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Aula 1 e 2 (Açúcar)

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Formação Econômica Brasileira
Prof.: Marcelo Colomer
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Aulas 1 e 2
Bibliografia:
Furtado, Celso Formação Econômica do Brasil 
Capítulos 3, 8, 9 e 11
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Expansão Comercial Européia
Exploração da costa africana;
Expansão agrícola das ilhas do atlântico;
Abertura de novas rotas comerciais com as Índias Orientais.
Ouro: a razão de ser da América
Desperta a cobiça de outras nações européias (tentativa de povoamento francês no Rio de Janeiro)
Necessidade de povoar, colonizar, o Brasil -> precisava-se desenvolver alguma atividade econômica que sustentasse os gastos com a defesa e ocupação do território americano.
Início da exploração agrícola das terras brasileiras; 
Expansão Colonial 
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A América passa a constituir parte integrante da economia reprodutiva européia;
Fatores de êxito da empresa agrícola portuguesa;
Experiência portuguesa no cultivo de açúcar nas ilhas do Atlântico;
Desenvolvimento, em Portugal, de uma indústria de equipamentos para os engenhos;
Parceria com o capital comercial Holandês;
O capital holandês foi essencial para difusão do açúcar no continente europeu 
Expansão Colonial 
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Monopólio Português
O monopólio português na produção de gêneros agrícolas durante os séculos XV, XVI e XVII só se explica pela escolha da forma de colonização espanhola;
Colonização espanhola voltada para simples exploração de metais preciosos -> Colônia autossuficiente -> reduzido comércio ;
Decadência econômica da Espanha -> elevado déficit público, elevada inflação, déficit na balança comercial 
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Ciclo do Açúcar Português
Portugal (Açúcar não refinado)
Capital comercial holandês
Refino do açúcar
Distribuição na Europa
Mão de Obra Escrava
Capital financeiro holandês
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Economia Açucareira: Capitalização e Nível de Renda
Forte estímulo do governo português a produção de açúcar;
Atividade açucareira dependia essencialmente da mão de obra escrava -> A forma de imigração europeia impedia a formação de comunidades voltadas para a produção de gêneros para o consumo interno;
A captura e comércio de indígenas vieram a se constituir a primeira atividade econômica estável não dependente da atividade açucareira (região de São Vicente) 
A colonização brasileira se deu em torno da atividade açucareira e da mão de obra indígena.
O escravo africano só entra em cena na fase de expansão da atividade açucareira; 
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Capitalização
Produção de açúcar final século XVI: 
2 milhões da arrobas por ano (30 milhões de quilos);
120 engenhos;
Investimento de 1,8 milhões de libras;
20 mil escravos -> investimento de 375 mil libras;
Renda gerada: 2 milhões de libras por ano
Compra de gado e lenha: principal vínculo da atividade açucareira com os demais núcleos de povoamento. 
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Nível de Renda (i)
Renda da Atividade Açucareira
Economia Colonial
Proprietário do Engenho
Reposição do capital 
-
Renda Líquida
=
100%
60%
40%
6%
54%
Reposição da mão de obra escrava e dos equipamentos de engenho
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Aparentemente a atividade açucareira possuía uma elevada capacidade de autofinanciamento;
Percebe-se contudo que o crescimento da atividade açucareira está correlacionada com a expansão dos mercados,
Isso mostra a importância do capital comercial no financiamento da produção 
Nível de Renda (ii)
Renda do proprietário do engenho
Capital comercial
Lucro
Consumo
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Crescimento da Economia Açucareira(i)
Bases do crescimento da economia açucareira:
A visão dos senhores de engenhos sobre a mão de obra escrava era de curto prazo -> crescimento vegetativo negativo;
As inversões de capital não se convertiam em pagamentos a fatores de produção nacional. 
O trabalho escravo é um fator de produção que pertence ao proprietário do engenho
Importação de máquinas e equipamentos
Importação de escravos africanos
Capital financeiro internacional
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Fluxo de Renda na Economia Açucareira
Escravos Africanos
 
Os gastos com sua manutenção eram considerados custos fixos
Bens de capital
Máquinas e equipamentos do engenho
Parte das horas de trabalho dos escravos eram gastas em bem feitorias no engenho
Diferente do trabalho na lavoura, essas horas não geram um fluxo de renda
Bem de Capital
Bem de consumo durável
Mão de obra escrava líquida
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Fluxo de Renda na Economia Açucareira
Dono do engenho
Proprietário de grande parte dos fatores de produção
Renda dos Fatores de produção
Criadores de gados cortadores de lenha
Consumo
Investimento em reposição do capital
Pagamento a fatores de produção no exterior
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Fluxo de Renda na Economia Açucareira
Renda da atividade açucareira
Valor das exportações
Valor das importações
Dispêndio Monetário
- +
=
Entrada liquida de capitais + movimentos de reservas monetárias + juros
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Aulas 1 e 2
Bibliografia:
Furtado, Celso Formação Econômica do Brasil 
Capítulos 10 e 12
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Somente uma pequena parcela da renda gerada na atividade açucareira mantinha-se dentro da economia colonial -> compra de gado, lenha e alguns tecidos rústicos;
O fluxo de renda ocorre, praticamente, entre os engenhos e o setor externo; 
A dinâmica de crescimento da economia cafeeira estava condicionada ao mercado externo, tanto no que diz respeito a oferta de fatores de produção (máquinas e escravos) quanto no que diz respeito a compra do açúcar;
O crescimento da economia açucareira ocorreu sem que ocorre-se mudanças na estrutura do sistema econômico; 
Crescimento da Economia Açucareira(ii)
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Em qualquer nível de preço interessava ao dono do engenho produzir já que a maior parte dos custos era composto por custos fixos. 
Reduções muito bruscas nos preços ocasionavam somente uma perda da capacidade de reposição e assim uma lenta perada da capacidade produtiva;
Apesar das quedas sustentadas dos preços nos século XVIII e XIX e da competição do sistema escravista mineiro, a estrutura nordestina manteve-se intacta até o século XIX 
 
Crescimento da Economia Açucareira(iii)
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A falta de articulação entre o sistema de produção e o consumo anulava o efeito do crescimento da população como elemento de desenvolvimento econômico;
Crescimento sem desenvolvimento 
Crescimento com ocupação territorial e crescimento demográfico 
Crescimento da Economia Açucareira(iv)
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Características do sistema de produção açucareiro 
Alta rentabilidade;
Elevado grau de especialização;
Elevado coeficiente de importação;
Elevado grau de comercialização;
Interesse dos exportadores portugueses e holandeses 
Custo reduzido dos fretes 
Barreiras políticas ao surgimento de manufaturas na colônia 
Desviou para o exterior os impulsos dinâmicos da economia cafeeira
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Estímulo ao mercado interno
Bens de produção: gado, lenha e madeira;
Bens de consumo: carne
A atividade de criação de gado desenvolve-se de forma complementar e independente da atividade açúcareira;
Características da atividade criação de gado:
Extensiva e intinerante;
Baixa inversão de capital;
Permanente expansão;
Reduzida rentabilidade;
Utilização de mão de obra indígena;
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Criação de Gado
Forte fator de ocupação territorial;
Atrativo para o colono desprovido de capital;
Corrente migratória em direção ao Nordeste;
Crescimento condicionado a disponibilidade de terra e ao desenvolvimento da economia açúcareira;
Rentabilidade baixa e decrescente;
Não possuia grandes efeitos indutores de crescimento econômico -> subsistência de seus trabalhadores. 
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Formação do Complexo econômico Nordestino
Economia Açucareira
Pecuária Extensiva 
Mercado Europeu
Açúcar
Bens de Consumo e de capital
Bens de Produção
Subsistência
Litoral
Sertão
O crescimento dependia da capacidade de importar bens de capital
O crescimento vegetativo
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Expansão Territorial e Econômica em
Meio a Crise da Economia Açucareira 
Complexo Nordestino
Colônia de povoamento de São Vicente 
Caça aos índios 
Penetração Amazônia
Expansão da Pecuária
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Século XVII
Contexto Internacional
1580 – 1640 -> União Ibérica: período quando Portugal e suas colônias estiveram inscritos entre os domínios da Coroa da Espanha;
1581 -> Emancipação dos países baixos em relação a Espanha formando a República das Províncias Unidas, com sede em Amsterdã. 
Felipe II -> proibição do comércio brasileiro com a República das Províncias Unidas.
Invasões holandesas (1624-1654) -> Tentativa de restabelecimento do comércio de açúcar.
Uma vez expulsos do Brasil os holandeses iniciam a exploração do açúcar nas Antilhas 
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Produção de Açúcar nas Antilhas
Colônias de povoamento -> produção extensiva de açúcar; 
Expulsão dos holandeses do Brasil;
Parceria com colonos das Antilhas inglesas e francesas;
Início da utilização da mão-de-obra escrava nas Antilhas -> financiamento holandês;
Formação de um complexo açucareiro moderno e com melhor posição geográfica;
Estímulo ao desenvolvimento das colônias de povoamento do norte (trigo, animais de tiro, madeira, construção naval);
Desenvolvimento de uma economia voltada para o mercado inrterno; 
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Crise da Atividade Açucareira século XVIII
Queda sustentada do preço do açúcar -> concentração da atividade nos engenhos mais produtivos;
Deslocamento da mão de obra livre do sistema açucareiro para o sistema pecuário;
O crescimento vegetativo do rebanho favorecia a absorção da mão de obra -> contudo reduz-se a produtividade monetária da criação ;
A redução da rentabilidade obrigou a substituir parte das importações por um produção artesanal local;
Queda da renda per capita no Nordeste -> criação de gado torna-se uma atividade de subsistência 
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Crise do Complexo Nordestino
Reduzida monetização da economia -> inelasticidade da oferta no curto prazo;
A atividade criatória expandia-se vegetativamente sem grandes inversões monetárias;
A oferta de alimento no complexo agropecuário é bastante elástica, diferentemente da oferta de alimentos no complexo açucareiro -> sustenta o crescimento demográfico apesar da contração das atividades monetárias;
Sec xvii – xix -> involução econômica do Nordeste com crescimento demográfico;
O Nordeste passa de uma região com elevada produtividade para uma região de subsistência que persiste até hoje; 
 
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Crise do Complexo Nordestino
Redução da atividade açucareira 
Migração de mão de obra livre para o complexo criatório do interior
Desmonetização da economia 
Aumento da economia de subsistência 
Desenvolvimento de um artesanato local (couro) em substituição a importação 
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Impactos da Crise do Açúcar no Brasil
Aumento da importância relativa dos setores de subsistência;
Redução da arrecadação fiscal do governo português e escassez de numerários na colônia; 
A redução da renda do açúcar criou dificuldades no balanço de pagamento de Portugal -> desvalorização do réis em relação a libra;
Embora essa desvalorização aumentasse a renda do setor de exportação ela tornava mais cara as importações, principalmente das regiões mais pobres que não tinham o que exportar -> retorno a subsistência, atrofiamento da divisão do trabalho, redução da produtividade, redução do tamanho das unidades produtivas. 
A pecuária e a atividade açucareira mantinham sua estrutura tanto nos períodos de expansão quanto nos períodos de contração do mercado internacional de açúcar. Reduzida monetização da economia de forma que no curto prazo 
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