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SUBORDINAÇÃO ESTRUTURAL TRT3 JOLR

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00942-2008-109-03-00-2-RO 
Recorrente: ARLETE MARIA DE SOUZA 
Recorridos : TNL CONTAX S/A (1)
 TELEMAR NORTE LESTE S/A (2)
EMENTA: SUBORDINAÇÃO ESTRUTURAL, 
INTEGRATIVA OU RETICULAR - OU 
SIMPLESMENTE SUBORDINAÇÃO. 
CARACTERIZAÇÃO. A subordinação como um 
dos elementos fático-jurídicos da relação 
empregatícia é, simultaneamente, um estado e 
uma relação. Subordinação é a sujeição, é a 
dependência que alguém se encontra frente a 
outrem. Estar subordinado é dizer que uma 
pessoa física se encontra sob ordens, que podem 
ser explícitas ou implícitas, rígidas ou maleáveis, 
constantes ou esporádicas, em ato ou em 
potência. Na sociedade pós-moderna, vale dizer, 
na sociedade info-info (expressão do grande 
Chiarelli), baseada na informação e na 
informática, a subordinação não é mais a mesma 
de tempos atrás. Do plano subjetivo - corpo a 
corpo ou boca/ouvido- típica do 
taylorismo/fordismo, ela passou para a esfera 
objetiva, projetada e derramada sobre o núcleo 
empresarial. A empresa moderna livrou-se da sua 
represa; nem tanto das suas presas. Mudaram-se 
os métodos, não a sujeição, que trespassa o 
próprio trabalho, nem tanto no seu modo de fazer, 
mas no seu resultado. O controle deixou de ser 
realizado diretamente por ela ou por prepostos. 
Passou a ser exercido pelas suas sombras; pelas 
suas sobras – em células de produção. A 
subordinação objetiva aproxima-se muito da não 
eventualidade: não importa a expressão temporal 
nem a exteriorização dos comandos. No fundo e 
em essência, o que vale mesmo é a inserção 
objetiva do trabalhador no núcleo, no foco, na 
essência da atividade empresarial. Nesse aspecto, 
diria até que para a identificação da subordinação 
se agregou uma novidade: núcleo produtivo, isto 
é, atividade matricial da empresa, que Godinho 
denominou de subordinação estrutural. A empresa 
moderna, por assim dizer, se subdivide em 
atividades centrais e periféricas. Nisso ela copia a 
própria sociedade pós-moderna, de quem é, 
simultaneamente, mãe e filha. Nesta virada de 
século, tudo tem um núcleo e uma periferia: 
cidadãos que estão no núcleo e que estão na 
periferia. Cidadãos incluídos e excluídos. 
Quarta Turma | Publicacao: 13/12/2008
Relator: LOLR| Revisor: JBC
00942-2008-109-03-00-2-RO
Trabalhadores contratados diretamente e 
terceirizados. Sob essa ótica de inserção objetiva, 
que se me afigura alargante (não alarmante), eis 
que amplia o conceito clássico da subordinação, o 
alimpamento dos pressupostos do contrato de 
emprego torna fácil a identificação do tipo 
justrabalhista. Com ou sem as marcas, as 
marchas e as manchas do comando tradicional, os 
trabalhadores inseridos na estrutura nuclear de 
produção são empregados. Na zona grise, em 
meio ao fogo jurídico, que cerca os casos 
limítrofes, esse critério permite uma interpretação 
teleológica desaguadora na configuração do 
vínculo empregatício. Entendimento contrário, 
data venia, permite que a empresa deixe de 
atender a sua função social, passando, em 
algumas situações, a ser uma empresa fantasma 
– atinge seus objetivos sem empregados. Da 
mesma forma que o tempo não apaga as 
características da não eventualidade; a ausência 
de comandos não esconde a dependência, ou, se 
se quiser, a subordinação, que, modernamente, 
face à empresa flexível, adquire, paralelamente, 
cada dia mais, os contornos mistos da clássica 
dependência econômica.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos 
de Recurso Ordinário, interposto de decisão proferida pelo Juízo da 30 ª Vara do 
Trabalho de Belo Horizonte em que figura como Recorrente ARLETE MARIA DE 
SOUZA e, como Recorridos, TNL CONTAX S/A e TELEMAR NORTE LESTE S/A.
RELATÓRIO
O Juízo da 30ª Vara do Trabalho 
de Belo Horizonte, através da sentença proferida pela Exma. Juíza MARIA STELA 
ÁLVARES DA SILVA CAMPOS, às fls. 377/82, julgou IMPROCEDENTES os 
pedidos formulados por ARLETE MARIA DE SOUZA em face de TNL CONTAX 
S/A e TELEMAR NORTE LESTE S/A.
Inconformada, recorreu a 
Reclamante às fls. 386/97, pugnando pelo reconhecimento da relação de emprego 
diretamente com a 2ª Reclamada, Telemar Norte Leste S/A, pela terceirização de 
atividade-fim desta e, como corolário, o deferimento dos direitos previstos nos 
ACTs firmados entre a Telemar e o SINTTEL/MG, com responsabilidade solidária 
da 1ª Reclamada, em face da existência de grupo econômico; pelo deferimento do 
labor em dias de repouso semanal remunerado, demonstrados por amostragem; 
pela concessão da indenização por danos morais, em virtude da restrição ao uso 
do banheiro e pelo estímulo à competição e a exposição pública das avaliações de 
desempenho dos empregador, comprovados os fatos pela prova oral; pelo 
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deferimento das horas extras e reflexos, pois ofendida a NR-17, item 5.3, no que 
tange ao labor todos os dias em 15 minutos além da jornada de trabalho.
Contra-razões da 1ª Reclamada às 
fls. 403/10 e da 2ª Reclamada às fls. 413/26.
Dispensada a manifestação da d. 
Procuradoria Regional do Trabalho, conforme artigo 44 da Consolidação dos 
Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho.
É o relatório. 
VOTO
Proceda-se à retificação na capa 
dos autos para fazer constar como única Recorrente ARLETE MARIA DE SOUZA 
(decisão de fl. 164 e sentença, fl. 379, “Fundamentos”, tendo sido determinado o 
desmembramento do processo, permanecendo no pólo ativo da lide apenas a 1 ª 
Reclamante).
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Conheço do recurso, eis que 
preenchidos os pressupostos de admissibilidade.
JUÍZO DE MÉRITO
VÍNCULO COM A TELEMAR – RESPONSABILIDADE 
DAS RECLAMADAS
A Reclamante pugna pelo 
reconhecimento da relação de emprego diretamente com a 2ª Reclamada, 
Telemar Norte Leste S/A, em face da terceirização de atividade-fim desta e, como 
corolário, o deferimento dos direitos previstos nos ACTs firmados entre a Telemar 
e o SINTTEL/MG, com responsabilidade solidária da 1ª Reclamada, presente a 
hipótese de grupo econômico.
Com razão, em parte, data venia.
Esta Turma pacificou o 
entendimento no sentido de que as Reclamadas, por fazerem parte, 
incontestavelmente, de um mesmo grupo econômico, devem responder 
solidariamente por eventuais direitos trabalhistas devidos à Reclamante, por força 
do art. 2o, parágrafo 2o, da CLT.
E tal se evidencia pela própria 
similitude das nomenclaturas das Reclamadas (TNL=Telemar Norte Leste).
Sob outro prisma, também é de 
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conhecimento desta Turma, em julgamento de processos contra as mesmas 
Reclamadas, que estas pertencem a mesma holding company, havendo nítida 
relação de coordenação entre ambas.
Conforme entendimento da melhor 
doutrina e jurisprudência, admite-se, hoje, a existência do grupo econômico 
independente do controle e fiscalização por uma empresa-líder. É o chamado 
"grupo econômico por coordenação", conceito obtido pela evolução da 
interpretação meramente literal do art. 2o., parágrafo 2o., da CLT.
Neste caso, as empresas atuam 
horizontalmente, estando em mesmo plano, todas participando do mesmo 
empreendimento.
Russomano considera irrelevante a 
distinção entre as duas situações, referindo-se àquela em que há uma 
controladora ou líder, pois em ambas permanece o conceito de grupo econômico 
e, o que é mais importante, a co-responsabilidade trabalhista se justifica, pelos 
mesmos fundamentos (Comentários à CLT, Rio, Konfino, 1973, Vol.I, p.77).
Tal interpretação,doutrinária e 
jurisprudencial, se coaduna com o objetivo tutelar do Direito do Trabalho. Está 
este ramo do Direito atento à realidade fática e à proteção aos créditos 
trabalhistas, de caráter alimentar, que não podem ficar à mercê da celeuma 
travada sobre de quem é a responsabilidade e da mera interpretação literal do 
dispositivo de lei, que deve sofrer adaptação à realidade conjuntural e econômica 
da sociedade na qual se insere.
Destarte, comprovado que a 
Telemar está umbilicalmente ligada à TNL Contax por meio de “holding”, resta 
clara a responsabilidade de ambas pela contratação da Reclamante.
Mas a prova dos autos vai mais 
além: na realidade, a Reclamante foi contratada pela 1a Reclamada, TNL 
CONTAX, para exercer atividades de vendas de linhas telefônicas da Telemar.
A testemunha GABRIELA MARA 
DOS SANTOS RIBEIRO, ouvida às fls. 128/29, confirmou que “trabalhou na 
primeira reclamada por 2 anos e 5 meses, de 21/09/2005 a 13/02/2008, na função 
de operador de telemarketing, mesma função da reclamante; não fazia parte da 
mesma equipe da reclamante; seu último supervisor foi o Sr. André, e 
coordenadora Sra. Ana Maria; trabalhava a distância de umas 3 células da 
reclamante, sendo cada célula composta por duas fileiras cada uma com 11 
lugares (...) tanto ela quanto a reclamante vendiam linhas telefônicas da Telemar, 
vendia exclusivamente linhas telefônicas (...)”
Destarte, cinge-se a controvérsia 
em se saber se a contratação da Autora pela 1ª Reclamada foi juridicamente 
válida.
Sustentam as Reclamadas que as 
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atividades exercidas pela Obreira não estavam ligadas à atividade-fim da Telemar.
Ocorre que as atividades ligadas 
ao setor do “call center”, tele-atendimento, aí incluídas as vendas de linhas 
telefônicas, estão, data venia, estreitamente ligadas à atividade-fim da segunda 
demandada, que presta serviços na área de telecomunicações. 
Assim, a terceirização somente 
serviu à finalidade de diminuir custos da 2a Reclamada em detrimento da 
remuneração dos empregados.
Outrossim, constata-se que a 2ª 
Reclamada terceirizou a atividade-fim, diretamente relacionada à essência da 
dinâmica empresarial, aproveitando-se da mão-de-obra mais barata. Impõe-se, 
portanto, a declaração de ilicitude da terceirização e sua nulidade, com 
fundamento no artigo 9o. da CLT, reconhecido o vínculo de emprego diretamente 
com a 2a Reclamada.
É ilegal, nos termos da Súmula n. 
331, I, do Colendo TST, a contratação de empregado por empresa interposta, 
tendo por objeto serviços essenciais à atividade-fim da empresa tomadora, com 
esta, no caso, formando-se diretamente o vínculo empregatício.
Entendo, aliás, que a fraude 
denunciada nos presentes casos autoriza a responsabilidade solidária de ambas 
as Reclamadas, por força do já citado art. 2o., parágrafo 2o., da CLT, tendo em 
vista o benefício comum dos serviços da Autora, prestados nos moldes dos artigos 
2o e 3o da CLT, pressupostos, estes, configurados nos autos pela ausência de 
prova em contrário, encargo processual das Reclamadas e do qual não se 
desincumbiram (artigo 818 da CLT c/c 333, II, CPC).
Embora a Reclamante confirme 
que se submetia ao controle e fiscalização do supervisor da 1ª Reclamada, certo é 
que o seu trabalho se revertia em prol da Telemar, beneficiária direta dos 
préstimos laborais da Obreira em atividades relacionadas ao seu fim.
Também em face do que dispõe o 
art. 942 do CCB, deve a segunda Reclamada responder solidariamente pelos 
direitos aqui reconhecidos. Ademais, com base na lição do i. Jurista Ísis de 
Almeida, abaixo transcrita, entendo inaplicável no Direito do Trabalho o disposto 
no artigo 265 do CCB: A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da 
vontade das partes.
“É que tal disposição se 
refere a obrigações civis, e, no nosso caso, há 
obrigações trabalhistas, originadas muito mais em 
preceitos de ordem pública do que na vontade das 
partes” (Curso de Legislação do Trabalho, 4a. 
edição, São Paulo - Sugestão Literárias S/A, 1981, 
pág. 86).
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A terceirização, como fenômeno 
emergente nos dias atuais e tendência do presente século nas relações de 
trabalho e serviços, desperta a curiosidade dos doutrinadores e juristas, pela 
crescente expansão.
José Augusto Rodrigues Pinto, em 
Curso de Direito Individual do Trabalho. 3ª Ed. São Paulo, LTr, 1997, páginas 
142/45, excele que:
"na medida do 
crescimento da empresa e da complexidade dos 
empreendimentos, torna-se visivelmente racional 
que, em lugar de expandir sua atividade em 
direção a áreas estranhas às quais não alimenta 
nenhum interesse direto, sejam confiadas essas 
áreas a outras empresas com estrutura e 
experiência formadas precisamente para elas. Isso 
se faz mediante os contratos de prestação de 
serviço de uma empresa a outra, integrando-se a 
atividade setorial da prestadora no conjunto e 
atividades da tomadora, constituindo um todo 
harmonioso. São resultados positivos para a 
empresa contratante o enxugamento e 
conseqüente melhor controle de seu papel 
diretamente engajado, a diminuição de gastos 
salariais e sociais e a própria simplificação da 
contabilidade, além de um melhor índice de 
aproveitamento da atividade de apoio prestada por 
uma organização só a ela dedicada".
No entanto, a terceirização 
também tem trazido fortes preocupações aos estudiosos do direito, porquanto, em 
muitos casos, vem sendo utilizada como fonte para uso de mão-de-obra barata, 
com redução dos custos, mas em evidente fraude aos direitos trabalhistas.
Portanto, de posse do caso 
concreto, o juiz deve analisar, com especial cuidado, a espécie de terceirização 
utilizada pelas empresas tomadoras e prestadoras de serviços, de modo a 
salvaguardar os direitos dos trabalhadores envolvidos, parte mais fraca da 
balança.
Assim, como visto, o conjunto 
probatório constante dos autos, demonstra, de forma precisa e eficaz, que a 
Reclamante, durante todo o período, trabalhou para a 2º Reclamada, sem solução 
da continuidade, exercendo, portanto, atividade intrinsecamente ligada aos fins a 
que a Telemar visa.
Por tudo exposto, estéreis, 
permissa venia, as invocações empresariais , adquirindo o presente caso 
roupagem diversa daquela aparentemente estampada na prova documental 
coligida pelas Rés, aplicando-se a Súmula 331, I, do C. TST, com formação do 
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vínculo de emprego diretamente com a Telemar, não havendo falar em 
excludente, pelo que dispõem os artigos 170 da CF, e 60 e 94 da Lei 9.472/97, 
que não prevalecem ante à fraude perpetrada pelas Recorridas.
Noutras palavras, o contrato de 
trabalho firmado entre a Obreira e a 1ª Ré visou livrar a 2ª Ré dos ônus 
respectivos, não importando, pois, que o pagamento e as orientações sobre o 
modo de execução dos serviços tenham se originado de empresa interposta.
No caso em tela, emerge a figura 
da subordinação estrutural em relação à Telemar, nos moldes da mais recente 
doutrina encetada pelo Ministro e jurista Maurício Godinho Delgado.
Em primeiro lugar, cumpre 
observar que os aspectos formais da contratação são fruto da autonomia privada e 
não fazem uma espécie de coisa julgada sobre o tipo jurídico encetado pelas 
partes. O juiz pode e deve avaliar a espécie de contrato, muitas vezes avençado 
sob determinada forma, por uma questão de necessidade, imprimindo-lhe 
autenticidade negocial, fazendo, se for o caso,uma espécie de conversão 
substancial, diminuindo, por conseguinte, o ritmo formal advindo do nominalismo 
jurídico, que pouco pode no Direito do Trabalho.
Os aspectos formais valem na 
medida e na proporção que guardam pertinência com a realidade dos fatos, que 
sempre deve prevalecer, pois é sobre estes que se assenta, se afirma e se 
desenvolve, sem máscaras, a relação jurídica.
A subordinação como um dos 
elementos fático-jurídicos da relação empregatícia é, simultaneamente, um estado 
e uma relação. Subordinação é a sujeição, é a dependência que alguém se 
encontra frente a outrem. Estar subordinado é dizer que uma pessoa física se 
encontra sob ordens, que podem ser explícitas ou implícitas, rígidas ou maleáveis, 
constantes ou esporádicas, em ato ou em potência.
Na sociedade pós-moderna, vale 
dizer, na sociedade info-info (expressão do grande Chiarelli), baseada na 
informação e na informática, a subordinação não é mais a mesma de tempos 
atrás. Do plano subjetivo - corpo a corpo ou boca/ouvido- típica do 
taylorismo/fordismo, ela passou para a esfera objetiva, projetada e derramada 
sobre o núcleo empresarial.
A empresa moderna livrou-se da 
sua represa; nem tanto das suas presas. Mudaram-se os métodos, não a sujeição, 
que trespassa o próprio trabalho, nem tanto no seu modo de fazer, mas no seu 
resultado. O controle deixou de ser realizado diretamente por ela ou por 
prepostos. Passou a ser exercido pelas suas sombras; pelas suas sobras – em 
células de produção.
A subordinação objetiva aproxima-
se muito da não eventualidade: não importa a expressão temporal nem a 
exteriorização dos comandos. No fundo e em essência, o que vale mesmo é a 
00942-2008-109-03-00-2-RO
inserção objetiva do trabalhador no núcleo, no foco, na essência da atividade 
empresarial. Nesse aspecto, diria até que para a identificação da subordinação se 
agregou uma novidade: núcleo produtivo, isto é, atividade matricial da empresa, 
que Godinho denominou de subordinação estrutural.
A empresa moderna, por assim 
dizer, se subdivide em atividades centrais e periféricas. Nisso ela copia a própria 
sociedade pós-moderna, de quem é, simultaneamente, mãe e filha. Nesta virada 
de século, tudo tem um núcleo e uma periferia: cidadãos que estão no núcleo e 
que estão na periferia. Cidadãos incluídos e excluídos. Trabalhadores contratados 
diretamente e terceirizados. Sob essa ótica de inserção objetiva, que se me 
afigura alargante (não alarmante), eis que amplia o conceito clássico da 
subordinação, o alimpamento dos pressupostos do contrato de emprego torna fácil 
a identificação do tipo justrabalhista.
Com ou sem as marcas, as 
marchas e as manchas do comando tradicional, os trabalhadores inseridos na 
estrutura nuclear de produção são empregados. Na zona grise, em meio ao fogo 
jurídico, que cerca os casos limítrofes, esse critério permite uma interpretação 
teleológica desaguadora na configuração do vínculo empregatício.
Entendimento contrário, data venia, 
permite que a empresa deixe de atender a sua função social, passando, em 
algumas situações, a ser uma empresa fantasma – atinge seus objetivos sem 
empregados. Da mesma forma que o tempo não apaga as características da não 
eventualidade; a ausência de comandos não esconde a dependência, ou, se se 
quiser, a subordinação, que, modernamente, face à empresa flexível, adquire, 
paralelamente, cada dia mais, os contornos mistos da clássica dependência 
econômica.
Não fosse tal fundamentação 
suficiente para declarar o vínculo empregatício diretamente com a 2ª Reclamada, 
é preciso salientar que este julgador já teve a oportunidade de analisar diversas 
outras reclamações trabalhistas com esse mesmo objeto, em face da própria 
Telemar, v. g., o Recurso Ordinário de nº 00279-2005-107-03-00-0.
Nos autos em referência, restou 
comprovado que a Telemar, a partir de determinado momento, terceirizou todas as 
atividades de tele-atendimento que anteriormente eram executadas por ela 
própria.
Ocorre que, ao contrário do que se 
sustenta, as atividades ligadas ao setor de telemarketing / call center estão, sim, 
estreitamente ligadas à atividade-fim da Telemar, que presta serviços na área de 
telecomunicações.
Assim, está claro que a 
terceirização somente serviu à finalidade de diminuir custos da 1ª Reclamada em 
detrimento da remuneração dos empregados.
A 1ª Ré terceirizou atividade-fim, 
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diretamente relacionada à essência da dinâmica empresarial, aproveitando-se de 
mão-de-obra mais barata.
É ilegal, nos termos da Súmula 
331, I, do TST, a contratação de empregado por empresa interposta, tendo por 
objeto serviços essenciais à atividade-fim da empresa tomadora, formando-se 
diretamente com esta o vínculo empregatício.
Reconhece-se o vínculo de 
emprego diretamente com a 2ª Reclamada, tomadora dos serviços, pelo período 
que vai da admissão formalizada pela 1ª Ré, em 01.06.2003 até 11.04.08, quando 
foi dispensada a Autora.
Por tudo exposto, dou provimento 
parcial ao recurso para, aplicando a Súmula 331, I, do TST, e o disposto no artigo 
9º da CLT, declarar a ilicitude da terceirização e sua nulidade, reconhecendo a 
relação de emprego diretamente com a 2ª Ré, TELEMAR NORTE LESTE S/A, em 
contrato único, pelo período que vai da admissão formalizada pela 1ª Reclamada, 
em 01.06.2003 até 11.04.08, quando foi dispensada a Autora, ficando a 2ª 
Reclamada obrigada a realizar as respectivas anotações na CTPS da Autora, no 
prazo de 48 horas a contar da data do trânsito em julgado desta decisão, sob pena 
de multa diária que ora arbitro em R$200,00 (duzentos reais), limitada a 
R$2.000,00 (dois mil reais), após o que as anotações deverão ser realizadas pela 
Secretaria da Vara, desde já autorizada. Declaro a responsabilidade solidária da 
1ª Ré, por toda a contratualidade.
DIREITOS DEVIDOS AOS EMPREGADOS DA 
TELEMAR – PEDIDOS CONSTANTES DAS ALÍNEAS 
“D” A “H” DA EXORDIAL
Como corolário da inserção da Reclamante na categoria 
a que se referem os ACTs carreados na exordial, às fls. 43/84, são devidos os 
benefícios previstos no Acordo Coletivo firmado pela Telemar, por toda a 
contratualidade, a saber: diferenças salariais, observados os índices de reajustes 
estabelecidos nas normas coletivas (ex.: cláusula segunda, fl. 43), com reflexos 
nas férias + 1/3, 13ºs salários, FGTS + 40% e verbas rescisórias (alínea “e”, fl. 12). 
Sobre os RSRs, não há falar em reflexos, dada a condição de mensalista da 
Obreira. Defere-se, também, a indenização substitutiva dos tíquetes 
refeição/alimentação, nos moldes previstos nas normas coletivas (ex.: cláusula 9a, 
fl. 44) e indenização substitutiva da cesta básica alimentação, nos moldes 
previstos, por ex., na cláusula12ª (fl. 44-v).
Ante o exposto, dou provimento 
parcial ao recurso para condenar as Reclamadas solidariamente ao pagamento 
dos benefícios previstos nos Acordos Coletivos firmados pela Telemar, a partir de 
01.06.03 até a dispensa da Autora, a saber: diferenças salariais, observados os 
índices de reajustes estabelecidos, por ex., na cláusula segunda, fl. 43, com 
reflexos nas férias + 1/3, 13ºs salários, FGTS + 40% e verbas rescisórias (alínea 
“e”, fl. 12); a indenização substitutiva dos tíquetes refeição/alimentação, nos 
moldes previstos, por ex., na cláusula 9a, fl. 44 e indenização substitutiva da cesta 
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básica alimentação, nos moldes previstos, por ex., na cláusula12ª (fl. 44-v), tudo 
conforme se apurar em liquidação, por cálculos.
A fim de se evitar o enriquecimento 
sem causa da Autora, determinoa dedução de parcelas pagas sob idêntico título.
LABOR EM DIAS DE REPOUSO SEMANAL 
REMUNERADO
A Reclamante insiste no 
deferimento do labor em dias de repouso semanal remunerado, demonstrados por 
amostragem.
Nenhum reparo merece o r. 
decisum.
No particular, como bem 
fundamentou a r. sentença recorrida, à fl. 381, o cotejo entre os espelhos de ponto 
e os recibos traz a conclusão de que foi respeitado o direito ao descanso semanal 
a que alude o art. 76 da CLT, sendo certo que eventual descumprimento ao 
repouso após o sétimo dia foi devidamente pago ou compensado, conforme se 
verifica dos exemplos citados pelo d. Juízo originário.
Assim, a amostragem apontada 
pelo Obreiro, na impugnação de fl. 128, foi devidamente rechaçada pela r. 
sentença recorrida.
Nego provimento.
INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS
Bate-se a Reclamante pela 
concessão da indenização por danos morais, em virtude da restrição ao uso do 
banheiro e pelo estímulo à competição e a exposição pública das avaliações de 
desempenho dos funcionários, comprovados os fatos pela prova oral.
Razão lhe assiste, em parte, data 
venia.
In casu, a prova oral, 
consubstanciada pelo depoimento da testemunha GABRIELA, comprova a prática 
adotada pelas Rés, de impor limites ao uso de sanitários no curso da jornada de 
trabalho.
Disse a testemunha à fl. 129:
“(...) durante a jornada 
tinha 2 pausas de 15 minutos e uma pausa de 5 
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minutos para o banheiro; caso já tivesse usado 
essas pausas e precisasse ir ao banheiro tinha 
que conversar com o supervisor e explicar para 
ele, este procedimento era para todos os 
operadores de telemarketing (...) que a pausa era 
registrada no terminal de computador do seu PA, 
tanto a de banheiro quanto as de lanche; se 
ultrapassasse os tempos de pausa de 5 e 15 
minutos a tela era desligada e o supervisor 
relatava a ela que ela tinha estourado o tempo de 
pausa; caso ultrapassasse esses tempos de 
pausa mais de 3 vezes recebia uma advertência 
verbal, se ultrapassasse mais 3 vezes recebia 
uma advertência escrita e se estourasse mais 3 
vezes podia receber um balão, sendo este 
procedimento o mesmo para todos os operadores 
de telemarketing; que havia relatório diário 
constando para todos os operadores o tempo de 
pausa e aqueles que tinham ultrapassado o tempo 
tinham o nome ressaltado em vermelho, nem para 
ela e nem para a reclamante isso não aconteceu 
muitas vezes.”
Ainda que a testemunha tenha dito 
que os fatos não ocorreram “muitas vezes” com a Obreira, certo é que, portanto, 
em algumas oportunidades, submeteu-se ao tratamento rigoroso e desumano de 
controle da ida ao banheiro, que chega ao aviltante ponto de o operador ter seu 
nome ressaltado em vermelho no relatório diário. 
Diante do depoimento acima 
transcrito, tem-se por demonstrada a prática opressora das Rés, que ultrapassa os 
limites do poder diretivo do empregador.
Não se pode olvidar que a própria 
dinâmica da prestação laboral, in casu, exigia que os atendentes permanecessem 
em seus postos de atendimento o maior tempo possível, a fim de que não fosse 
comprometida a qualidade dos serviços prestados aos consumidores.
Entretanto, as medidas adotadas 
pelos empregadores, a fim de impedir a ausência dos empregados em seus 
postos de atendimento, não podem violar normas de proteção à própria saúde, 
com o objetivo único de alcançar maior produtividade.
Com efeito, a medida patronal de 
impor limites e restrições à utilização dos sanitários, por certo, restringiu a 
liberdade da Autora de satisfação das próprias necessidades fisiológicas, ferindo a 
sua dignidade e o seu direito de personalidade.
E, conforme se evidenciou pela 
prova oral, não havia tão-somente mera estipulação de pausas para idas ao 
banheiro durante a jornada de trabalho, mas, efetivamente, a punição para que os 
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empregados que ultrapassem os limites estabelecidos.
Dessa forma, restou comprovado 
que as Rés não agiram de forma responsável, não sendo legítimo ao empregador 
restringir ou impedir a utilização dos sanitários durante a jornada de trabalho, 
sendo que a Autora tinha que se sujeitar a isso, porque precisava do emprego.
Logo, resta cristalina a culpa das 
Rés no evento danoso, qual seja ofensa à dignidade da pessoa.
Veja-se que a Constituição 
Federal, em seu artigo 5º, V, "assegurou o direito de resposta, proporcional ao 
agravo, além da indenização por dano moral ou à imagem" e no inciso X do 
mesmo artigo garantiu que "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e 
a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material ou 
moral decorrente de sua violação".
O artigo 186 do Código Civil 
estabeleceu que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito".
Portanto, caracterizada a culpa das 
Rés, a seqüela moral ocasionada à Reclamante e a relação de causalidade entre 
o ato e o efeito, deve ser-lhe deferida a indenização por danos morais, no valor 
que ora arbitro em R$10.000,00.
No que tange à pressão por 
atingimento de metas, com exposição pública da avaliação de resultados, no caso 
em tela, a testemunha GABRIELE confirmou que “tinha metas para cumprir, e 
caso não atingisse as metas no relatório de produção elaborado figurava no 3o ou 
4o quartil desse relatório; quem ficasse nesses terceiros e quarto quartil não 
participavam de processos seletivos internos; a reclamante sempre ficava no 
primeiro ou segundo quartil; esse relatório de produção era mensal e ficava 
afixado no quadro de aviso em frente a mesa de supervisores (...) o funcionário 
que batesse a meta e ficasse no primeiro quartil recebia um prêmio de R$150,00, 
e o que ficasse no segundo quartil recebia um prêmio de R$75,00, não havendo 
pagamento de prêmios para aqueles que ficassem no terceiro e quarto quartil” (fl. 
129).
Assim, infere-se que, quanto à 
Obreira, não houve nenhum prejuízo à sua esfera moral, tendo sempre figurado no 
primeiro ou segundo quartil, o que lhe assegurava, inclusive, premiações, pelo que 
não há falar em danos morais.
Provejo em parte, para deferir a 
indenização por danos morais, pela restrição ao uso do banheiro, no valor que ora 
arbitro em R$10.000,00.
HORAS EXTRAS
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A Reclamante entende fazer jus às 
horas extras e reflexos, pois ofendida a NR-17, item 5.3, no que tange ao labor 
todos os dias em 15 minutos além da jornada de trabalho.
Porém, à espécie aplica-se o art. 
71, parágrafo 2o, da CLT, que dispõe que “os intervalos de descanso não serão 
computados na duração do trabalho”, norma hierarquicamente superior à NR-17 
supracitada.
Logo, laborando a Autora durante 
6h15, com dois intervalos de 15 minutos e, após, agosto de 2007, uma pausa 
pessoal de 20 minutos (defesa, fl. 145), não há falar em horas extras.
Nada a prover.
JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
Para a apuração da indenização por danos morais 
serão apurados juros de mora, contados do ajuizamento da ação, e correção 
monetária, a partir deste julgamento.
Quanto às demais parcelas, os juros serão calculados 
na forma do artigo 883 da CLT e da Súmula 200 do Colendo TST e a correção 
monetária será apurada na forma da Súmula 381/TST.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA E IMPOSTO DE 
RENDA
Autorizadas as deduções para a Previdência Social, 
observado o teto, mês a mês, e para o Imposto de Renda.
HIPOTECA JUDICIAL
A hipoteca judiciária está expressamente prevista no art. 
466do CPC, que assim dispõe:
 
"A sentença que condenar o réu no 
pagamento de uma prestação, consistente em 
dinheiro ou em coisa, valerá como título 
constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição 
será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei 
de Registros Públicos. Parágrafo único. A 
sentença condenatória produz a hipoteca 
judiciária: 
I- embora a condenação seja genérica 
II- pendente arresto de bens do devedor. 
III- ainda quando o credor possa promover 
a execução provisória da sentença." 
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A respeito do tópico em apreço, adoto as razões de 
decidir constantes no processo n. 00142-2007-048-03-00-5-RO, proferido pelo 
Exmo. Desembargador Antônio Álvares da Silva, in verbis:
“havendo condenação em prestação de dinheiro 
ou coisa, automaticamente se constitui o título da 
hipoteca judiciária, que incidirá sobre os bens do 
devedor, correspondentes ao valor da 
condenação, gerando o direito real de seqüela, até 
seu pagamento. A hipoteca judiciária é de ordem 
pública, independe de requerimento da parte e 
visa garantir o cumprimento das decisões judiciais, 
impedindo o desbaratamento dos bens do réu, em 
prejuízo da futura execução. Ao juiz cabe envidar 
esforços para que as decisões sejam cumpridas, 
pois a realização concreta dos comandos judiciais 
é uma das principais tarefas do Estado 
Democrático de Direito, cabendo ao juiz de 
qualquer grau determiná-la, em nome do princípio 
da legalidade. Para o cumprimento da 
determinação legal o juiz oficiará os cartórios de 
registros de imóveis. Onde se encontrarem 
imóveis registrados em nome da reclamada, sobre 
eles incidirá, até o valor da execução, a hipoteca 
judiciária.”
Ante o exposto, declaro, ex officio, a hipoteca judicial 
sobre os bens da Reclamada na quantia suficiente para garantia da execução.
Isto posto, proceda-se à retificação 
na capa dos autos para fazer constar como única Recorrente ARLETE MARIA DE 
SOUZA.
Conheço do recurso e, no mérito, dou-lhe provimento 
parcial para reconhecer a relação de emprego diretamente com a 2ª Ré, 
TELEMAR NORTE LESTE S/A, em contrato único, pelo período que vai da 
admissão formalizada pela 1ª Reclamada, em 01.06.2003 até 11.04.08, quando foi 
dispensada a Autora, ficando a 2ª Reclamada obrigada a realizar as respectivas 
anotações na CTPS, no prazo de 48 horas a contar da data do trânsito em julgado 
desta decisão, sob pena de multa diária que ora arbitro em R$200,00 (duzentos 
reais), limitada a R$2.000,00 (dois mil reais), após o que as anotações deverão 
ser realizadas pela Secretaria da Vara, desde já autorizada, condenando as 
Reclamadas, solidariamente, a pagar, no prazo legal, com juros e correção 
monetária, na forma dos artigos 883 da CLT e das Súmulas 200 e 381 do Colendo 
TST, autorizadas as deduções para a Previdência Social, observado o teto mês a 
mês, e para o Imposto de Renda, os benefícios previstos nos Acordos Coletivos 
firmados pela Telemar, a partir de 01.06.03 até a dispensa da Autora, a saber: 
diferenças salariais, observados os índices de reajustes estabelecidos, por ex., na 
cláusula segunda, fl. 43, com reflexos nas férias + 1/3, 13ºs salários, FGTS + 40% 
e verbas rescisórias (alínea “e”, fl. 12); a indenização substitutiva dos tíquetes 
refeição/alimentação, nos moldes previstos, por ex., na cláusula 9a, fl. 44 e 
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indenização substitutiva da cesta básica alimentação, nos moldes previstos, por 
ex., na cláusula12ª (fl. 44-v), tudo conforme se apurar em liquidação, por cálculos, 
e a indenização por danos morais, pela restrição ao uso do banheiro, no valor de 
R$10.000,00, esta devendo ser apurada com juros nos moldes do artigo 883 da 
CLT e da Súmula 220/TST e correção monetária a partir deste julgamento.
Declaro, ex officio, a hipoteca judicial sobre os bens das 
Reclamadas na quantia suficiente para garantia da execução.
Inverto o ônus de sucumbência, 
atribuindo à condenação o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais), com custas 
processuais de R$400,00 (quatrocentos reais), a cargo das Reclamadas.
Declaro que as contribuições 
previdenciárias incidem sobre os valores apurados a título de diferenças salariais, 
em decorrência dos reajustes dos ACTs e seus reflexos nos 13º salário e férias 
devidas durante a contratualidade.
FUNDAMENTOS PELOS QUAIS
O Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, 
pela sua Quarta Turma, primeiramente, proceda-se à retificação na capa dos 
autos para fazer constar, como única Recorrente, ARLETE MARIA DE SOUZA; 
unanimemente, conheceu do recurso; no mérito, sem divergência, deu-lhe 
provimento parcial para reconhecer a relação de emprego diretamente com a 2ª 
Ré, TELEMAR NORTE LESTE S/A, em contrato único, pelo período que vai da 
admissão formalizada pela 1ª Reclamada, em 01.06.2003 até 11.04.08, quando foi 
dispensada a Autora, ficando a 2ª Reclamada obrigada a realizar as respectivas 
anotações na CTPS, no prazo de 48 horas a contar da data do trânsito em julgado 
desta decisão, sob pena de multa diária que ora arbitro em R$200,00 (duzentos 
reais), limitada a R$2.000,00 (dois mil reais), após o que as anotações deverão 
ser realizadas pela Secretaria da Vara, desde já autorizada, condenando as 
Reclamadas, solidariamente, a pagar, no prazo legal, com juros e correção 
monetária, na forma dos artigos 883 da CLT e das Súmulas 200 e 381 do Colendo 
TST, autorizadas as deduções para a Previdência Social, observado o teto mês a 
mês, e para o Imposto de Renda, os benefícios previstos nos Acordos Coletivos 
firmados pela Telemar, a partir de 01.06.03 até a dispensa da Autora, a saber: 
diferenças salariais, observados os índices de reajustes estabelecidos, por ex., na 
cláusula segunda, fl. 43, com reflexos nas férias + 1/3, 13ºs salários, FGTS + 40% 
e verbas rescisórias (alínea "e", fl. 12); a indenização substitutiva dos tíquetes 
refeição/alimentação, nos moldes previstos, por ex., na cláusula 9a, fl. 44 e 
indenização substitutiva da cesta básica alimentação, nos moldes previstos, por 
ex., na cláusula12ª (fl. 44-v), tudo conforme se apurar em liquidação, por cálculos, 
e a indenização por danos morais, pela restrição ao uso do banheiro, no valor de 
R$10.000,00, esta devendo ser apurada com juros nos moldes do artigo 883 da 
CLT e da Súmula 220/TST e correção monetária a partir deste julgamento. A eg. 
Turma declara, ex officio, a hipoteca judicial sobre os bens das Reclamadas na 
quantia suficiente para garantia da execução. Invertido o ônus de sucumbência, 
00942-2008-109-03-00-2-RO
atribuindo à condenação o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais), com custas 
processuais de R$400,00 (quatrocentos reais), a cargo das Reclamadas. Declara, 
também, que as contribuições previdenciárias incidem sobre os valores apurados 
a título de diferenças salariais, em decorrência dos reajustes dos ACTs e seus 
reflexos nos 13º salário e férias devidas durante a contratualidade.
Belo Horizonte, 03 de dezembro de 2008.

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