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4 MITO DA DEMOCRACIA RACIAL E O RELACIONAMENTO INTER RACIAL NO BRASIL

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MITO DA DEMOCRACIA RACIAL E O RELACIONAMENTO INTER-RACIAL NO BRASIL
Donald Pierson, professor da universidade de Chicago e da Universidade de São Paulo, realizou estudos referente às relações raciais na Bahia. Desses seus estudos, resultou que, no Brasil não existe preconceito racial, fazendo analogia com o sistema norte americano, que segundo ele, existia um rígido sistema de casta, onde se proibia que os negros ingressarem em locais a eles proibidos. Concluiu assim o ilustre Professor:
[...] no Brasil, a cor não impedia os negros de ingressarem em determinados estabelecimentos, como restaurantes, bares e hotéis. Ao constatar o embranquecimento do dinheiro [...], terminou por concluir que inexistiam problemas raciais no Brasil. (PIERSON, 1945 apud KAUFMANN, 2007, p. 108).
Na década de 30, Gilberto Freyre lançou a obra Casa-Grande e Senzala. A importância de tal obra se dá pelo questionamento a época da existência do “ mito da democracia racial”, diante de tal fabula que, no Brasil as relações entre raças são perfeitas, pelo simples fato de não existir o preconceito racial no país. (KAUFMANN,2007). Vejamos um trecho do livro:
“ Perfeita, de modo algum. Agora, que o Brasil é, creio que se pode dizer sem dúvidas, a mais avançada democracia racial do mundo de hoje, isto é. A mais avançada neste caminho de uma democracia racial.
Ainda há, não digo que haja racismo no Brasil, mais ainda há preconceito de raça e de cor entre grupos de brasileiros e entre certos brasileiros individualmente” (FREYRE, DATA. Pg.45)
 
Casa-grande e Senzala, foi um divisor de agua na literatura que tratava do referido tema, pois a maior parte dos autores versavam em premissas pseudocientíficas sobre a inferioridade da raça negra e dos indígenas. Freyre, em Casa-grande e Senzala, positivou a miscigenação das raças, ressaltando a participação dos negros e dos índios no processo de formação do Brasil. (KAUFMANN, 2007).
Ainda que diga que não inexiste uma democracia racial no Brasil, é de extrema importância que esse mito se propague pois, o mito da democracia racial desempenha grande influência na conduta social brasileira, que consequentemente demostra um desprezo para as condutas racistas e discriminatórias.
Vejamos a ótica de Aldo Rebelo (2000):
Os ensaios de Gilberto Freyre nos servem ainda hoje de frondosa vassoura de piaçaba para tanger do nosso terreiro o lixo ideológico que, na forma de multiculturalismo, ensandece a cabeça dos que tentam aportar no Brasil como modelos norte-americanos de combate ao racismo.
É inquestionável que as condutas racistas e discriminatórias são rechaçadas pela grande maioria da população brasileira, porém não podemos afirmar também que no brasil não a que se falar em condutas discriminatórias. Vejamos:
 “Pesquisa realizada pela Folha de São Paulo e pelo Instituto Datafolha aponta que 64% dos negros e 84% dos pardos brasileiros afirmam nunca terem sido vítima de discriminação racial no País”
Contudo, denota-se que o Brasil vivencia uma conduta discriminatória velada, onde esporadicamente se dá de forma tácita e taxativa, mas sim nas entrelinhas, com pequenas condutas que passam despercebidas no cotidiano social.

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