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INFLUENCIA DA GRANULOMETRIA AGREGADO MIÚDO NA TRABALHABILIDADE DO CONCRETO PAULO BENJAMIM MORAIS MARTINS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO BENJAMIM MORAIS MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA AGREGADO MIÚDO NA 
TRABALHABILIDADE DO CONCRETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feira de Santana 
2008 
ii 
 
PAULO BENJAMIM MORAIS MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA DO AGREGADO MIÚDO NA 
TRABALHABILIDADE DO CONCRETO 
 
 
 
 
 
 
Esta monografia é a avaliação do trabalho 
de conclusão de curso realizado pela 
disciplina Projeto Final II do curso de 
Engenharia Civil da Universidade Estadual 
de Feira de Santana, outorgada pelo 
Departamento de Tecnologia e ministrada 
pela professora e coordenadora Eufrosina 
de Azevedo Cerqueira. 
 
Orientador: Prof. Mestre em Estruturas Elvio Antonino Guimarães 
 
 
 
 
 
 
 
Feira de Santana 
2008 
iii 
 
PAULO BENJAMIM MORAIS MARTINS 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA DO AGREGADO MIÚDO NA 
TRABALHABILIDADE DO CONCRETO 
 
 
 
 
A presente monografia foi analisada e 
aprovada pelos membros em destaque, no 
intuito da aprovação do graduando no 
trabalho de conclusão de curso realizado 
pela disciplina de Projeto Final II do curso 
de Engenharia Civil da Universidade 
Estadual de Feira de Santana, outorgada 
pelo Departamento de Tecnologia. 
 
 
 
Feira de Santana , 08 de setembro de 2008. 
 
 
 
 
 
 
Prof. Mestre em Estruturas Elvio Antonino Guimarães 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
 
 
 
 
 
Prof. Mestre Antônio Freitas da Silva Filho 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
 
 
 
 
 
Prof. Especialista Sérgio Tranzillo França 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
 
 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à Deus, 
 a toda minha família em especial, 
meus pais Paulo e Ana, meu 
irmão Léo e minha noiva Nívea. 
 
 
v 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente a Deus; 
 
A minha família, em especial meus pais Paulo e Ana e meu irmão Léo, pelo 
apoio incondicional; 
 
A minha noiva Nívea pelo seu companheirismo e pela sua paciência; 
 
Aos meus amigos e colegas, em especial: Marcus, Valdeque, Roberto, 
Leonardo, Eduardo e Karine por contribuir direta ou indiretamente na realização 
deste trabalho; 
 
Ao Professor Élvio pelas orientações e conhecimento transmitido; 
 
A toda equipe do Labotec pela ajuda e auxílio na realização do programa 
experimental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS ix 
LISTA DE TABELAS x 
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS xi 
RESUMO xii 
ABSTRACT xiii 
1 - INTRODUÇÃO 1 
1.1 - JUSTIFICATIVA E ABRANGÊNCIA DO TEMA 3 
1.2 - OBJETIVOS 3 
 1.2.1 - Objetivo geral 3 
 1.2.2 - Objetivos específicos 4 
1.3 - ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO 4 
1.4 - METODOLOGIA 5 
2 - REVISÃO BIBLOGRÁFICA 7 
2.1 - CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 7 
2.2 - AGREGADOS 9 
 2.2.1 - Propriedades dos Agregados 11 
 2.2.1.1 - Massa especifica e peso unitário 11 
 2.2.1.2 - Absorção e Umidade Superficial 12 
 2.2.1.3 - Composição Granulométrica 13 
 2.2.1.4 - Forma e textura 15 
 2.2.1.5 - Resistência a compressão e módulo de elasticidade 16 
 2.2.1.6 - Substâncias Deletérias 16 
 2.2.1.7 - Estabilidade Dimensional 17 
2.3 - CONCRETO FRESCO 19 
 2.3.1 - Propriedades 20 
2.4 - TRABALHABILIDADE DO CONCRETO FRESCO 20 
 2.4.1 - Medidas de Trabalhabilidade 22 
 2.4.1.1 - Plasticidade 22 
 2.4.1.2 - Tensão de Cisalhamento 23 
 2.4.1.3 - Viscosidade 24 
vii 
 
 2.4.1.4 - Consistência 25 
 2.4.2 - Fatores que influenciam a trabalhabilidade do concreto 25 
 2.4.2.1 - Teor de água/mistura seca 25 
 2.4.2.2 - Propriedade dos agregados 26 
 2.4.2.3 - Aditivos 29 
 2.4.2.4 - Tempo e temperatura 31 
 2.4.2.5 - Tipo de mistura 32 
 2.4.3 - Ensaios para a determinação da trabalhabilidade do concreto 32 
 2.4.3.1 - Ensaio de abatimento do tronco de cone 32 
 2.4.3.2 - Ensaio Vebê 35 
 2.4.3.3 - Ensaio da Penetração de Bola 35 
 2.4.3.4 - Fator de compactação 36 
3 - PROGRAMA EXPERIMENTAL: MATERIAIS E MÉTODOS 37 
3.1 - COLETA DAS AMOSTRAS DAS AREIAS 37 
 3.1.1 - Local da amostragem 37 
 3.1.2 - Número de coletas 38 
 3.1.3 - Armazenamento das amostras 38 
3.2 - CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS AGREGADOS 
MIÚDOS. 38 
 3.2.1 - Aparelhagem utilizada 39 
 3.2.1.1 - Peneiras utilizadas 39 
 3.2.2 - Preparação da amostra para ensaio 40 
 3.2.3 - Execução do ensaio 41 
 3.2.4 - Quantidade de areia avaliada 43 
 3.2.5 - Metodologia empregada 43 
3.3 - ENSAIO DO ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE 44 
 3.3.1 - Caracterização dos materiais 44 
 3.3.1.1 - Agregado 44 
 3.3.1.2 - Material aglomerante 45 
 3.3.1.3 - Traço utilizado 47 
 3.3.2 - Produção do concreto 47 
 3.3.2.1 - Pesagem do material 47 
 3.3.2.2 - Mistura dos materiais 48 
 3.3.3 - Realização do ensaio 49 
viii 
 
 3.3.3.1 - Aparelhagem 49 
 3.3.3.2 - Procedimento de execução 49 
3.4 - RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO SIMPLES 50 
 3.4.1 - Moldagem e cura dos corpos de prova 50 
 3.4.1.1 - Aparelhagem 51 
 3.4.1.2 - Procedimento de moldagem 51 
 3.4.1.3 - Processo de cura 53 
 3.4.2 - Ensaio de compressão axial 53 
 3.4.2.1 - Aparelhagem 53 
 3.4.2.2 - Procedimento 54 
4 - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
EXPERIMENTAIS 57 
4.1 - ESTUDO PRELIMINAR – ANÁLISE DA GRANULOMETRIA DAS 
AREIAS 57 
4.2 - AVALIAÇÃO DO ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE 72 
4.3 - AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 73 
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 75 
5.1 - CONCLUSÕES 75 
5.2 - RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 76 
REFERÊNCIAS 77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Etapas do programa experimental 6 
Figura 2 - Agregados miúdos (VOTORAN, 2007) 9 
Figura 3 - Agregados graúdos (VOTORAN, 2007) 10 
Figura 4 - Influência da relação água/cimento e do teor de agregado 
(ANDRADE, 1997 apud STURMER, 2007) 18 
Figura 5 - Esquema ilustrativo do experimento de Newton para a 
determinação da viscosidade de fluidos (NAVARRO, 1997) 24 
Figura 6 - Molde padrão para o ensaio de abatimento do tronco de cone 
(SOLOTEST,2007) 33 
Figura 7 - Ensaio do abatimento do tronco de cone 34 
Figura 8 - Aparelho para ensaio do Vebê (SOLOTEST, 2007) 35 
Figura 9 - Aparelho para o ensaio da bola de Kelly (SOLOTEST, 2007) 36 
Figura 10 - Peneiras utilizadas no ensaio granulométrico 40 
Figura 11 - Quarteador utilizado no ensaio 43 
Figura 12 - Betoneira utilizada nos ensaios 48 
Figura 13 - Moldes cilíndricos dos corpos-de-prova 51 
Figura 14 - Máquina utilizada para a compressão axial 54 
Figura 15 - Etapas do capeamento dos corpos-de-prova 55 
Figura 16 - Etapas do ensaio de compressão axial 56 
Figura 17 - Curva granulométrica da Areia A 62 
Figura 18 - Curva granulométrica da Areia B 63 
Figura 19 - Curva granulométrica da Areia C 64 
Figura 20 - Curva granulométrica da Areia D 65 
Figura 21 - Curva granulométrica da Areia E 66 
Figura 22 - Curva granulométrica da Areia F 67 
Figura 23 - Comparativo entre as areias analisadas 68 
Figura 24 - Distribuição granulométrica das areias em relação aos limites 
granulométricos da faixa utilizável da NBR 7211/ 2005. 70 
Figura 25 - Distribuição granulométrica das areias em relação aos limites 
granulométricos da faixa ótima da NBR 7211/ 2005. 71 
 
x 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Peneiras das séries normal e intermediária (NBR 7211, 2005) 14 
Tabela 2 - Características dos aditivos (ABCP, 2007) 30 
Tabela 3 - Peneiras utilizadas na caracterização granulométrica 39 
Tabela 4 - Massa Mínima por amostra de ensaio (NBR NM 248, 2003) 41 
Tabela 5 - Dados da granulometria do agregado graúdo utilizado 45 
Tabela 6 - Resultados do ensaio de finura 47 
Tabela 7 - Massa dos materiais utilizados 48 
Tabela 8 - Número de camadas para moldagem dos corpos-de-prova (NBR 
5738, 2003) 52 
Tabela 9 - Dados da granulometria da Areia A 58 
Tabela 10 - Dados da granulometria da Areia B 58 
Tabela 11 - Dados da granulometria da Areia C 59 
Tabela 12 - Dados da granulometria da Areia D 59 
Tabela 13 - Dados da granulometria da Areia E 60 
Tabela 14 - Dados da granulometria da Areia F 60 
Tabela 15 - Grandezas utilizadas na composição granulométrica 61 
Tabela 16 - Classificação das faixas dos agregados miúdos segundo o 
módulo de finura (NBR 7211, 1983) 61 
Tabela 17 - Limites granulométricos de agregado miúdo (NBR 7211, 1983) 
 62 
Tabela 18 - Teor de material dos agregados miúdos passante pelas peneiras 
300 µm e 0,075mm 68 
Tabela 19 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo (NBR 
7211, 2005) 69 
Tabela 20 - Resultados do abatimento para as dosagens feitas com as areias 
C, E e F conforme Tabela 7 72 
Tabela 21 - Resultados da resistência a compressão aos 28 dias para as 
dosagens feitas com as areias C, E e F conforme Tabela 7 74 
 
 
 
xi 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 
 
 
 A% Teor de água/materiais secos 
 a/c Relação água/cimento 
 A Areia A 
 ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
 ASTM American Society for Testing and Materials 
 B Areia B 
 C Areia C 
 Dmáx Diâmetro máximo do agregado 
 D Areia D 
 E Areia E 
 fck Resistência a compressão aos 28 dias 
 F Areia F 
 MF Módulo de Finura 
 M1 Massa da amostra 1 
 M2 Massa da amostra 2 
 NBR Norma Brasileira 
 NM Norma Mercosul 
 UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana 
 τo Limite de cisalhamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xii 
 
 
RESUMO 
 
 
Para se obter um concreto endurecido de boa qualidade, é necessário que ele 
seja tratado cuidadosamente na fase plástica, uma vez que as deficiências 
geradas nesta fase resultarão em prejuízos para o concreto endurecido, 
comprometendo a sua durabilidade. Tem-se então a trabalhabilidade como 
uma propriedade significativa do concreto fresco, indicando a facilidade com 
que o concreto pode ser lançado e adensado sem segregação. A obtenção de 
um concreto com trabalhabilidade adequada, ao contrário do que se imagina, 
não depende unicamente da quantidade de água utilizada ou aditivo, mas 
também da seleção e proporção adequada dos materiais. Dentre os ensaios 
que indicam a trabalhabilidade, o abatimento do tronco de cone é o mais 
utilizado, por fornecer uma metodologia simples, de forma a controlar a 
uniformidade da produção do concreto determinando a fluidez e a consistência. 
Desta forma realizou-se um estudo com o objetivo de analisar a influência das 
propriedades do agregado miúdo na trabalhabilidade o concreto. As areias, 
provenientes da cidade de Feira de Santana e regiões circunvizinhas, foram 
analisadas granulometricamente, buscando identificar diferenças em suas 
curvas granulométricas, módulos de finura e teor de finos. Com cada areia 
selecionada foi produzido três concretos, mantendo constantes todos os outros 
elementos constituintes inclusive a relação água/cimento, onde foi determinado 
o abatimento pelo ensaio do abatimento do tronco de cone e posteriormente, a 
resistência à compressão. Os testes mostraram que, à medida que se utilizava 
agregados com baixo teor de finos foi-se obtendo abatimentos menores. Os 
resultados do trabalho permitiram concluir que para os componentes estudados 
quanto menor o teor de finos do agregado, para um mesmo traço, menor 
abatimento terá o concreto. 
 
Palavras chave: agregado miúdo, concreto fresco, trabalhabilidade 
 
 
 
 
xiii 
 
 
ABSTRACT 
 
 
A hardened concrete with good quality can be obtained using a careful 
treatment in the plastic phase. The imperfections formed in that phase provides 
damages in the hardened concrete and it can influence its durability. Workabilty 
is an important property in fresh concrete because this property shows the 
facility of casting and vibration without segregation. A concrete with suitable 
workability depends not only of the water content or additive, but also of the 
right selection and proportion of the materials. Slump test is the experimental 
study more applied to measure the workability because this test has a sample 
procedure and it is possible to control the production uniformity of concrete 
determining the fluency and consistence. A study was carried out aiming at 
analyzing the effect of fine aggregates properties on concrete workability. The 
sands were from Feira de Santana and adjacent regions. The granulometry 
were studied with the goal to identify the differences in granulometric curves, 
module of fineness and fine content. It was made three kinds of concrete with 
the selected sands. The quantity of other materials was the same, including the 
water/cement ratio. The slump was determined with the slump test and, later, 
the compressive strength test was made. According to the results and for those 
studied materials, the low content of fine aggregates provides a little slump of 
concrete using the same mixture composition. 
 
Key-words: fine aggregates, fresh concrete, workability. 
 
1 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
 
A trabalhabilidade do concreto fresco determina a facilidade com a qual um concreto 
pode ser manipulado sem segregação. De todas as formas, um concreto que seja 
difícil de lançar e adensar não só aumentará o custo de manipulação como também 
terá resistência, durabilidade e aparência, inadequadas. De forma similar, misturas 
com elevada segregação e exsudação, são mais difíceis e mais caras na hora do 
acabamento e fornecerão concretomenos durável. Portanto trabalhabilidade pode 
afetar tanto o custo quanto à qualidade do concreto (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
A trabalhabilidade de um concreto fresco pode ser influenciada por diversos fatores, 
como as características do cimento e dos agregados presentes na mistura, a 
presença de qualquer adição química e mineral, a sinergia entre os vários materiais 
constituintes etc. Assim, diversos fatores devem ser considerados e a situação é 
posteriormente complicada pelo fato de que existem interações entre eles, isto é, os 
fatores não são independentes um dos outros em seus efeitos (CASTRO & 
LIBORIO, 2003). 
 
A consistência do concreto, uma importante medida da trabalhabilidade, está 
suscetível a influência de determinados fatores, e é através desses fatores que a 
trabalhabilidade é controlada, tais como: quantidade de água, teor de cimento, 
granulometria dos agregados e outras características físicas, aditivos e outros 
fatores que afetam a perda de abatimento. Fixando o teor de água e outras 
proporções da mistura, determina-se a trabalhabilidade pelo tamanho máximo do 
agregado, sua granulometria, forma e textura. Quanto maior a relação água/cimento, 
mais fina será a granulometria necessária para uma maior trabalhabilidade. O 
tamanho das partículas dos agregados, em especial, dos agregados miúdos, 
influenciam de forma efetiva na obtenção de uma determinada consistência do 
concreto (NEVILLE, 1997). 
 
Uma miríade de procedimentos de ensaios para determinar a trabalhabilidade tem 
sido desenvolvida para pesquisa, dosagem e uso de campo. A grande maioria 
2 
 
desses métodos nunca tem encontrado qualquer uso além de um ou dois estudos 
iniciais. Com a exceção do extensamente usado ensaio de abatimento do tronco de 
cone, os poucos métodos que têm sido estudados extensivamente, geralmente não 
têm ganhado aceitação no meio. Até mesmo com o aumento em conhecimento da 
reologia do concreto, este ensaio permanece sendo, predominantemente, o método 
de ensaio usado para avaliar a trabalhabilidade (KOEHLER et al., 2003). 
 
A obtenção de um concreto com trabalhabilidade adequada, ao contrário do que se 
imagina, não depende unicamente da quantidade de água utilizada. Nem sempre o 
acréscimo de água na mistura leva a uma maior trabalhabilidade, podendo, muitas 
vezes, levar à exsudação, à segregação, ou simplesmente, a um aumento do 
abatimento. A trabalhabilidade depende de uma seleção e proporção adequada dos 
materiais e muitas vezes do uso de adições e aditivos. Os teores de pasta, de 
argamassa e de agregados, em função da trabalhabilidade desejada, devem ser 
compatibilizados. Isto se consegue mediante o conhecimento das características de 
cada componente e de seu proporcionamento correto na mistura. 
 
O foco de medida da trabalhabilidade mudou muitas vezes durante os anos. Quando 
o ensaio de abatimento do tronco de cone foi desenvolvido no princípio do século 
XX, os pesquisadores em concreto estavam começando a reconhecer a importância 
do teor de água na previsão da resistência do concreto. O ensaio de abatimento do 
tronco de cone dá uma indicação do teor de água, e assim a resistência do concreto 
endurecido. A possibilidade de se melhorar resistência do concreto controlando 
consistência representou um novo avanço para a indústria do concreto. O ensaio de 
abatimento do tronco de cone foi adotado rapidamente devido a sua simplicidade. 
Rapidamente, a indústria do concreto percebeu a incapacidade do ensaio de 
abatimento do tronco de cone para representar completamente a trabalhabilidade e, 
após de vários anos da introdução desse ensaio foram feitas várias tentativas para 
desenvolver ensaios melhores e mais completos (POWERS, 1968). Embora tenham 
sido desenvolvidos numerosos métodos de ensaio desde os anos vinte, desde que 
os pesquisadores estabeleceram o concreto como um fluido de Bingham, surgiu a 
avaliação da reologia do concreto fundamentada nas curvas de fluxo em termos de 
tensão de cisalhamento e taxa cisalhamento (TATTERSALL & BANFILL, 1983). 
3 
 
1.1 - JUSTIFICATIVA E ABRANGÊNCIA DO TEMA 
 
 
Muitos são os intervenientes que afetam a qualidade do concreto de cimento 
Portland. O estudo do concreto no seu estado fresco é de vital importância para a 
garantia das suas propriedades no estado endurecido. 
 
O esforço necessário para se manipular uma quantidade de concreto fresco com 
uma perda mínima de homogeneidade é determinado por uma propriedade de suma 
importância: a trabalhabilidade. É muito clara a sua importância, pois uma mistura 
que não pode ser lançada nem adensada com um mínimo de energia, não 
apresentará resistência, durabilidade e relação de custo-benefício, adequados. 
 
Dentre os diversos fatores que afetam a trabalhabilidade é necessário compreender 
e registrar a partir de ensaios laboratoriais, a influência dos agregados, mais 
precisamente dos agregados miúdos, os quais podem atuar ativamente na 
consistência do concreto. 
 
Portanto, apesar de não ser uma medida que abranja todos os aspectos da 
trabalhabilidade, o ensaio de Abatimento do Tronco de Cone é bastante usado, além 
de ser um ensaio de fácil execução, apresentando uma satisfatória medida da 
consistência de um concreto. Essa metodologia é bem aceita na construção civil, 
sendo bastante utilizada no controle da uniformidade da produção de concretos. 
 
 
1.2 - OBJETIVOS 
 
 
1.2.1 - Objetivo geral 
 
 
Identificar a influência das características granulométricas do agregado miúdo na 
trabalhabilidade do concreto fresco. 
4 
 
1.2.2 - Objetivos específicos 
 
 
Avaliar a influência da distribuição granulométrica dos agregados miúdos na 
trabalhabilidade. 
 
Analisar a influência do teor de finos dos agregados miúdo na trabalhabilidade. 
 
Avaliar a trabalhabilidade do concreto fresco através dos resultados do ensaio de 
abatimento do tronco de cone. 
 
Verificar o enquadramento dos agregados miúdos utilizados no ensaio e extraídos 
em Feira de Santana e regiões circunvizinhas, nos padrões das Normas Brasileiras 
e seus efeitos na trabalhabilidade. 
 
 
1.3 - ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO 
 
 
Para atingir os objetivos propostos, este trabalho encontra-se estruturado em cinco 
capítulos, sendo o presente capítulo o primeiro deles, que possui caráter introdutório 
onde estão inseridos a importância do tema e seus objetivos. 
 
No segundo capítulo, faz-se uma abordagem dos principais aspectos, tais como: 
uma breve introdução do concreto de cimento Portland, das características e 
propriedades dos agregados, das propriedades do concreto fresco e dos fatores que 
influenciam e os ensaios que determinam a trabalhabilidade do concreto fresco. 
 
O programa experimental está descrito no capítulo três, onde se apresenta as 
variáveis e condições fixas estudadas, a caracterização dos materiais e as 
metodologias empregadas para a determinação da trabalhabilidade. 
 
5 
 
O quarto capítulo apresenta os resultados obtidos no programa experimental e suas 
discussões. Neste capítulo analisa-se a influência dos agregados miúdos para a 
determinação da trabalhabilidade do concreto. 
 
No quinto e último capítulo, são apresentadas as conclusões finais do estudo em 
questão como também são sugeridos alguns temas para estudos futuros. 
 
 
1.4 - METODOLOGIA 
 
 
A metodologia adotada para o desenvolvimento deste trabalho seguirá as seguintes 
etapas: 
 
• Revisão bibliográfica dos assuntos pertinentes e relacionado ao tema; 
 
• Comparativo entre algumas areias encontradas em Feira de Santana e 
regiões circunvizinhas, com granulometrias diferentes, a fim de se verificar em 
laboratórios suas principais características, tais como: composição 
granulométrica, módulo de finura e teor de finos. 
 
• Verificar a influência das propriedadesdo agregado miúdo na trabalhabilidade 
do concreto, a partir do ensaio de abatimento do tronco de cone. 
 
As etapas a serem seguidas no programa experimental podem ser representadas na 
Figura 1. 
6 
 
 
Figura 1 - Etapas do programa experimental 
 
 
7 
 
2 - REVISÃO BIBLOGRÁFICA 
 
 
2.1 - CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 
 
 
Cimento na acepção da palavra pode ser considerado todo material com 
propriedades adesivas e coesivas capaz de unir fragmentos de minerais entre si de 
modo a formar um todo compacto. Já no campo da construção, o significado do 
termo “cimento” se restringe aos materiais ligantes usados com pedra, areia, tijolos, 
blocos etc. Os constituintes principais deste tipo de cimento são os calcários, de 
modo que na engenharia civil e na construção se pensa em cimento calcário. Os 
cimentos que interessam no preparo do concreto têm a propriedade de endurecer 
mesmo dentro da água, devido às reações químicas com esse elemento, e, 
portanto, são denominados cimentos hidráulicos (NEVILLE, 1997). 
 
A utilização do cimento é bem antiga, sendo utilizado pelos egípcios a partir do 
gesso impuro calcinado. Os gregos e romanos considerados responsáveis pela 
fabricação do primeiro concreto da história, utilizaram calcário calcinado e 
aprenderam posteriormente, a misturar cal e água, areia e pedra fragmentada, tijolos 
ou telhas em cacos. Os romanos produziam um tipo de concreto com cinza 
vulcânica (pozolana natural) e cal que permitia a moldagem e a soldagem de peças 
formadas por grandes blocos de pedra. Segundo NEVILLE (1997), a sílica ativa e a 
alumina das cinzas reagiam com a cal produzindo o que hoje é chamado de cimento 
pozolânica. 
 
O engenheiro John Smeaton, por volta de 1756, procurava um aglomerante que 
endurecesse mesmo em presença de água, de modo a facilitar o trabalho de 
reconstrução do farol de Edystone, na Inglaterra. Em suas tentativas, verificou que 
uma mistura calcinada de calcário e argila tornava-se, depois de seca, tão resistente 
quanto as pedras utilizadas nas construções. Coube a John Aspdin, em 1824, 
patentear a descoberta, batizando-a de cimento Portland, numa referência à 
Portlandstone, tipo de pedra arenosa muito usada em construções na região de 
8 
 
Portland, Inglaterra. No pedido de patente constava que o calcário era moído com 
argila, em meio úmido, até se transformar-se em pó impalpável. A água era 
evaporada pela exposição ao sol ou por irradiação de calor através de cano com 
vapor. Os blocos da mistura seca eram calcinados em fornos e depois moídos bem 
finos. 
 
O processo de fabricação do cimento portland consiste essencialmente em moer a 
matéria- prima, misturá-las intimamente nas proporções adequadas e queimar essa 
mistura num grande forno rotativo até uma temperatura de 1450 ºC. Nessa 
temperatura, o material sofre uma fusão incipiente formando pelotas, conhecidas 
como clínquer. O clínquer é resfriado e moído até um pó bem fino com a adição de 
um pouco de gesso, resultando o cimento Portland comercial largamente usado em 
todo Brasil (NEVILLE, 1997). 
 
Concreto de Cimento Portland é o material resultante da mistura, em determinadas 
proporções, de um aglomerante - cimento Portland - com um agregado miúdo - 
geralmente areia lavada -, um agregado graúdo - geralmente brita - e água. Pode-se 
ainda, se necessário, usar aditivos. É constituído principalmente de material calcário, 
como rocha calcária ou gesso, e alumina e sílica, encontrados como argilas ou xisto. 
 
Concreto é uma mistura homogênea de cimento Portland com água e agregados, 
que depois de endurecida adquire estabilidade e resistência. Pode incorporar outros 
componentes, na busca da melhoria de qualidades específicas. A produção de um 
concreto que atenda adequadamente a todas as características necessárias só é 
possível quando se utilizam materiais componentes de qualidade. O 
proporcionamento entre eles e os processos de mistura, transporte, lançamento e 
cura também são fundamentais. 
 
Atualmente, a proporção em que o concreto é usado é muito diferente do que o era 
há 30 anos. Estima-se que o atual consumo mundial de concreto é da ordem de 5,5 
bilhões de toneladas por ano. Apesar de não ser tão resistente nem tão tenaz 
quanto o aço, é o material mais largamente usado na engenharia. O concreto possui 
excelente resistência à água, ao contrário da madeira e do aço comum, possuindo 
9 
 
uma ótima capacidade de resistir à água, sem deterioração séria, sendo um material 
ideal para estruturas destinadas a controlar, estocar e transportar água. 
 
 
2.2 - AGREGADOS 
 
 
Segundo a definição da NBR 7225/1993, agregado é o material natural, de 
propriedades adequadas ou obtido por fragmentação artificial de pedra, de dimensão 
nominal máxima inferior a 100mm e de dimensão nominal mínima igual ou superior a 
0,075mm. Inclui, portanto, agregado graúdo e agregado miúdo. 
 
A NBR 7211/2005 fixa as características exigíveis na recepção e produção de 
agregados, miúdos e graúdos, de origem natural, encontrados fragmentados ou 
resultantes da britagem de rochas. Dessa forma, define agregado miúdo (Figura 2) 
como os agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 
4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 µm. Define ainda 
agregado graúdo (Figura 3) os agregados cujos grãos passam por uma peneira de 
malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira de 
4,75 mm. 
 
 
Figura 2 - Agregados miúdos (VOTORAN, 2007). 
10 
 
 
Figura 3 - Agregados graúdos (VOTORAN, 2007). 
 
 
Como pelo menos três quartas partes do volume do concreto são ocupadas pelos 
agregados, não surpreende que a sua qualidade seja de considerável importância. O 
agregado não só pode influenciar a resistência do concreto, pois agregados com 
propriedades indesejáveis podem não apenas produzir um concreto pouco 
resistente, mas também podem comprometer a durabilidade e o desempenho 
estrutural do concreto (NEVILLE, 1997). 
 
Agregado é todo material granular, sem forma e volume definidos, geralmente inerte 
de dimensões e propriedades adequadas para a engenharia. Os agregados 
conjuntamente com os aglomerados, especificamente o cimento, formam o principal 
material de construção; o concreto. Eles desempenham um importante papel nas 
argamassas e concretos, quer do ponto de vista econômico, quer do ponto de vista 
técnico, e exercem influência benéfica sobre algumas características importantes, 
como: retração, aumento da resistência ao desgaste, etc., sem prejudicar a 
resistência aos esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm 
resistência superior à da pasta do aglomerante (PETRUCCI, 1982). 
 
A influência do agregado na resistência do concreto geralmente não é levada em 
conta. Ela não é normalmente um fator determinante na resistência do concreto 
porque, à exceção dos agregados leves, a partícula do agregado é várias vezes 
mais resistente que a matriz e a zona de transição. Existem, contudo, outras 
características do agregado além da resistência, tais como o tamanho, forma e 
textura da superfície, granulometria (distribuição granulométrica e mineralógica), que 
reconhecidamente influem na resistência do concreto em vários níveis (MEHTA & 
MONTEIRO, 1994). 
11 
 
A areia utilizada como agregado deve satisfazer aos requisitos estabelecidos pelas 
normas técnicas, como a resistência aos esforços mecânicos, o conteúdo máximo 
de substâncias nocivas, tais como torrões de argila, matérias carbonosas, material 
pulverulento e impurezas orgânicas. Outras características de qualidade devem ser 
investigadas em caso de areias de jazidas pouco conhecidas, como a resistência 
aos sulfatos de sódio e magnésio e a reatividade potencial, que se refere as reações 
de interação entre os álcalisdo cimento e o agregado. Aspectos importantes a 
serem considerados são o módulo de finura, a área específica, a forma dos grãos e 
a composição granulométrica (HANAI, 1992 apud ARMANGE, 2005). 
 
 
2.2.1 - Propriedades dos Agregados 
 
 
2.2.1.1 - Massa especifica e massa unitária. 
 
 
Para o material sob a forma de agregado miúdo deve-se levar em consideração o 
conceito de duas espécies de massa específica: a massa específica real e a massa 
específica aparente. A massa específica real dos grãos é a massa da unidade de 
volume, excluindo deste os vazios permeáveis e os vazios entre os grãos; sua 
determinação é feita através do picnômetro, da balança hidrostática e frasco de 
Chapman. Já a massa específica aparente é o peso da unidade de volume, incluindo 
neste os vazios, permeáveis ou impermeáveis, contidos nos grãos (PETRUCCI, 
1982). 
 
O conhecimento da massa unitária do agregado é de grande importância, pois é por 
meio dela que se fazem as transformações dos traços em peso para volumes e vice-
versa, bem como é um dado interessante para o cálculo do consumo do material 
empregado por m³ de concreto. Portanto, é o massa de certo volume de agregado, 
incluindo o vazio entre os grãos (BAUER, 1995). 
 
 
12 
 
2.2.1.2 - Absorção e Umidade Superficial 
 
 
Os agregados podem apresentar vários estados de umidade. Quando todos os 
poros permeáveis estão preenchidos e não há um filme de água na superfície, o 
agregado é dito estar na condição saturada superfície seca (SSS); quando o 
agregado está saturado e também há umidade livre na superfície, o agregado está 
na condição úmida ou saturada (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
Portanto, a absorção pode ser entendida como o aumento da massa do agregado, 
devido ao preenchimento dos seus poros por água, e a umidade superficial como a 
quantidade de água em excesso, além da requerida para a condição saturada 
superfície seca. 
 
O conhecimento do teor de umidade é de extraordinária importância no estudo dos 
agregados miúdos. Como os agregados miúdos são entregues em obra mais ou 
menos úmidos, isto obriga a determinações periódicas de seu teor de umidade, para 
corrigir a quantidade de água que deverá ser empregada na confecção das 
argamassas e concretos, levando em conta á água carregada pelo agregado, bem 
como o reajuste das quantidades do material, quer medido em peso, quer medido 
em volume, sendo neste caso a medida influenciada pelo fenômeno do inchamento 
(PETRUCCI, 1982). 
 
A presença de umidade no agregado necessita de correção das proporções reais da 
mistura: a massa de água adicionada à mistura deve ser diminuída da umidade livre 
do agregado e a massa do agregado úmido deve ser aumentada de igual 
quantidade. No caso da areia, existe um segundo efeito da presença da umidade: o 
inchamento. É o aumento de volume de uma dada massa de areia devido às 
películas de água deslocando as partículas tendendo a separá-las. Embora não 
altere a quantificação dos materiais em massa, na quantificação em volume, o 
inchamento resulta uma menor massa de areia ocupando o mesmo volume em uma 
caixa de medida (padiola). Por essa razão a mistura se apresenta com falta de 
agregado miúdo, aparentemente com excesso de pedra, e o concreto pode tender a 
segregação. Também fica reduzido o volume do concreto (NEVILLE, 1997). 
13 
 
O coeficiente de inchamento serve para medir o inchamento sofrido por uma massa 
de agregado. Esse coeficiente é dado pela relação entre o volume final úmido e o 
volume inicial seco. A umidade crítica é aquela a partir da qual o coeficiente de 
inchamento é considerado constante (HELENE & TERZIAN, 1992). 
 
 
2.2.1.3 - Composição Granulométrica 
 
 
Composição granulométrica é a distribuição das partículas dos materiais granulares 
entre várias dimensões, e é usualmente expressa em termos de porcentagens 
acumuladas maiores ou menores do que cada uma das aberturas de uma série de 
peneiras, ou de porcentagens entre certos intervalos de abertura das peneiras 
(MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
A composição granulométrica, isto é, a proporção relativa expressa em forma de 
porcentagem (%) em que se encontram os grãos de certos agregados, tem 
importante influência sobre a qualidade dos concretos, agindo na compacidade e 
resistência (HELENE & TERZIAN, 1992). 
 
Segundo a NBR 7211/2005, a dimensão máxima característica do agregado é a 
grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado, correspondente à 
abertura de malha quadrada, em milímetros, da peneira listada na Tabela 1, à qual 
corresponde uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 
5% em massa. 
 
A dimensão máxima do agregado é, convenientemente, designada pela dimensão 
da abertura da peneira, na qual ficam retidos 15 por cento ou menos das partículas 
do agregado. Em geral, quanto maior a dimensão máxima do agregado, menor será 
a área superficial por unidade de volume, que tem de ser coberta pela pasta de 
cimento, para uma dada relação água/cimento (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
A NBR 7211/2005 ainda traz a definição do módulo de finura como a soma das 
porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série 
14 
 
normal, dividida por 100. As peneiras tanto da série normal quanto da intermediária 
são identificadas na Tabela 1. 
 
Tabela 1 - Peneiras das séries normal e intermediária (NBR 7211, 2005) 
Série Normal Série Intermediária 
75 mm - 
- 64 mm 
- 50 mm 
37,5 mm - 
- 32 mm 
- 25 mm 
19 mm - 
- 12,5 mm 
9,5 mm - 
- 6,3 mm 
4,75 mm - 
2,36 mm - 
1,18 mm - 
600 µm - 
300 µm - 
150 µm - 
 
 
A areia, conforme sua distribuição granulométrica e seu módulo de finura (MF), de 
acordo com a NBR 7211/1983, pode ser classificada como: 
 
• muito finas – 1,35 < MF < 2,25; 
• finas – 1,71 < MF < 2,78; 
• médias – 2,11 < MF < 3,28; 
• grossas – 2,71 < MF < 4,02. 
 
O resultado de uma análise granulométrica pode ser interpretado muito mais 
facilmente quando representado graficamente. Com a curva granulométrica é 
possível ver, num simples relance, se a granulometria da amostra se enquadra em 
15 
 
uma especificação, ou se é muito grossa ou muito fina, ou deficiente em um 
determinado tamanho. Nas curvas granulométricas normalmente usadas, as 
ordenadas representam as porcentagens acumuladas passantes e as abscissas, as 
aberturas das peneiras em escala logarítmica. Como as aberturas das peneiras, em 
uma série padrão, estão em uma razão constante 1:2, um gráfico logarítmico mostra 
estas aberturas com espaçamentos iguais (NEVILLE, 1997). 
 
 
2.2.1.4 - Forma e textura 
 
 
A forma e a textura das partículas dos agregados influenciam mais as propriedades 
no concreto fresco do que no endurecido; comparadas às partículas lisas e 
arredondadas, as partículas de textura áspera, angulosas e alongadas requerem 
mais pasta de cimento para produzir misturas trabalháveis e, portanto, aumentam o 
custo do concreto (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
A forma diz respeito às características geométricas, tais como arredondada, 
angulosa ou achatada. Partículas formadas por atrito tendem a ser arredondadas, 
pela perda de vértices e arestas, como por exemplo, areias de depósitos eólicos, 
assim como areias e pedregulhos de zonas marítimas ou leitos de rio. Agregados de 
rochas intrusivas britadas, como calcários estratificados e folhelho, possuem vértices 
e arestas bem definidos e são chamados de angulosos. Aquelas partículas cuja 
espessura é relativamente pequena em relação a outras dimensões, são chamadas 
de lamelares ou achatadas, enquanto aquelas cujo comprimento é 
consideravelmente maior do que as outras duas dimensões são chamadas de 
alongada (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
No caso do agregado miúdo, sua forma e textura superficial têm um efeito 
significativosobre a demanda de água de amassamento da mistura, enquanto a 
lamelaridade e a forma do agregado graúdo geralmente têm um efeito apreciável 
sobre a trabalhabilidade do concreto (NEVILLE, 1997). 
 
16 
 
Há evidências de que, pelo menos nas primeiras idades, a resistência do concreto, 
particularmente a resistência à flexão, pode ser afetada pela textura do agregado; 
uma textura mais áspera parece favorecer a formação de uma aderência mecânica 
forte entre a pasta de cimento e o agregado. Em idades mais avançadas, com o 
desenvolvimento de uma forte aderência química entre a pasta e o agregado, esse 
efeito pode não ser tão importante (MAIA, 2008). 
 
 
2.2.1.5 - Resistência a compressão e módulo de elasticidade 
 
 
A resistência à compressão e o módulo de elasticidade dos agregados são 
propriedades inter-relacionadas, que são influenciadas pela porosidade. Os 
agregados naturais comumente usados para a produção de concreto normal são 
geralmente densos e resistentes; portanto, raramente são fatores limitantes da 
resistência e propriedades elásticas do concreto endurecido (MEHTA & MONTEIRO, 
1994). 
 
Andrade (1997) apud Sturmer (2007) acredita que para concretos em geral, o 
modulo de elasticidade do agregado está ligado à retração por secagem. Quanto 
menor o módulo de elasticidade do agregado, maiores deformações devidas à 
retração o concreto apresentará. Por conseqüência, se houver alguma restrição 
impedindo a descarga das tensões geradas a partir dessa deformação, o concreto 
estará mais susceptível à fissuração. Concretos com menor módulo de elasticidade 
também apresentarão maior fluência. Dessa forma as tensões advindas da variação 
térmica serão minimizadas. 
 
 
2.2.1.6 - Substâncias Deletérias 
 
 
Substâncias deletérias são aquelas que estão presentes como constituintes 
minoritários, tanto nos agregados graúdos quanto nos miúdos, mas que são capazes 
de prejudicar a trabalhabilidade, a pega e endurecimento e as características da 
17 
 
durabilidade do concreto. Tanto para agregados miúdos quanto graúdos, a ASTM C 
33 exige que “agregado para uso em concreto, que será submetido à imersão em 
água, exposição prolongada à atmosfera úmida, ou contato com solo úmido, não 
deve conter quaisquer materiais que sejam potencialmente reativos com os álcalis 
do cimento, em quantidade suficiente para causar expansão; a menos que tais 
materiais estejam presentes em quantidades desprezíveis, o agregado pode ser 
usado com um cimento contendo menos de 0,6% de álcalis ou com a adição de um 
material que tenha mostrado evitar a expansão nociva da reação álcali-agregado 
(MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
Segundo NEVILLE (1997), há três grandes categorias de substâncias deletérias que 
podem ser encontradas nos agregados: impurezas que interferem com o processo 
de hidratação do cimento; películas que impedem a aderência efetiva entre o 
agregado e a pasta de cimento hidratada, e algumas partículas que são fracas ou 
não sãs. Todo o agregado ou parte dele também pode ser prejudicial devido a 
reações químicas com a pasta de cimento. 
 
 
2.2.1.7 - Estabilidade Dimensional 
 
 
As deformações no concreto, que freqüentemente levam à fissuração, ocorrem 
como resultado da resposta do material à carga externa e ao meio ambiente. Quanto 
o concreto recém-endurecido (seja carregado ou sem carga) é exposto à 
temperatura e à umidade do ambiente, ele geralmente sofre contração térmica 
(deformação de contração associada ao resfriamento) e retração por secagem 
(deformação de retração associada com a perda de umidade). Um dos parâmetros 
importantes que influenciam tanto a retração por secagem quanto a contração 
térmica é o agregado (METHA & MONTEIRO, 1994). 
 
Para Mehta & Monteiro (1994) o consumo de cimento e água no concreto não possui 
influência direta na retração por secagem. Isso porque o aumento no volume da 
pasta de cimento significa um decréscimo da fração de agregado, que por sua vez, 
propicia um aumento nas deformações relativas à retração. Para ele, a 
18 
 
granulometria, dimensão máxima, forma e textura do agregado também são 
consideradas fatores que influenciam a retração por secagem e a fluência. O módulo 
de deformação do agregado tem significativa importância; as outras características 
do agregado influenciam indiretamente , através do seu efeito no conteúdo de 
agregado do concreto ou na capacidade de adensamento da mistura. 
 
Ao analisar-se dois concretos, sendo que ambos possuem a mesma resistência e 
contém o mesmo tamanho de agregado, porém, o primeiro possui maior quantidade 
de agregado (menor trabalhabilidade) e o segundo possui menos quantidade de 
agregado (maior trabalhabilidade). Verificou-se que o primeiro apresentou menor 
retração mantendo-se a relação água/cimento constante (ANDRADE, 1997 apud 
STURMER, 2007). A influência da relação água/cimento e do teor de agregado pode 
ser reunida na Figura 4. Segundo Andrade (1997) apud Sturmer (2007), para um 
mesmo fator água/cimento, a retração aumenta agressivamente quando o volume 
em percentagem de agregado diminui. 
 
 
Figura 4 - Influência da relação água/cimento e do teor de agregado 
(ANDRADE, 1997 apud STURMER, 2007). 
 
 
 
19 
 
2.3 - CONCRETO FRESCO 
 
 
Entende-se como concreto fresco, o concreto no estado plástico, antes do 
endurecimento. Ainda que suas propriedades no estado fresco sejam de maior 
interesse para a aplicação, sabe-se que elas estão relacionadas e têm grande 
implicação nas propriedades do concreto endurecido. Algumas propriedades do 
concreto endurecido dependem fundamentalmente de suas características enquanto 
no estado fresco. 
 
Segundo BAUER (1995), o concreto fresco é constituído dos agregados miúdo e 
graúdo envolvidos por pasta de cimento e espaços cheios de ar. A pasta por sua 
vez, é composta essencialmente de uma solução aquosa e grãos de cimento. O 
conjunto pasta e espaços cheios de ar é moderadamente chamado de matriz. Os 
valores da resistência e de outras propriedades do concreto endurecido são 
limitados pela composição da matriz, particularmente pelo seu teor de cimento. Essa 
composição pode ser expressa pela relação vazios/cimento ou pelo seu inverso, 
considerando-se como vazios o volume de ar e água da matriz. Na maioria dos 
casos, os vazios são ocupados principalmente por água, o que torna possível 
estabelecer a composição da matriz em termos de fator água/cimento. 
 
O concreto fresco é uma mistura de multicomponentes constituída por cimento, 
água, agregado miúdo e graúdo e adições químicas e minerais, tais como o aditivo 
superplastificante e a sílica ativa. Quando a água é adicionada à mistura de sólidos, 
ele se transforma em uma mistura de concreto fresco que, com o decorrer do tempo, 
endurece e se torna um material resistente devido às reações de hidratação do 
cimento que acontecem no concreto (CASTRO & LIBÓRIO, 2003). 
 
Tendo em vista a qualidade do concreto endurecido, as propriedades desejáveis 
para o concreto fresco são as que asseguram a obtenção de mistura de fácil 
transporte, lançamento e adensamento, sem segregação, e que, depois do 
endurecimento, se apresenta homogênea, com o mínimo de vazios (BAUER, 1995). 
 
 
20 
 
2.3.1 - Propriedades 
 
 
As propriedades do concreto diferem conforme o seu estado, se fresco ou 
endurecido. O concreto fresco deve ter trabalhabilidade, homogeneidade, coesão e 
segregação de água. No estado endurecido, deve apresentar resistência à 
compressão, à tração e à abrasão, impermeabilidade, elasticidade e durabilidade. 
 
A trabalhabilidade define a maior ou menor facilidade de lançamento do concreto e 
sua aptidão de adensar-se em função das condições locais. A homogeneidade, por 
sua vez, garante a manutenção das características do concreto em toda a massa, 
duranteseu manuseio, sem variações acentuadas. A coesão é a propriedade que 
mantém a composição nas etapas de transporte, lançamento e adensamento, já que 
o concreto é composto de materiais com características físicas muito diferentes, e há 
uma tendência de separação deles (segregação). A segregação de água garante a 
eliminação rápida, e desejável, do excesso de água do amassamento. Esse excesso 
de água tem função transitória, apenas para o início da concretagem. 
 
Depois de endurecido o concreto, a resistência mecânica é uma das propriedades 
mais importantes, que abrange a resistência à compressão e a resistência à 
abrasão. A impermeabilidade define a resistência do concreto à penetração de água 
e agentes agressivos. E a elasticidade determina o comportamento elástico do 
concreto face à atuação de forças externas. É medida pelo módulo de elasticidade, 
que poderá ter diversas variações em função da atuação dos esforços e suas 
naturezas. Por fim, a durabilidade se confirma quando o concreto mantém suas 
propriedades fundamentais ao longo do tempo. 
 
 
2.4 - TRABALHABILIDADE DO CONCRETO FRESCO 
 
 
A importância da trabalhabilidade em tecnologia do concreto é obvia. Ela é uma das 
propriedades básicas que devem ser atendidas. Independente da sofisticação 
usadas nos procedimentos de dosagem e outras considerações, tais como custo, 
21 
 
uma mistura de concreto que não possa ser lançada facilmente ou adensada em sua 
totalidade provavelmente não fornecerá as características de resistência e 
trabalhabilidade esperadas (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
A trabalhabilidade deve ser definida como uma propriedade física inerente ao 
concreto sem referência às circunstâncias de um tipo particular de construção e que 
determina a facilidade de lançamento e adensamento do concreto, com ausência de 
segregação. A forma de adensamento do concreto deve ser considerada. Seja o 
adensamento feito por apiloamento ou por vibração, o processo consiste 
essencialmente na eliminação do ar aprisionado até se chegar a uma configuração 
mais próxima do que é possível se conseguir para a mistura. Assim, a energia é 
usada para anular o atrito entre as partículas que constituem o concreto, bem como 
entre elas e as superfícies da fôrma e da armadura. Essas forças podem ser 
denominadas atrito interno e atrito superficial, respectivamente. Além disso, parte da 
energia aplicada é usada para vibrar as fôrmas ou para abalar e, na verdade, vibrar 
as partes do concreto que já tenham sido plenamente adensadas. Assim, o trabalho 
aplicado tem uma parte “desperdiçada” e uma parte “útil”. Como o atrito interno é 
uma propriedade intrínseca da mistura, a trabalhabilidade pode ser definida como a 
quantidade de trabalho interno útil necessário para produzir adensamento prévio 
(NEVILLE, 1997). 
 
Trabalhabilidade determina a facilidade com a qual um concreto pode ser 
manipulado sem segregação nociva. De todas as formas, um concreto que seja 
difícil de lançar e adensar não só aumentará o custo de manipulação como também 
terá resistência, durabilidade e aparência, inadequadas. De forma similar, misturas 
com elevada segregação e exsudação, apresentarão maior dificuldade no 
acabamento, um custo mais elevado e proporcionarão um concreto menos durável. 
Portanto, trabalhabilidade pode afetar tanto o custo quanto à qualidade do concreto 
(MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
Apesar de ser a mais importante característica do concreto fresco, a trabalhabilidade 
é de difícil conceituação, visto envolver ou englobar uma série de outras 
propriedades, não havendo, ainda, completa concordância sobre quais sejam essas 
propriedades (PETRUCCI, 1982). 
22 
 
TATTERSALL (1991) afirma: “Há três razões práticas importantes pelas quais é 
altamente desejável conhecer as propriedades que envolvem a trabalhabilidade dos 
concretos, sejam elas o estudo de dosagem, o processamento e o controle da 
mistura”. 
 
 
2.4.1 - Medidas de Trabalhabilidade 
 
 
2.4.1.1 - Plasticidade 
 
 
Plasticidade é a propriedade do concreto fresco identificada pela facilidade com que 
este é moldado sem se romper. Depende fundamentalmente da consistência e do 
grau de coesão entre os componentes do concreto. Quando não há coesão os 
elementos se separam, isto é, ocorre a segregação. 
 
Segundo BAUER (1995), a segregação pode ser entendida como a separação dos 
constituintes da mistura, impedindo a obtenção de um concreto com características 
de uniformidade razoáveis. È na diferença dos tamanhos dos grãos do agregado e 
na massa específica dos constituintes que se encontram as causas primárias da 
segregação, mas seu aparecimento pode ser controlado pela escolha conveniente 
da granulometria e pelo cuidado em todas as operações que culminam com o 
adensamento. 
 
Quanto às dimensões dos agregados, observa-se que os miúdos exercem influência 
preponderante sobre a plasticidade do concreto, por possuírem elevada área 
específica. Quantidades excessivas de areia aumentam demasiadamente a coesão 
da mistura e dificultam o lançamento e adensamento do concreto nas fôrmas, além 
de também aumentarem o consumo de cimento e, conseqüentemente, o custo final 
do concreto produzido. Quanto maior for o consumo de areia, maior será o consumo 
de cimento, pelo fato de que a pasta é o agente lubrificante entre as partículas de 
areia. Dessa forma, qualquer alteração do seu teor na mistura provocará 
modificações significativas no consumo de água e, conseqüentemente, no de 
23 
 
cimento. Como o cimento é o material de custo mais elevado na mistura, qualquer 
alteração no consumo de areia incide diretamente no custo do concreto. A forma e a 
textura superficial das partículas da areia têm grande influência na plasticidade do 
concreto. Esta será prejudicada na medida em que mais angulosas, rugosas ou 
alongadas forem às partículas de areia (ARAÚJO et al., 2001). 
 
 
2.4.1.2 - Tensão de Cisalhamento 
 
 
“A reologia (do grego rhein, escorrer) é a ciência que estuda a deformação e o 
escoamento da matéria” (SOBRAL, 1997). Tal definição traz um desafio aos 
tecnologistas de concreto, qual seja a expressão da trabalhabilidade das misturas, 
visto que esta reúne uma série de outras propriedades. A trabalhabilidade é 
determinada por ensaios que simulam a ação de fatores internos e externos 
(intrínsecos e extrínsecos) à mistura e que as afetam. 
 
Os aspectos do concreto fresco dependem fundamentalmente de fenômenos de 
superfície devido às partículas finas e de fenômenos de massa, devidos às 
partículas grossas (LEGRAND, 1975 apud REZENDE & DJANIKIAN, 1998). 
 
O modelo reológico de Bingham determina para o concreto fresco, o comportamento 
de um fluido viscoso. O fluido binghamiano é caracterizado pela existência de uma 
tensão limite de cisalhamento, abaixo da qual, seu comportamento se assemelha ao 
de um sólido mais ou menos elástico (REZENDE & DJANIKIAN, 1998). 
 
Pode-se analisar o concreto fresco como um corpo heterogêneo constituído por uma 
mistura de argamassa muito fina, dentro de qual se movem e se atritam partículas 
de diferentes tamanhos. Esta argamassa muito fina apresenta um comportamento 
de Bingham, o que significa, sobretudo que possui um limite de cisalhamento. O 
limite de cisalhamento τo torna difícil a moldagem e precisa ser ultrapassado, para 
que a pasta possa fluir. Sua ação também se manifesta na redução da subida do ar, 
tornando difícil o adensamento. Dessa forma, pode-se dizer que as dificuldades de 
moldagem e adensamento são função do limite de cisalhamento da argamassa fina. 
24 
 
Por outro lado, valores de τo mais altos impedem a queda das partículas grossas, 
reduzindo o perigo da segregação e da exsudação (SOBRAL, 1977). 
 
 
2.4.1.3 - Viscosidade 
 
 
Nos fluidos podem ocorrer formas de deformação semelhantes às que ocorrem nossólidos. Todavia, diferentemente dos sólidos, nos fluidos todas as deformações 
envolvem algum tipo de escoamento o que torna seus efeitos totalmente 
irreversíveis, salvo nos casos dos fluidos viscoelásticos onde parte da deformação 
pode ser recuperada. Apesar do estágio elongacional de deformação não ser raro, o 
tipo mais comum de deformação nos fluidos é por cisalhamento simples, o qual gera 
um escoamento caracterizado pelo movimento relativo das camadas ou moléculas 
do fluido devido à ação da força externa. Para esta categoria de material, o esforço 
principal pode ser seu próprio peso (NAVARRO, 1997). 
 
A Figura 5 apresenta uma representação da deformação por cisalhamento simples, 
representação esta utilizada por Newton para a elaboração de sua lei para a 
viscosidade (NAVARRO, 1997). 
 
 
 
Figura 5 - Esquema ilustrativo do experimento de Newton para a 
determinação da viscosidade de fluidos (NAVARRO, 1997). 
 
 
25 
 
2.4.1.4 - Consistência 
 
 
Consistência é o maior ou menor grau de fluidez da mistura fresca, relacionando-se 
portanto, com a mobilidade da massa. O principal fator que influi na consistência é, 
sem dúvida, o teor água/materiais secos (A%) (ARAÚJO et al., 2001). 
 
Segundo a NBR 6118/2003, a consistência do concreto deve estar de acordo com 
as dimensões da peça a ser concretada, com a distribuição da armadura no seu 
interior e com os processos de lançamento e adensamento utilizados. 
 
A consistência é um dos principais fatores que influenciam na trabalhabilidade do 
concreto. Muito se confunde a consistência com a trabalhabilidade. O termo 
consistência está relacionado com as características inerentes ao próprio concreto e 
está mais relacionado com a mobilidade da massa e a coesão entre seus 
componentes. 
 
A trabalhabilidade depende, além da consistência do concreto, de características da 
obra e dos métodos adotados para o transporte, lançamento e adensamento do 
concreto. Um concreto com um abatimento de 60 mm foi considerado excelente e de 
fácil trabalhabilidade quando aplicado em um determinado piso. Este mesmo 
concreto, aplicado em um pilar densamente armado, foi um tremendo desastre, ou 
seja, a consistência era a mesma (60 mm), mas ficou impossível de se trabalhar. 
 
 
2.4.2 - Fatores que influenciam a trabalhabilidade do concreto 
 
 
2.4.2.1 - Teor de água/mistura seca 
 
 
Segundo BAUER (1995), o teor de água/mistura seca é o principal fator que influi na 
consistência, expresso em porcentagem do peso de água em relação ao peso da 
26 
 
mistura de cimento e agregados, e é através dele que se verifica a influência, 
obviamente indireta, do fator água/cimento na consistência. 
 
Para uma mesma granulometria e consumo de cimento, o acréscimo gradual de 
água vai tornando a mistura mais plástica. Quando a quantidade de água excede um 
certo limite, a pasta torna-se tão fluida que se segrega da mistura. Neste estado, os 
grãos de agregado passam a atritar-se diretamente uns sobre os outros, o que 
resulta em perda da fluidez e conseqüentemente da trabalhabilidade. 
 
 
2.4.2.2 - Propriedade dos agregados 
 
 
Um dos parâmetros-chave que influenciam a trabalhabilidade de uma mistura de 
concreto fresco é a característica dos agregados empregados na produção dos 
concretos. A quantidade total de agregados presente no traço, as proporções 
relativas de agregados miúdo e graúdo, a respectiva granulometria, a forma e a 
textura superficial das partículas são os principais fatores relacionados aos 
agregados que afetam o abatimento do concreto (CASTRO & LIBORIO, 2003). 
 
As propriedades de um concreto fresco dependem das propriedades e da 
quantidade da matriz e dos agregados. Por exemplo, o decréscimo da quantidade da 
matriz, reduz o grau de dispersão das partículas de agregados, assim aumenta a 
interferência entre as partículas, que por seu turno enrijece o concreto fresco. 
Aumentar a quantidade da matriz torna a consistência do concreto mais fluida. 
Quando a quantidade da matriz é reduzida abaixo de certo nível, para evitar a 
separação da maioria das partículas de agregado, o concreto se torna áspero e com 
tendência a segregação. Assim, na prática, é impossível moldá-lo e consolidá-lo 
adequadamente. Mesmo que a quantidade de pasta seja suficientemente grande, 
teoricamente, para preencher os vazios entre as partículas de agregado (POPVICS, 
1982). 
 
O tamanho das partículas do agregado influencia na água necessária para uma 
dada consistência. Além disso, areias muito finas ou areias angulosas necessitarão 
27 
 
de mais água para uma dada consistência; alternativamente, elas produzirão 
misturas ásperas e pouco trabalháveis com uma quantidade de água que poderia 
ser adequada para uma areia mais grossa ou de grãos bem arredondados. Como 
regra prática, para uma consistência similar, o concreto precisa de 2 a 3% a mais de 
areia por volume absoluto e de 5,9 a 8,9 kg a mais de água por metro cúbico quando 
for usada areia artificial ao invés de areia natural (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
De um modo geral, os agregados graúdos e miúdos devem ser uniformemente 
graduados, não devendo existir predominância de determinada fração entre outra. 
Granulometrias descontínuas, em que as frações intermediárias tenham sido 
eliminadas, devem ser analisadas de acordo com as condições de aplicação, antes 
de serem adotadas. Quanto à forma do grão, é sabido que os arredondados 
possibilitam mais plasticidade para o mesmo teor de água/ mistura seca, do que os 
angulares, lamelares ou aciculares (SOBRAL, 1977). 
 
No caso do agregado miúdo, sua forma e textura superficial têm um efeito 
significativo sobre a demanda de água de amassamento da mistura, enquanto a 
lamelaridade e a forma do agregado graúdo geralmente têm um efeito apreciável 
sobre a trabalhabilidade do concreto (NEVILLE, 1997). 
 
Ao fixar o teor de água/ mistura seca e ao modificar a granulometria, ou seja, a 
relação agregado miúdo/ agregado graúdo, é esperado uma mudança na 
consistência do concreto. Se houver uma redução na superfície específica do 
agregado, o concreto tornar-se-á mais plástico; menos plástico em caso contrário. 
Determinada granulometria pode proporcionar consistência adequada ao concreto 
para um teor de água/ mistura seca e o fator água/ cimento correspondente, o que 
não pode ser verificado quando não se varia um desses componentes (SOBRAL, 
1977). 
 
Como a resistência do concreto plenamente adensado, com uma determinada 
relação água/cimento, é independente da granulometria do agregado, a 
granulometria é importante, em primeira aproximação, até o ponto em que tem 
influência sobre a trabalhabilidade. No entanto, como é necessário o adensamento 
pleno do concreto para se obter a resistência correspondente a certa relação 
28 
 
água/cimento, e isso somente é possível com uma mistura suficientemente 
trabalhável, torna-se necessário produzir uma mistura que possa ser adensada até 
ao máximo de densidade com uma quantidade razoável de energia (NEVILLE, 
1997). 
 
Segundo NEVILLE (1997), para uma mistura ser satisfatoriamente coesiva e 
trabalhável, ela deve conter uma quantidade suficiente de material passante na 
peneira 300µm. Como as partículas de cimento são parte desse material, uma 
mistura mais rica necessita menos agregado miúdo do que uma mais pobre. Se a 
granulometria de um agregado miúdo for deficiente em partículas mais finas, o 
aumento da relação agregado miúdo/agregado graúdo pode não se mostrar uma 
solução satisfatória, pois pode resultar um excesso de tamanhos médios e 
possivelmente uma mistura áspera. 
 
Com o aumento da proporção de brita, a superfície total dos grãos diminui, o que 
contribui para um melhor envolvimento dos grãos pela pasta e uma redução do atrito 
interno da mistura; conseqüentemente o concretofica mais plástico. Se a quantidade 
de brita aumentar excessivamente, a falta de argamassa criará vazios na mistura 
permitindo o atrito direto das britas, resultando em grande perda da plasticidade com 
dificuldades para o adensamento. 
 
Os agregados miúdos exercem influência preponderante sobre a plasticidade do 
concreto, por possuírem elevada área específica. Dessa forma, qualquer alteração 
do seu teor na mistura provocará modificações significativas no consumo de água e, 
conseqüentemente, no de cimento. Como o cimento é o material de custo mais 
elevado na mistura, qualquer alteração no consumo de areia incide diretamente no 
custo do concreto. As areias mais finas requerem mais água, por terem maiores 
áreas específicas. Por sua vez, pelo fato de serem mais finas, os seus teores 
requeridos pelo concreto de igual plasticidade será menor, compensando dessa 
maneira o efeito negativo da finura da areia. As areias muito grossas, quando 
utilizadas em concretos cuja dimensão máxima do agregado é pequena (9,5 mm), 
resultam em misturas muito ásperas e pouco coesivas, devido ao fenômeno de 
interferência entre partículas. 
 
29 
 
Agregados com maiores dimensões máximas características requerem menor teor 
de areia para determinada plasticidade e, portanto, menor consumo de água. Por 
conseguinte, pode-se explicar a diminuição da área específica do agregado graúdo, 
que requer menos pasta para cobrir seus grãos e manter sua capacidade lubrificante 
entre as partículas do agregado graúdo. Isso leva a crer na vantagem da adoção da 
maior dimensão máxima característica, que possibilitaria maior economia de 
cimento, embora para Dmáx > 38 mm a perda de resistência do concreto devido à 
menor área de aderência entre a pasta e o agregado inviabilizasse essa vantagem 
(ARAÚJO et al., 2001). 
 
 
2.4.2.3 - Aditivos 
 
 
O uso de aditivos nos concretos é cada vez mais comum, pois com eles é possível 
modificar algumas características do material, viabilizar algumas aplicações 
especiais e até melhorar seu desempenho. 
 
Concretos plásticos, preparados com agregados satisfatórios, suficiente cimento e 
correta quantidade de água para permitir determinada consistência, não necessitam 
de aditivos. No entanto, os aditivos são úteis nos concretos pobres e ásperos 
(SOBRAL, 1977). 
 
O concreto dosado em central utiliza aditivos, que são produtos químicos 
adicionados durante o preparo do concreto, em proporções inferiores a 5% em 
relação a massa do cimento. Tem a finalidade de modificar algumas propriedades do 
concreto conferir a ele qualidades para melhorar o seu comportamento. De acordo 
com sua finalidade, podem ser aplicados no concreto fresco ou endurecido. Existem 
diversos tipos de aditivos, com características e funções diferentes, os quais são 
indicados na Tabela 2. 
 
 
 
 
30 
 
Tabela 2 - Características dos aditivos (ABCP, 2007). 
Tipos Efeitos Vantagens Desvantagens 
Plastificante Aumenta o índice de 
consistência possibilita 
a redução de pelo 
menos 6% da água de 
amassamento 
 
Maior trabalhabilidade 
e menor consumo de 
cimento para uma 
determinada resistência 
e trabalhabilidade 
 
Retarda o início de pega 
para dosagens elevadas 
do aditivo, aumentando o 
risco de segregação 
 
Retardador de 
pega 
Aumenta o tempo de 
início de pega 
 
Mantém a 
trabalhabilidade 
a temperaturas 
elevadas, 
retarda a elevação do 
calor de hidratação e 
amplia os tempos de 
aplicação 
 
Pode promover 
exsudação 
e pode aumentar a retração 
plástica do concreto 
 
Acelerador de 
pega 
Pega mais rápida e uma 
resistência inicial mais 
elevada 
 
Ganho de resistência em 
baixas temperaturas e 
redução do tempo de 
desfôrma 
 
Possível fissuração devido 
ao calor de hidratação risco 
de corrosão de armaduras 
 
Plastificante e 
retardador 
Efeito combinado do 
plastificante e retardador 
de pega 
 
Reduz a perda de 
consistência em climas 
quentes e úmidos 
 
Aumento da exsudação 
e retração plástica e do 
risco de segregação 
 
Plastificante e 
acelerador 
Efeito combinado do 
plastificante e acelerador 
de pega 
 
Reduz a quantidade 
de 
água e permite ganho 
mais rápido de 
resistência 
 
Risco de corrosão de 
armadura 
 
Incorporador de 
ar 
Incorpora pequenas 
bolhas de ar no 
concreto 
 
Aumenta a 
durabilidade ao 
congelamento do 
concreto sem elevar 
o consumo de cimento 
e o conseqüente 
aumento do calor 
de hidratação; reduz o 
teor de água e a 
permeabilidade do 
concreto 
 
Necessita um controle 
mais cuidadoso da 
porcentagem de ar 
incorporado e do tempo 
de mistura 
 
Superplastificante Elevado aumento do 
índice de consistência, 
o que possibilita a 
redução de, no mínimo, 
12% da água de 
amassamento 
 
Eficiente redutor de 
água, 
proporcionando 
ganhos 
de resistência 
para 
determinada 
trabalhabilidade, 
e reduz o consumo 
de cimento 
 
Riscos de segregação 
da mistura. O efeito 
do fluidificante é num 
tempo menor do que o 
plastificante, 
podendo elevar a perda de 
consistência 
 
 
31 
 
Em concretos frescos que mostram uma tendência à exsudação e à segregação, é 
sabido que a incorporação de partículas finamente divididas geralmente melhora a 
trabalhabilidade por reduzir o tamanho e o volume de vazios. Quanto mais fino o 
aditivo mineral, menor a quantidade que será necessária para aumentar a coesão e, 
consequentemente, a trabalhabilidade de um concreto recentemente misturado. O 
tamanho pequeno e a estrutura vítrea das cinzas volantes e escórias tornam 
possível reduzir a quantidade de água requerida para uma dada consistência. A 
diminuição na segregação e exsudação pelo emprego de aditivo mineral tem 
importância considerável quando o concreto e lançado por bombeamento. Os 
benefícios sobre a coesão e o acabamento são particularmente importantes em 
concretos magros ou os de agregado deficiente em finos (MEHTA & MONTEIRO, 
1994). 
 
 
2.4.2.4 - Tempo e temperatura 
 
 
As misturas recém-preparadas de concreto enrijecem com o tempo. Esse 
enrijecimento não deve ser confundido com a pega do cimento, pois resulta da 
absorção de parte da água pelo agregado, da evaporação de outra parte, sobretudo 
se o concreto estiver exposto ao sol e ao vento, e, ainda, da perda de água utilizada 
nas reações químicas de hidratação iniciais (BAUER, 1995). 
 
A variação da trabalhabilidade com o tempo depende da condição de umidade do 
agregado (para um dado teor total de água); a perda é maior com agregado seco 
devido à absorção de água pelo agregado. Os aditivos redutores de água, embora 
retardem o enrijecimento inicial do concreto, muitas vezes resulta certo aumento de 
velocidade de perda de abatimento. Ela também é consideravelmente influenciada 
pela temperatura ambiente, embora, a rigor, deve haver preocupação com a 
temperatura do próprio concreto. A perda de abatimento de misturas rijas é menos 
influenciada pela temperatura porque elas são menos influenciadas por variações no 
teor de água (NEVILLE, 1997). 
 
32 
 
A consistência de uma mistura é, também, afetada pela temperatura ambiente, que 
modifica a temperatura do próprio concreto. Este fato determina variações nas 
quantidade de água necessária à mistura, para uma mesma consistência (SOBRAL, 
1977). 
 
 
2.4.2.5 - Tipo de mistura 
 
 
A mistura é o processo que vai procurar a homogeneidade de todos os componentes 
do concreto. Cada partícula do cimentodeve estar em contato com a água, 
formando uma pasta homogênea e que envolva totalmente os agregados. Para a 
obtenção de uma boa mistura é necessário buscar a homogeneidade (a composição 
deve ser a mesma em todos os pontos da mistura) e a integridade (todas as 
partículas de água deve estar em contato com todas as partículas sólidas). 
 
Cada processo de mistura, transporte, lançamento e adensamento exigem que a 
trabalhabilidade do concreto fique dentro de determinados limites, para que não haja 
segregação e possa ser realizada uma conveniente compactação. Uma mistura 
mecanizada ou manual, um transporte em bomba ou carro-de-mão, um lançamento 
com pás ou calhas, um adensamento manual ou vibratório, a vácuo ou centrifugado, 
exigem trabalhabilidades diferentes (SOBRAL, 1977). 
 
 
2.4.3 - Ensaios para a determinação da trabalhabilidade do concreto 
 
 
2.4.3.1 - Ensaio de abatimento do tronco de cone 
 
 
O ensaio de abatimento é um ensaio bastante usado em canteiros de obra em todo 
mundo. Embora não represente uma boa avaliação da trabalhabilidade do concreto, 
mas é muito útil na detecção de variações de uniformidade de uma mistura de 
proporções nominais dadas (NEVILLE, 1997). 
33 
 
O equipamento para o ensaio de abatimento do tronco de cone consiste de uma 
haste de socamento e de um tronco de cone de 300 mm de altura, 100 mm de 
diâmetro no topo e 200 mm de diâmetro na base (Figura 6). 
 
O tronco de cone é preenchido com concreto, e depois vagarosamente suspenso. O 
concreto sem suporte abate-se por seu próprio peso. A diminuição da altura do 
tronco de cone é chamada de abatimento do concreto. Esse ensaio não é adequado 
para medir a consistência do concreto muito fluídos ou muito secos e não é uma boa 
medida de trabalhabilidade ou das características de fluidez do concreto. A principal 
função desse ensaio é fornecer um método simples e conveniente para controlar a 
uniformidade da produção de concreto de diferentes betonadas. Por exemplo, uma 
variação fora do normal no resultado do abatimento pode significar uma mudança 
imprevista nas proporções da mistura (traço), granulometria do agregado ou teor de 
água do concreto (MEHTA & MONTEIRO, 1994). 
 
 
Figura 6 - Molde padrão para o ensaio de abatimento do tronco de cone 
(SOLOTEST, 2007). 
 
Segundo a NM 67/1996, devem-se compactar cada camada com 25 golpes da haste 
de socamento. Distribuir uniformemente os golpes sobre a seção de cada camada. 
Para a compactação da camada inferior, é necessário inclinar levemente a haste e 
efetuar cerca de metade dos golpes em forma de espiral ate o centro. Compactar a 
camada inferior em toda a sua espessura. Compactar a segunda camada e a 
camada superior, cada uma através de toda sua espessura e de forma que os 
34 
 
golpes apenas penetrem na camada anterior. No preenchimento e na compactação 
da camada superior, acumular o concreto sobre o molde, antes de iniciar o 
adensamento. Se durante a operação de compactação, a superfície do concreto 
ficar abaixo da borda do molde, adicionar mais concreto para manter um excesso 
sobre a superfície do molde durante toda a operação da camada superior, rasar a 
superfície do concreto com uma desempenadeira e com movimentos rolantes da 
haste de compactação. 
 
A Figura 7 mostra como o ensaio é realizado. O valor do abatimento é a medida do 
adensamento do concreto logo após a retirada do molde cônico. 
 
 
Figura 7 - Ensaio do abatimento do tronco de cone 
 
O ensaio de abatimento tem seu campo limitado a determinados tipos de concreto, 
não sendo aplicável a concretos muito secos e a concretos pobres em agregados 
finos. O ensaio de abatimento mede, em realidade, a consistência, sendo 
normalmente empregado para garantir a constância da relação água/cimento 
(PETRUCCI, 1982). 
35 
 
2.4.3.2 - Ensaio Vebê 
 
 
O ensaio Vebê foi estudado por V. Bahrner, na Suécia, e consta da medida do 
tempo, em segundos (graus Vebê), necessário para que se verifique a completa 
remoldagem de um tronco de cone moldado em forma idêntica à do ensaio de 
abatimento, sob condições normalizadas (Figura 8). A remoldagem é considerada 
completa quando a nata de cimento ocupar toda a superfície sob uma placa de 
vidro, que, apoiando-se inicialmente no topo do tronco de cone de concreto, 
acompanha sua transformação em cilindro. Esse fato pode ser observado 
visualmente e ocorre quando todas as cavidades na superfície desaparecerem 
(SOBRAL, 1977). 
 
 
Figura 8 - Aparelho para ensaio do Vebê (SOLOTEST, 2007) 
 
 
2.4.3.3 - Ensaio da Penetração de Bola 
 
 
Este é um ensaio simples de campo que consiste em determinar a profundidade a 
que um hemisfério com 152mm de diâmetro, com massa igual a 13,6kg, penetra o 
concreto fresco sob ação de seu próprio peso. É um ensaio mais simples e rápido e 
pode ser aplicado na forma em que o concreto se encontra. Não existe uma 
correlação simples entre a penetração e o abatimento, pois nenhum dos ensaios 
36 
 
mede propriedades básicas do concreto, mas apenas a resposta a condições 
específicas. Na prática, o ensaio da bola é principalmente usado para acusar 
variações da mistura, como aquelas devido à variação da umidade do agregado 
(NEVILLE, 1997). A Figura 9 mostra o esquema do aparelho utilizado no ensaio, 
idealizado por J. W. Kelly, conhecido como bola de Kelly. 
 
Figura 9 - Aparelho para o ensaio da bola de Kelly 
(SOLOTEST, 2007) 
 
 
2.4.3.4 - Fator de compactação 
 
 
O ensaio fator de compactação é medido pela relação entre os pesos específicos, 
ou seja entre o peso específico observado no ensaio e o peso específico da mesma 
amostra de concreto, quando completamente compactado (SOBRAL, 1977). 
37 
 
3 - PROGRAMA EXPERIMENTAL: MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 
O programa experimental desta pesquisa foi elaborado de forma a definir e obter os 
critérios que determinassem a influência do agregado miúdo na trabalhabilidade do 
concreto. 
 
Com o intuito de encontrar tais faixas de abatimento a partir do abatimento do tronco 
de cone (NM 67/1996), houve a necessidade de encontrar e analisar areias de 
localidades distintas, e, para tanto, a definição das variáveis que influenciam nas 
características da trabalhabilidade do concreto. 
 
Nos itens subseqüentes serão descritas de forma pormenorizada as etapas deste 
programa experimental, ou seja, metodologia, projeto experimental, características e 
definição dos materiais utilizados e métodos de avaliação da trabalhabilidade do 
concreto em função das diferentes amostras de areia. 
 
 
3.1 - COLETA DAS AMOSTRAS DAS AREIAS 
 
 
O principal critério para a coleta das amostras das areias foi a escolha visual das 
amostras, com a preocupação nas características granulométricas das areias e na 
quantidade de finos que possuem. A disponibilidade para a possível utilização em 
maior quantidade, nas outras fases da etapa experimental também foi de grande 
relevância para a escolha da amostra. 
 
 
3.1.1 - Local da amostragem 
 
 
As amostras do agregado miúdo, objeto de estudo desta pesquisa foram obtidas em 
Feira de Santana e regiões circunvizinhas. A partir dos ensaios das primeiras 
38 
 
amostras, houve a necessidade de se utilizar outras areias tanto com granulometria 
mais fina quanto mais grossa, para efeito de ampliar as variáveis em estudo. As 
amostras de areias supostamente mais finas e mais grossas utilizadas foram, uma 
de Alagoinhas e outra areia de local de extração não identificado, disponibilizada 
pelo laboratório de Materiais de Construção da Universidade Estadual de Feira de 
Santana. 
 
 
3.1.2 - Número de coletas 
 
 
Assim como o programa experimental foi dividido em duas etapas, a coleta das 
amostras foi realizada também em duas etapas: a primeira

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