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DOUTO. JUÍZO TRABALHISTA DA 4ª VARA DO TRABALHO DE XXXXXXX
Processo n. 
RECLAMADA já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe que lhe move RECLAMANTE, por meio de seu advogado que esta subscreve ao final, vem à presença de V. Excelência com fulcro no art. 847 da CLT, apresentar sua CONTESTAÇÃO pelas razões de fato e de direito que seguem.
SÍNTESE DA INICIAL
Em breve síntese, alega o reclamante que laborou para a 1ª reclamada de 22.01.2014 a 08.12.2016 na função de Fresador CNC Pleno A com jornada nos seguintes termos: de segunda à sexta das 06:00hs às 14:30hs com 30 minutos de intervalo até janeiro/2015, ocasião que passou a exercer a jornada no horário administrativo até a sua dispensa.
Que foi contratado inicialmente com salário de R$ 3.277,58 e dispensado em 08.12.2016, com salário de R$ 4.205,80. Alega ainda que não lhe foram pagas as horas extras, minutos residuais de entrada e saída, bem como de que percebia salário inferior ao empregado da primeira reclamada, Sr. PARADIGMA.
Por fim alega que não recebeu PPR e aviso prévio na forma da lei 12.506/2011, bem como faz jus a indenização substitutiva em decorrência de estabilidade do Cipeiro, já que foi eleito e gozava do período estável quando da sua dispensa.
De todo o exposto, se verá que o reclamante não guarda razão alguma nos seus argumentos, e que vem em juízo deduzir o que não lhe é de direito ou o que já lhe foi conferido durante o contrato como será comprovado nos autos, assim, a presente ação deve ser julgada improcedente. Vejamos.
DA ILEGITIMIDADE DAS RECLAMADAS 1 E 2
Sob a alegação de grupo econômico, o reclamante erroneamente indica no polo passivo da demanda a segunda e terceira reclamada, empresas estrangeiras cuja representação se dá na pessoa do Sr. SÓCIO. Para tanto, junta certidões de composição societária.
Infere-se dos documentos id. 389c16a e id. eeb5541 constam a segunda e terceira reclamada como sócias da empresa XXXXXXXX sendo esta a titular da relação jurídica havida com o obreiro na relação de emprego.
Erroneamente o reclamante indica os sócios para responderem direto pelos créditos trabalhistas, o que não tem guarida na legislação, ato este em arredio ao art. 2º c/c art. 45 do Código Civil em que a pessoa jurídica possui personalidade jurídica própria e diferente da pessoa dos sócios, assim não podem figurar no polo passivo as empresas A E B
Nesse sentido a decisão do juízo da 2ª Vara do Trabalho desta comarca nos autos de n. XXXXXXXX, vejamos:
“Neste momento processual indefiro a notificação dos sócios, eis que, de início, não são titulares da relação obrigacional afirmada na inicial, de modo que não se afigura a pertinência subjetiva da ação em relação aos mesmos, sendo incabível a inclusão como litisconsortes.”
Não obstante, vejamos a jurisprudência sobre o tema:
SÓCIO. ILEGITIMIDADE PARA FIGURAR NA POLARIDADE PASSIVA DA DEMANDA. A teor do art. 2º c/c art. 45 do Código Civil vigente, resta evidente que a pessoa jurídica se distingue da pessoa física dos seus sócios. Assim, não se viabiliza a permanência do sócio no pólo passivo da ação intentada contra a empresa, se não há indício de situação financeira precária ou insuficiência patrimonial da demandada. Não tendo a reclamante explicitado qualquer fundamentação apta a concluir-se pela excepcionalidade referida, tem-se por não autorizada a permanência dos sócios respectivos no pólo passivo da reclamatória, devendo ser excluídos da lide. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova quanto à demonstração da existência de vínculo empregatício é do autor, por se tratar de fato constitutivo de seu direito (inciso I do art. 333 do CPC c/c art. 818 da CLT). Todavia, admitida a prestação de serviços pela reclamada, é de se presumir a relação de emprego, competindo a ela provar que a relação não se enquadra nos moldes do art. 3º da CLT, por se tratar de alegação de caráter impeditivo do pretendido reconhecimento do vínculo empregatício. Desvencilhando-se a contento de tal encargo, bem como emergindo das provas produzidas nos autos a prestação de serviço de forma eventual, correta a decisão a quo que indeferiu o pleito obreiro. (TRT-10 - RO: 1026200401510001 DF 01026-2004-015-10-00-1, Relator: Desembargadora MARIA REGINA MACHADO GUIMARÃES, Data de Julgamento: 14/03/2005, 1ª Turma, Data de Publicação: 01/04/2005) 
Portanto, reitera o pedido de exclusão da segunda e terceira reclamada por serem ilegítimas para figurar no polo passivo da demanda.
PRELIMINAR - DO NÃO CABIMENTO A CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA
A gratuidade judiciária compreende a isenção de pagamento das custas processuais necessárias para a distribuição e andamento da ação. 
Nos termos do parágrafo 3º do art. 790 da CLT, o juiz poderá conceder à parte que lhe pedir, a concessão das benesses da justiça gratuita caso comprove a situação de hipossuficiente e que perceba remuneração inferior ao 40% do teto da previdência.
Muito embora o texto traz como requisito da concessão, declaração da parte que não pode arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento, não se trata de uma presunção absoluta do estado de miserabilidade, cabendo prova em contrário, até mesmo o juízo solicitar outras provas que demonstrem a incapacidade financeira para arcar com as custas processuais.
In caso, o salário do reclamante por si só, demonstra que possui capacidade financeira de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento, pois percebia o valor de R$ 3.277,58, ou seja, acima de 40% do teto da previdência.
Ao levar em consideração somente a declaração de hipossuficiência como meio de auferir a real capacidade financeira do demandante, é abrir as portas para que, aquele que possui condições financeiras de pagar as custas, seja beneficiário sem as condições que lei imputa para tanto, desvirtuando o benefício da gratuidade e fazendo com que o Estado arque com as custas de quem tem condições de pagá-las prejudicando o erário público.
Assim, com fulcro no art. 337, XIII, do NCPC, requer seja negada a gratuidade judiciária, ante a capacidade financeira do reclamante compatível para pagar as custas processuais.
PRELIMINAR – INDEFERIMENTO DA INICIAL POR INEPCIA – AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR
O reclamante alega que exercia as mesmas funções do paradigma , sem ao menos especificar quais as funções deste e as suas atribuições que guardam identidade com a do obreiro.
É requisito da petição inicial segundo o art. 319, III, do NCPC, discorrer sobre os fatos ou causa de pedir. Não se vê na peça de ingresso quais atribuições que o obreiro exercia em que eram idênticas às do paradigma a fim de auferir igualdade de função e mesma produtividade e perfeição técnica, o que acarreta dificuldade no exercício do contraditório por parte da empresa.
Assim sendo a peça inepta, deve ser indeferida neste particular e o feito extinto sem resolução de mérito nos termos do art. 485, inciso I do NCPC.
DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL
O reclamante alega que trabalhava na função de Fresador CNC Pleno C até 01.10.2015 em que, posteriormente passou a exercer a função de Programador CNC, realizando as mesmas atribuições do empregado da reclamada Sr. percebendo salário inferior ao do paradigma em pelo menos 30%.
Ademais, sem especificar quais atribuições exercia e que comparada ao paradigma, preenchia os requisitos da equiparação, o reclamante pugna pelo pagamento de diferenças salariais.
Os requisitos para configuração da equiparação salarial são: a) igualdade de funções; b) trabalho de igual valor; c) prestado ao mesmo empregador; d) mesma localidade; e) período inferior a 2 anos de diferença na função; f) inexistência de quadro de carreira;
É cediço que sem a presença de TODOS os requisitos, a equiparação é inviável segundo a doutrina e jurisprudência, vejamos:
DIREITO DO TRABALHO. PROCESSO DO TRABALHO. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ART. 461, DA CLT. IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL. Nos termos da lei e da Súmula 6 do C. TST, para que se dê equiparação salarial necessária a conjunção de identidadede função, igualdade do valor do trabalho realizado na mesma localidade, antiguidade inferior a dois anos entre equiparando e paradigma, inexistência, na empresa, de quadro organizado em carreira, havendo acesso por antiguidade e merecimento. A falta de um desses requisitos impossibilita a equiparação salarial pleiteiada (grifo nosso). Apelo improcedente. (TRT-6 - RO: 74300022008506 PE 0074300-02.2008.5.06.0311, Relator: Valéria Gondim Sampaio, Data de Publicação: 20/05/2009)
No presente caso estão ausentes os seguintes requisitos: a) igualdade de funções; b) trabalho de igual valor;
Ab initio, o pedido do reclamante deve ser julgado improcedente, por ausência de conteúdo fático quanto as atribuições da sua função e do paradigma apontado. A peça de ingresso se limita a dizer que ambos realizavam a mesma função, sem descrição de quais funções eram estas e suas atribuições, o que inviabiliza apreciar se havia igualdade de funções ou mesma produtividade e perfeição técnica.
Não obstante, o obreiro aponta que trabalhava como Fresador CNC Pleno C, enquanto o paradigma apontado exercia a função de Programador CNC. 
Para bem entender este juízo sobre a atividade empresarial da reclamada, cabe aqui explicar todo o procedimento produtivo desde o desenho até a programação das máquinas na produção das peças.
A empresa xxxxxxxx atua no ramo de óleo e gás fabricando e comercializando componentes de precisão de alta complexidade, vez que são peças de conexão que compõe a extração de petróleo do fundo do mar, em que, a responsabilidade na produção é tamanha que em caso de vazamento, poderá haver danos ambientais impactantes.
Daí a política da empresa na contratação dos melhores programadores na região de Jundiaí, principalmente com base na experiência anterior do candidato. Quanto maior a experiência, maior a responsabilidade na produção de peças mais complexas.
Segue em anexo um check list da Engenharia em que o reclamante e o paradigma se situam na fase de programação CNC que consistia em:
4.2 Elaborar/Validar o desenho do cliente em 3D no sistema
4.3 Elaborar/Validar o desenho do cliente em 2D no sistema
4.4 Elaborar/Validar o desenho intermediário
4.5 Elaborar/Validar o desenho do processo de desbaste pré-solda
4.6 Elaborar/Validar o desenho de processo de desbaste de torno
4.7 Elaborar/Validar o desenho de processo de acabamento de torno
4.8 Elaborar/Validar o desenho de processo de centro de usinagem
Quanto ao PROGRAMADOR, função esta exercida pelo Sr. Alex (paradigma) tinha como atribuição:
- Elaborar/Validar os programas CNC de desbaste de torno
- Elaborar/Validar os programas CNC de acabamento de torno
- Elaborar/Validar os programas CNC de centro de usinagem.
Ressalta-se que o reclamante fora contratado para trabalhar nas máquinas de Fresa e que, quando aumentou a demanda na produção, foi direcionado a trabalhar com uma fase da programação compreendida nas atividades acima de item 4.2 a 4.8. Já o paradigma era responsável pelo setor de programação e por ter vasta experiência foi contratado diretamente para esse setor. 
O paradigma foi quem ensinou o reclamante a confeccionar os desenhos em 3D e 2D para que o Programador, que era o Paradigma, transformasse aquele desenho em um sistema de linguagem que a máquina lê.
Importante ressaltar ainda que o paradigma possuía conhecimento em um programa chamado Solidworks (CAD) que confecciona desenhos em 3D, sendo este software adquirido pela reclamada e implementado pelo Paradigma por já ter conhecimento e experiência de outros empregos. O reclamante, em contrapartida, nada sabia sobre esse programa, sendo treinado pelo paradigma após ter passado para o setor de programação.
Neste setor havia o Paradigma, Cristiano e Douglas, outros programadores. O paradigma era responsável pela programação de Torno e Centro de Usinagem, o Cristiano responsável pela programação de torno e Douglas na programação de centro de usinagem, ou seja, o paradigma acumulava responsabilidades por ter mais experiência.
Mostra-se que o reclamante não possuía as mesmas atribuições que o paradigma, notadamente quanto a parametrização dos programas, atribuição esta que o paradigma não sabe fazer e não realizava.
Ademais, o paradigma manuseava a máquina Puma 550 com a ferramenta acionada, o que o reclamante também não tinha capacidade para fazer, logo, as funções eram distintas. 
De saber ainda que o reclamante passou ao setor de programação sem nenhum conhecimento na área, sendo treinado pelo paradigma, e para trabalhar somente em uma parte da programação que era a transformação dos desenhos dos clientes em 3D e 2D para depois o paradigma conferir se estava de acordo para proceder a programação das máquinas, função esta que não era exercida pelo obreiro. 
Muito fácil para o reclamante vir a juízo dizer que fazia a mesma função que o paradigma pelo simples fato de trabalharem na mesma máquina, o que vem sendo entendido por este juízo da 4ª vara, sem dar oportunidade em audiência da reclamada fazer sua prova e explicar como funciona a produtividade de cada obreiro.
Encartado nos autos e-mail do superior do reclamante e do paradigma narrando as funções de cada um e principalmente como ocorreu a promoção do reclamante para o setor de programação:
Teor do e-mail
Segue ainda em anexo, e-mail do ex-empregado da reclamada Sr. Glaucio que era gerente responsável pelo setor, onde se distingue claramente a função do paradigma e do reclamante:
“Alex:
- Fazia parametrização dos pos-processadores nos softwares de geração de programas.
- Desenvolvia todo o processo de usinagem das peças de alta complexidade e que seriam executadas pela primeira vez (ex: conector Moda corpo principal). O Paulo copiava esses processos e programas quando recebiam os novos pedidos, fazendo pequenos ajustes quando necessário para atender mudanças dos clientes, entretanto o Alex fazia a verificação.
teor do e-mail.” 
Em síntese, a reclamada remunerava mais quem possuía mais experiência demonstrando isso na produtividade das peças, uma vez que, por se tratar de componentes de precisão, as peças possuem valor elevado tanto na produção quanto na comercialização e “matar” uma peça dessa por empregado com pouca experiência, poderia trazer prejuízos enormes para a reclamada.
Ademais, não está presente o requisito da mesma produtividade e perfeição técnica, vez que o reclamante possui experiência inferior ao do paradigma apontado, precipuamente no tocante a qualificação técnica em relação aos cursos técnicos que qualificavam o trabalhador para as funções na reclamada.
Inclusive, a tese ventilada acima foi completamente aceita por esta 4ª Vara, sentenças dos autos n. xxxxxxxx e xxxxxxxxx. Vejamos:
“No presente caso, as fichas de registro juntadas sob ID´s 49b387d e 5c75d45 comprovam que o reclamante foi contratado no ano de 2012 para exercer a função de Operador de Torno CNC Senior, enquanto o paradigma José Aparecido foi contratado no mesmo ano para exercer a função de Operador de Torno CNC Pleno A. A testemunha ouvida a rogo da reclamada confirmou, inclusive, que o paradigma foi contratado como Operador Pleno por já ter experiência anterior na função em outras empresas do mesmo ramo de atividade, o que justificou a distinção salarial”.
Para melhor análise, neste sentido é melhor esclarecer que a reclamada adota como critério de fixação de salários para os cargos, o nível de qualificação profissional dos seus empregados e experiência na área dividindo-se em Junior, Sênior e Pleno, além da qualificação A, B e C, em que, quanto maior a experiência e qualificação profissional, o empregado será mais remunerado por influenciar na produtividade e qualidade do trabalho, avocando para si outras atribuições a depender da função.
Ressalta-se ainda que o Sr. paradigma foi quem ensinou parte da programação das máquinas ao reclamante, pois aquele quem possuía mais experiência na área de programação, principalmente nas máquinas da reclamada, fato este que prova a diferença na produtividade e perfeição técnica nas peças produzidas por ambos.
Nãoobstante, vejamos a experiência profissional do reclamante em comparação ao paradigma:
- Reclamante: 
- Paradigma: 
Com efeito, a diferença de experiência entre eles é gritante, o que reflete na prestação de serviços de cada um dos empregados apontados. Veja-se pelo paradigma ter trabalhado nos últimos 10 anos antes de ingressar na reclamada, como programador sendo determinante para a percepção de salário acima do pago ao obreiro, enquanto isso, este trabalhou em lanchonete, auxiliar de produção e preparador de máquina CNC, portanto, não se vê experiência como programador assim como teve o paradigma.
É certo ainda que a experiência e o conhecimento técnico dos empregados impacta valorosamente na produção e na perfeição técnica das peças usinadas pelo reclamante e pelos paradigmas, sendo este o critério adotado para fixação salarial entre o Torneiro de CNC Junior, Pleno e Sênior.
Em recente decisão, a 4ª Turma do Egrégio TRT da 15ª, nos autos de nº 0001235-02.2010.5.15.0101, entendeu pela impossibilidade da equiparação quando a qualificação técnica do paradigma é superior a do obreiro sendo este o critério adotado pela empresa para diferenciação salarial, vejamos alguns arestos:
O artigo 461 da CLT, invocado pela reclamante, define em seu parágrafo primeiro, que "trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos". O conceito de "perfeição técnica" é amplo, sendo que a doutrina considera, de maneira geral, que nele se inclui a qualificação acadêmica do trabalhador. Na lição de Godinho Delgado, 
"No que tange à diferença de perfeição técnica na realização do trabalho (art. 461, § 1º, CLT), estabeleceu a ordem jurídica diferencial essencialmente qualitativo na aferição do trabalho comparado. A superior qualidade na concretização laborativa efetuada pelo paradigma terá o condão de tornar efetivamente distinto o real trabalho realizado, inviabilizando a equiparação. 
O caráter valorativo (e, portanto, subjetivo) dessa diferenciação torna, contudo, difícil, na prática, a comprovação desse fato modificativo. Não obstante essa dificuldade, é evidente que a demonstração de maior qualificação técnico-profissional do paradigma (cursos, estágios, significativa experiência anterior na função, mais elevada situação profissional ou acadêmica, etc.) é conduta que favorecerá, significativamente, à tese da diferenciação na qualidade do trabalho prestado. É que, normalmente, a maior qualificação, titulação e prestígio do profissional comparado agrega consistência, reconhecimento e notoriedade ao produto ou serviço ofertado à comunidade pela empresa, alcançando, em favor desta, maior e melhor mercado; nessa medida, a diferença na qualidade técnica do serviço fica evidenciada. 
Se, contudo, a superioridade da qualificação técnico-profissional do paradigma não repercutir, favoravelmente, no contrato de trabalho, na forma acima ou outra correlata, não poderá considerar-se comprovado o fato modificativo eleito pela CLT" (grifei - in "Curso de Direito do Trabalho" - LTr, pgs. 771/772). 
                  No mesmo sentido é o entendimento jurisprudencial dominante, ilustrado pela ementa abaixo: 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. 1. Dispõe o § 1º do artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho, que -trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a dois anos-. 2. Na hipótese, registrou a Corte de origem que o reclamante era detentor do título de especialista enquanto a paradigma possuía titulação de doutora quando de sua contratação pela reclamada. 3.  Assim, constatada a existência de elemento que desautoriza o reconhecimento da equiparação salarial, qual seja, a ausência de mesma qualificação técnica, não há falar em afronta ao artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho.  Agravo de instrumento a que se nega provimento. Processo: AIRR - 111940-38.2005.5.04.0331 Data de Julgamento: 21/09/2011, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/09/2011
                  No caso dos autos, a reclamante alegou que, desde agosto de 2002, atuou como coordenadora do curso de Serviço Social, apontando como paradigma a Sra. Ivanice Maria Cestari Dandaro, coordenadora dos cursos de Farmácia e Biomédicas. 
                  A reclamada, contudo, desvencilhou-se satisfatoriamente do ônus de demonstrar o fato impeditivo do direito postulado (Súmula 6, VIII, do C. TST) e comprovou que a paradigma, desde agosto de 2002 possuía título de Doutora, ao contrário da reclamante, que era Mestre em sua área de atuação. É que se constata nos documentos de fls. 551, 478v e 484/485. Conforme consta na ficha de fl. 478v, o salário da paradigma foi majorado em 01/08/2002 em razão de sua reclassificação como Doutora. E os recibos de pagamento juntados aos autos demonstram que a paradigma não recebia gratificação de função, mas sim "gratificação por titulação acadêmica", que constituía parte significativa de seu salário. 
                  Nesses termos, ainda que tenha sido comprovado que a reclamante atuava como coordenadora desde 2002, não cabe a equiparação salarial pretendida, pois a paradigma possuía qualificação técnica superior à da reclamante. Nem se pode argumentar que a titulação não repercutia objetivamente no serviço, visto que a reclamada expressamente elegeu tal critério como determinante do salário dos ocupantes de cargos administrativos, como o de coordenação. Veja-se que para o cargo de coordenador de curso, o salário base, previsto em 1999, era de R$1.500,00, ao passo que a gratificação por titulação acadêmica era de R$3.800,00 (fls. 54/55). Ademais, sendo a reclamada uma instituição de ensino, é evidente que a titulação acadêmica do coordenador se reflete, não só na qualidade do serviço prestado, mas também na reputação da instituição perante terceiros. 
                  Por esses motivos, provejo o apelo quanto ao tópico para indeferir o pedido de equiparação salarial com a paradigma Ivanice Maria Cestari Dandaro, restando prejudicada a preliminar de negativa de prestação jurisdicional correspondente a este pedido e formulada pela reclamante em suas razões recursais, 
Será objeto de dilação probatória o fato do reclamante e paradigma não realizarem a mesma atribuição, pois o paradigma programava o maquinário e produzia peças mais complexas que o obreiro. Também será objeto de prova o fato do paradigma ter mais experiência e que isso impactava na produtividade e perfeição técnica das peças que produzia em comparação ao reclamante. Daí a percepção de salários diferentes atribuídos com base na experiência.
Portanto, ausente os requisitos, igualdade de funções, mesma produtividade e perfeição técnica, requer seja o pedido de equiparação salarial julgado IMPROCEDENTE.
Caso V. Excelência entenda pela equiparação, requer seja observada a data em que o obreiro passou a laborar no setor de Programação, ou seja, de 01.10.2015 até a sua dispensa, bem como seja observada a evolução salarial, as verbas pagas ao mesmo título e dias efetivamente trabalhados.
DAS HORAS EXTRAS
O reclamante lança na inicial de forma genérica que exercia labor extraordinário, sem apontar quando e quantas horas extras ativava durante a semana.
Ressalta-se que a jornada contratual era de segunda às quintas das 08:00hs as 18:00hs e às sextas das 08:00hs as 17:00hs sempre com uma hora de intervalo para descanso e refeição.
Durante o contrato de trabalho, a reclamada utilizando o jus variandi, alterou a jornada para segunda à sexta das 06:50 às 16:38hs. Após, alterou para segunda à sexta das 06:00hs às 14:30hs com 1 hora de descanso e refeição. E ao final do contrato passou a laborar das 07:00hs as 17:00hs de segunda à sexta feira, com 1 hora de intervalo para descanso e refeição.
Extrai-se da jornada apontada e da lançada nos cartõesde ponto que não ultrapassavam 8 horas diárias e 44 semanais como, falaciosamente o obreiro alega na inicial.
Outrossim, as horas extras prestadas acima da 8ª diária, encontra-se lançada nos cartões de ponto e devidamente pagas nos termos dos contracheques em anexo. 
Vejamos, ainda que por amostragem, que a jornada extra era consignada e paga: no período de 20/02/2014 a 25/02/2014 o obreiro ativava-se de segunda a sexta das 06:50hs às 16:38hs, laborando em jornada suplementar, 13h28m a 50%, lançadas no cartão de ponto, as quais foram pagas como se vê no contracheque do mês de Fevereiro/2013. 
Vejamos ainda o período de 26/04/2015 a 25/05/2015 em que laborou 18h20m a 50% e 8h22m a 100%, todos devidamente pagos no contracheque de maio/2015. Atente-se o juízo que junto ao cartão de ponto mencionado encontra-se o contracheque para o cotejo.
Por derradeiro, no interregno de 16/01/2016 a 15/02/2016 o obreiro ativou-se em horas suplementares no total de 25hs a 50%, 10h59m a 60%, 3h53m a 80% e 25h76m a 100%, todas devidamente pagas conforme contracheque em anexo.
Em suma, todas as horas extras trabalhadas foram devidamente pagas com os acréscimos de 50%, 60%, 80% e 100% conforme determina a convenção da categoria, além do DSR e demais reflexos cabíveis ao caso.
Não deve prosperar ainda a tese do obreiro que a ausência de intervalo para descanso e refeição acrescia o tempo laborado na jornada, vez que o intrajornada não integra a jornada de trabalho. 
Assim, ante a ausência de fundamento fático requer a improcedência do pedido de horas extras e reflexos.
DOS MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUSCEDEM A JORNADA
O reclamante alega que durante todo o seu contrato de trabalho sempre ingressava na jornada em torno de 10 minutos de antecedência e 3 minutos antes do retorno do almoço/janta, bem como ao final da jornada, saia sempre 5 minutos depois do término, requerendo o pagamento deste período por estar à disposição do empregador.
Não é o que se vê dos cartões de ponto juntados, sendo que, mais uma vez o reclamante, mente nos autos, porquanto chegava na maioria das vezes atrasado para o labor, bem como para retornar do almoço, o que não era descontado do seu ordenado para compensar os minutos em que raramente chegava mais cedo.
Vejamos, ainda que por amostragem, a jornada nos cartões de ponto: 
a) No dia 29/06/2015 o reclamante iniciou sua jornada as 08:55 e encerrou as 17:00hs, sendo que a jornada contratual era das 07:00hs as 17:00hs.
b) No dia 03/05/2016 o reclamante iniciou sua jornada as 04:56hs e encerrou as 14:15hs, sendo que a jornada contratual era das 05:00hs as 14:12hs.
Cumpre ainda esclarecer que nos meses em que o obreiro iniciava antes da jornada contratual, ultrapassado o limite de 5 minutos na entrada e 5 minutos na saída, a reclamada procedia o pagamento, como consta nos contracheques em cotejo com os cartões de ponto indicados por amostragem no tópico das horas extras.
Quanto aos atrasos a reclamada não realizava os descontos por ter uma política mais tolerável.
Portanto, inexiste tempo à disposição do empregador a pagar ao reclamante, devendo o pleito ser julgado improcedente.
DO INTERVALO PARA DESCANSO E REFEIÇÃO
É evidente a má-fé do reclamante quando faz pedido genérico e sem fundamento na peça inaugural, sendo o que se extrai do tópico sobre o intervalo intrajornada quando alega que durante todo o contrato de trabalho usufruía somente de 30 minutos de intervalo para descanso e refeição.
Em 05.05.2014, após consulta entre os empregados e autorização expressa destes, a reclamada passou a conceder intervalo de 30 minutos, porém com o benefício de que os empregados pudessem sair mais cedo e não laborar aos sábados.
Excelência sabe-se que a flexibilização dos direitos laborais tem sido tendência atualmente para que se adeque a previsão normativa às novas modificações da economia e do mercado de trabalho, sendo que, se a alteração vem no sentido de melhorar a condição de trabalho dos empregados, não há o que se falar nulidade nos termos do art. 468 da CLT.
Entretanto, as alegações de que o reclamante sempre usufruiu do intervalo de 30 minutos, não condizem com os cartões de ponto acostados, cuja redução intervalar se deu entre 05.05.2014 até 04/08/2014, ou seja, se há intervalo intrajornada a ser pago, deve ser considerado esse período tão somente.
Já no mês de 02/2014 (mês de admissão) o intervalo se dava das 11:30 às 12:30hs. 
No mês seguinte, o intervalo se dava das 12:00 às 13:00hs, porém sempre o obreiro realizava em horários variados como das 12:50hs às 13:50, ou como no dia 12/03/2014 quando realizou das 11:23 às 12:24hs.
Concluindo, a redução do intervalo não se deu de forma irregular e portanto, não há que se falar em pagamento de 1 hora diária pela supressão, devendo o pedido ser julgado IMPROCEDENTE.
Todavia, atento ao princípio da impugnação específica e da eventualidade, em caso de condenação deve ser auferido o período em que o reclamante teve o intervalo para descanso e refeição reduzido que foi de 05.05.2014 até 04/08/2014 conforme cartão de ponto em anexo. Se há período a considerar, deve ser somente 3 meses como demonstra os cartões de ponto anexos.
Ainda, tendo em vista que o intervalo teve redução parcial, deve ser considerado o período de descanso de 30 minutos para que o pagamento seja tão somente quanto aos 30 minutos reduzidos e não a integralidade sob pena de incorrer a decisão em bis in idem.
Nesse sentido:
INTERVALO INTRAJORNADA – SUPRESSÃO PARCIAL DENTRO DA JORNADA NORMAL – O tempo suprimido deve ser considerado independentemente de encontrar-se compreendido no limite normal da jornada de trabalho, pois efetivamente não se destina ao labor, mas ao descanso, não podendo o pagamento normal salarial ser aceito para efeito de satisfação do direito, sob pena de ser esvaziada a norma protetora. Sua finalidade é exatamente resguardar a integridade física e mental do trabalhador. Devido o lapso temporal não usufruído e respectivo adicional. Intervalo para refeição e descanso. Supressão. Indenização prevista no artigo 71, parágrafo 4º, da CLT. Reflexos indevidos. A compensação prevista no artigo 71, parágrafo 4º, da consolidação das Leis do Trabalho tem caráter indenizatório, não havendo, portanto, que se falar em reflexos para o cálculo das demais verbas contratuais. Incide, na hipótese, a interpretação teleológica, pois fosse a intenção do legislador reparar a concessão irregular do referido lapso com o pagamento de horas extras, de natureza eminentemente salarial, despicienda seria a menção ao adicional de 50%, tendo em vista o estabelecido pela norma constitucional (artigo 7º, inciso xvi, da Constituição Federal de 1988). (TRT 15ª R. – ROPS 00148-2005-095-15-00-2 – (59940/2005) – Relª Juíza Helena Rosa Mônaco da Silva Lins Coelho – DOESP 12.12.2005)
Entretanto, se deferidas eventuais horas extras, o que se admite apenas para argumentar, o cálculo deverá limitar-se aos seguintes critérios: a) evolução salarial mensal; b) dias efetivamente trabalhados; c) exclusão das parcelas não integrativas do salário; d) correção e juros de mora nos termos da Lei n.º 8177/91, art. 39; e) adicionais legais, normativos e convencionais, não retroativamente; f) evitar dúplice pagamento nas férias fruídas; g) efetivação dos descontos referentes à Previdência Social e ao Imposto de Renda.
Por cautela, no tocante aos reflexos em DSR postulados pelo reclamante, requer seja observado o disposto na OJ n.º 394, senão veja-se:
OJ 394. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO – RSR. INTEGRAÇÃO DAS HORAS EXTRAS. NÃO REPERCUSSÂO NO CÁLCULO DAS FÉRIAS, DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO, DO AVISO PRÉVIO E DOS DEPÓSITOS DO FGTS. A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente prestadas, não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de “bis in idem”.
Assim, requer a IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
Por fim, impugna-se os valores apresentados na exordial por não contemplar a evolução salarial do obreiro, devendoser considerado para apuração de pagamento além dos salários, as horas extras pagas e os dias de falta justificada ou injustificada.
DA PARTICIPAÇÃO DE LUCROS E RESULTADOS
Na exordial o reclamante pugna pelo pagamento do PPR previsto na clausula 77 da CCT em anexo, que assim aduz:
77) PLR
Recomenda-se às empresas que venham implantar PLR (Programa de Lucros e Resultados), que observem o disposto na lei 10.101/2000, principalmente no que se refere ao estabelecimento de plano de metas e objetivos.
Atente-se o reclamante que, pelo texto da CCT, não há obrigatoriedade na implementação de PPR pela reclamada e demais empresas signatárias. A reclamada não adotou tal medida por não ser obrigatória, e, portanto, a verba não é devida ao reclamante.
Ademais, tal verba deve ser objeto de negociação coletiva entre sindicato da categoria e a empresa, o que não ocorreu no caso em tela.
Não cabe ao judiciário, impor pagamento do PPR se não existe norma coletiva obrigando o pagamento. 
Neste sentido:
Ementa: IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. Art. 7º , XI , da CF/88 . LEI 10.101 /2000. PREVISÃO DE IMPLANTAÇÃO EM NORMA COLETIVA. A Lei 10.101 /2000, que regulamenta o inciso XI do art. 7º da CF/88 determina, tão somente, que a participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, estabelecendo os possíveis procedimentos a serem escolhidos de comum acordo pelas partes, dentre os quais a convenção ou o acordo coletivo. O artigo 4º da citada Lei prevê, inclusive, o que deve ser feito em caso de impasse. Assim, se o empregador deixa de atender ao que restou pactuado em sede coletiva quanto à instituição do referido Programa de Participação nos Lucros ou Resultados, é defeso ao Judiciário suprir tal omissão, uma vez que é privativo dos atores sociais, legítimos representantes dos trabalhadores e empregadores, a busca de entendimento no processo de autocomposição de interesses específicos. (RO0000030.56.2013.5.01.0283).
Requer, neste particular, a IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
DO AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL
Alega o obreiro que a reclamada pagou o aviso prévio em desacordo com a lei 12.506/11, tendo em vista que o obreiro conta com 1 ano e 9 meses de contrato fazendo jus a 33 dias de aviso prévio indenizado.
Atente-se o reclamante para o TRCT especificamente campo 69 cujo valor pago é de R$ 6.530,22 que compreende o aviso prévio de 36 dias acrescido dos reflexos, em observância ao disposto na lei 12.506/11.
Excelência, o reclamante vem nos autos mentir que não recebeu a verba em questão alterando a realidade fática, comprovado o pagamento da verba, deve ser punido por essa atitude que viola a boa-fé processual e faz com que o juízo se debruce sobre verba já paga.
É de rigor a aplicação da litigância de má-fé ao reclamante a fim de coibir esta prática em outra eventual reclamação.
Neste particular requer a improcedência do pedido.
DA ESTABILIDADE – MEMBRO DA CIPA
Alega o reclamante que possui estabilidade prevista no art. 10, II, A da ADCT, ou seja, como membro da CIPA eleito pelos empregados para a gestão 2015/2016, possuía estabilidade no emprego até julho de 2017.
Cumpre frisar que o reclamante fora eleito em 3º lugar como membro titular para representar os empregados (Ata em anexo), tomando posse em 17.07.2015, cujo término do mandato seria dia 17.07.2017.
Ocorre que a reclamada encerrou suas atividades de fato, cessando qualquer atividade industrial em sua totalidade. Não fora somente um setor que encerrou as atividades, mas sim a empresa como um todo, senão vejamos.
Ab initio, verifica-se no CAGED de dezembro de 2016, que restou consignada a dispensa dos últimos 34 empregados da empresa, todos sem justa causa, inclusive o reclamante, todos com data de extinção contratual em 08.12.2016.
Segue ainda alguns e-mails em inglês que foram devidamente traduzidos por tradutor juramentado cujos originais encontram-se encartados nos autos.
Com efeito, segue em anexo, e-mail do Diretor XXXXXXXX, ao Sr. XXXXXXXX informando que no dia 08.12.2017 as atividades da empresa XXXXXXXX, seriam encerradas.
Foi ainda expedido comunicado oficial para os principais clientes da empresa, vejamos:
E mais, no dia 09.12.2016, a responsável pelo setor de R.H. encaminhou um e-mail ao Sr. José Carlos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, informando o encerramento das atividades da empresa, vejamos:
TEOR DO E-MAIL
Por fim, comprova-se o encerramento das atividades pela foto do local com placa de locação, contudo, o encerramento das atividades industriais que ensejavam a existência da CIPA ocorreu antes da dispensa dos empregados, vez que a empresa não contava com mais pedidos ou clientes a fim de produzir peças.
Atente-se o reclamante que a existência da CIPA tem como fato gerador a quantidade de empregados e como objetivo a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, ou seja, deriva da existência da quantidade de empregados e atividade empresarial. Trata-se de comissão inerente ao estabelecimento.
Nos termos do item 5.15 da NR 5 do MTE, em caso de encerramento das atividades do estabelecimento, a CIPA, por consequência também é extinta, vejamos:
“5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.(Alteração dada pela Portaria SIT 247/2011)”
Ainda, nos dizeres da desembargadora do TRT 1, Vólia Bomfim (CASSAR, Vólia Bomfim, Curso de Direito do Trabalho. Ed. Método, 2013, São Paulo, p. 1136), “quando o estabelecimento ou a empresa forem extintos, extingue-se, por consequência, a estabilidade – Súmula 339, II do TST. Isto se explica, porque não havendo empregador, não há emprego.”
Encerrada as atividades da reclamada, encerra-se a obrigatoriedade de manutenção da CIPA e logo, a extinção da estabilidade do titular e suplente. Nesse sentido:
ENCERRAMENTO DA CIPA. EXTINÇÃO DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA. Considera-se extinta a garantia de estabilidade provisória conferida a dirigente da CIPA, quando comprovado o encerramento das atividades exercidas pela empresa, nos termos da NR 5, do Ministério do Trabalho e Previdência Social. (TRT-5 - RecOrd: 00001193320125050015 BA 0000119-33.2012.5.05.0015, Relator: ELISA AMADO, 1ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 17/09/2012.)
Vejamos ainda, decisão do TST neste particular:
RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 11.496/2007. GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO. CIPEIRO. TÉRMINO DA OBRA. EQUIVALÊNCIA À EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO. 1. A garantia provisória no emprego, assegurada ao empregado eleito para cargo de direção da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – por força do artigo 10, II, a, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, conquanto necessária, não se traduz em direito ilimitado, tampouco em vantagem pessoal outorgada ao empregado. Funda-se o instituto na necessidade de assegurar ao empregado eleito para o cargo de dirigente da CIPA a autonomia necessária ao livre e adequado exercício das funções inerentes ao seu mandato, consubstanciadas no zelo pela diminuição de acidentes e na busca de melhores condições de trabalho. Atente-se, desse modo, que a função da CIPA está diretamente vinculada ao funcionamento do estabelecimento, de modo que a extinção deste constitui fator que inviabiliza a ação fiscalizatória e educativa do membro da CIPA, ocasionando, por consequência, a cessação da garantia de emprego. 2. Nessa linha, a jurisprudência desta Corte superior vem direcionando-se no sentido de que o encerramento da obra equivale à extinção do estabelecimento, para efeito de não configuração da despedida arbitrária do empregado membro da CIPA, nos termos do item II da Súmula n.º 339 desta Corte superior. 3. Formada a CIPA para atuar em canteiro de obra, a garantia provisória de emprego somentese justifica enquanto a obra se mantiver ativa. Terminada a obra, cessa a garantia em questão. 4. Recurso de embargos conhecido e provido.(TST-RR-2400-48.2004.5.24.0061)
Não obstante a isso, o art. 165 da CLT caput, confere ao empregador o direito à dispensa do empregado eleito como membro de CIPA quando embasado em motivo técnico, disciplinar, econômico e financeiro, que no caso em tela, fora totalmente financeiro haja a vista a crise econômica que assola o país e principalmente nas empresas do ramo de óleo e gás.
De saber ainda que, após a dispensa de todos os colaboradores e o encerramento de fato das atividades fabril, a empresa permaneceu com um segurança no local para guarda das máquinas até a venda das mesmas e suas retiradas. Daí o recebimento das notificações pelo segurança.
 Ressalta-se ainda que o obreiro visa tão somente a indenização correspondente aos salários do período estável e não a sua reintegração, vez que sequer menciona na inicial que houve encerramento das atividades, sabendo que esse é o fato impeditivo do seu direito, a saber, a estabilidade até julho de 2017.
Portanto, não há que se falar em estabilidade por extinção do estabelecimento e, por conseguinte, extinção da CIPA, razão pela qual requer a improcedência do pedido. 
DAS MULTAS DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT
A reclamada não reconhece qualquer verba incontroversa que deva ser paga em audiência. Não é o caso dos autos a existência de verba incontroversa, vez que todos os pedidos demandam dilação probatória, logo requer a improcedência do pedido no tocante a multa do art. 467 da CLT.
Quanto as verbas rescisórias, foram todas pagas dentro do prazo legal (TRCT e Comprovante de Depósito em anexos) de 10 dias nos termos do parágrafo 6º do art. 477 da CLT, razão pela qual o pedido de multa deve ser julgado improcedente.
DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
O reclamante alega ter sofrido danos de natureza extrapatrimonial pela ausência de pagamento das verbas pleiteadas, na ocasião da vigência contratual. Continua aduzindo que sofreu lesão a sua dignidade e honra o não pagamento dos minutos residuais e do intervalo para descanso e refeição.
Mais uma vez sem razão o reclamante, porquanto não há comprovação de lesão a direitos imateriais previstos no art. 5º inciso X da CF, sendo que, não se trata de dano moral in re ipsa, e, portanto, demanda dilação probatória segundo as regras de distribuição do ônus da prova nos termos do art. 818 da CLT e art. 373 I do NCPC e desse ônus o reclamante não se desincumbiu.
Ademais, não há que se falar em verba devida no que tange aos minutos residuais e intervalo para descanso e refeição, o que demandam dilação probatória e reconhecimento deste juízo para serem devidas.
Primeiramente, cabe trazer a baila o conceito de dano moral, nos dizeres do professor Yussef Said Cahali (O Dano Moral – ed. Revista dos Tribunais), vejamos: 
“O dano moral é a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, a liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a parte social do patrimônio moral (honra, reputação, etc) e dano que molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor, tristeza, saudade, etc), dano moral que provoca direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante etc.) e dano moral puro (dor, tristeza, etc.)”.(grifo nosso).
Na legislação atual o dano moral está previsto no art. 5º inciso V e X da Constituição Federal, vejamos:
“art. 5º...
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”
Acrescentando, o Código Civil prevê que aquele que comete ato ilícito causando dano a alguém, tem o dever de repará-lo, inteligência dos artigos 186 e 927.
Com efeito, não se vê no caso em tela, qualquer dano a reparar pela inadimplência de verbas que não são devidas ao obreiro, não há provas de que houve lesão.
Portanto, requer a improcedência do pedido por ausência de fundamento fático e jurídico.
DA MULTA PREVISTA EM CONVENÇÃO COLETIVA
Requer o reclamante a aplicação de multa prevista na CCT especificamente cláusula 79 por descumprimento da norma coletiva.
Ocorre que a reclamada não descumpriu qualquer cláusula da norma coletiva. Quanto ao não pagamento da PLR, esta é facultativa como rebatido acima.
Assim, requer a improcedência do pedido. 
DA MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
Por oportuno, é cabível aplicação de multa por litigância de má-fé ao reclamante que vem a juízo deduzir direitos já pagos e, para tanto, altera a realidade fática do seu contrato de trabalho a fim de ludibriar este juízo.
Vejamos pelo pedido de tutela de urgência em que alega pela ausência de concessão das guias do seguro desemprego, o que não é verdade, vez que consta a guia assinada pelo obreiro em 13/01/2017.
Ademais, o obreiro pugna por verbas já pagas como horas extras e aviso prévio proporcional. É clara a intenção do reclamante de se enriquecer ilicitamente pleiteando o que já fora devidamente pago.
É com rigor que deve o litigante ser punido a fim de coibir a reincidência de pleitear verbas já pagas, o que vem sendo comum na justiça do trabalho. Não pode o empregado vir e requerer o que quiser na justiça do trabalho, fazendo o juízo se debruçar sobre matéria incontroversa.
Neste sentido vem sendo as decisões dos Tribunais, vejamos:
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. VERBAS QUITADAS. É litigante de má-fé a parte que faz uso do seu direito com finalidade divorciada da qual este se destina, aproveitando-se do processo de forma temerária ao pleitear verbas efetivamente quitadas, com intuito de enriquecimento ilícito. (TRT-1 - RO: 00006347320125010017 RJ, Relator: Marcos Cavalcante, Data de Julgamento: 14/05/2014, Sexta Turma, Data de Publicação: 23/05/2014)
Assim, requer a condenação do reclamante no pagamento de multa por litigância de má-fé no importe de 10% sobre o valor da causa.
CONCLUSÃO
De todo o exposto acima, primeiramente requer a não concessão dos benefícios da justiça gratuita por ausentes os requisitos do art. 790, parágrafo 3º da CLT, bem como a extinção do pedido de equiparação salarial por inépcia da inicial julgando o feito sem resolução de mérito neste particular.
A exclusão da segunda e terceira reclamada nos termos da fundamentação.
Em caso de superada as preliminares arguidas, requer no mérito, a IMPROCEDÊNCIA TOTAL DA AÇÃO por ausência de causa de pedir como explicitado acima.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito em especial prova documental carreada nos autos e testemunhal sem prejuízo de outra que se fizer necessária durante a instrução processual.
Requer ainda a condenação do reclamante no pagamento de honorários sucumbenciais em 15% do valor da causa nos termos do art. 791-A da CLT.
Em caso de eventual condenação, requer seja observada a evolução salarial, os dias efetivamente trabalhados, e as verbas já pagas ao mesmo título a fim de que haja a compensação devida nos termos do art. 368 do CC, art. 767 da CLT e súmulas 18 e 48 do C. TST.
Na condenação, seja fixado como critérios de atualização e correção, os dispostos no art. 883 da CLT e súmula 200 e 381 do C. TST havendo ainda as retenções devidas do IRRF e Contribuições Previdenciárias do empregado.
Requer ainda a condenação do reclamante em multa de 1% sobre o valor da causa pela litigância de má-fé amoldada no art. 80, inciso II, NCPC, pela alteração da verdade fática, bem como nos termos do art. 85 do NCPC no pagamento de honorários advocatícios.
Declara para os efeitos do art. 830, §único da CLT que as cópias que seguem com a defesa são fieis as verdadeiras comprometendo-se este patrono a trazê-las nos autos se necessário.
Termos em que
Pede deferimento

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