2 A 25ºC: 157003,2 −=⋅ molJRT Assim: ][5700 1−∆Ψ+∆−=∆ molJFpHG (13) Profª Eleonora – Slide de aula A expressão ∆∆G/FG/F é chamada de ForForçça Pra Próóton Motrizton Motriz (FPMFPM), com unidade = volts: ][3,2 VpH F RTFPM F G ∆Ψ+∆==∆ (14) A 25ºC: VF RT 059,03,2 = � A equação (15) tem uma importância fundamental para a síntese de ATP, acoplada ao transporte de elétrons na cadeia respiratória. Uma vez que a membrana interna da mitocôndria é impermeável a substâncias contendo carga, o transporte de prótons, leva à formação de um gradiente de concentração de prótons, assim como, à formação de um potencial de membrana. Assim: (15)][059,0 VpHFPM ∆Ψ+∆⋅−=
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