Buscar

Unidade I Sistema Jurídico Brasileiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Governo e 
Administração Pública 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material teórico 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Ms. Reinaldo Zychan De Moraes 
 
Revisão Textual: 
Profa. Ms. Rosemary Toffoli 
Sistema Jurídico Brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Jurídico Brasileiro 
Caro Aluno, 
 
Nesta unidade, apresentaremos os passos iniciais de 
nossa disciplina, em especial, diversas características da 
Estrutura do Estado Brasileiro. 
Conhecer o Estado e verificar como a estrutura pública 
relaciona-se com os cidadãos é uma tarefa que apresenta 
grande interação com diversos fatos que ocorrem em nosso 
dia a dia. 
Procure relacionar os diversos elementos de nossa 
unidade com fatos de nosso cotidiano. 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
 
 
Uma questão que, infelizmente, é muito frequente, refere-se a desmandos e acusações 
da prática de atos ilícitos por agentes públicos de grande envergadura na hierarquia estatal. 
São senadores, deputados federais, governadores e prefeitos que foram eleitos com promessas 
de melhorar as condições de vida dos brasileiros e de desenvolver nosso país. Contudo, 
acabam por praticar todo tipo de desvios e ilegalidades. 
Esses agentes públicos se portam como verdadeiros donos de todo o poder estatal. 
Será que isso é verdade? 
Essa e outras situações serão discutidas em nossa primeira unidade. 
 
 
Contextualização 
 
 
 
Nosso país já teve as seguintes Constituições: 
• 1824; 
• 1891; 
• 1934; 
• 1937; 
• 1946; 
• 1967; 
• 1988. 
 
 
 
 
 
1. Considerações Iniciais 
 
Nosso país apresenta de uma forma acentuada uma grande interligação de estruturas 
públicas e a sociedade. 
É necessário conhecer como o Poder Público se organiza para que possamos entender 
como se dá essa interação entre ele, a sociedade e os cidadãos. 
Para que possamos compreender o funcionamento da estrutura pública, presente em 
nosso dia a dia, é imprescindível conhecer alguns importantes detalhes sobre o ordenamento 
jurídico brasileiro. 
Nesse contexto, uma realidade que não podemos desprezar é que, infelizmente, uma 
boa parcela de nossa sociedade não conhece o funcionamento do Estado brasileiro, o que, 
em muitas situações, acarreta conclusões e decisões equivocadas. 
Vamos então ver esses importantes detalhes. 
 
 
2. A Constituição Federal 
 
Nosso ordenamento jurídico tem como premissa maior o chamado Princípio da 
Supremacia da Constituição, ou seja, a Constituição Federal é a norma jurídica superior 
do sistema, razão pela qual todas as demais devem guardar um alinhamento com os seus 
preceitos. 
 
 
• Mas o que é a Constituição Federal? 
• Ela é uma norma superior do sistema 
que tem, dentre outros objetivos, 
estipular: 
 a titularidade do poder; 
 a estrutura do Estado; 
 a competência dos entes 
federativos; 
 a forma e o sistema de governo; 
 a estrutura do ordenamento jurídico. 
 
Material Teórico 
 
 
Em razão dos grandes temas nela inseridos, todas as nossas Constituições foram 
estabelecidas após momentos de grandes rupturas sociais, em que se viu a necessidade de se 
reconfigurar a estrutura estatal e de se reequilibrar os instrumentos de poder. Algumas dessas 
Constituições foram elaboradas com participação popular (Constituições Promulgadas) e 
outras refletem um ato de força do detentor do poder (Constituições Outorgadas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos falar sobre cada um dos itens acima destacados. 
 
2.1. Titularidade Do Poder 
Estabelece o parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal que: 
 
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Rompendo com os preceitos absolutistas até então vigentes, a Revolução Francesa de 
1.789, alicerçada em preceitos iluministas, afasta os conceitos de titularidade do poder por 
delegação divina, razão pela qual, desde então, se passou a entender que somente o povo é o 
titular do poder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O exercício de esse poder pelo povo, conforme menciona o art. 1º da Constituição 
Federal, pode se dar de duas formas: 
 
• Constituições Promulgadas são aquelas realizadas com 
participação popular. Normalmente, por meio de eleições, nas 
quais são escolhidos membros de uma Assembleia Nacional 
Constituinte. 
• Constituições Outorgadas são formadas sem a participação 
popular. Em geral, o grupo que está no poder elabora o seu 
texto e o coloca em execução, sem qualquer mecanismo de 
participação popular no debate e decisão sobre os grandes 
temas nela inseridos. 
É nesse sentido o disposto no artigo 3º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
documento editado após a Revolução Francesa que marca o início dessa nova era: 
Art. 3º. O princípio de toda Soberania reside essencialmente na Nação. Nenhuma instituição 
nem nenhum indivíduo pode exercer autoridade que não emane expressamente dela. 
 
 
 Diretamente: é o que ocorre, por exemplo, quando os eleitores decidem importantes questões 
sociais quando da realização de plebiscitos e referendos. 
 Indiretamente: por meio de representantes eleitos, ou seja, por vereadores, deputados, senadores 
etc. 
 
 
2.2. Estrutura Do Estado 
Diversamente do que ocorreu durante o Império, todas as nossas Constituições 
Republicanas estabeleceram que o Estado Brasileiro é uma Federação, ou seja, nele há mais 
de um centro de poder. 
 
Na Constituição Federal de 1.988 o federalismo está estampado, em especial, no seu 
art. 1º, sendo nominados os quatro Entes Federativos: 
 
• União; 
• Estados; 
• Distrito Federal; e 
• Municípios. 
 
Não existe subordinação entre os Entes Federativos, sendo todos autônomos, sendo 
que essa autonomia se expressa em três campos principais: 
 
 
• Política; 
• Administrativa; 
• Financeira. 
 
 
 
 
Infelizmente, em nosso país os referendos e plebiscitos são pouco utilizados. 
O último referendo foi realizado em 23 de outubro de 2005, quando os eleitores foram chamados 
às urnas para decidir se o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei n.º 10.826/03), que 
estabelecia a proibição da venda de armas e munições, deveria entrar em vigor. 
O último plebiscito foi realizado em 7 de setembro de 1993, para a escolha da forma (república ou 
monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo). 
 
É errônea a ideia de que existe subordinação entre o Presidente da 
República, os Governadores de Estado ou do Distrito Federal e os 
Prefeitos. Cada um exerce seu cargo de forma independente, sem que 
suas decisões necessitem de homologação por outra autoridade política. 
Os representantes do povo exercem um mandato. Essa palavra, dentre outros significados, tem o 
sentido de delegação de poderes, uma procuração. 
 
 
Igualmente errônea é ideia que se fixou 
para alguns é que: 
A lei federal “vale” mais que uma lei 
estadual ou distrital. 
A lei estadual ou distrital “vale” mais que 
uma lei municipal. 
Na verdade, cada ente federativo atua em 
uma área específica e delimitada. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
... 
IX - educação, cultura, ensino e desporto; 
2.3. A Competência DosEntes Federativos 
Havendo mais de um centro de poder, é 
importante que se estabeleça um mecanismo de 
convivência entre eles. 
Esse mecanismo é o regime de competências, ou 
seja, a Constituição Federal dá a cada ente federativo 
um campo de atuação administrativa e legislativa, que 
deve ser respeitado mutuamente. Essa competência 
pode ser privativa (ou exclusiva), ou seja, somente 
determinado ente federativo atua naquela área 
administrativa ou legislativa, ou há uma concorrência 
de atuação (competência concorrente). 
 
Podemos mencionar como exemplos dessa situação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No primeiro exemplo, somente a União pode legislar sobre o tema, no caso, diretrizes e 
bases da educação nacional, sendo vedado que os demais Entes Federativos legislem sobre 
esse assunto. 
Já no segundo caso, fixa a Constituição a necessidade de coordenação de esforços 
legislativos da União (estabelecendo normas gerais sobre o assunto) e dos Estados e do 
Distrito Federal (estabelecendo normas específicas, de acordo com as suas particularidades). 
 
2.4. A Forma E O Sistema De Governo 
Nosso país adotou a forma de governo chamada república, que se contrapõe à 
monarquia. Essa característica acaba por trazer uma série de características sobre as relações 
das pessoas com os poderes constituídos, podendo ser destacadas as seguintes: 
 
• a inexistência de privilégios de ordem pessoal; 
• o acesso ao poder e a cargos públicos deve 
estar aberta a todos, por mecanismos 
igualitários. 
Particularmente, deflui dessas características 
a necessidade de realização de concursos 
públicos para preenchimento de cargos 
públicos de provimento efetivo. 
 
 
Sobre o sistema de governo, temos a adoção do presidencialismo que se caracteriza 
por haver somente uma figura central do Poder Executivo Federal, ou seja, o Presidente da 
República. Outros países adotam o sistema parlamentar, que se caracteriza pela existência de 
uma repartição das atribuições da chefia do executivo em dois cargos: o Presidente da 
República e o Primeiro Ministro. 
Não podemos esquecer que há também alguns países que associam a forma de 
governo monárquica e o sistema de governo parlamentarista. Nesse caso, as funções na chefia 
do poder executivo são divididas entre o Monarca (Rei, Imperador etc.) e o Primeiro Ministro. 
 
 
3. A Estrutura Do Ordenamento Jurídico 
 
Como foi acima mencionado, o sistema jurídico brasileiro foi idealizado com base no 
Princípio da Supremacia Constitucional, de forma que as normas constitucionais são os 
elementos mais “fortes” dessa estrutura. 
 
Chamamos de normas constitucionais: 
 
• A Constituição Federal; 
• As Emendas Constitucionais; 
• Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos cujo Brasil é signatário (desde que haja o 
processo de incorporação interna definido no § 3º do art. 5º da Constituição Federal). 
 
 
De forma exemplificativa, podemos verificar que, além de estar prevista em nossa 
Constituição Federal e em nossas leis, a educação, ou melhor, o direito ao acesso à educação 
é um dos Direitos Humanos reconhecidos por diversos tratados internacionais em que nosso 
país é signatário, tal como a Convenção Americana de Direitos Humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Convenção Americana sobre Direitos Humanos 
Pacto de San José da Costa Rica 
Artigo 26. Desenvolvimento progressivo 
Os Estados Partes comprometem-se a adotar providências, tanto no âmbito interno como mediante 
cooperação internacional, especialmente econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente 
a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre educação, 
ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo 
Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa ou por outros 
meios apropriados. 
 
 
Seguindo esse mesmo exemplo, na Constituição Federal há diversos dispositivos que 
tratam da educação, em especial, nos artigos 205 a 214. 
 
Constituição Federal 
Capítulo III - da Educação, da Cultura e do Desporto 
Seção I - da Educação 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
[...] 
 
Abaixo das normas constitucionais temos as chamadas normas legais, as quais 
apresentam as seguintes características: 
 
• há leis federais, estaduais, distritais e municipais. Na elaboração delas, deve ser 
observado o regime de competência de cada um dos Entes Federativos; 
• toda lei deve ter a participação dos representantes eleitos pelo povo, o que lhe dá 
ímpar legitimidade para impor deveres e estabelecer obrigações. 
 
Nesse sentido, devemos destacar o disposto no inciso II do art. 5º da Constituição 
Federal, que possui a seguinte redação: 
 
Art. 5º - [...] 
III - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
 
A interpretação desse dispositivo é de extrema importância para a compreensão do 
funcionamento de nosso sistema jurídico, sendo que decorre desse preceito uma série de 
mecanismos de controle social e pessoal, os quais são imprescindíveis instrumentos das 
relações interpessoais e entre o cidadão e o Estado. Como exemplos desses mecanismos 
podem ser mencionados os seguintes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• abstraindo-se os conceitos e regulações morais a que todos que vivem em sociedade estão 
sujeitos, ou seja, em um enfoque puramente jurídico, todas as condutas são permitidas, 
exceto as vedadas em lei; 
• somente a lei pode obrigar alguém a realizar condutas que ele, voluntariamente, não deseja 
realizar. 
 
 
Como exemplos dessas duas situações, temos: 
 
 As pessoas não podem transitar com seus veículos utilizando a chamada “mão inglesa”, ou seja, 
pela “mão” esquerda de direção, pois esse comportamento é vedado pela lei, no caso o Código de 
Trânsito Brasileiro. Por outro lado, não há qualquer norma que impeça as pessoas de dirigirem 
seus veículos com chapéus, razão pela qual esse comportamento pode ser realizado. 
 Se alguém estabelecer que a partir de agora “não mais irá pagar impostos”, o Poder Público, por 
meio de uma ação judicial, irá penhorar seus bens, se necessário com o uso da força, que serão 
vendidos em um “leilão”. O produto dessa venda será utilizado para pagar o tributo devido, sendo 
que eventuais sobras ser-lhe-ão restituídas após o pagamento de custas e honorários. É uma forma 
de “pagamento forçado” criado por lei e que independe da vontade da pessoa atingida. 
 
 
Em um terceiro nível normativo (abaixo das normas constitucionais e legais), 
encontramos as normas infralegais, compostas pelos decretos e pelos atos administrativos 
normativos. 
Os decretos são atos expedidos pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da 
República, Governador de Estado ou do Distrito Federal e Prefeito), os quais têm por objetivo 
detalhar dispositivos previstos de forma sintética nas leis. Muitos desses decretos veiculam os 
chamados regulamentos, os quais, em geral realizam um maior e mais organizado 
desdobramento das regras e princípios veiculados na lei que lhe serve de base. 
Por fim, os atos administrativos normativos são as instruções, portarias etc., os quais 
têm a função de orientar os integrantes da Administração Pública sobre os procedimentos a 
serem adotados em suas atividades. Eventualmente, eles podem trazer reflexos para 
particulares que são atingidos por atos materiais realizados pelo Poder Público, tais como nas 
fiscalizações e inspeções. 
 
É importante destacar que esses três níveis normativos se apresentam em uma relação 
de subordinação, formale material. 
Mas por qual razão, a lei tem essa força de se contrapor à vontade das pessoas, 
limitando sua liberdade de agir e obrigando-as a realizar comportamentos por 
elas não desejados? 
Essa resposta nos leva à constatação de que a lei é um mecanismo de exercício 
de poder pelo Estado, necessário para a convivência social, pois: 
• Na vida em sociedade os conflitos de interesse são inevitáveis, razão pela qual, desde os 
primórdios as leis (ou instrumentos normativos semelhantes) foram criadas para garantir 
um mínimo de paz e estabilidade nas relações. 
• Por ser criada com a participação dos representantes do povo (senadores, deputados e 
vereadores), há uma presunção de que ela representa a vontade da maioria, o que lhe 
garante a legitimidade de poder impor ou restringir condutas. 
 
 
A subordinação formal significa que um ato normativo inferior não pode ser 
confeccionado com desrespeito às formalidades e competências estabelecidas nos atos 
superiores. Assim, por exemplo, não pode uma lei ser criada sem obedecer aos preceitos 
constitucionais que fixam a competência para legislar sobre o assunto. É o que aconteceria, 
por exemplo, se um Município editasse uma lei para tratar de assunto de competência da 
União. 
Já a subordinação material significa que um ato normativo inferior não pode 
apresentar preceitos que sejam contrários ao estabelecido nos atos superiores. Por exemplo, a 
Constituição Federal veda a aplicação de penas cruéis, dessa forma, não pode uma lei 
estipular pena de amputação de mãos para aqueles que forem surpreendidos praticando 
furtos e roubos. 
 
Podemos representar essa hierarquização de nosso sistema normativo da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NORMAS CONSTITUCIONAIS 
LEIS FEDERAIS LEIS ESTADUAIS 
E DISTRITAIS 
LEIS MUNICIPAIS 
NORMAS INFRA 
LEGAIS 
NORMAS INFRA 
LEGAIS 
NORMAS INFRA 
LEGAIS 
 
 
 
 
 
Em nossa primeira aula fizemos diversas referências à Constituição Federal e 
verificamos sua grande importância para entendermos importantes detalhes da relação da 
sociedade com o poder público. 
Conhecer a Constituição Federal é um ato de cidadania. 
Ela está disponível no seguinte link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 
 
 
 
Material Complementar 
 
 
 
 
 
 
ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de direito 
constitucional. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
 
BULOS, Uadi Lammego. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 
2008. 
 
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 7. 
ed. Coimbra: Almedina, 2003. 
 
LEMBO, Cláudio. A pessoa: seus direitos. São Paulo: Manole, 2007. 
 
LENZA, Pedro. Direito constitucional descomplicado. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 
 
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 19. ed. São Paulo: Malheiros, 
2003. 
 
 
 
Referências 
 
 
 
 
 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
 
Anotações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	2.1. Titularidade Do Poder
	2.2. Estrutura Do Estado
	2.3. A Competência Dos Entes Federativos
	2.4. A Forma E O Sistema De Governo

Outros materiais